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5/18/07

TEMPLOS E ESPAÇOS SAGRADOS DAS ILHAS DE QUERIMBA - Parte 2.

-->Continuação

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Autor - Carlos Lopes Bento.
Mais trabalhos de Carlos Lopes Bento aqui:
http://br.geocities.com/quirimbaspemba/

MEMÓRIAS DAS ILHAS DE QUERIMBA.TEMPLOS E ESPAÇOS SAGRADOS DAS ILHAS DE QUERIMBA.
ACHEGAS PARA O SEU ESTUDO.
2- CEMITÉRIOS
Começarei pelos locais de enterramento dos moradores cristãos.
Como já foi salientado um pouco atrás, entre 1796 e 1798 foram feitos vários enterramentos, na Capela do Ibo, debaixo do coro, junto aos bancos, de acordo com o status social.
Para acabar com os danos que tal prática acarretava para a saúde pública, a Carta régia de 14/1/1801[1] proibia o enterramento de cadáveres em templos e igrejas, logo que, para o efeito, fossem construídos cemitérios. Em cumprimento desta disposição real mandava-se levantar um cemitério na ilha do Ibo.
O Governador das Ilhas[2] achava a providência de grande utilidade para as Ilhas em virtude dos templos existentes serem pequenos e existirem apenas dois onde se costumava fazer enterramentos(Quirimba e Ibo). De modo a obviar este inconveniente e cumprir aquela disposição legal, propunha a construção de dois cemitérios, um no Ibo e outro na Quirimba, em pedra e cal e não de madeira, material que exigia reparações anuais e permitia a entrada de animais nocturnos. Perguntava, ao mesmo tempo, quem suportaria as despesas com os materiais, que seriam de elevados montantes.
A resposta do Capitão General[3] era negativa ao determinar que os cemitérios deveriam fazer-se de madeira, o mais rapidamente possível e de maneira a evitar a entrada neles de animais. Por se tratar uma obra de interesse e benefício públicos caberia aos moradores contribuir com materiais e mão-de-obra escrava, uma vez que não haver cabimento para despesas extraordinárias.
Solicitava, ainda, aquela autoridade o envio de dados estatísticos anuais sobre o número de católicos que morriam e se enterravam nas igrejas e se havia probabilidades de aumentar o número de cadáveres de modo a poder "infeccionar os ares e causar epidemias, como acontece nas cidades populosas".
Desconhece-se se tais obras foram ou não concretizadas. Mas a construção de um pequeno cemitério, em 1846, junto à igreja do Ibo, dedicada a São João, pode levar a concluir pela negativa.
Os enterramentos tiveram lugar, primeiro, no interior da capela, depois na igreja e, posteriormente, naquele pequeno cemitério, ainda existente em 1974.
No último quartel do século XIX, mais precisamente em 1889, foi erigido o cemitério de Munawa para cristãos e não cristãos e na sua capela foi benzida em 1892 a imagem do Santo Africano Benedito, protector da gente escravizada.


Fig. XII- Cemitério de Munawa com a sua capela.
Crédito: Carlos Bento. 1972 e 1970.


Fig. XIII- São Benedito
Crédito Carlos Bento. 1970

São Benedito, descendente de escravos provenientes da Etiópia, nasceu em Itália, em 1562 e foi um grande defensor dos oprimidos e escravizados. É um Santo muito querido e popular no Brasil, entre as populações mais desfavorecidas.
A imagem deste Santo, toda pintada de preto, que foi benzida em 20 de Janeiro de 1892, encontrava-se na Capela do Cemitério de Munawa.
Em 1971, para a resguardar de cobiças alheias, foi depositada na Câmara Municipal do Ibo.
No interior do cemitério do Ibo encontravam-se belos jazigos e pedras tumulares, sinal de uma sociedade social e economicamente favorecida.(Fig. XII e XIV)

Fig.- XIV- Jazigo familiar
Crédito: Carlos Lopes Bento. 1970.

No exterior deste cemitério encontramos algumas campas, uma delas com dizeres em escrita oriental, que se julga com datas anteriores a 1889, onde teria havido um cemitério, vedado a madeira, que o tempo consumiu.

Fig. XV. Campas antigas
Crédito: Carlos Bento, 1970.


Fig.- XVI- Uma das campas mais antigas
Crédito: Carlos Bento. 1970
Para além deste cemitério público, e não muito longe dele, encontramos na Ilha do Ibo quatro pequenos cemitérios de família, construídos, no último quartel de século XIX.

Fig. XVII- Cemitério de família com lápide de mármore(Fig. XVIII). 1970
Crédito: Carlos Bento

Fig. XVIII. Lápide. 1970
Crédito: Carlos Bento


Fig. XIX- Cemitério de família 2. 1970
Crédito de Carlos Bento


Fig. XX- Lápide. 1970
Crédito de Carlos Bento


Fig. XXI- Cemitério de família 3. 1970
Crédito de Carlos Bento

Fig. XXII- Cemitério de família 4. 1970
Crédito de Carlos Bento
Para além dos cemitérios cristãos, existiam, ainda, na ilha do Ibo dois cemitérios maometanos e um crematório hindu, dos quais apresentamos imagens.

