9/30/05

Espaço para a arte de Inez Andrade Paes

A Natureza foi sempre refúgio e fonte de inspiração para o ser humano.

Assim escrevem sobre pássaros e Inez Andrade Paes:

Frequentemente, a sua acepção poética compreende um universo de concórdia e equilibrio a que se sobrepõem as representações classícas do Jardim do Paraíso. Uma Arcádia perdida onde, no pastoral e bucólico, se abrem rasgões de presença divina servida por uma ortodoxia pagã.

Nestas representações, as aves - os pássaros - são simbolo capital e têm, por isso, presença abundantemente marcada. Criaturas do espaço, espíritos do vento, as aves substancializam a própria alegoria do Ar. É esse "outro" ser que "fala", que dá voz a uma história - a chave de íntimos segredos. Se a sua ausência não nos traria perplexidade, estimularia certamente a erupção de um lento terror.
No sexto livro de "A Eneida", Vergílio escreveu: "Fácílis descensus Averno. Fácil é descer aos infernos". Averno era, para Vergílio, o portal do Hades. Um lago tão venenoso que os vapores das águas fétidas matariam qualquer pássaro que por sobre ele voasse. A palavra Averno deriva do grego "aorno" na qual "a" é prefixo de negação e "orno" ou "ornis" significa pássaro. O Inferno seria, assim, um lugar sem pássaros.

A presença dos pássaros fascina pela beleza da plumagem e a poesia do voo. São também os pássaros, muitas vezes, símbolo de poder espíritual - a pomba branca do Espírito Santo, a águia de S. Jono de Patmos (ou Zeus), o pavão de Juno, etç. - e de estatuto social - a posse de araras era restrito apanágio da Família Real. Como emblemas da alma, os pássaros assumem, muitas vezes, corporeidade de boas ou más qualidades, propicios ou desagradáveis augúrios.

"O estatuto dos pássaros" é auspicioso - como diria um augure romano. "Auspicioso" vem de duas palavras latinas: "avis" (pássaro) e "spiceri" (ver, observar) e derivou do antigo hábito de prever o resultado de qualquer empreendimento através da observação do canto e voo dos pássaros ou analise de suas entranhas. Esta mesma atividade que nos fará hoje sorrir, fez parte integrante do percurso que levou ao Renascimento Europeu e para o qual contribuíram, pela atenção meticulosa do detalhe e observação directa do mundo natural, dois grandes pintores: Leonardo daVinci (no Sul) e Albrecht Durer (no Norte).

Desde os primeiros diagramas rupestres até ao detalhe analítica do Renascimento, desde o naturalismo do século XVIII e reconciliação entre arte e ciência no século XIX, até ao ênfase do reconhecimento correcto do meio ambiente e sua representação realista no século XX, que os registos pictóricos de aves não deixaram nunca de participar do imaginário universal a que fazem constante e estimulante apelo.

É extraordinariamente refrescante ver agora esta exposição de pintura de pássaros, na qual, como ciclo poético, Inez Andrade Paes sobrepõe o poder de interpretação das referências naturais à objetividade científica mais crua, ao mesmo tempo que se serve dela. O todo com um resultado que se formaliza em elegante equílibrio.

A limpidez da cor usada no tratamento de cada imagem e a delicada aplicação da linha defenidora dos detalhes fundamentais tem, na sua economia de meios, a qualidade dos clássicos. E é esse mesmo aspecto que confere a estas pinturas o seu carácter contemporâneo.

Sebastian Bruy-Hard, Cambridge, Inglaterra, 2001 (In brochura "Pássaros da Península Ibérica" - Museu Múnicipal de Silves - 9 de Novembro a 2 de Dezembro de 2001)
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Inez Andrade Paes é artista plástica natural de Pemba-Moçambique e reside atualmente em Portugal.
Seus quadros procurados e apreciados no mundo da arte guarnecem coleções particulares. Alguns de seus diversos trabalhos podem ser vistos nestes endereços:

9/29/05

É tempo de arte Makonde - NTALUMA


Via: Moçambique Para Todos

Exposição de escultura e pintura do artista moçambicano Ntaluma

Associação de Estudantes Moçambicanos em Portugal
Núcleo de Coimbra (AEMOP/NC)
Rua Padre António Vieira,
Edifício da A. A. C.
3000-315 Coimbra
E-mail: nemoc@ci.uc.pt
Tlf: 933427376/966241600

CONVITE
Vimos por este meio convidar V. Ex.ª a estar presente na inauguração da exposição de escultura e pintura do artista moçambicano Ntaluma, alusiva aos 15 anos de carreira deste e ao 13º aniversário dos Acordos Gerais de Paz e de Reconciliação Nacional, no dia 04 de Outubro de 2005, às 19.00h, no Instituto Português da Juventude, Rua Pedro Monteiro 73, 3000-329 Coimbra.
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Sobre o Artista Ntaluma de Cabo Delgado:
Ntaluma é um escultor moçambicano que nasceu em Nanhagaia, distrito de Nangade, província de Cabo Delgado, Moçambique, no último ano da década de 60, num sábado, com o calor do planalto, onde os homens se assustaram com as gargalhadas das parteiras tradicionais Makondes.
Dando grande felicidade ao seu pai que estava muito ansioso.
Iniciou o seu trabalho de transmitir a sua mensagem através da madeira, em Novembro de 1990, no Museu de Etnologia de Nampula.
Depois de ter recebido os segredos da escultura Makonde, do seu mestre Crisanto Bartolomeu Ambelikola.
Em 1992 chegou a Maputo onde, com um grupo de amigos, fundou a “Favana Grupo de Escultores Makonde”, no parque de campismo de Maputo.
Em 1994 começou a ensinar escultura Makonde a moçambicanos e estrangeiros.
Em 2000, integrou a ASEMA - Associação de Escultores Makonde, que funciona no Museu Nacional de Arte de Moçambique.
Chegou a Portugal em 2002 onde começou a desenvolver com outros artistas, um intercâmbio de sensibilidades artísticas.
Em 2003 assumiu a responsabilidade da escola de escultura da ALDCI – Associação Lusófona para o Desenvolvimento, Cultura e Integração - Portugal, integrada na escola da multi-culturalidade.
Está representado em coleções particulares nos quatro cantos do mundo.
As Origens da arte: Quem não se lembra de alguma vez na vida ter visto uma escultura Makonde, que faz rodopiar as pessoas numa viagem que é de todos nós, numa reafirmação de que a arte está permanentemente nos corações de todas as latitudes.
A humanidade é uma parte da natureza com os seus fenômenos.
Para o escultor, uma imagem não é só um simulacro provido de qualidades vivas, é também uma forma de o homem manifestar o seu imaginário.
Desde a idade da pedra que os nossos antepassados esculpem com as suas mãos, as formas naturais da terra.

9/28/05

Pemba em destaque - Eventos em Maputo




Apresentação de livros - Por iniciativa da Faculdade de Arquitectura da UEM, serão apresentados na sexta-feira, dia 30, em Maputo dois livros ilustrados sobre as casas (arquitectura) do Ibo e Pemba respectivamente, de autoria do Arq. Júlio Carrilho.
Amigo que leu o livro sobre o Ibo recomenda-os e afirma:
- Não são livros só de desenhos e plantas, ou com interesse apenas para arquitectos e engenheiros. São bem mais do que isso. Não adianto mais para não vos tirar o prazer da surpresa.

Custo das obras: 150 mil Mt. e 100 mil Mt. respectivamente.
Foram editados 500 exemplares de cada um.

A apresentação terá lugar 6ª feira, 30 de Setº, às 17h, na Faculdade de Arquitectura - Maputo e será feita por João Paulo Borges Coelho.
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Almoço da malta de Pemba - Realiza-se um almoço da malta de Cabo Delgado - Pemba e afins, no dia 2 de Outubro, Domingo, no Sanzala - Maputo.
O mesmo servirá também, além da confraternização, para buscar apoio destinado às crianças da Escola Primária do Paquitequete (Pemba) e aos órfãos de pais vítimas do SIDA.

