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1/26/09

Ecos da imprensa lusa - SAÚDE: A Grande Mentira de Sócrates!

Enquanto em Portugal o sr. primeiro ministro faz propaganda televisiva e não só, repetitiva, chata, quase diária, pouco convincente e pacientes/beneficiários do sistema de saúde português lutam contra o desmantelamento do aparelho de saúde pública enfrentando com sofrimento a "ferrugem" burocratica de um sistema ineficiente, mau e atrasado pagador em comparticipações devidas, ativistas, reunidos em Belém-Brasil no Fórum Social Mundial da Saúde (FSMS), valorizam, acarinham e defendem que o SUS (Sistema Ùnico de Saúde) esteja mais próximo da população e seja considerado patrimônio da humanidade.

Segundo o ministro da saúde brasileiro "essa é a primeira vez que uma política pública será patrimônio da humanidade. É uma iniciativa dos movimentos populares e acho importante pela abrangência do SUS e pelo fato de que ele atende indistintamente todas as etinas, todas as nacionalidades que vivem no Brasil”, afirmou Temporão."

Entretanto, a mídia/imprensa lusa, com raras exceções que se contam pelos dedos, quase sempre discreta, gentil, pouco contestadora ou exigente a respeito, descreve hoje via "Distrito On Line - Informação Regional de Setúbal", em opinião do médico Pedro Correia Azevedo, o que realmente acontece no país governado pelo sr. Socrates quanto a Saúde que deveria ser pública, mas cada vez mais se transforma em "privada", para quem pode sim senhor!:

""A Grande Mentira de Sócrates - Vivemos um período de recessão, atraso de crescimento, dificuldades económicas… o que seja… ao povo português interessa o simples conceito de dificuldade em subsistir!

Para falar verdade, vivemos há tempo demais neste quadro negativo de relação social e estamos cansados de um discurso optimista de espera constante em que o pote de ouro no fim do arco-íris nunca mais é alcançado! Este tema domina as conversas de café, as tertúlias familiares à hora de jantar, as trocas de impressões entre colegas de trabalho… e toca todos os sectores da sociedade – dos mais abastados àqueles com maiores dificuldades. Urge a necessidade de resolução como se de uma inspiração profunda necessitássemos para nos sentirmos confortados depois do esforço realizado.

Na Saúde o panorama não é distinto. A falta de meios, que é tradução da falta de dinheiro e de vontade política, levou a um estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que já não consegue responder de forma satisfatória às necessidades da população.

Caso paradigmático de discussão acesa e opiniões fervorosas é a suposta falta de médicos em Portugal! Convictamente vos digo que Portugal tem 3,4 médicos por mil habitantes, enquanto a média da União Europeia é 3,2 médicos por mil habitantes – o nosso problema não está na falta de profissionais médicos no sector, mas na sua distribuição por especialidade e por área geográfica. Isto para não falar na redução dos incentivos para a realização da actividade e de algumas medidas castradoras dessa actividade enquanto Ciência que motivam muitos médicos a abandonar o SNS e a dedicarem-se à actividade privada.

Neste contexto volto a tocar naquilo que realmente interessa à população: os Cuidados Primários (vulgo, centros de saúde) – sendo a primeira face de abordagem da pessoa doente e da pessoa que busca aconselhamento médico!

Nesta área de acção, o nosso Primeiro-Ministro anunciou no último debate quinzenal, na Assembleia da República, a contratação de mais 250 novos médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF, vulgo médicos de família), para colmatar algumas falhas nos Cuidados Primários!

Mentira!

Interessa perceber como funciona a formação pós-graduada de um médico que siga a carreira de MGF para entender a falta de verdade: findo o curso de Medicina, um médico passa por um ano de formação generalistas (Internato do Ano Comum, semelhante ao antigo Internato Geral) e depois por 5 anos de formação específica (Internato da Especialidade, semelhante ao antigo Internato Complementar), integrando à posterior o SNS já como especialista. Quer isto dizer que os 250 novos médicos de MGF, que José Sócrates diz ter contratado, são 250 médicos licenciados em Medicina em 2002, tendo realizado a formação generalista em 2003 e a formação específica entre 2004 e 2008 – no fim deste processo não lhes restava grande opção a não ser serem contratados para trabalharem numa unidade de Cuidados Primários.