Fig. XXIII- Cemitério maometano destinado à população rururbana. 1970
Crédito de Carlos Bento

Fig. XXIV- Cemitério maometano destinado aos comerciantes da Vila. 1970
Crédito de Carlos Bento


Fig. XXV- Crematório hindu. 1970
Crédito de Carlos Bento
Numa 3ª parte serão abordados alguns dos problemas levantados à missionação das populações das Ilhas de Cabo Delgado.
Pesquisa e texto de: Carlos Lopes Bento, antropólogo e prof. universitário.
(CONTINUA)
[1]- Idem, Doc. Av. Moç., Cx. 92, Doc. 81 e Códice 1478, fls. 175v a 176v, Carta de 23/2/1802, do Cap. Gen. para o Cap. das Ilhas.
[2]- Idem, Códice 1478, fls. 176v, Carta nº 299, de 23/3/1802, do Cap. das Ilhas para o Cap. Gen..
[3]- A.H.U., Doc. Av. Moç., Cx. 93, Doc. 46 e Códice 1478, fls. 178, Carta de 21/5/1802.

Quem é Carlos Lopes Bento
Carlos Lopes Bento, nasceu em 1933, na aldeia de Mouriscas/Abrantes/Ribatejo/Portugal.
FORMAÇÃO ACADÉMICA
- 4ª classe na Escola Primária de Mouriscas.
- 2º.ano e 5º ano liceais no Colégio Infante de Sagres, em Mouriscas.
- 7º.ano liceal no Instituto de Santo António, em Castelo Branco.
- Doutorado em Ciências Sociais, Especialidade História dos Factos Sociais, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade Técnica de Lisboa.
- Licenciado em Ciências Antropológicas e Etnológicas pelo mesmo Instituto.
- Diplomado com o Curso Superior de Administração Ultramarina pelo antigo Instituto Superior de Estudos Ultramarinos.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL E CIENTÍFICA
Viveu em Moçambique, por motivos profissionais, de 1961 até l974, onde desempenhou funções na Administração Civil, como Administrador de Concelho e Presidente de Câmara, e realizou pesquisa documental e trabalho de campo entre os povos makhwa de Murrupula e Mogincual, makonde de Mueda e mwani das Ilhas de Querimba e Pemba(Porto Amélia).
Antropólogo, Professor Universitário e Investigador em vários projectos de natureza sócio-politíca e de desenvolvimento em Portugal Continental e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, designadamente, " A Reconversão da Pesca Artesanal, entre os rios Tejo e Sado- AspectosHumanos", comparticipado pela JNICT. Nos últimos anos coordenou o Projecto de I&D «A cozinha Tradicional na área do Pinhal Interior e do Vale do Tejo, num Processo de Mudança – Estudo Exploratório(meados do século xx).
Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde exerceu cargos de presidência, nas secções de Etnografia, Antropologia e História e, actualmente, faz parte dos seus Órgãos Directivos, e de vários centros de investigação ligados a África, onde tem apresentado dezenas de Comunicações.
Participação em muitas dezenas de eventos científicos- congressos, seminários, mesas redondas, ...- ligados a temáticas da sua especialidade.
ÁREAS CIENTÍFICAS DE INTERESSE
Actualmente, interessa-se pela Antropologia Africana-ritos de passagem, alimentação e contactos de cultura-, e no domínio da Antropologia Portuguesa pela cultura alimentar tradicional e pelos problemas relacionados com a mudança em comunidades rurais e piscatórias e em organizações empresariais, particularmente, turísticas e hoteleiras.
PUBLICAÇÕES
Entre a múltipla colaboração dispersa por livros e publicações periódicas, realçam-se os seguintes artigos publicados ou em prelo:
- A Póvoa do Varzim e o seu Passado - A sua Comunidade de Pesca no Limiar do Séc. XX (1978);
- Pescadores e Artes de Pesca - Aspectos da Actividade Piscatória nos rios de Lisboa e de Setúbal (1978 e 1979);
- Achegas para o Estudo da Economia Alimentar em Portugal (1979);
- Problemas Eco-Sociais e a Reconversão da Pesca Artesanal ( 1980);
- Práticas costumeiras dos Wamwani do Ibo. A cerimónia da akika ( 1981);
- O Trabalho de Campo na Antropologia e o Desenvolvimento (1982);
- Problemas dos Países em Transição - Algumas considerações sobre a posse e a exploração na terra da Madeira e suas implicações (1982);
- O Desenvolvimento das Pescas nas Costas do Algarve - Achegas para o Estudo do seu Passado(1984);
- A Historiografia e a Antropologia em África (1984):T;
- A Cozinha dos Wamwani das Ilhas de Querimba / Moçambique (1984);
- Moinhos e Azenhas em Mouriscas (1985);
- O casamento (arusi) entre Wamwani das Ilhas Querimba - A escolha da noiva e o pedido do casamento ( 1985);
- As Potencialidades das Fontes Históricas na Pesquisa Antropológica (1986);
- O Desenvolvimento das Pescas nas Costas do Algarve - Achegas para o Estudo do seu Passado. Breves Considerações Finais (1986);
- A Pesca do rio Tejo. Os Avieiros: Que Padrões de Cultura? Que Factores de Mudança Sócio-Cultural? Que Futuro? (1987);
- O Desenvolvimento das Pescas nas Costas do Algarve - Achegas para o Estudo do seu Passado.-Ambiente, Tecnologia e Qualidade de Vida (1988);
- A Posição Geo-Política e Estratégica das Ilhas de Querimba. As Fortificações de Alguns dos seus Portos de Escala (1989);
- La Femme Mwani e la Famille. Étude Quantitatif des Quelques Comportements des Femmas de l’île d’Ibo (1990);
- As Companhas de Ceifeiros Ribatejanos no Alto Alentejo - Uma Forma de Organização Social Extinta(1991);
- O 1º Pré-censo de Moçambique - A Relação Geral de População de 1798 das Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado (1991);
- Uma Experiência de Desenvolvimento Comunitário na Ilha do Ibo/Moçambique entre 1969 e 1972 (1992);
- Os Prazos da Coroa nas Ilhas de Querimba e a sua Importância na Consolidação do Domínio Colonial Português (1997);
- Ambiente, Cultura e Navegação nas Ilhas de Querimba: Embarcações, Marinheiros e Artes de Navegar (1998);
- A Administração Colonial Portuguesa em Moçambique - Um Comando Militar em Mogincual, entre 1886 e 1921 (1999);
- Situação Colonial nas Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado - Senhorios, Mercadores e Escravos (Resumo da Tese de doutoramento) (2000);
- Contactos de Cultura Pós-Gâmica na Costa Oriental de África. O Estudo de um Caso Concreto(2000);
- Quem Defende os Interesses dos Pequenos Agricultores do Alto Ribatejo?(2001);
- A Ilha do Ibo: Gentes e Culturas-Ritos de Passagem (2001);
- Mouriscas: Terra Pobre, Gente Nobre (2002);
- A Antropologia da Alimentação em Portugal. - Um estudo concreto (2003);
- A Cozinha Tradicional na Área do Pinhal e o Desenvolvimento Regional - O Maranho como Prato Emblemático num Processo de Mudança (2003);
- A possessão em Moçambique - O Curandeiro N´kanga entre os Wamwuani do Ibo (1969 -74)(2003);
- As Ilhas de Querimba em Imagens (2004);
- A Antoponímia de Mouriscas, entre 1860 e 1910 (2005).