Homenagem a Lêdo Ivo


(Clique na imagem para ampliar)
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De Inez Andrade Paes, artista plástica natural de Pemba-Moçambique e residente em Portugal:
Em homenagem a este poeta, Lêdo Ivo, que Álvaro Lins considera " Um dos três grandes da moderna poesia brasileira" e que recentemente foi agraciado com o Prémio Telecom de Literatura Brasileira, deixo-vos este poema que retiro do livro 50 POEMAS ESOLHIDOS PELO AUTOR , por ele oferecido a Glória de Sant' Anna.

Inez Andrade Paes
PRIVILÉGIO

O dia voa como um pássaro
e os pássaros voam como os dias
num movimento perpétuo.

Os dias voam e são pássaros
As belas imagens do mundo
emigram levadas pelas águas.

Onde estou, a horrível plumagem da morte
não se atreve a cobrir-me. No dia inumerável
os sonhos voam como pássaros.

Ajustei-me às constelações.
Sou um homem que está caminhando
rodeado por todas as estações da terra.

Lêdo Ivo

Tempo de poesia ...


Tomara que brilhe

Pemba,
teu pôr do sol,
fascinou-me o pensamento,
desse desconhecido,
nesse momento que te mirei.
Nuvens de algodão,
trilham teu ocaso,
limpam-te o gosto salgado,
das águas que,
maresiam na areia encantos mil...

Pemba,
Moçambique,
"Porto Amélia",
teu pôr do sol,
nunca vi em real,
nunca o visitei,
mas tomara que brilhe um dia,
num momento especial...em Pemba

Via: Azoriana - http://silvarosamaria.no.sapo.pt

9/26/05

Fui ao Douro...às vindimas II !


Encontre a ilustração "vindima" de autoria de Erico Santos (natural de Cacequi - Rio Grande do Sul - Brasil) em seu contexto original no site ArtCanal.
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Em tempo de vindimas o povo canta nas escarpas do Douro:

Regadinho

Ó meu rico regadinho,
que levas na tua mão?
Um cacho de uvas do Douro
que consola o coração.

CORO
Água leva o regadinho,
água leva o regador.
Enquanto leva e não leva
vou falar ao meu amor.

Ó meu rico regadinho,
que levas no regador?
Levo-o cheio de vinho
para dar ao meu amor.

Debaixo desta ramada
cheira a cravos que rescende.
Diga-me, ó minha menina,
se esta uva se vende.

Autor: Maria Adelaide da Silva Paiva, 1962
Do grupo
MSN-Nampula, colocado por MIZÉ

Fui ao Douro...às vindimas !


Porque é tempo de vindimas no rincão natal:

FUI AO DOURO ÀS VINDIMAS

Fui ao Douro às vindimas,
não achei que vindimar.
Vindimaram-me as costelas.
Olha o que lá fui ganhar!

CORO
Retira-te das janelas.
Retira-te do balcão.
Vem comigo p'rás vindimas,
amor do meu coração.

Não se me dá que vindimem
videirinha que eu podei.
Não se me dá que outros logrem
o que eu por gosto deixei.

Não se me dá que vindimem
nem também de vindimar.
Só me dá das tristes noites
que se passam no lagar.

Fui ao Douro às vindimas,
pagaram-me a trinta réis.
Vim pela Feira do Pêso,
empreguei-os em anéis.

Encontrei no grupo MSN-Nampula colocado por Leonor Lacerda

9/25/05

Retalhos da mente...A propósito de uma data !



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Retalhos da mente ou do meu pensamento...!

Vivemos esperando dias melhores...dias que não deixaremos mais para trás...!

Datas que se comemoram mundo afora, salientando a dimensão histórica de heróis ou mitos da guerra e da violência.

Salientaremos algum dia a dimensão histórica das vítimas inocentes de todas as guerras ?...

Morte, sempre morte, só morte, o silêncio da vida ou a inexplicável apologia do direito à violência que soma e resulta neste conturbado, desequilibrado globo terrestre que temos hoje!

Como ontem ou como sempre, novas, insensíveis, minoritárias, egoístas elites ressurgem "chafurdando" no deleite do poder conseguido ambiciosa, desesperada e despudoradamente num vale-tudo de mentiras, promessas e imposições que desprezam, desrespeitam o ser humano, a natureza, a vida... Elites econômicas hipócritas ilhadas em castelos de ostentação, tal qual sanguessugas famintos de coimas e impostos que recheiam, atulham seus bolsos e cofres... Elites burlescas acoitadas em grotescas castas pseudo-intelectuais, em cômicos feudos pseudo-democráticos de segregação social (similar ou pior que a racial) isolados atrás de grades, fossos, muros, cercas eletrificadas tentando impedir a vinda avassaladora, inevitável de povos-multidões-desesperados-sem-raça enganados, revoltados, famintos, desiludidos e destruidores !...

Até quando teremos datas de violência e de luto ?...Até quando a hipocrisia do discurso fácil e o apetite do poder embebedarão mentes e suplantarão o direito de viver ou existir com dignidade em liberdade fraterna, solidária e justa?

9/23/05

Não acontece em Pemba. Mas em Maputo... ...


Alertado pelo insigne Maschamba, aqui fica uma Agenda Cultural de Maputo, "ainda que não exaustiva", segundo o JPT.

Uma imensa fonte de informação...


Temáticas diversas, inúmera informação e links que nos levam a discernir a comunicação moderna:

9/22/05

Mocimboa da Praia...ainda ! - VI

V e r t i c a l nº 914 de 22.09.2005 - O drama da Mocímboa da Praia

- LINK e LDH consternadas pelas violações.

Maputo - Doze pessoas mortas, 47 feridas, 116 casas incendiadas em Mocímboa da Praia e outras 77 em Muidumbe, para além de 36 detidos, incluindo 4 mulheres, uma delas com uma criança de um ano que é acusada de ter disparado mortalmente contra um elemento da Polícia da República de Moçambique (PRM) é o balanço preliminar de um trabalho levado a cabo em Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, pelas organizações da Sociedade Civil moçambicana, nomeadamente, a LINK – fórum das ONGs, a Liga dos Direitos Humanos (LDH) e do Observatório da Paz, anunciou ontem em conferência de imprensa, o presidente da LINK, Reverendo Lucas Amosse.
Alice Mabota, presidente da LDH, organização que também participou no levantamento dos dados da Mocímboa da Praia, referiu que quanto às detenções, há um dado a ressalvar: “a detenção das pessoas não foi em flagrante delito.
Posteriormente, elementos da Polícia da República de Moçambique (PRM) vasculharam as casas das populações e onde encontraram armas brancas, ou seja, catana e machado, as mesmas foram arrastadas para a prisão. "Andam com catana ou machado, isto é, para a caça ou utilizar na machamba”. Por outro lado, segundo Alice Mabota, a presença da PRM foi positiva pois, serviu para minimizar maiores estragos e que tivesse contornos semelhantes aos ocorridos em Montepuez no ano 2000 e de outro modo, elogiando a atitude das autoridades prisionais em terem descongestionado a Cadeia, pois com capacidade para 30 detidos e havendo 60, alguns foram transferidos para a Cadeia de Pemba, capital de Cabo Delgado.
Tentando esclarecer melhor a situação ocorrida na Mocímboa da Praia, a boss da LDH sublinhou que “tanto a Frelimo, como a Renamo-União Eleitoral (RUE) tem responsabilidades.
Enquanto a Frelimo tenta mostrar a força que tem, a RUE por seu turno, tenta dar a entender que tem alguma força e quem sofre com isto são as populações” e acrescentando que o fantasma de Montepuez ainda não desapareceu: “pode ser que Montepuez volte a repetir-se”.
GOVERNO SOMBRA - Por aquilo que nos foi dado a entender na conferência de imprensa, o que precipitou a chacina da Mocímboa da Praia foi a tomada de posse do Governo Sombra da Renamo-União Eleitoral, sobretudo da nomeação do candidato derrotado pelo Amadeu Pedro da Frelimo e Mabota questiona: “qual é a natureza do Governo Sombra e porque razão em Maputo não há nenhum conflito?”.
Por outro lado, o Reverendo Lucas Amosse referiu que não foi do lado da RUE que veio a provocação, pois as pessoas que participaram nas cerimónias da tomada de posse do homem da RUE foram apanhadas em contra pé, porque segundo as nossas fontes no terreno, foram emboscadas por homens que traziam armas brancas e daí que “não se percebe”; de quem veio a provocação ninguém sabe, e acima de tudo, foi referido que a detenção das pessoas foi ilegal.
Victor Matsinhe - Via: Vertical
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MediaFax n. 3373 de 22.09.2005 - M. Praia: Exército assalta escritórios da Renamo.
-"Base militar instalada na sede da Renamo é temporária" diz Amadeu Pedro Francisco, presidente da edilidade de M. Praia.

