Juliette ajuda deficientes - Inédito: Projecto inovador em São Brás de Alportel.
O Centro Médico de Reabilitação do Sul (CMRS) em São Brás de Alportel, conta com um novo funcionário, neste caso uma funcionária e se ladra em vez de falar esse é um pormenor a que todos já se habituaram.
Juliette é uma jovem cadela de raça Flatcoated que para além de ser o orgulho de sua dona é também um "protótipo" do que poderia ser a melhor amiga de quem tem a mobilidade reduzida, por acidente ou doença.
Margarida Sizenando, diretora clínica do CMRS, e médica fisiatra define o que apelida de "Projecto Juliette" como um processo de treino faseado, que tornará o canídeo e todos os que se seguirem em auxiliares para tetraplégicos ou paraplégicos. "A cadela está a ser treinada para desatar atacadores de sapatos, abrir portas, gavetas e acender a luz", podendo numa fase mais avançada tirar roupa da máquina de lavar, abrir torneiras ou mesmo puxar o autoclismo através de um sensor e, claro, levar e trazer objectos, para além de os apanhar do chão e entregá-los ao doente. Algo vital para um tetraplégico que muitas vezes acaba por cair na tentativa de apanhar algo longe do do seu alcance.
Se à primeira vista estas tarefas podem parecer básicas, não o são e exigem muito trabalho, esforço e experiências falhadas, como relembra a sua treinadora: "os doentes pensam que a cadela é um robot, pelo que tem que se treinar também os pacientes". A médica critica os que exigem demais de Juliette que muitas vezes fica confusa com várias ordens de comando diferentes.
Juliette está ainda no treino básico ou, como brinca Margarida Sizenando, no "cãolégio", depois seguir-se-á "a socialização e o treino mais avançado". Até lá está a interagir com um rapaz de 18 anos em coma vigil hà um ano e começa agora a reagir visualmente, desde que, hà pouco mais de uma semana, Juliette se tornou presença assídua no seu quarto. "Se há quem acorde com o toque de um telemóvel, porque não com a ajuda de um cão", acredita a mãe do jovem.
Tiago Inácio, de 24 anos, internado há dois meses e a quem Juliette ajuda a desabotoar e descalçar os sapatos é também peremptório nas melhorias da qualidade de vida: "É uma experiência muito interessante e para além da companhia com um cão destes a autonomia é quase total".
NINHADAS E TREINADORES PRECISAM-SE: Ainda que Juliette seja experiência inovadora, Margarida Sizenando prefere não colocar "as expectativas demaisado altas. É precoce fazê-lo e mesmo que um dia sejam capazes de accionar o comando de um alarme, nunca conseguirão lavar os vidros de uma casa". E deixa um apelo para o que seria um cenário perfeito: "Precisava de um treinador especializado e de uma ninhada para ser treinada a tempo inteiro".
- Pedro Chaveca: pedro.chaveca@oalgarve.pt
Acrescento: A Drª. Margarida Sizenando Ribeiro da Cunha, Médica Fisiatra, cujo trabalho eficiente e dedicado em Portugal vou acompanhando hà algum tempo por imposição do destino, é Directora Clínica do Centro de Reabilitação do Sul (CMRS) em S. Brás de Alportel e também responsável pela Clínica Dr. Sizenando em S. João de Loure/Aveiro, clínica essa fundada pelo Dr. Sizenando Ribeiro da Cunha, figura reconhecida e recordada também por sua luta passada na defesa dos ideais republicanos do concelho de Albergaria.
ForEverPemba:
ResponderEliminarTienes un premio en mi blog. Si gustas pasar a recogerlo.
Feliz Navidad
Gracias... Feliz Navidad Resistencia_CCS
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