12/13/12

MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL - BANDAS FILARMÓNICAS EXISTENTES, NA VILA DO IBO NO 1º QUARTEL DO SÉCULO XX

BANDAS FILARMÓNICAS EXISTENTES, NA VILA DO IBO, NO 1º. QUARTEL DO SÉCULO XX 
ACHEGAS PARA O SEU ESTUDO E PARA A HISTÓRIA DA MÚSICA EM CABO DELGADO E EM MOÇAMBIQUE
Por Carlos Lopes Bento (Dr.) 
© Carlos Lopes Bento / ForEver PEMBA 2012 Dezembro de 2012

A vila do Ibo, capital política, económica e cultural de Cabo Delgado, durante mais de 200 anos, com uma intensa vida social, foi uma das vilas mais famosas e relevantes de Moçambique. Teve Jornais (O Nyassa e o Echo do Nyassa), um Teatro (Almeida Garret), Consulados…, dois clubes recreativos (Club 5 d’Outubro e Clube Recreativo Iboense),  duas bandas musicais e uma escola de música.

Nestas breves notas disponibilizo e partilho alguns dados sobre estas duas bandas filarmónicas, com nomes dos executantes e suas especialidades, que me foram testemunhados pelo ilustre morador Honorato Figueiredo, que constam das minhas fichas de trabalho de campo:

""""""
A PRIMEIRA, BANDA IBOENSE
Foi fundada em 1904, pelo Delegado Procurador da República, Dr. Eduardo Barbosa e era constituída por 25 elementos:

Dr. Eduardo Barbosa, maestro e instrutor
Adolfo de Morais, cornetim
Agostinho Jordão Soares, trompete.
Agostinho Resende, pratos
António Soares, trompete
Arsénio A. Macedo, (Empregado da Comp. do Nyassa), cornetim
Catarino de Morais, trombone
Constantino Dulba, barítono
Dante Andriolo (italiano), cornetim
Ernesto Fernandes da Silva, ?????
Francisco de Sousa, bombo
Gouveia de Figueiredo, ?????
Isodoro  (Alferes), ?????
João Maria Rebocho, caixa
João Soares Vilela, trompete
João Soares, trompa
Joaquim Teixeira Gomes, contrabaixo
José Hubber, flautim
José Maria Dias, (Empregado da Comp. do Nyassa), barítono
Luís Teixeira Gomes, cornetim
Manuel Alves Gomes, (Empregado da Comp. do Nyassa),????? 
Miguel de Oliveira, contrabaixo
Rudolfo Hubber, trompete

SEGUNDA BANDA
Esta teria sido fundada em 1915, sendo constituída pelos seguintes elementos:

Maestro... Góis 
Amorim, func., advogado
Abel Barreira Diogo
Abílio de Sousa
Arsénio A Macedo, instrutor e músico
Artur do Rosário
Carlos da Silva
Domingos Baptista Aguiar
Emílio Pereira
Francisco Luís Tramier
Isménio de Sousa
João Soares
José de Sousa.
Liberato António Dias
Luís António Dias
Pantaleão Macedo
Raul Gonzaga

Estas bandas tiveram sempre dificuldades em contratar professores de música.

Existiu grande rivalidade entre as duas bandas e a primeira já não existia em 1928 e a segunda em 1924.

Testemunho de Honorato de Figueiredo, que, de 1915 a 1920 fez parte dos corpos sociais da segunda banda. """"""

Algumas notícias publicadas no jornal quinzenário Eco do Nyassa, editado  na Vila do Ibo, que nos ajudam a conhecer, mais pormenorizadamente, a temática abordada.

Aqui deixo estas breves notas que, que por inéditas, irão surpreender muitos Filhos do Ibo.

Tenho esperanças que a Vila do Ibo volte a ser, em breve, uma urbe com uma vida sociocultural intensa.
- Carlos Lopes Bento, Portugal, Dezembro de 2012

  • Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste blogue 
  • O Dr. Carlos Lopes Bento no Google

Mais sobre "BANDAS FILARMÓNICAS EXISTENTES, NA VILA DO IBO, NO 1º. QUARTEL DO SÉCULO XX": 
Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Dezembro de 2012. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

6/17/13

PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO COLONIAL - MAIS UM ANIVERSÁRIO - 249º. DA FUNDAÇÃO EFETIVA DA VILA DO IBO

Por Carlos Lopes Bento 

Estão a iniciar-se as festas joaninas da Vila do Ibo, vila centenária que comemora os 249 anos da sua fundação e da instalação da sua primeira Câmara Municipal, que em 26.6.1764, já estava a funcionar.