Maputo – O ambiente de crispação mantém-se em Mocímboa da Praia (MP), no norte de Moçambique.
Ao efectivo policial juntaram-se unidades do exército, que tomaram de assalto os escritórios onde funciona a sede da Renamo, o maior partido da oposição, naquilo que é visto como o acirrar da posição do executivo, diante do clima de violência que caracterizou a vila, no início do mês de Setembro.
Os escritórios da Renamo em Nanduadue, foram semana passada convertidos em base de apoio das unidades do exército e montadas tendas de campanha, descreveu uma fonte segura ao mediaFAX, falando a partir de Mocímboa da Praia.
Foram igualmente derrubadas árvores de sombra, na área onde fica localizado o escritório, numa clara demonstração de força, e prenunciando dias difíceis na vila.
A denúncia da situação, foi feita pelo delegado provincial da Renamo em Cabo-Delgado, Armindo Milaco, falando algures a partir de Mocímboa da Praia com o mediaFAX.
Milaco "é procurado vivo ou morto", segundo ordem dada pelas autoridades, após os confrontos sangrentos que seguiram nos dias 5 e 6 de Setembro e que saldaram-se em 12 mortos e pouco mais de 50 feridos.
Milaco, que é igualmente deputado da Assembeleia da República considerou o assalto aos escritórios do seu partido uma violação à lei.
"A invasão domiciliária constitui um crime", denunciou Milaco, o braço de ferro que opõe a Frelimo, no poder e a Renamo, na oposição, que tem como epicentro a eleição intercalar de Maio, ganha pelo candidato da Frelimo, Amadeu Pedro Francisco.
Mas, a Renamo contestou o resultado, alegando ter havido viciação de resultados.
E desde Maio que a vila vive em sobressalto, com manifestações em massa da população afecta à oposição que se concentrava em Nanduadue.
Em Nanduadue, localiza-se o escritório da Renamo, e é tido como o bairro mais populoso da vila de Mocímboa da Praia, vivem pelo menos 18 mil habitantes, num universo de 47 mil pessoas.
A maioria da população professa a religião muçulmana.
Confrontado sobre a conversão do escritório da Renamo em base de tropas, uma fonte do Comando Provincial em Cabo-Delgado, Francisco Njomba, disse ao mediafAX que a informação sobre o assunto ainda não havia chegado à instituição militar.
"Esta informação ainda não chegou aqui no Comando, não podemos dizer nada quanto a isso", reagiu Njomba, que substitui o porta-voz do Comando, Alexandre Chigulane, que saiu forçado em gozo de férias, depois do seu pronunciamento público à imprensa.
O comandante das forças policiais em MP, Buanassuro Verdade, foi igualmente forçado a entrar de férias, logo a seguir as manifestações sangrentas do início do mês, e após ter dado ordens para matar os manifestantes e falhas no esquema de segurança da população.
Contudo, o presidente municipal da vila da Mocímboa da Praia, Amadeu Francisco Pedro, confirmou ao mediaFAX a transformação do escritório da Renamo em base militar: Pedro sublinhou que " a base militar instalada na sede distrital da Renamo, é temporária e será removida logo que a situação da vila estiver controlada".
A declaração de Pedro, confirma a volatilidade da situação em MP, com reforço de efectivos policiais vindos de várias paragens do país.
Dos confrontos de MP foram igualmente destruídas pelo menos de 50 habitações, entre material convencional e precário e cerca de 400 pessoas estão numa situação de deslocadas de guerra, nas regiões vizinhas de Montepuez e Macomia.
A situação neste momento em MP ainda inspira atenção, e, nota-se um regresso tímido de residentes que fugiram à saga que se seguiu no início do mês de Setembro, disse o Presidente do
Município entrevistado pelo mediaFAX a partir de Mocímboa da Praia.
Ele falou dos esforços em curso das autoridades com vista a capturar Armindo Milaco, tido como cérebro de toda a operação que desembocou em banho de sangue em MP.
"Continua intenso o desejo das autoridades em capturar o delegado político da Renamo, o autor moral do conflito violento que resultou em mais de uma dezena de mortes e destruições diversas", repetiu Amadeu Francisco.
Neste momento decorre um programa de apoio do município, em coordenação com o INGC, organismo governamental responsável pela canalização de ajuda, em roupa e produtos alimentares, aos afectados pelos violentos confrontos de 5 e 6 de Setembro.
"Ainda não apareceu outra entidade a solidarizar-se com as vítimas" queixou-se Pedro Francisco, apesar da liga dos Direitos Humanos, afirmar que no terreno está igualmente a providenciar socorro, o Serviço de Acção Social.
M.M e redacção - Via: mediaFAX
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Detidos em Mocímboa 37 indivíduos suspeitos - 2005/09/22

Pelo menos 37 indivíduos encontram-se desde há dias sob custódia policial na vila de Mocímboa da Praia, indiciados de envolvimento na desordem pública promovida pela Renamo, nos dias cinco e seis de Setembro corrente.

Em consequência destes tumultos, 12 pessoas perderam a vida, 47 ficaram feridas e dezenas de casas de habitação destruídas e/ ou incendiadas, para além de saques a estabelecimentos comerciais.Observando a `tolerância zero´, a Polícia prossegue com as buscas visando a captura dos principais mentores e autores da algazarra. As acções incidem fundamentalmente sobre os bairros periféricos onde se suspeita que estejam refugiados alguns dos mandantes da desordem pública.Fontes municipais diseram ao `Notícias´ que os detidos são maioritariamente indiciados de prática de crimes de ofensas corporais, fogo posto, desordem pública e tentativa de alterar a ordem política com recurso á violência. Alguns dos detidos estão a ser transferidos para a penitenciária provincial, na cidade de Pemba, segundo as mesmas fontes.A detenção destes indivíduos foi feita mercê da colaboração da população, parte da qual foi vítima das acções violentas protagonizadas por militantes e simpatizantes da `perdiz´ na sua tentativa vã de tomar o poder á força.Entretanto, instado telefonicamente a pronunciar-se sobre a situação na vila, duas semanas após o registo dos tumultos, o presidente do Conselho Municipal, Amadeu Pedro, disse que a vida voltou á normalidade.`A população já regressou à vila, já retomou as suas actividades normais, mas devo confessar que ficou o luto na aldeia, difícil de apagar. A forte presença policial desencoraja qualquer tentativa de pôr em causa a ordem e tranquilidade públicas na aldeia, considerou Amadeu Pedro...
fonte: NOTÍCIAS
Via: IMENSIS

Recordam ????




















...do Firoz -filho do Sr. Sidique, do Nathu & Mussa ????
...do Bachir - filho do Sr. Satar Gani, que tinha um Karman Ghia ???
...do Subaschandra - filho do Sr. sapateiro e irmão do Maganlal, Taramati, Arilal e do falecido Paratapsi ???
Pois aqui fica a imagem, ainda jovens e sorridentes, na então Porto Amélia.
E que dêm notícias se possível, pois existem Amigos que gostariam de saber por onde andam !

9/21/05

Prevalece o tema "Mulher"



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Erotismo suave na arte de uma luso-moçambicana em Lisboa:
Art & Design de Isabel Filipe

Name:Isabel Filipe
Location:Lisbon, Portugal
- Nasci na Pérola do Índico - Se alguém pudesse imaginar a falta que eu tenho de África, Moçambique....Terra da Boa Gente... ...
Sou feliz???
Sim sou.... mas falta-me algo... a nostalgia é grande demais...
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"Tugas" regressam a Moçambique...