Em todo o caso, o anúncio foi feto como se de uma grande medida se tratasse – se em teoria estes 250 profissionais fossem todos colocados na área da Administração Regional de Saúde de Lisboa de Vale do Tejo (ARS-LVT), não resolveriam nem metade dos problemas aí existentes.

A juntar a isto, o actual método de reestruturação dos Cuidados Primários começa a levar à ruptura de muitas unidades. Em traços gerais, apesar de em teoria a criação das Unidades de Saúde Familiares (USF’s) parecer em tudo positiva, acontece que os utentes não abrangidos pelas USF’s continuam a acumular-se nas antigas e tradicionais extensões dos Centros de Saúde que ainda não aderiram a essa reforma – o que assusta, é que mesmo que aderissem, muitos seriam os utentes que ficariam sem médico de família e sem apoio por parte das unidades, agravando a situação em que vivemos. No mesmo agrupamento de Centro de Saúde assistimos a realidades tão distintas como a Lapa e o Biafra! Urgem novas medidas mais coerentes com a realidade! Estas reformas não se coadunam com longos tempos de espera!

Para vos deixar um exemplo prático: no Agrupamento de Centros de Saúde de Almada/Costa de Caparica/Cova da Piedade existem 17 unidades, das quais 5 são USF’s e 12 funcionam ainda à moda antiga, algumas num molde antigo muito mau!

Lanço com isto a verdade para a discussão! É preciso mobilizar a Sociedade Civil para esta problemática.

Assim tenhamos todos opinião!""
- Pedro Correia Azevedo - 2009-01-26.

  • Alguns post's deste blogue que falam sobre "Saúde pública em Portugal" - Aqui!