Neste dia 16 de Junho, lembro a chegada ao Ibo, a 16 de Junho de 1764, do  responsável pela coordenação de todos os trabalhos, o governador e capitão-mor, Caetano Alberto Júdice.

Por continuar a não ser pacífica a data da fundação da Vila do Ibo, para uns 1761, para outros 1764, aqui deixo um pequeno apontamento que julgo trazer alguma luz sobre o assunto. Vamos aos factos documentais.

Para fazer face ao estado de ruína total em que se encontrava o governo civil e económico de Moçambique e doutros portos e, por nestes lugares, não haver, nem quem administrasse na primeira instância a justiça às partes, nem quem tivesse a seu cargo o cuidado do bem comum do povo, as Instruções régias, de 9 de Maio de 1761, vieram determinar que, a ilha de Moçambique e os portos e povoações de Quelimane, Sena, Tete, Zumbo, Manica, Sofala, Inhambane e Ilhas de Querimba, fossem erigidas em vilas, sujeitas ao Ouvidor de Moçambique, as quais ficariam a beneficiar de todos os privilégios concedidos às vilas do Reino...

- Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste blogue.
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PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO COLONIAL
- MAIS UM ANIVERSÁRIO - 249º. - DA FUNDAÇÃO EFETIVA DA VILA DO IBO:
Clique nas imagens para ampliar. Colaboração de texto do historiador Dr. Carlos Lopes Bento. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Junho de 2013. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

11/08/22

ALBUM ETNOHISTÓRICO DAS ILHAS DE QUERIMBA, IBO E MATEMO 1969 1972

👉 🇵🇹 🇲🇿 🇧🇷 — País MOÇAMBIIQUE  
— Região CABO DELGADO  
— Ilhas QUERIMBA, IBO e MATEMO  
— Autor professor doutor CARLOS LOPES BENTO  
** Edição ©forEverPEMBA OUT 2022  

Ver e ler em ☆ ▪︎   
https://issuu.com/gotael/docs/matriz/
Por Carlos Lopes Bento
Quem é Carlos Lopes Bento 
- Antropólogo. Doutorado em Ciências Sociais. Sócio da SGL. 
DADOS PESSOAIS
- Carlos Lopes Bento, nasceu no ano de l933, em  Mouriscas, concelho de Abrantes e reside no Monte de Caparica, concelho de Almada..

FORMAÇÃO ACADÉMICA
- Doutorado em Ciências Sociais –Especialidade: História dos Factos Sociais, em 1994, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade Técnica de Lisboa, Licenciado em Ciências Antropológicas e Etnológicas pelo mesmo Instituto e Diplomado com o Curso Superior de Administração Ultramarina pelo antigo Instituto Superior de Estudos Ultramarinos.

ACTIVIDADE PROFISSIONAL E CIENTÍFICA
- Em Moçambique, por motivos profissionais, de 1961 até 1974, onde desempenhou funções de chefia e realizou trabalho de campo entre os povos makhwa de Murrupula e Mogincual, makonde de Mueda e mwani das Ilhas de Querimba e Porto Amélia (Pemba).
- Em 1994, defendeu, publicamente, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas, da Universidade Técnica de Lisboa, a tese de doutoramento “ As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado. Situação Colonial, Resistências e Mudança- 1742-1822.
- Docente universitário, desde 1980, nas Universidades Livre e Internacional e no Instituto Superior Politécnico Internacional. Para além da orientação de vários trabalhos finais de licenciatura, leccionou Introdução às Ciências Sociais, Metodologia da Investigação, Antropologia Cultural e Comportamento Organizacional nas licenciaturas de Gestão Turística e Hoteleira e de Gestão Bancária e Seguradora, do Instituto Superior Politécnico Internacional (ISPI).
- Foi director do Centro de Investigação Aplicada em Gestão Hoteleira e Turística, tendo coordenado o Projecto de I&D sobre “Culinária tradicional num processo de mudança, na zona do Pinhal”.
- Presidiu aos Conselhos Pedagógico e Científico do ISPI.
- Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde exerceu cargos de direcção, nas secções de Etnografia, Antropologia e História. Actualmente faz parte da Direcção da mesma, e de vários centros de investigação ligados a África, onde tem apresentado dezenas de Comunicações.
- Investigador em vários projectos de natureza sócio-politica e de desenvolvimento em todo o Continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, designadamente, "A Reconversão da Pesca Artesanal, entre os rios Tejo e Sado- Aspectos Humanos", comparticipado pela JNICT.
- Participação em muitas dezenas de eventos científicos ligados à temática africana e do turismo.