(Clique na imagem para ampliar)
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Do "Correio da Manhã" - Maputo - n. 2168 - quarta-feira, 21 de Setembro 2005:

Alegadamente para matar saudades, tugas "regressam" a Moçambique

Um grupo de antigos portugueses que viveram no Norte de Moçambique planeia efectuar uma deslocação ao nosso país, em Novembro próximo "para matar saudades".
Ao que o Correio da Manhã apurou, a iniciativa conta com a colaboração de uma agência de viagens portuguesa que está a planear um roteiro que inclui as cidades de Nampula, Nacala, Ilha de Moçambique e Angoche (província de Nampula), podendo visitar-se também Pemba (Cabo Delgado), e ainda Maputo (Sul de Moçambique).
Ainda na forja, o itinerário poderá ainda incluir uma visita opcional de dois dias ao Kruger Park, na vizinha África do Sul, "para matar saudades daquela maravilhosa bicharada das nossas savanas", durante quinze dias.
(Redacção)
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Pequena observação:
Substituiria "alegadamente" por "comprovadamente".
E os "tugas" não só "regressam"...vão e voltam, valorizando e divulgando a carente economia moçambicana e sua emergente industria de turismo. Outros "tugas" até ficam com a maior satisfação, uns para investir, trabalhar e todos afinal, sem qualquer intenção que não seja conhecer, rever, apreciar os belos e marcantes locais moçambicanos que muitos deles ajudaram a erguer, dedicaram parte de suas vidas e colaborar na construção do novo Moçambique.
J. L. Gabão

9/20/05

Depois do insucesso dos Leões de Nampula em Montepuez...

O Desportivo de Nacala é a primeira formação a transitar para a Liga Moçambicana de Futebol da próxima edição, prova mais conhecida por Moçambola.
Os nacalenses conseguiram uma difícil e preciosa vitória diante do Desportivo de Angoche, por 2-1, em partida realizada naquela cidade portuária, sagrando-se desta forma vencedores da zona norte do Campeonato Nacional da Divisão de Honra.
A vitória dos nacalenses concretizou-se após a confirmação do insucesso do Sporting de Nampula em Montepuez (1-1) frente ao Atlético local. Os `leões do norte´ lideravam a prova até à penúltima jornada, com a vantagem de um ponto em relação ao campeão da zona.Entretanto na zona centro o Textáfrica de Chimoio regressou ao comando, beneficiando-se da queda do Desportivo de Tete, anterior líder da zona centro, na Beira, frente ao Matchedje local, por 2-1, enquanto que no sul, o Estrela Vermelha continua a vontade no pódio do campeonato local, enquanto não se conhece o desfecho do protesto do Incomáti, no jogo que perdeu com o Desportivo da Matola (1-2), seu mais directo perseguidor...

CLASSIFICAÇÃO
1 Ferroviario Maputo
2 Desportivo Maputo
3 Costa do Sol
4 Maxaquene
5 Textil do Pungue
6 Ferroviario Nampula
7 Academica Maputo
8 Chingale de Tete
9 Ferroviario Beira
10 FC Lichinga
11 Ferroviario Nacala
12 Matchedje
Fonte: NOTÍCIAS
Via: IMENSIS

Moçambique NAÇÃO - Símbolos

...Que o espírito NAÇÃO-Moçambique se aperfeiçoe, renovado em símbolos de paz, fraternidade, liberdade, justiça e equilibrio social !
Esta é a vontade de todos os Irmãos Moçambicanos.

Revisão da Bandeira e do Emblema - Propostas são abertas hoje na AR
2005/09/20

A Comissão `ad hoc´ da AR para a Revisão da Bandeira e do Emblema da República vai proceder esta manhã, em cerimónia pública, á abertura das propostas de alteração destes dois símbolos no âmbito da realização do concurso público atinente a este processo.

Entretanto, foi já constituído o júri que irá proceder à avaliação técnica das propostas apresentadas pelos mais de cem participantes ao concurso público sobre a matéria, recentemente terminado no país.
Fazem parte deste júri três personalidades do grupo parlamentar da Frelimo, nomeadamente Júlio Carrilho (arquitecto), Sansão Cossa (arquitecto) e Nelson Saúte (escritor e membro do Conselho de Administração dos CFM), enquanto que a bancada da Renamo-UE apresentou dois nomes, Bernabé Lucas Nkomo (escritor e pesquisador na área de Ciências Sociais) e Xavier José Maria Besse (escritor).
Falando ontem ao `Notícias´, o presidente desta comissão parlamentar, Hermenegildo Gamito, disse estarem já reunidas as condições para que as propostas sejam tornadas públicas a partir desta manhã. `Assim, a comissão reuniu-se hoje (ontem) para realizar os últimos preparativos atinentes à cerimónia de amanhã de manhã (hoje)´, disse, sem entrar em pormenores.
Aliás, Gamito referiu que o concurso público decorreu dentro das expectativas criadas á volta do evento e dentro dos prazo estabelecidos pela Assembleia da República, para o efeito.
Sem precisar o número de trabalhos submetidos pelo público à sua comissão, Gamito limitou-se a afirmar que `houve, efectivamente uma participação significativa´.
O parlamento lançou no passado dia 15 de Junho um concurso para a alteração da Bandeira Nacional e do Emblema da República, evento este que decorreu até ao passado dia 15 de Setembro.
No âmbito deste concurso, os concorrentes deveriam apresentar propostas que transmitam algumas mensagens de amplo significado para a vida do povo moçambicano, como seja, o sangue derramado pelo povo na luta pela liberdade; a unidade nacional; a paz, democracia e justiça social e as riquezas do país...

fonte: NOTÍCIAS
Via: IMENSIS

Um elétrico chamado Amizade !!! (2)



Chegaram os 'elétricos' de meu tempo de estudante no Porto:





Terça-Feira, 20 de Setembro de 2005, 07:43
Bondes doados por Portugal são descarregados no Tecon (porto de Santos)
Via:"A Tribuna Digital"

Os três bondes doados pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, de Portugal, chegaram ao cais santista no início da manhã de ontem.
A entrega oficial será realizada hoje, às 10 horas, com a participação do prefeito João Paulo Tavares Papa, no terminal da Rodrimar, no Cais do Saboó, em Santos.
A cerimônia não será aberta ao público.
A Prefeitura anunciou que deixará os veículos à mostra, para que a população possa conhecê-los, logo que o despacho aduaneiro das cargas seja concluído.
Até ontem, o local da exposição ainda não havia sido definido.
Os veículos foram trazidos pelo navio Aliança Europa, que atracou por volta das 7h40 no Terminal de Contêineres (Tecon) da Santos Brasil, na margem esquerda do complexo, em Guarujá.
Eles vieram dentro de contêineres flatrack (contêineres que não têm o teto e as laterais), presos por correntes no piso do cofre, sobre o convés da embarcação.
Devido a sua localização a bordo, os bondes foram as primeiras cargas a serem descarregadas.
A operação de desembarque começou por volta das 8 horas e se estendeu até as 8h30.
As mercadorias foram levadas para o pátio do Tecon, de onde seriam retiradas pelo Grupo Rodrimar, que irá guardá-las em seu terminal (na margem direita, em Santos) até o término do despacho aduaneiro.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, uma cerimônia simples marcará a entrega dos três bondes ao Município.
Assim que forem incorporados ao patrimônio da Cidade, a administração estuda deixá-los à mostra por alguns dias até iniciarem as restaurações.
A recuperação dos modelos será feita nas oficinas da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), responsável pela reforma dos atuais bondes que circulam na região histórica do Município.
Um dos trabalhos da empresa será manter as cores dos veículos originais, amarelo e branco. Além disso, cada um deles ostentará em sua fachada o nome do local de origem.
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Reforma
Um dos três bondes vindos da cidade do Porto terá que ter uma minuciosa recuperação.
Já, os outros dois, em estado regular, não vão demandar grandes trabalhos.
A Administração Municipal planeja concluir a reforma nos próximos meses, antes da próxima temporada de verão (2005/2006).
A proposta é integrar os veículos à linha turística que circula pelo Centro Histórico e terá seu traçado ampliado, de 1,7 quilômetro para 5,2 quilômetros.
O aumento do percurso será feito com recursos do Fundo das Estâncias Balneárias.
A intenção da Prefeitura é buscar bondes em outros países para formar o Museu Vivo do Bonde. Já foram feitos contatos com cidades que preservam este tipo de transporte urbano, como Hamburgo (Alemanha), Milão (Itália) e São Francisco (Estados Unidos).
A importação dos bondes, do Porto para Santos, ocorreu graças ao apoio da armadora Aliança Navegação e Logística; da companhia Orey-Alemoa; do Grupo Rodrimar; do Hotel Palácio Lousã (Portugal) e do empresário Emídio Mendes; do escritório de advocacia Mehanna Khamis Associados; do empresário Geraldo Pierotti; e de A Tribuna.
A partir da união dessas firmas, a Prefeitura conseguiu trazer os veículos gratuitamente, da Europa para a América do Sul.