1/11/08

SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...IV

O drama ou tragédia que vivem milhares de portugueses atingidos com o encerramento das "urgências hospitalares" é danoso, preocupante e desperta sentimento de revolta para com os "artífices" de tal requalificação desastrosa de serviços de saúde em Portugal.
As notícias vão chegando via net e falam até em situação desesperante.
O "Portugal Diário" (edição eletrónica) em reportagem de Anadia a Vila Real, onde o senhor António Correia de Campos arremeteu em força com o encerramento de urgências sem antes providenciar alternativas, diz que "a população fala em situação «desesperante», não entende as razões da mudança e já não sabe a quem recorrer em caso de emergência."
E continua: "O desabafo foi lançado por um grupo de pessoas que aguardava pacientemente pelo familiar junto às urgências do Hospital de Vila Real.
Vindos de Chaves, tiveram de percorrer 60 quilómetros para resolver uma emergência, quando tinham à distância de 20 quilómetros, em Verín, um serviço que poderia resolver-lhes o problema:
«Se no Alentejo vão a Badajoz, nós também deveríamos aproveitar e ir a Espanha».
A requalificação dos serviços de urgência em Portugal está a causar polémica, com o ministro Correia de Campos a seguir as indicações dos peritos e os doentes a sentirem o seu impacto sem que haja uma real comunicação com as populações.
No terreno, sente-se apenas a reacção e não a acção.
Sabe-se o que vai fechar, não se conhecem as alternativas.
À porta das antigas urgências, como acontece em Peso da Régua ou Anadia, surge agora um aviso: em caso de urgência ligue para 808 24 24 24 (linha Saúde 24) ou 112.
Na realidade, as pessoas queixam-se, necessáriamente pela falta de informação, talvez pela falta de habituação, quase sempre pelas longas deslocações, pelo cansaço acumulado.
O Hospital de Vila Real acaba por ser um exemplo de aglutinação, pois passa a receber cada vez mais pacientes.
Numa noite, que não precisa de ser muito agitada, é usual ver chegar ambulâncias de sítios tão díspares como Chaves, Santa Marta de Penaguião, Alijó ou Lamego... ..."(e o restante da reportagem continua aqui).
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E eu acrescento:
Em suma, boa reportagem expondo a realidade.
Entretanto vem a público muita conversa-fiada por parte de "responsáveis" que tentam simplificar e justificar esta tragédia lusa como se fosse possível "cobrir o sol com uma peneira".
De minha parte repito aqui a vivência dolorosa de familiares em Portugal que, por e-mail, detalham a realidade lamentável acontecida em Vila Real-emergência há poucos dias:
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""""Todos temos de reclamar, de falar até que nos ouçam !!!!
Conto o que se passou dia 4 de Janeiro último, no hospital de Vila Real:
- Por volta das 18h30 da tarde a nossa Mãe sentiu-se mal em casa na Régua.
- Liguei de imediato para o 112 e eles demoraram cerca de 10 minutos.
- Os bombeiros que atenderam ao chamado perderam imenso tempo à procura do equipamento médico para emergências que não encontravam e que teriam de usar com a nossa doente...Falta de hábito ?... Depois telefonaram, porque a isso são obrigados, não sei para quem, a questionar para onde levar a paciente. Mais tempo perdido e eu desesperada a desatinar...Decidem então que vai para o Hospital de Vila Real.
- Deu entrada às 20horas. Uma hora e meia após o pedido de "socorro emergêncial".
- Quando chegou ao hospital não tinha maca para ficar já que o mesmo hospital estava a "estourar pelas custuras".
- Como os bombeiros não a podiam deixar no chão tiveram que aguardar que liberassem uma maca para a deitar. O que aconteceu um longa hora depois quando voltaram à Regua para atender outras emergências.
- A Mãe deu entrada no hospital como caso urgente mas, até ser vista por um enfermeiro quando deveria ser atendida por um médico, demorou mais de uma hora. Nessa noite malfadada do dia 4 de janeiro chegavam constantemente ambulâncias de todas as partes e o hospital "explodia" de doentes.
- Por volta das 22 horas (três horas e meia depois que chamei os serviços de emergência) finalmente é vista por um médico que manda fazer alguns exames.
- Às 23 horas (quatro horas e meia depois que chamei os serviços de emergência) faz os exames ao sangue. Mais tarde um raio x. E a espera na sala da urgência era horrível com montes de pessoas doentes. A maior parte idosos... Não imagina o corredor repleto doentes a passar mal. No ar um cheiro forte, enjoativo que me fez sentir mal.
- Entretanto a espera continuava... De tempos em tempo perguntavamos o que se passava com nossa Mãe e ninguém dizia nada. Só que tinhamos que aguardar.
- O tempo passou e cerca das 04h30 da madrugada (dez horas depois que chamei os serviços de emergência) o segurança veio informar que a nossa Mãe doente tinha de ficar "internada" para observação, naquele corredor de hospital sem condições e a abarrotar de doentes.
Nesse tempo todo de espera não apareceu um médico para nos informar o que se passava com nossa Mãe. Só a boa-vontade de um leigo em saúde - o segurança - é que esclareceu por dó, algumas de nossas interrogações.
- Na manhã de sábado, dia 5, às 9h00 (quatorze horas e meia depois que chamei os serviços de emergência) fomos informados pelo hospital que a Mãe tivera alta e, quando lá cheguei para indagar ao médico o mal que a acometera não o localizaram. Não consegui falar com ele. Um enfermeiro, a meu pedido, pegou os papéis que estavam sobre a Mãe e informou lacónicamente que teria sido um mal súbito...!!!
...Traumatizante. Deus permita não tenha de usar a "emergência" tão cedo.""""
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Necessários mais comentários ?
É este o "retrato" do atual sistema de saúde em Portugal.
Não dá para ficar calado.
Magoa, revolta, preocupa.
Entre outras coisas é muita falta de respeito para com o cidadão comum, limitado económicamente e dependente desses serviços públicos sociais. Porque, repito, se fosse a digníssima Mãe do senhor Sócrates ou de outro ministro, não passaria certamente, como a Mãe cidadã anónima e comum passou, por uma qualquer emergência hospitalar fria, desprovida de condições de atendimento e de bem cuidar dos doentes, distante de sua casa, neste Portugal interiorano...!
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Post's anteriores:
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 1 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 2 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 33 !