ÁREAS CIENTÍFICAS DE INTERESSE
Continua a interessar-se pela Antropologia Africana- governação colonial, ritos de passagem, alimentação e contactos de cultura- pela cultura alimentar tradicional, pela cultura organizacional e pelos problemas humanos relacionados com a mudança em comunidades rurais e piscatórias e em organizações empresariais, particularmente, turísticas e hoteleiras

5/10/13

PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO COLONIAL - GENTE HERÓICA DA VILA DO IBO QUE MERECE SER HOMENAGEADA



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- PARA  A  HISTÓRIA  DE CABO DELGADO COLONIAL - GENTE HERÓICA  DA VILA  DO IBO QUE MERECE SER  HOMENAGEADA - Por Carlos Lopes Bento:



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9/30/07

MEMÓRIAS DE CABO DELGADO. ACHEGAS PARA O ESTUDO DO MUNICIPALISMO EM MOÇAMBIQUE

A CÂMARA DA ILHAS DE CABO DELGADO. POSTURAS E REGULAMENTOS
Por Carlos Lopes Bento[1]
1ª PARTE
[1] - Antigo administrador colonial. Foi presidente da C. Municipal do Ibo, entre 1969 e 1972. Antropólogo e prof universitário, continua a ser um dedicado amigo das históricas Ilhas de Querimba, que continua a investigar de maneira sistemática e a divulgar as suas inquestionáveis belezas.
.
Da sua criação à instalação
Para fazer face ao estado de ruína total em que se encontrava o governo civil e económico de Moçambique e doutros portos e, por nestes lugares, não haver, nem quem administrasse na primeira instância a justiça às partes, nem quem tivesse a seu cargo o cuidado do bem comum do povo, Instruções de 1761[1], determinavam que, a ilha de Moçambique e os portos e povoações de Quelimane, Sena, Tete, Zumbo, Manica, Sofala, Inhambane e Ilhas de Querimba, fossem erigidas em vilas, sujeitas ao Ouvidor de Moçambique, as quais ficariam a beneficiar de todos os privilégios concedidos às vilas do Reino.
Mandavam, ainda, as mesmas Instruções que fossem eleitos um juiz ordinário, três vereadores, um procurador do concelho, um escrivão e mais oficiais da câmara, entre as pessoas mais idóneas, na forma da Ordenança do Livro 1º, Título 67, servindo todos debaixo dos Regimentos que faziam parte da dita Ordenação.
Os senadores das Câmaras, presentes e futuros, obrigavam-se a administrar a justiça dos povos e a distribui-la, sem distinção de pessoas, a todos os que a tivessem a seu favor, fossem "mouros, gentios, cafres e outros semelhantes"
[2].
Do novo governo civil e económico das Câmaras a estabelecer, afirmava-se, adviriam resultados de muita utilidade: os habitantes das vilas e seus termos ficariam "reduzidos" à sociedade civil, os vários cultos dos países por ela dominados seriam absorvidos, num tempo mínimo, pela Religião dominante e, finalmente, "os gentios e cafres pelas Câmaras civilizados"
[3] aumentaria, significativamente, o número dos cristãos. Pensava-se, euro e etnocentricamente, na intensificação de uma política de assimilação das populações colonizadas e na sua integração na cultura de matriz europeia, considerada como superior.
Cabiam às Câmaras, entre outras, as seguintes funções específicas:
·administrar e defender os interesses do povo, procurando assegurar a vida, honra e bens das pessoas;
·aprovar, alterar e revogar Regimentos e Posturas, que faria respeitar, que regulavam matérias como: limpeza, sanidade e higiene públicas, circulação de animais;
·defender a população contra animais nocivos;
·conceder autorizações para pesos e medidas, mercados, estabelecimentos comercias e vendedores ambulantes;
·passar licenças para construção de novos edifícios;
·fixar de preços de venda de produtos;
·fixar feriados públicos e autorizar procissões religiosas;
·e cuidar do fomento da agricultura e outras actividades.
Regulava-se, ainda, o funcionamento das Câmaras, que ficavam proibidas de se intrometer nas matérias e negócios da competência dos Generais do Estado, por cujas ordens se deviam de reger, cabendo-lhe observá-las, inviolavelmente.
Embora as ditas Instruções régias fossem datadas de 19/5/1761, as Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado apenas teriam foros de vila, com câmara municipal e tribunal, três anos mais tarde, ou seja em 26 de Maio 1764. Eis a Provisão que testemunha este facto histórico:

[1]- Idem., Doc. Av. Moç., Cx. 19, Doc. 63 e Códice 1322, fls. 104 a 106, Instruções Régias de 9/5/1761, artes 43° e 44°; BOTELHO, J. T., A Primeira Carta Orgânica de Moçambique, A.C.L., Nova Série, Vol. I, 1929-30, p. 28.
[2]- A.H.U., Doc. Av. Moç., Cx. 19, Doc. 63 e Códice 1322, fls. 104 a 106, Instruções Régias de 9/5/1761, artes 43° e 44°; BOTELHO, J. Teixeira., A Primeira Carta Orgânica de Moçambique, A.C.L., Nova Série, Vol. I, 1929-30, p. 28.
[3]- Idem, Ibid, Regimento de 16/1/1763, cit..

Continua...

Investigação e texto de Carlos Lopes Bento

Templos e Espaços Sagrados das Ilhas de Querimba:

Quem é o Dr. Carlos Lopes Bento ? aqui

Mais trabalhos de Carlos Lopes Bento em http://br.geocities.com/quirimbaspemba/

7/26/12

AS FESTAS DE SÃO JOÃO BATISTA DO IBO, NO ANO DE 1900

PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO-MOÇAMBIQUE 
AS FESTAS DE SÃO JOÃO BATISTA DO IBO, NO ANO DE 1900 
Carlos Lopes Bento "1"

A leitura do quinzenário O NYASSA, começado a publicar no Ibo, no primeiro dia do ano de 1900, deu-me a conhecer importantes notícias de natureza social, que nos ajudam a compreender melhor a realidade sócio-cultural e económica da vila do Ibo e demais lugares do seu concelho e de Cabo Delgado, no último ano do século XIX.

Comecarei este trabalho de divulgação, pelas notícias publicadas, nos números 11 a 15, da sua folha quinzenal, relativas aos festejos de São João Batista, o Precursor, padroeiro da Vila do Ibo.