Portugal - Anatomia de um silêncio

Terça-feira, Setembro 20, 2005

Em Portugal não se investiga, insinua-se, em Portugal nunca há factos apenas suspeitas, também nunca há inocentes, apenas quem não foi declarado culpado.
Joaquim Vieira, jornalista conceituado, que dispensa apresentações, ex-número dois do Expresso, tem publicado na Grande Reportagem uma série de textos bastante ácidos sobre Mário Soares.
Ora a Grande Reportagem, distribuída semanalmente com o JN e DN, não é exactamente um qualquer pasquim ao nível d' O Crime, do Semanário ou um qualquer jornal de vão de escada, pelo que as reflexões de Joaquim Vieira mereceriam outra atenção.
Atente-se pois no que diz Vieira, que cita profusamente um livro - real, publicado - de Rui Mateus, personagem também real, numa série de artigos sugestivamente entitulada "O Polvo"...
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Parte 1 - publicado a 3 de Setembro de 2005, na Grande Reportagem nº 243.
Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta distingue a candidatura de Mário Soares a Belém das anteriores: surge após a edição de Contos Proibidos - Memórias de um PS desconhecido, do seu ex-companheiro de partido Rui Mateus.
O livro, que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial, veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de Soares e foi ignorado pelos poderes da República.
Em síntese, que diz Mateus?
Que, após ganhar as primeiras presidenciais, 1986, Soares fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a usar os fundos financeiros remanescentes da campanha.
Que a esse grupo competia canalizar apoios monetários antes dirigidos ao PS, tanto mais que Soares detestava quem lhe sucedeu no partido, Vítor Constâncio (um anti-soarista), e procurava uma dócil alternativa a essa liderança.
Que um dos objectivos da recolha de dinheiros era para financiar a reeleição de Soares.
Que, não podendo presidir ao grupo por razões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse amiúde com eles para orientar a estratégia das empresas, tanto em Belém como nas suas residências particulares.
Que, no exercício do seu “magistério de influência” (palavras suas noutro contexto), convocou alguns magnatas internacinais – Rupert Murdoch, Sílvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho – para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal.
Note-se que o “Presidente de todos os portugueses” não convidou os empresários a investir na economia nacional, mas apenas no seu grupo, apesar dos contribuintes suportarem despesas de estada.
Que moral tem um país para criticar Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro ou Fátima Felgueiras se acha normal uma candidatura presidencial manchada por estas revelações?
E que foi feito dos negócios do Presidente Soares?
Pela relevância do tema, ficará para próximo desenvolvimento.
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Parte 2 - publicado a 10 de Setembro de 2005, na Grande Reportagem nº 244.
A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente foi sedeada na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais António Almeida Santos, eterna ponte entre política e vida económica, Carlos Melancia, seu ex-ministro, e o próprio filho, João.
A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação de Relações Internacionais (subtraída por Soares à influência do PS após abandonar a sua liderança), as quais eram do Presidente mas de que fizera o outro fiel depositário na sua permanência em Belém – relata Mateus em Contos Proibidos.
Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro no grupo empresarial.
Diz Mateus que o Presidente queria investir nos média: daí o convite inicial para Sílvio Berlusconi (o grande senhor da TV italiana, mas ainda longe de conquistar o governo) visitar Belém.
Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento.
Soares tentou então a sorte com Rupert Murdoch, que chegou a Lisboa munido de um memorando interno sobre a associação a “amigos íntimos e apoiantes do Presidente Soares”, com vista a “garantir o controlo de interesses nos média favoráveis ao Presidente Soares e, assumimos, apoiar a sua reeleição”.
Interpôs-se porém outro magnata, Robert Maxwell, arqui-rival de Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas.
Soares daria ordem para se fazer o negócio com este.
O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais.
Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu “mensalão”.
Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em Portugal, com a adesão à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção.
Mas a ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem.
Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares.
O então Presidente ficaria aliás nervoso com a entrada em cena das autoridades judiciais – episódio a merecer análise própria.
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Parte 3 - publicado a 17 de Setembro de 2005, na Grande Reportagem nº 245.
A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco após a sua eleição e, segundo Rui Mateus em Contos Proibidos, contava “com muitas dezenas de milhares de contos “oferecidos” por (Robert) Maxwell (…), consideráveis valores oriundos do “ex-MASP” e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos.”
Ao nomear governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território administração pública e negócios privados.
Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a promessa de fabulosas receitas publicitárias.
Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como “um dos grandes vigaristas internacionais”, recua.
O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa.
O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado – tal como há semanas sucedeu noutro contexto a Manuel Alegre.
Mas antes resiste, recusando devolver as acções e esperando a reformulação do negócio.
E, quando uma empresa reclama por não ter contrapartida dos 50 mil contos (250 mil euros) pagos para obter um contrato na construção do novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio do fax a Melancia exigindo a devolução da verba.
O Governador cala-se.
Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala.
Então Mateus dá o documento a 'O Independente', daqui nascendo o “escândalo do fax de Macau”.
Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de urgência a Lisboa Almeida Santos (membro da sua comitiva) para minimizar os estragos.
Mas o processo é inevitável.
Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores.
Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de “dádiva pública”) não se destinou de facto a Melancia mas “à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse”.
Quem afinal devia ser réu?
Os factos nem parecem muito difíceis de confirmar, ou desmentir, e no entanto é mais fácil - mais confortável - ignorá-los, não se confia na justiça ou porque não se acredita que funcione em tempo útil, ou por que se tem medo que funcione, em vida, e as dúvidas, os boatos, os rumores, a 'fama' persistem.
E é assim, passo a passo, que lentamente se vai destruíndo de vez a confiança dos portugueses nas instituições.
Por incúria, por medo, por desleixo, até por arrogância, porventura de fantasmas e até... da própria sombra.
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N.A. Como adenda, e perdoem-me o sarcasmo que é preciso por as coisas no seu devido lugar, talvez conviesse meditar no generoso silêncio dedicado ao conteúdo destes artigos de Vieira, e ao livro de Mateus, por parte de alguns dos e(ste)ticistas do regime quando comparado com a, também ela generosa, campanha em curso contra alguns 'antros' 'anónimos' de pensamento livre e desalinhado... Ou, será que as coisas já evoluiram tanto, tanto, que agora só existem depois de serem tratadas em blog ?
É que a Grande Reportagem tem uma tiragem superior a 100 000 exemplares, nós ainda não...Entretanto, por essas e por outras, do Brasil até gozam...Como adenda suplementar convém frisar que o problema não é novo, ou sequer isolado, antes é estrutural e crónico.Atente-se na GALP e nas maravilhas que por lá se passa(ra)m.
No mínimo, os factos - 'estranhos' - mereceriam uma investigação apurada, judicial e jornalística, no entanto...
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Acabei de ler e transcrevo da eminente Grande Loja do Queijo Limiano , publicado por Manuel.

9/19/05

Um elétrico chamado Amizade !!!