Leia também:

  • Requalificação das urgências ainda por cumprir - aqui !
  • O que fazer em caso de emergência ? - aqui !
  • Ministro não cumpre plano para as urgências. - aqui !
  • Algumas imagens - aqui !

1/09/08

SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...III

A jornalista Paula Góes da Global Voices OnLine, repercute de Londres o ForEver Pemba e o "sistema de saúde em Portugal-Vila Real" - Aqui !
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Global Voices Online é uma iniciativa sem fins lucrativos do projeto “global citizens' media” criado pelo Centro Berkman para Internet e Sociedade da Escola de Direito de Harvard, uma incubadora de pesquisa focada no impacto da Internet na sociedade.
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O lema da Global Voices:
O MUNDO ESTÁ FALANDO. VOCÊ ESTÁ OUVINDO ?
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1/08/08

SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...II

(Imagem original daqui)
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Resumo de uma sexta-feira (dia 4-janeiro-2008) à noite no hospital do Lordelo em Vila Real - Portugal - Europa - Primeiro Mundo, ou "flagrantes da vida real" de um hospital em Portugal:
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Cena Primeira - Porque fecharam as emergências hospitalares na cidade da Régua, chega uma ambulância daquela cidade a Vila Real - Hospital do Lordelo, com uma Mãe de 83 anos (que não é a digníssima Mãe do Senhor Sócrates nem de nenhum ministro) doente, vomitando, passando mal e que precisa de cuidados hospitalares.
Embora a Mãe (que não é a digníssima Mãe do Senhor Sócrates nem de nenhum ministro) tenha de ser internada, não há quartos vagos nem macas disponíveis.
É atendida na própria maca da ambulância, no corredor da emergência onde fica retida, isolada dos familiares que a acompanham impedidos de ficar a seu lado por normas internas do hospital.
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Cena Segunda - Outras ambulâncias chegam continuamente ao hospital do Lordelo em Vila Real, vindos de outras cidades do norte de Portugal que ficaram, por determinação do governo, sem os serviços de emergência.
Os doentes vão-se acumulando nos corredores da emergência.
São atendidos, consoante surge disponibilidade de escassos, perante a demanda, enfermeiros e médicos de plantão que tentam superar sem resultado o caos em que está sendo lançado o serviço de saúde em Portugal.
E vão ficando a Mãe de 83 anos (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates nem de nenhum ministro) e os doentes, por lá, jogados nos corredores da emergência do hospital do Lordelo de Vila Real, aguardando a demorada vez de receberem cuidados médicos, um quarto que vague, uma cama na enfermaria que fique disponível ou uma maca do próprio hospital que não aparece.
Não fossem as macas das próprias ambulâncias em que chegaram, teriam de ficar deitados no chão dos corredores do hospital.
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Cena Terceira - Sete longas horas depois, já de madrugada, chegam finalmente os exames (análises) da Mãe (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates...etç., etç.) confirmando, acreditem, a necessidade de internação no corredor do hospital, já que não há disponibilidade de quartos nem enfermarias vagas.
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Cena Quarta - Os familiares são aconselhados a voltar para casa na Régua, porque não lhes é permitido o acesso à Mãe (que não é a digníssima Mãe do Senhor Sócrates...etç., etç.) deitada com seus 83 anos, numa maca há mais de sete horas e "internada" num corredor do hospital do Lordelo em Vila Real na madrugada do dia 5 de janeiro de 2008 - sábado.
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Cena Quinta - Sábado, dia 5 de janeiro de 2008 -Em casa na Régua, preocupados, cansados e sem dormir, às 10 horas da manhã, os familiares da Mãe (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates...etç. etç.) são avisados (porque telefonaram para o hospital) que podem voltar a Vila Real para buscar a paciente já em alta do hospital do Lordelo em Vila Real.