Um grupo de militares em serviço na Vila do Ibo, em missão de serviço, lembrou-se deauxiliar a população mais desfavorecida da ilha. Para levar a efeito a sua louvável ebenemérita iniciativa, criou, em Maio de 1900, uma Comissão, para a qual convidoualgumas pessoas ilustres da Vila.

Seguem-se alguns excertos das notícias publicadas, entre Maio e Agosto de 1900:
Clique para ampliar.



"1" - Antropólogo. Administrador dos concelhos dos Macondes, Ibo e Pemba, entre 1967 e 1974. Diretor-Tesoureiro da Sociedade de Geografia de Lisboa.


  • Fotos do Dr. Carlos Lopes Bento sobre a Ilha do Ibo
  • O Dr. Carlos Lopes Bento no Google
  • A Ilha do Ibo no ForEver PEMBA
  • Colaboração do Dr. Carlos Lopes Bento. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Julho de 2012. Permitida a copia, reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

    6/22/11

    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL - A ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA ILHA IBO, DESDE 1884

    PARABÉNS ILHA DO IBO - SALVÉ 24 DE JUNHO !

    A vila de Ibo foi fundada em 1761, sendo uma das primeiras primeira capitais de Cabo Delgado. O seu auge posterior esteve relacionado com o comércio esclavagista. Com a sua abolição começa o lento declínio económico que se consuma politiciamente com a transferência das últimas repartições da administração de Cabo Delgado para Pemba (então Porto Amélia) em 1929. A ilha tem 10 km de comprimento por cinco de largura e está quase totalmente urbanizada, localizando-se aí a vila do Ibo, sede do distrito do mesmo nome. Encontra-se dentro do Parque Nacional das Quirimbas. (Fontes Dr. Carlos Lopes Bento* e Wikipédia)
    Neste 24 de Junho, passa-se mais um aniversário da histórica Vila do Ibo.

    • *Carlos Lopes Bento - A primeira capital de Cabo Delgado foi na ilha de Querimba, onde podemos encontrar as ruinas de monumentos religiosos do século XVI ou até, possivelmente, na ilha de Amisa.
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    Link's para "Ilha do Ibo":
    Ilhas de Querimba (blog do Dr. Carlos Lopes Bento)
    Pesquisa de trabalhos sobra a Ilha do Ibo no blogue ForEver PEMBA
    Algumas imagens publicadas na net sobre a bela e histórica Ilha do IBO
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    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL
    A ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA ILHA IBO, DESDE 1884
    ACHEGAS PARA O SEU ESTUDO
    Trabalho de autoria do Dr. Carlos Lopes Bento elaborado em especial para o dia 24 de Junho de 2011- Aniversário da histórica Ilha do Ibo.
    (Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)
    A ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA ILHA IBO, DESDE 1884

    4/21/13

    A POPULAÇÃO DAS ILHAS DE QUERIMBA OU DE CABO DELGADO, NO SEGUNDO QUARTEL DO SÉCULO XVIII


    - Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste blogue.
    - O Dr. Carlos Lopes Bento no Google.

    CONTRIBUTO PARA  A HISTÓRIA  DA  DEMOGRAFIA  DE CABO DELGADO - Breve Apontamento por Dr. Carlos Lopes Bento:



    Clique nas imagens para ampliar. Colaboração de texto e imagens do historiador Dr. Carlos Lopes Bento. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Abril de 2013. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

    9/30/07

    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO. ACHEGAS PARA O ESTUDO DO MUNICIPALISMO EM MOÇAMBIQUE - III

    A CÂMARA DA ILHAS DE CABO DELGADO. POSTURAS E REGULAMENTOS
    Por Carlos Lopes Bento[1]
    1ª PARTE
    [1] - Antigo administrador colonial. Foi presidente da C. Municipal do Ibo, entre 1969 e 1972. Antropólogo e prof universitário, continua a ser um dedicado amigo das históricas Ilhas de Querimba, que continua a investigar de maneira sistemática e a divulgar as suas inquestionáveis belezas.
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    Continuação daqui.
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    Foi esta estrutura morfológica da Vila que Serpa Pinto encontrou em 1884, quando passou pelo Ibo:
    A vila assenta a NO da ilha e consta de dois bairros: o europeu e o indígena. O bairro europeu compõe-se de duas ruas principais, a rua de El- Rei e a Rua Maria Pia que correm proximamente E/O (...). É nesta parte da vila que residem europeus, baneanes, mouros da Índia e as principais famílias de crioulos da ilha. O bairro indígena fica a E do bairro europeu e é formado por muitas palhotas entre palmares. Neste bairro há também duas ruas principais, a de Sá da Bandeira e a 27 de Julho. No levantamento da planta, rigorosamente feito por esta expedição, com fim principal de referir as coordenadas geográficas da casa da expedição ao pau da bandeira do Forte de São João .[1]
    A planta cotada da Vila do Ibo, manuscrita, que se encontra da Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa:

    [1]- SERPA PINTO, A. e CARDOSO, Augusto - Diário da Expedição Científica Pinheiro Chagas - Do Ibo ao Nyassa. Lisboa, S.G.L., Manuscrito Reservado de 10 fls. (146-B-27), 1885, p. 5v e Boletim Oficial de Moçambique, nº 42, de 17/10/1885.