Vindos do Porto, bondes portugueses chegam na terça-feira, dia 20 de Setembro/05.
O primeiro bonde turístico de Santos começou a funcionar em setembro de 2000, marcando o processo de revitalização do Centro Histórico.
O sucesso foi grande, tanto que outra unidade e um reboque foram restaurados e colocados para circular na linha turística.
Cinco anos depois, a Cidade ganha mais três bondes, doados à Prefeitura pelo Museu do Carro Eléctrico da Cidade do Porto (Portugal). Eles serão desembarcados na terça-feira (20), às 10 horas, no Terminal da Rodrimar (cais do Saboó), para integrar o Museu Vivo do Bonde, projeto desenvolvido pela Administração Municipal.
Os veículos portugueses serão restaurados nas oficinas da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos), por uma equipe de funcionários especializados em carpintaria, mecânica, elétrica, pintura e marcenaria.
As características originais dos bondes serão mantidas, inclusive as cores amarelo e branco. Um deles ficará exposto temporariamente na Estação do Valongo, para que o público possa conhecê-lo antes do restauro.
A vinda dos bondes foi viabilizada graças ao apoio de empresas locais, que cuidaram do transporte terrestre e aquático e do desembaraço alfandegário.
A Prefeitura mantém contato com cidades de vários países onde circulam bondes, com o objetivo de conseguir outras unidades para o Museu Vivo.
As conversações estão sendo realizadas com autoridades de São Francisco (Estados Unidos), Barcelona (Espanha), Turim (Itália) e Lisboa (Portugal), entre outras.
Via: Diário Oficial de Santos e site Oficial da PM de Santos-Brasil
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O Museu do Carro Eléctrico foi fundado em 1992 pela Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, S.A., com o objectivo de preservar e divulgar uma vasta colecção de carro eléctricos, atrelados e veículos de mercadorias de inegável valor patrimonial.
O Museu do Carro Eléctrico tem como missão preservar, conservar e interpretar, em benefício do público, espécies e artefactos ilustrativos e representativos da história e desenvolvimento dos transportes públicos urbanos sobre carris da cidade do Porto.
Através da investigação e da exposição das suas colecções, da organização de exposições e programas de índole cultural (dos quais se destacam os desfiles anuais de carros eléctricos e os ciclos de música "Noites de Massarelos") o Museu do Carro Eléctrico proporciona aos seus públicos a oportunidade de aprender, experimentar e conhecer de perto a história, o desenvolvimento e o impacto sócio-económico dos transporte públicos sobre carris da cidade do Porto.

Carro Eléctrico nº8
Carro de traçcão animal adquirido à Starbuck Car and Wagon Company of Birkenhead, pela CCFP. Este tipo de veículos circulou pela primeira vez na cidade do Porto em 15 de Maio 1872. Serviu ainda como atrelado das máquinas a vapor e eléctricos. Restaurado em 1990.
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Horário de funcionamento do Museu (Porto):
-3ª a 6ª feira das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 18h00
-Sábados, Domingos e Feriados das 15h00 às 19h00
Encerra às 2ªs feiras (pode ser visitado mediante marcação prévia).
Endereço:
Alameda Basílio Teles, 514150 - 127 Porto
Contactos:
Tel.: 22 615 8185
Fax: 22 507 1150

Katrina - Opinião !

NEGROS, ONDE ESTÃO ?

A América (e o resto do mundo) entrou em estado de choque com os pobres desalojados do Katrina. Negros, a maioria. Os jornais, as rádios, as televisões, os colunistas, os "pundits" apontam o dedo a uma pobreza americana, de raça negra, sulista, vítima da desigualdade, dos cortes orçamentais aos programas de combate à pobreza, dos cortes na Saúde e na Educação, dos cortes do welfare. Vítima do racismo e do esquecimento, da feroz desigualdade dos estados do sul, de maioria negra, em que os brancos controlam o poder económico e social. Está tudo certo, é tudo verdadeiro.

Mas, toda a gente sabe que existe uma classe média negra na América, com poderosas organizações de direitos civis. E que existe, tanto em Hollywood e Los Angeles, como em Chicago, como em Nova Iorque, um clube de milionários negros, poderosíssimos, que controlam o mercado da música rap que domina o mundo, controlam o merchandising da música rap, e controlam o mercado de raça negra consumidor desse merchandising (e não só, todos os miúdos brancos, de todo o mundo ocidental e abastado, copiaram a street fashion e os tiques dos rappers americanos).

Mas, alguém viu da parte desta gente, que se caracteriza pelo consumo conspícuo de moda de alta costura e logos, de diamantes, de roupas caríssimas, de iates e carros, de jactos privados, e de um estilo de vida ostentosos à boa maneira dos líderes africanos corruptos, alguém viu, dizia eu, um grande movimento de solidariedade e ajuda financeira aos seus irmãos negros do sul? Alguém viu P. Diddy, Lil Kim, Russell Simmons, Quincy Jones, Mary J. Blige, e os milhares de rappers milionários de Chicago e Nova Iorque e da Califórnia, fazer o que fizeram alguns actores e celebridades de Hollywood e ajudar, ou abraçar, um desgraçado que perdeu a família e os bens no Katrina?

Alguém viu o reverendo Jesse Jackson, ou Eddie Murphy, ou inefável reverendo Al Sharpton, ou mesmo os boxeurs negros e bem de vida como Mike Tyson (e de Michael Jackson e da sua família nem é bom falar) levantarem a voz e a mão num gesto altruísta? Só Oprah Winfrey o fez, e tem feito, e continua a fazer. Ela é a negra mais bem sucedida da América e a que tem maior consciência social. O resto, não existe, ou existe egocentricamente. Corruptamente.

Quando se culpa apenas a Administração Bush de tudo, e os brancos de tudo, de todo o racismo, deixa-se de lado o racismo de negros contra negros, o fosso entre ricos e pobres da mesma cor. Existe, e são poucos os que o saltam. Na América, como em África, quem menos ajuda os negros são os negros.

14-09-2005 - Clara Ferreira Alves
(Jornalista portuguesa) - via e-mail.
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Veja mais sobre o Katrina em:

9/17/05

Brasil - Novos tempos ...

