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Mais um aniversário do 25 de Abril de 1974 se aproxima.
Muitos anos se passaram desde essa data...!
Quase uma geração!
A conveniência comodista, inerme, do "políticamente correto" destes "novos tempos" repletos de estranhas, burlescas e saltitantes figuras que se pavoneiam e "metem" a "jet-set" eternamente insignificantes liderando fúteis eventos, não os cita, não os lembra, não os reconhece nem os visita... Despreza simplesmente os heróicos, inocentes, ingénuos, voluntariosos Combatentes da malfadada guerra colonial que lhes foi oferecida como missão pátria e enterrou vidas jovens, determinadas, que poderiam ser felizes, em buracos de terra vermelha, agreste, estranha, distante do rincão natal.
Por lá, por essa África distante e próxima, irmã e madrasta, permanecem até hoje abandonados, sem o afago de uma oração Amiga, sem o brilho iluminado de uma vela cristã, sem o calor e a côr de uma rosa ou de um famigerado, emblemático cravo vermelho, peregrinando acusadores em espírito, na memória de familiares e de sobreviventes camaradas da armas angustiados, revoltados com tanta mediocridade moral, cívica contemporâneas.
Por Angola, pela Guiné, por Moçambique e até por Pemba-ex Porto Amélia ficaram enterrados seus restos mortais, ao relento gélido do desprezo, como mancha medonha, sangrenta, acusadora, denunciadora da míngua de consciências e de lideres políticos com "h" minúsculo no "reino" lusitano do Agora !
Só nos resta, com a arma da palavra, enaltecer, exaltar para a História, acarinhar a memória desses Heróis... e desprezar, denúnciar, repudiar com vigor os falsos, apagados, medíocres, auto-proclamados "heróis-de-barro" que por aí se vão reproduzindo como térmitas insaciáveis, inchadas e arrogantes.
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- O Desprezo pela História 3 - Cemitério de Pemba - Talhão Militar Português - Sepulturas de Combatentes Portugueses - Aqui !
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- Cemitério de Palma - Cabo Delgado - Moçambique - Aqui !
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Caro Amigo
ResponderEliminarAlém das questões já inventariadas no artigo temos de acrescentar que, decorridos mais de 30 anos, as populações locais reclamam a devolução dos antigos cemitérios militares, quer para novos enterramentos, quer para outros usos.
O estado lastimosos em que os muitos cemitérios se encontram não abonam a honra com que os sepultados se bateram.
Estamos a falar de heróis nacionais que merecem no minimo o nosso respeito.
A Liga dos Combatentes a quem o Governo paga para cuidar das campas dos mortos militares decidiu que os restos mortais se devem manter nos antigos teatros de guerra.
Eu pergunto que País é este que enviou os seus filhos para combaterem além fronteiras e quando as famílias lhe pedem que lhes devolvam o que resta de quem à Pátria deu a vida, se neguem a fazer essa entrega!
Cumprimentos
Vítor Baião
Lamentável. Reforça a sensação de falta de respeito, de "assombração" que paira no ar quando o assunto é a tal descolonização vergonhosa que vitimou povos colonizados e colonizadores...E então quando se trata de homenagear e cuidar por DIREITO dos nossos HERÓIS mortos, que jamais se deram ao luxo de desertar ou fugir com o rabo-entre-as-pernas, covardemente para países comunistas do Leste Europeu ou adjacências e encararam o terrorismo nojento, as minas e emboscadas traiçoeiras em África, tentam justificar o injustificável, "mudam de conversa" com receio de enfrentar os "fantasmas" de sua própria miséria moral.
ResponderEliminarAs fotografias do talhão militar português do cemitério de Pemba comprovam essa falta de respeito...
É VERGONHOSO !
E desonra a memória dos nossos HERÓIS mortos !
E o passado da NAÇÃO lusa !
Uma pergunta Sr. Vitor Baião:
ResponderEliminarSe, conforme escreve acima, "A Liga dos Combatentes a quem o Governo paga para cuidar das campas dos mortos militares decidiu que os restos mortais se devem manter nos antigos teatros de guerra....", porque é que as campas dos militares portugueses mortos em África estão ao abandono, arruinadas e cheias de mato como se pode comprovar pelas fotografias do talhão militar português no cemitério da cidade de Pemba em Moçambique?...ao contrário do talhão militar britânico do mesmo cemitério, onde se constata que a memória de seus Heróis mortos é respeitada zelando o seu governo pela preservação de suas campas ?
Se o governo paga é porque há verba para isso...
ResponderEliminarSe continuam abandonadas e com mato é porque a verba que o governo paga não está a ser utlizada...ou então para onde vai...? Fica a render juros ?
Tibério
Caros Mónica e Tibério
ResponderEliminarO Governo encarregou a Liga dos Combatentes para zelar pelos Cemitérios Militares onde repousam os combatentes portugueses nos vários teatros de Guerra e paga para tal.
Para onde vai o dinheiro e porque os Cemitérios, nem todos, mas principalmente os de África estão ao abandono devem perguntar à Liga e aos Senhores Generais que a dirigem.
A cripta dos Combatentes do Cemitério do Alto de S. João em Lisboa foi recuperada mesmo a tempo de para lá transladar os restos mortais do Senhor Marchal Spínola.
A esmagadora maioria dos ex-combatentes de todas as guerras foram milicianos, mas quem dirige a Liga dos Combatentes são militares do Quadro!
Cumprimentos
Vítor Baião
Caro Vitor Baião,
ResponderEliminarObrigado por sua participação (assim como demais amigos acima)e pela informação esclarecedora que nos leva a deduzir que existem critérios diferentes no tratamento e resguardo da memória dos militares portugueses (e também africanos que incorporavam à época o Exército Português) mortos em combate: Uns do "Quadro" e outros "Milicianos"(???)...mas todos afinal seres humanos, militares luso-africanos que dedicaram a vida à Pátria e merecem respeito, resguardo e preito sem distinção de tipo social ou casta militar. O contrário é discriminação, preconceito!