    O Regulamento do Serviço de Policial, de Limpeza e de Sanidade Pública do concelho do Ibo, de 1898[1], fornece-nos a toponímia da Vila que se segue:

    [1] - Boletim da Companhia do Nyassa nº3, de 14.5,1898, p. 34.
    Esta toponímia da Vila do Ibo, com a implantação da República Portuguesa, seria alterada pela Portaria nº 145, de 12/11/1910 (Boletim da Companhia do Nyassa, de 31/3/1911, para:
    - Rua de El-Rei→Rua da República;
    - Rua D. Maria Pia→Rua Almirante Reis;
    - Rua Conselheiro Mariano de Carvalho→Av. Mariano de Carvalho;
    - Rua Infante D. Afonso→Rua Miguel Bombarda;
    - Rua do Principe Real→Rua 5 de Outubro;
    - Rua D. Manuel→Rua Machado dos Santos;
    - Rua Nova→Rua António José de Almeida;
    - Rua d'Alegria→Rua João Chagas;
    - Rua do Forte de Santo António→Rua Coronel Barreto;
    - Rua 27 de Julho→Avenida Afonso Costa;
    - Travessa que liga as duas ruas anteriores, sem nome→Travessa Alves da Veiga;
    - Praça D. Manuel, Praça da Residência e Largo do Doutor→Praça da República;
    - Largo Joaquim Machado→Rua Conselheiro Machado;
    - Travessa de El-Rei→Travessa da República;
    - Travessa do Principe Real→Travessa Afonso Costa;
    - Travessa Mariano de Carvalho→Travessa Mariano de Carvalho;
    - Caminho que vai do Largo Joaquim Machado para a Praça→Avenida Teófilo Braga;
    - Largo do Matadouro→Largo António Enes.
    Estas designações toponímicas mantinham-se, ainda, em 1974.
    Investigação e texto de Carlos Lopes Bento.
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    CONTINUA

    Templos e Espaços Sagrados das Ilhas de Querimba:

    Quem é o Dr. Carlos Lopes Bento ? aqui

    Mais trabalhos de Carlos Lopes Bento em http://br.geocities.com/quirimbaspemba/

    3/23/12

    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL - Tese

    Clique na imagem para ampliar


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    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL
    AS ILHAS DE QUERIMBA OU DE CABO DELGADO. SITUAÇÃO COLONIAL, RESISTÊNCIAS E MUDANÇA. 1742-1822.
    Tese de doutoramento, defendida, publicamente, em 5 e 6 de Dezembro de 1994, pelo licenciado Carlos Lopes Bento, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade Técnica de Lisboa.

    Por Carlos Lopes Bento - Doutorado em História dos Factos Socias pelo ISCSP, da U T Lisboa. Antigo presidente da Câmara Municipal do Ibo. Antropólogo. Tesoureiro da S G de Lisboa.
    • Outros Trabalhos do Dr. Carlos Lopes Bento neste blogue 
    • O Dr. Carlos Lopes Bento no Google

    6/13/13

    PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO COLONIAL - A REALIDADE GEOGRÁFICA E SOCIOECONÓMICA DA BAÍA DE TUNGUE DEPOIS DO SEU REGRESSO AO DOMÍNIO DE MOÇAMBIQUE (1886)

    O meu último apontamento publicado no FOREVER PEMBA, teve, como temática, a tomada da baia de Tungue, pelas tropas moçambicanas, há muito, ilegalmente, na posse do sultanato de Zanzibar e o papel heróico de dois voluntários da Vila do Ibo. Voltarei, hoje, a escrever sobre a baía de Tungue, mas, agora, para dar a conhecer “um relatório habilmente feito por um inteligente funccionário que andou há pouco na bahia de Tungue, … .” .

    Trata-se de Constâncio José de Brito, escrivão verificador da alfândega do Ibo que fora nomeado para fazer uma visita de trabalho aos postos fiscais de Mucimbôa e baía de Tungue. Saíu do Ibo, a bordo do cuter Sagres, a 5 de Novembro de 1886, tendo chegado ao primeiro local a 10. Conhecidas as principais necessidades do posto fiscal de Mucimbôa, navegou, à vela, no mesmo cuter, no dia 14, para a baía de Tungue, onde chegou pelas quatro da tarde do mesmo dia... ... ""

    - Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste blogue.
    - O Dr. Carlos Lopes Bento no Google.
    - PARA  A  HISTÓRIA  DE CABO DELGADO COLONIAL - GENTE HERÓICA  DA VILA  DO IBO QUE MERECE SER  HOMENAGEADA - Por Carlos Lopes Bento.
    - PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO COLONIAL - A REALIDADE GEOGRÁFICA E SOCIOECONÓMICA DA BAÍA DE TUNGUE DEPOIS DO SEU REGRESSO AO DOMÍNIO DE MOÇAMBIQUE (1886):
    Clique nas imagens para ampliar. Colaboração de texto e imagens do historiador Dr. Carlos Lopes Bento. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Junho de 2013. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

    8/05/11

    Relatório Anual da administação do concelho do Ibo - 1971

    Documentos da História Colonial Moçambicana
     Relatório Anual da administação do concelho do Ibo elaborado em 1971 pelo então administrador CARLOS LOPES BENTO*
    (Use as 'ferramentas' disponibilizadas acima pelo 'Issuu' para ampliar e ler).
    Trabalhos do Dr. Carlos Lopes Bento publicados neste blogue.
    Link's para Carlos Lopes Bento no Google.

    *Carlos Lopes Bento - Doutor em Ciências Sociais, especialidade História dos Factos Sociais, Licenciado em Ciências Antropológicas e Etnológicas pelo ISCSP, UTL e professor universitário. Faz parte da Direcção da S.G.Lisboa, desempenhando as funções de tesoureiro. É antropólogo e foi antigo administrador dos concelhos dos Macondes, do Ibo e de Porto Amélia (Pemba) na época colonial. Publicação neste blogue cedida e autorizada pelo autor.