Moças de fino trato - Lindas, bilíngües, com nível superior e contas bancárias recheadas, as novas garotas de programa trocam o cafetão pela internet.
Empresária de “eventos”, agenciadora de mulheres ou simplesmente cafetina, Jeany Mary Corner – a mulher que teria agenciado garotas de programa para políticos, com recursos das empresas de Marcos Valério – é a ponta do iceberg de um negócio de tamanho antártico que transformou a profissão mais antiga do mundo em uma máquina lucrativa.
Em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, entre tantas cidades, mulheres lindas, jovens, bilíngües, com diploma, roupas de grife, carro da moda e até investimentos em ações vivem o fascínio – e também o preconceito – de ser a menor distância entre homens endinheirados e seus desejos.
Em uma vida paralela, desconhecida pela família, trocam as apertadas repúblicas por flats caros e os anúncios nos jornais por sites especializados em acompanhantes de luxo, criando a figura do cafetão virtual.
Em comum, a busca por dinheiro rápido, uma organização profissional do trabalho, com regras, horários e rotinas, e um atalho tortuoso até a elite brasileira.
Alicea, 23 anos, começou na profissão este ano.
Enfermeira, pulou de um emprego num hospital público para o leito de um flat onde atende, na zona sul do Rio de Janeiro.
“Faço isso por dinheiro, nunca ganhei tanto”, conta ela, que faz um curso de inglês intensivo para atender melhor os turistas que procuram seu “tipo exportação”: mulata, bonita, 1,60 m de altura e 105 cm de quadril.
Bianca, nome de guerra da gaúcha de 21 anos, loira, 1,73 m e 63 quilos, escolheu o Rio para trabalhar.
E se deu bem.
Mora em um flat no Leblon, bairro nobre da cidade, tem carro importado na garagem, fala inglês e espanhol e cursa a segunda faculdade, de turismo; a primeira foi de comunicação.
Há dois anos, trocou a profissão de modelo por um cachê mais fácil e rápido.
“Não me considero prostituta. Para os meus clientes, sou psicóloga, orientadora sexual, mãe, amiga, massagista e guia turística”, enumera Bianca, que leva a sério essa última função.
De olho na vocação mais óbvia da cidade, criou um “pacote sexo-cultural”.
Por R$ 500, passa o dia com o cliente – começando por uma praia pela manhã, depois um tour nos principais museus da cidade e terminando com o gran finale.
Religiosa, reza antes de cada programa.
Politizada, acompanha as intempéries políticas e preocupa-se com o desaguar das denúncias que envolvem Jeany Mary e suas “recepcionistas”.
Qual a Geni da música de Chico Buarque, Bianca também tem seus princípios.
“Não deito com homem corrupto. Tenho nojo deles”, diz.
“Eu acho que as meninas de Brasília deviam boicotar esses políticos safados. O problema é que eles são bons pagadores.”
Blog – Formado por uma extensa rede clandestina que sobrevive a todos os governos, o negócio da prostituição passa hoje por mudanças significativas.
A internet revolucionou a relação das chamadas “modelos” com suas ditas empresárias.
Muitas já atuam por conta própria e contam apenas com sua agenda de contatos e anúncios em sites especializados.
A paulistana Bruna, 20 anos, por exemplo, só atende através do seu blog.
Ali, na rede, ela se agencia e compartilha com clientes e curiososo dia-a-dia de uma carreira que começou há dois anos, quando, revoltada com pais supercontroladores, fugiu de casa.
“Fingi que ia para a escola e saí andando sozinha pela cidade, com uma malinha e algumas mudas de roupa”, recorda.
“Recortei endereços de casas noturnas no jornal e fui pedir emprego lá. Não era o ideal mas deu tudo certo, graças a Deus”, completa.
Atualmente Bruna ganha cerca de R$ 5 mil por semana e divide um apê em um flat do badalado bairro de Moema, em São Paulo, com uma colega de trabalho, seu gato siamês e bonecas que coleciona da gatinha Hello Kitty.
Para ela, a vida de messalina de luxo está com os dias contados.
Até o final do ano, pretende se casar com o namorado, um ex cliente.
“Mas depender de homem, nem pensar. Vou trabalhar, mas como agenciadora de acompanhantes pela internet.”
A investida na sofisticada indústria sexual da internet é promissora.
Entre os sites especializados em encontros de luxo, está o Executivo Club, que ostenta orgulhoso uma relação que até há pouco tempo era mantida em reserva.
Na seção “capa de revista”, além da tradicional descrição cintura-busto-quadril, aparece no currículo de cada uma das meninas as revistas onde posaram para ensaios – Sexy, Ele & Ela, Playboy etc.
“Tem gente que quer menina bonita e desconhecida, olhos claros, do Sul. E tem quem prefira as famosas, mesmo que não sejam tão bonitas quanto as anônimas, só para contar para os outros”, diz um conhecido “empresário” do ramo, com um grupo de 40 modelos e outras “freelas”.
“Nada é impossível, depende só do valor. Você me diz que garota quer e eu prometo fazer o convite chegar até ela. Aí te digo: sim ou não”, conta ele.
Se a inquirida posou para revista, mas não foi capa, pode cobrar até R$ 2,5 mil por um dia de trabalho.
Se for famosa, pode pedir até R$ 10 mil.
Nos eventos – A maioria dessas garotas de programa faz faculdade ou já se formou, muitas são de famílias de classe média e em quase todos os casos os pais não sabem o que fazem – para eles, elas, no máximo, “trabalham com eventos”.
A faixa etária vai de 20 a 30 anos.
“Elas querem dinheiro rápido. Mas não é fácil, como dizem. É o pior dinheiro que existe”, afirma uma empresária do setor, que foge dos holofotes como vampiro da luz.
“A sociedade é hipócrita e falsa. Só existe um monte de garotas de programa porque existe um monte de clientes”, diz ela. “Todo mundo pode fazer parte do esquema. A garota do lado, a menina do shopping, a secretária do chefe, a boazuda da praia”, aponta outra empresária – “aposentada”, mas antenada com o mercado.
Analisando a crise provocada quando o senador Demóstenes Torres (PFL-GO) colocou o nome de Jeany Mary na roda, ela diz que Brasília “está de quarentena” esperando as coisas esfriarem. O foco voltou-se para São Paulo, considerada a meca do setor.
“É a cidade onde existem eventos o ano inteiro”, explica.
Para Elisiane Pasini, da ONG Themis Estudos de Gênero, a existência de prostitutas de luxo só evidencia que as diferenças sociais também dividem essas profissionais.
“As acompanhantes de luxo não se entendem como prostitutas e não admitem ser comparadas com as colegas que se vendem nas ruas”, explica Elisiane, doutora em ciências sociais pela Unicamp.
“Atender na rua é inadmissível, fim de linha”, dizem.
Como toda pretty woman, sonham se apaixonar, casar e ter filhos.
“Não sou garota de programa, estou garota de programa”, recita uma delas, repetindo o clichê.
É difícil, mas não impossível.
Um empresário do ramo conta que uma vez apresentou uma moça a um empresário português. Ele, recém-separado. Ela, no primeiro trabalho. Os dois se apaixonaram e vivem felizes para sempre – ou pelo menos até o fechamento dessa edição...
Por: Juliana Vilas e Ricardo Miranda

Montepuez de novo - Futebol - Desta feita o 'assalto' dos leões...

KHOMALA! - Por Vasco Fenita

TUDO A POSTOS PARA O "ASSALTO" DOS "LEÕES" DE NAMPULA A MONTEPUEZ !
-Governo Provincial disponibiliza quatro autocarros


Pode-se afirmar, sem rebuço, que está tudo a postos ("au point", como diria "monsieur" La Palisse) para a concretização do propalado "assalto" do Sporting de Nampula a Montepuez , no próximo domingo, afim de defrontar a coriácea equipa do Atlético local, em cartada derradeira e decisiva para a sua ansiada ascensão ao Moçambola.
Com efeito, os "leões" da capital do norte estão a rodear das necessárias cautelas e ao mais ínfimo pormenor a sua deslocação à terra do mármore.
Porque têm consciência plena dos seus eventuais riscos. Não exactamente pela capacidade intrínseca do opositor, que é reconhecida e relativamente modesta. Mas, decorrente, sobretudo, da precariedade do piso e exiguidade das dimensões do campo em que a contenda se irá dirimir, para além da propalada hipótese de interferências estranhas ( sumamente interessadas num possível descalabro sportinguista), que não regateiam chorudos matabichos aos componentes do Atlético de Montepuez, caso consigam a façanha (teoricamente impossível) de emudecer o rugido tonitruante dos "leões" de Nampula.
Pois, o Sporting está decididamente empenhado em não desperdiçar tão soberana ocasião que se
lhe oferece de, em Montepuez, se apossar do almejado "passaporte" que lhe outorgará o direito (legítimo, convenhamos) de reascender ao escalão cimeiro do futebol nacional.
Por seu turno, sensível às aspirações da agremiação da província
de sua jurisdição, o governador de Nampula, Filipe Paúnde, disponibilizou quatro autocarros para transportar os membros da claque leonina ao programado préstito festivo à Montepuez. Cujas inscrições estão já a decorrer, ao preço simbólico de cem contos, ida e volta, (para custear a aquisição de combustíveis e lubrificantes), na sede da agremiação.
De onde também está agendada, para às cinco horas de domingo próximo (dia 25), a partida para Montepuez, prevendo-se que o regresso desta cidade ocorra meia hora depois do término do desafio.
A consumar-se o facto, uma gigantesca onda verde invadirá, no dia aprazado para o sensacional
prélio, aquela jovem cidade, que, de certeza, não terá mãos a medir para acolher tão inusitada avalancha de gente que ali acorrerá.
Será, em boa verdade, o exercício de uma festa prenhe de cambiantes que apenas o chamado desporto-rei pode proporcionar.
E esperemos que a enorme expectativa que crepita no seio dos
séquitos sportinguistas seja coroada de pleno êxito. Pois que seria profundamente pungente que, com a praia já à vista, ocorresse um constrangedor naufrágio... Recorde-se que, para atingir o seu desiderato, o Sporting depende de si próprio e, portanto, necessita apenas de conservar intacta a vantagem pontual que desfruta sobre o Desportivo de Nacala. O que equivale a dizer que os nampulenses não deverão tropeçar, de modo algum, em Montepuez.
Uma derrota ou mesmo um empate significaria um descalabro de irredutível consequência. Em face do (logicamente) previsível triunfo dos nacalenses ante os seus homónimos de Angoche (com quem se confrontam no mesmo domingo), que perfilam, muito atentos, na peugada).