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Cena Sexta - Correm para Vila Real, que fica a uns 25 Kms. da Régua e providenciam o regresso da Mãe (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates...etç., etç.) ao aconchego do lar e da Família na Régua, transportando-a penosamente em carro comum particular, porque se pretendessem utilizar uma ambulância dos serviços hospitalares, adquirida pelo governo do senhor Sócrates com recursos monetários dos impostos que o cidadão comum paga, teriam de "contribuir" com a taxa obrigatória de trinta e poucos euros...
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Cena Final - Felizmente a Mãe (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates...etç., etç.) melhorou e está a recuperar as energias em casa, acarinhada por filho e netos.
E continua tentando viver, preocupada e preocupando-nos com a possibilidade de vivenciar tão lamentável experiência em nova emergência de saúde que a obrigue a ficar internada, deitada numa maca, num corredor frio de qualquer hospital distante da Régua, em sua pátria - Portugal!
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E acrescento
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O sangue transmontano é assim, rijo, estóico, teimoso.
Não quer morrer.
Resiste, luta, mesmo abandonado criminosamente por quem é eleito para melhorar a qualidade de vida da nação portuguesa, mesmo na humildade de suas possibilidades económicas que não lhe permitem usufruir nem ingressar no lucrativo mercado privado de saúde, mesmo quando grande parte da mídia lusitana se cala e aceita servil as aberrações que vão acontecendo no país Portugal.
É inaceitável o que está a acontecer em Portugal.
Para não dizer vergonhoso.
As "cenas" que coloco acima, são reais, aconteceram, estão a acontecer diáriamente e vão-se ampliando gravemente por todo o Portugal.
A saúde da nação portuguesa, principalmente da população humilde, pobre está a ser jogada na lama.
Não é um bem de consumo como outro qualquer.
Está agregada á vida humana e a qualidade dessa vida depende da facilidade de acesso, dos predicados dos serviços de saúde e, fundamentalmente, de infraestruturas modernas, funcionais, que se multipliquem apetrechadas de equipamentos novos e profissionais atualizados, dedicados, competentes, com espírito de missão.
A necessidade de serviços de saúde cresce na mesma proporção das privações sofridas no tempo pelo cidadão português (e não só) e quanto menor foi a possibilidade de acesso a cuidados de saúde ao longo da vida.
Não se pode ECONOMIZAR em saúde. Principalmente com a saúde da NAÇÃO.
Isso de dizer que “quem quiser saúde que a pague” não só contraria o que se encontra estabelecido na Constituição da República Portuguesa que dispõe “que todos têm direito à protecção da saúde” (artº 64, nº1), e não apenas aqueles que têm dinheiro para a pagar, sendo este direito garantido “através do serviço nacional de saúde universal e geral…tendencialmente gratuito” (artº 64, nº2, alínea a da Constituição da República).
Repetindo, o principio de “quem quiser saúde que a pague” que alguns defendem é não só contrário ao que estabelece a nossa Constituição mas também ao respeito que deverão merecer o ser humano e as Mães, Irmãos, Família, Amigos e conterrâneos de todos nós!
E também porque a maioria da Nação Portuguesa não aufere salário nem prerrogativas de ministro que permitam suportar o custo de consultas médicas e serviços de saúde privados...de primeiro-mundo!
Há que criar, inaugurar cada vez mais e mais Unidades de Saúde. Fechar, encerrar Unidades de Saúde demonstra escassez de clarividência e crueldade social!
  • Visite aqui a cidade de Peso da Régua, a cidade que ficou sem Hospital por determinação do Governo - aqui !

1/02/08

Portugal-SAÚDE-Como não é a Digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...