    9/30/07

    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO. ACHEGAS PARA O ESTUDO DO MUNICIPALISMO EM MOÇAMBIQUE - II

    A CÂMARA DA ILHAS DE CABO DELGADO. POSTURAS E REGULAMENTOS
    Por Carlos Lopes Bento[1]
    1ª PARTE
    [1] - Antigo administrador colonial. Foi presidente da C. Municipal do Ibo, entre 1969 e 1972. Antropólogo e prof universitário, continua a ser um dedicado amigo das históricas Ilhas de Querimba, que continua a investigar de maneira sistemática e a divulgar as suas inquestionáveis belezas.
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    Continuação daqui.
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    Foi, realmente, nesta data, que teve lugar a nomeação dos primeiros oficiais para a Câmara da "Vila de Querimba" instituída na ilha do Ibo, a saber:
    · Juiz Ordinário - Caetano Alberto Júdice
    · Vereador mais velho - Manuel Carrilho
    · 2º Vereador - Domingos Diogo Baptista
    · 3º Vereador - Domingos de Campos
    · Procurador do Concelho - António José de Miranda, que também serviria de Tesoureiro
    · Escrivão - João de Meneses[1],.
    [1]- A.H.U., Doc. Av. Moç., Cx. 24, Doc. 21, Provisão de 26/5/1764.
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    De realçar que a maioria destes ilustres autarcas nomeados eram filhos do Ibo.
    Depois da posse, serviriam os seus empregos pelo período de um ano. O juiz prestava juramento perante o Capitão-General e os outros nomeados perante aquele juiz.
    O novo Capitão-Mor e Governador, Caetano Alberto Júdice, encarregado de fazer no Ibo, a capital das Ilhas[1], chegou àquela ilha em 16 de Junho e a 26 do mesmo mês a nova Câmara já estava em funcionamento.
    A 25 deste mês, "o juiz ordinário e vereadores da Câmara da Vila de São João do Ibo"[2] agradeciam ao Capitão-General a criação da nova Câmara das Ilhas de Cabo Delgado e a sua nomeação, ao mesmo tempo que atestavam a sua obediência às Leis do Soberano Fidelíssimo Rei de Portugal e às ordens emanadas de Moçambique.
    Nesta sua 1ª mensagem, também davam, orgulhosamente, notícia pública do sentimento dos munícipes das Ilhas de Quirimba:
    Da mesma sorte todos os moradores, assim cristãos, como mouros e cafres, ficavam tão satisfeitos que para esta Câmara se mandam confessar mil vezes obrigados e agradecidos a tão grande mercê que alcançaram em se estabelecer nestas Ilhas uma Câmara por meio da qual esperam conseguir entre todos uma completa união e que seja a justiça administrada com inteireza sem atenção de pessoa alguma como Deus e el-rei manda[3].
    No final do primeiro meio ano de mandato, a Câmara inventariava as principais obras públicas realizadas:
    Atestamos nós os vereadores da Câmara desta nova vila de São João do Ibo, capital das do Cabo Delgado, com os mais moradores abaixo assinados, em como, aos dezasseis do mês de Junho da era abaixo, chegou a estas Ilhas o Sr. Caetano Alberto Judicie sargento-mor de infantaria, com exercício na Praça de Moçambique, capital deste Estado e nele Comandante da Artilharia, vindo despachado em comandante destas Ilhas, o qual, logo em execução das ordens que trazia (...) estabeleceu em um bom terreno desta ilha do Ibo, a nova vila à qual deu o nome de São João do Ibo, dividindo o terreno em ruas e travessas de boa largura, pondo marcos nos ângulos em que as ruas encontram as travessas. Criou a nova Câmara, fez uma cadeia, de duas casas.
    Levantou um pelourinho, tudo à imitação das melhores vilas do Reino, em uma boa praça e no melhor sítio da vila, eleito pelo povo que se achava presente, para a comodidade de todos. Além das referidas obras fez dois armazéns (...). Depois de que construiu um Forte em redentes a que deu o nome de Santa Bárbara (...) e logo junto ao Forte teve o honorífico trabalho e honra de arvorar a Bandeira de El-Rei ...[4].

    [1]- A.H.U., Códice 1321, fls. 191, Carta de 20/8/1766, do Cap. Gen. para o Reino. A escolha da ilha do Ibo como capital deveu-se ao facto de ela oferecer mais condições defensivas.
    [2]- A escolha de São João Baptista como padroeiro da nova vila, que se manteve até aos nossos dias, estará ligada à sua fundação, que teria lugar a 24 de Junho, dia daquele Santo, ou em data muito próxima, compreendida entre 16 e 25 do mesmo mês.
    [3]- A.H.U., Doc. Av. Moç., Cx. 24, Doc. 43, Carta de 25/6/1764, da Câmara para o Cap. Gen.. Este, por Carta de 23/2/1765 (Códice 1322, fls. 18v), remete para o Reino certidões das várias Câmaras já criadas em Moçambique, entre elas a relativa à das Ilhas, lamentando a falta de moradores que se verificava na maior parte destes domínios.
    [4]- A.H.U., Doc. Av. Moç., Cx. 24, Doc. 84, Atestado de 25/12/1764. Assinado por 26 moradores, todos cristãos.(em "Anexos") A estas obras acrescentava o Cap. Gen. uma pequena igreja (Códice 1321, fls. 191, Carta de 20/8/1766, do Cap. Gen. para o Reino).

    Continua...
    Investigação e texto de Carlos Lopes Bento

    Templos e Espaços Sagrados das Ilhas de Querimba:

    Quem é o Dr. Carlos Lopes Bento ? aqui
    Mais trabalhos de Carlos Lopes Bento em
    http://br.geocities.com/quirimbaspemba/