Via: Wamphula Fax - Sexta- feira, 16 de Setembro de 2005
ANO III * Número 398

Também em Montepuez...II

Montepuez retoma actividade normal - 2005/09/16

A cidade de Montepuez, na província de Cabo Delgado, voltou ontem á actividade normal, depois do falso alarme de quarta-feira que ditou o encerramento total dos serviços públicos e privados e, consequente, saída dos munícipes para lugares considerados mais seguros.
O boato, lançado por indivíduos desconhecidos, dava a entender que o dia seria marcado por uma onda de manifestações dos militantes e simpatizantes da Renamo em solidariedade para com os seus correligionários da vila de Mocímboa da Praia.
Ontem, as instituições abriram as suas portas para o atendimento ao público.
Os munícipes, muito embora sorrateiramente, retomaram as suas actividades, algo vigilantes para pôr cobro a toda e qualquer tentativa de perturbação da ordem e tranquilidade públicas.
A Polícia ainda não conseguiu descobrir a proveniência do falso alarme, que levou a que alguns oportunistas se aproveitassem para invadir e pulhar o mercado municipal, desaparecendo depois para lugar incerto.
A corporação, em colaboração com a população, continua a envidar esforços com vista á neutralização do grupo e consequente entrega á justiça...

Fonte: NOTÍCIAS
Artigos relacionados:
Boato paralisa cidade de Montepuez (2005/09/15)
Via: Imensis

9/16/05

Orfeão Universitário do Porto III...



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O santista (como eu) pôde assistir com muito agrado e aclamação, nesta quinta-feira (dia 15 de Setembro de 2005), às 18h30, à apresentação do Orfeão Universitário do Porto (conforme referimos nos dois "posts" abaixo) que veio ao Brasil para uma turnê durante este mês.
A primeira parte do espetáculo, mais erudita, foi composta pelo coro clássico do OUP.
Na sequência, o público fez uma viagem pelos pontos característicos de Portugal, com os grupos de danças e cantos regionais.
Na parte final da apresentação subiram ao palco os grupos de fado e as tunas.
O Orfeão foi criado em Março de 1912, cerca de um ano após a fundação da Universidade do Porto, por um grupo de estudantes.
No final da década de 30, passou por uma reformulação sendo o primeiro coral universitário a apresentar naipes femininos.
Desde 1973, o orfeão tem como regente artístico o maestro Mário Mateus.
Atualmente, o OUP é integrado por aproximadamente 200 estudantes das várias faculdades da Universidade do Porto.
Além do Brasil, o OUP já se apresentou nos Estados Unidos, Venezuela, África do Sul, Moçambique, Angola, Cabo Verde e diversos países da Europa e Ásia entre outros.
Visite o site oficial do Orfeão Universitário do Porto

Orfeão Universitário do Porto II...



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Damas do Porto

Oh gentis Damas do Porto
Olhitos de violeta
Hei-de levar-vos comigo
Envoltas na capa preta

Por olhar os vossos olhos
Dera da vida a metade
Por um riso dera a vida
Por beijo a eternidade

Via site oficial do Orfeão Universitário do Porto

Orfeão Universitário do Porto...

Estão no Brasil desde o início de Setembro e chegaram a Santos esbanjando o calor generoso de seus jovens corações lusitanos.
Fui vê-los esta tarde (15 de Setembro) no Centro Português.
Com alegria e sentimento falaram e cantaram nossas raízes, levaram-nos ao Douro, a Lisboa e ao fado, à Coimbra das tunas estudantis. Encantaram-nos com o folclore do nordeste transmontano, mostraram o Alentejo e o Minho, traduziram a palavra saudade e ainda nos ensinaram a emoção do adeus na hora da despedida...Foram afinal, por algumas horas que nem sabemos como agradecer ou retribuir, mestres generosos e pacientes que nos abraçaram e ensinaram a reviver, deste lado do mar, o Portugal inesquecível de onde um dia, partimos!
Que regressem felizes ao nosso Porto e ao rincão natal...e voltem sempre ou um dia, já doutores !
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9/15/05

Pemba - Ainda o caso do empresário de madeiras português...


Moçambique: Juíza ameaça processar empresário português - 2005/09/15 16:20 via "Portugal Diário"

«Esse senhor está a mentir descaradamente, a provocar danos pessoais na magistratura de Cabo Delgado»

A juíza Irundina de Lurdes, de Cabo Delgado, norte de Moçambique, desmentiu hoje as acusações de corrupção feitas pelo empresário português Costa Oliveira, detido durante 11 dias naquela região, e ameaçou processá-lo "se não provar o que diz".
"Esse senhor está a mentir descaradamente, a provocar danos pessoais na magistratura de Cabo Delgado e tem que apresentar provas do que diz, se não leva com uma acção", disse a juíza, acusada por Costa Oliveira de ter recebido 10 mil dólares de luvas para a sua libertação.
"Mas quem recebeu esse dinheiro?
Ele tem que provar que entregou o dinheiro, a quem, onde, como.
Não basta acusar", disse Irundina à Agência Lusa, em declarações feitas por telefone.
Amadeu Costa Oliveira, sócio-gerente da maior serração de Moçambique, acusou o poder judicial de Cabo Delgado e grupos madeireiros rivais de terem montado uma cabala para a sua prisão, a 26 de Agosto último, sob a acusação de burla e de dívidas.
O empresário diz que foi coagido a pagar 10 mil dólares "na residência de uma magistrada", ficando como penhora um veículo até ao pagamento da segunda metade da quantia.
Segundo a juíza, para ser solto, Costa Oliveira pagou uma fiança de 45 milhões de meticais (cerca de 1.500 euros), e comprometeu-se a pagar "no dia seguinte a caução económica no valor de 60.000 dólares norte-americanos" (cerca de 50.000 euros).
"Esta última não pagou. Como era véspera de feriado (de 07 de Setembro, Acordos de Lusaca), ele disse que tinha que ter tempo para reunir o dinheiro e, entretanto, desapareceu.
Eu queria saber como é que ele saiu do país se o seu passaporte continua aqui retido", disse a magistrada.
Confrontado pela Lusa com as declarações da juíza, o empresário português diz que esta "mente descaradamente" e garante que tem o passaporte consigo, documento que "nunca esteve retido".
"A única coisa que está retida pelas autoridades judiciais de Cabo Delgado é o meu telemóvel.
Já entregámos um requerimento à juíza para que o telemóvel fosse devolvido, mas ainda não houve resposta", assegurou Costa Oliveira.
Em relação à ameaça da juíza Irundina de Lurdes de que o vai processar caso não apresente provas das acusações de corrupção, o empresário afirma que "a seu devido tempo" vai apresentá-las, escusando-se a fazer outros comentários.
Em conferência de imprensa hoje em Lisboa, Costa Oliveira explicou toda a situação e adiantou que vai efectuar "diligências junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros português para que "insista com as autoridades moçambicanas numa explicação por parte do sistema judicial" do motivo por que foi preso, esteve detido 11 dias e depois libertado.
O empresário falou hoje aos jornalistas na presença de João Paulo Torres, seu sócio na empresa Macaloe, que confirmou o pagamento de 10.000 dólares à juíza de Cabo Delgado, bem como a operação da entrega de uma segunda tranche no mesmo valor, conforme combinado com o Procurador- Geral, para um flagrante delito, mas que "acabou por falhar".
Entretanto, o procurador-geral da República de Moçambique (PGR), Joaquim Madeira, corrigiu hoje declarações iniciais feitas à Lusa, admitindo que manteve uma reunião com o empresário português, no seu gabinete em Maputo.
Numa primeira abordagem, o PGR afirmou desconhecer o processo, acrescentando que o empresário o estaria a confundir com outra pessoa, quando revelou que Joaquim Madeira participou numa operação para tentar apanhar em flagrante os recebedores da segunda tranche de 10 mil dólares exigidas como luvas a Costa Oliveira para a sua libertação.
Depois destas declarações, o envolvimento do PGR foi confirmado à Lusa por Augusto de Carvalho, ex-director do semanário português Expresso, que afirmou ter alertado Madeira "para a situação de corrupção" denunciada.