(Imagem original daqui)
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Em 24 de Abril de 2007 a agência "Lusa" divulgava:
  • "Portugal ofereceu estádio à cidade palestiniana de Al-Kahder - O novo Estádio Internacional da cidade de Al-Kahder, nos arredores de Belém, Cisjordânia, cuja construção foi financiada por Portugal, através do Instituto Português de Cooperação para o Desenvolvimento (IPAD), vai ser inaugurado segunda-feira.
    O recinto, uma oferta de Portugal aos desportistas palestinianos cuja construção custou dois milhões de dólares, tem capacidade para 6.000 espectadores, é certificado pela FIFA e dispõe de piso sintético e iluminação.
    A cerimónia de inauguração, que tem o alto patrocínio do presidente Mahmoud Abbas, abrirá com uma marcha de escuteiros locais, conduzindo as bandeiras de Portugal e da Palestina, e a execução dos respectivos hinos nacionais.
    Na cerimónia discursarão a ministra do Turismo, Khouloud Daibes, em representação do Presidente, Jorge Torres Pereira, representante de Portugal junto da Autoridade Nacional Palestiniana, em nome do Governo português e do IPAD, e o presidente da Câmara de Al- Khader, Adnan Sbeih.
    Segundo informações obtidas pela Agência Lusa, Portugal irá oferecer camisolas dos jogadores Cristiano Ronaldo, Deco e Quaresma, que serão expostas numa sala do estádio Al-Khader.
    Os organizadores estão a envidar esforços para a obtenção de mensagens vídeo de Luís Figo, Cristiano Ronaldo, José Mourinho e Luís Filipe Scolari, para serem difundidas durante a cerimónia.
    Segundo o representante diplomático de Portugal, estas "seriam naturalmente, mensagens de apoio às esperanças e às alegrias bem conhecidas dos praticantes e adeptos do futebol e representariam mais uma forma de passar uma mensagem de paz à juventude palestiniana, na língua internacional, que é o desporto".
    Após a cerimónia inaugural, vai disputar-se um jogo entre a equipa local Al-Khader, reforçada com os melhores jogadores palestinianos, e a equipa Maccabi Akhi Natsrat (Nazareth), uma equipa da primeira divisão israelita, que integra jogadores árabes e judeus.
    Khalil Shahwan, director do Departamento de Juventude e Desportos de Belém, agradeceu, em entrevista publicada hoje pelo diário El-Quds, à "nação amiga portuguesa" pela sua importante contribuição, esperando que esta sirva de exemplo a outros países, para que ajudem o povo palestiniano a realizar as suas necessidades."
- Bonito...politicamente correto. Ficaram todos bem na fotografia!
Entretanto, "rondando" a net, encontrei e transcrevo com a preocupação e angustia de quem vê parentes Queridos, em Portugal, sofrerem as vicissitudes da incompetência, da frieza, da falta de sensibilidade humana demonstrada por quem governa Portugal e com as revolta e repulsa que voto a determinados políticos que, do alto de seus pedestais de vidro, olham para os mais humildes como seres insignificantes:
  • Blog "Eu Jornalista" - "O novo estádio da cidade de Al-Kahder, nos arredores de Belém, na Cisjordânia, cuja construção foi financiada por Portugal, através do Instituto Português de Cooperação para o Desenvolvimento, vai ser inaugurado na próxima segunda-feira... ... ... Já fechámos urgências, maternidades, centros de saúde e escolas primárias, mas oferecemos um estádio à Palestina. Devíamos fechar o Hospital de Santa Maria e oferecer um pavilhão multiusos ao Afeganistão. A seguir fechávamos a cidade Universitária e oferecíamos um complexo olímpico (também com estádio) à Somália e por último fechávamos a Assembleia da República e oferecíamos os nossos políticos aos crocodilos do Nilo."

Pois é...digo eu para fechar: Não é a digníssima Mãe desses senhores que carece de proteção hospitalar decente e próxima em caso de emergência. Residem em templos repletos de benesses sociais e cívicas exclusivas, com o padre de plantão ao pé do altar... E, se assim não acontecer, qualquer avião particular ou helicóptero será solução imediata e rápida que os levará para os melhores centros hospitalares, quem sabe além fronteiras ou até à vizinha Espanha. O "resto", que aguente e pague a ambulância e os impostos ! ...ou morra !