9/08/07

Ronda pela imprensa lusa: O que escreve Albano Loureiro...

Opinião - Que Luiz ?
Tenho olhado com a disponibilidade possível para esta questão da disputa de liderança no PSD. Coloco-me a questão, o que pensará um militante do partido neste momento?Desde logo um militante responsável não se pode demitir de exercer a militância. Ainda que exista desmotivação. Ainda que não esteja empenhado. Ainda que não se reveja totalmente nos candidatos. É dever do militante, pelo menos, votar.Depois, haverão muitas razões de ambas as partes para argumentar a favor do seu candidato. Como sempre, nem todas válidas ou sequer verdadeiras. De entre elas deve aferir-se a sua validade, antes de tudo pela veracidade. É frequente, nestas circunstâncias, assistirmos a invocações muito fantasiosas. Agora todos são campeões de eleições. Agora todos querem mais participação dos militantes na vida do partido. É bom saber que ambos os candidatos tiveram ou têm funções de liderança nas mais diversas estruturas partidárias. Qual foi a sua postura nessas funções? Reagiram bem ao pluralismo de ideias? Aceitaram opiniões divergentes e respeitaram quem as tinha, ou retaliaram colocando os discordantes na prateleira?Sou franco que prefiro a avaliação da argumentação com base na razão, decidindo sempre motivado por princípios e como tal…Já aqui deixei dito que este partido é tremendamente autofágico. Detesto quem, sistematicamente, faz oposição interna apenas para benefício de protagonismo pessoal e sem cuidar de respeitar a vontade de maiorias expressas nos momentos próprios. Já critiquei isso a Marques Mendes em relação a Barroso e Santana. Já o havia feito a Barroso em relação a Nogueira e Marcelo e em muitos outros casos. Agora, como é evidente, faço-o a Menezes em relação a Mendes. E não aceito a teoria de quem com ferros mata, com ferros deve morrer.O partido decidiu uma liderança para uma legislatura. A meio da mesma, não vislumbro circunstância excepcional que motive alteração dessa decisão. Mendes revelou-se assim tão mau líder? O trabalho desenvolvido será assim tão negativo? Dizem, perdeu as eleições em Lisboa. É capcioso, atenta a excepcionalidade daquele acto eleitoral, até porque o somatório das candidaturas que emergem do universo do PSD ganhava de novo. E a seu favor ficou a coerência na escolha do candidato. Mas também se pode dizer que ganhou as presidenciais e as regionais da Madeira.Um dos argumentos mais fortes utilizados pelos menezistas é o de que o seu candidato é melhor a fazer oposição. É argumento redutor e pouco sábio. É sempre a mesma coisa. Há gente que anda na política há tantos anos mas não consegue, ou não quer, deixar de ser ignorante em termos de estratégia. Mas então vão eleger um líder para ser candidato a Primeiro-Ministro ou a chefe da oposição? Quando chegarem a 2009 vão procurar o Primeiro-Ministro, se ganharem as eleições, com o oposicionista Menezes? Ou estão já a assumir que não conseguem ganhar as eleições a Sócrates? Pior do que isso, estão é a reconhecer que o seu candidato é pior do que Mendes como Primeiro-Ministro, o que a seu favor é muito pouco abonatório. Este argumento assenta na ideia de que Menezes passa melhor na comunicação social. Mais asneira de quem não aprende com a história. Os nossos media estão sempre disponíveis para dar voz a quem no PSD ataca as lideranças. Já se esqueceram de exemplos anteriores a quem os microfones e câmaras sempre deram guarida enquanto opositores internos mas que depois de chegados ao poder foram votados ao completo ostracismo e até atacados e vilipendiados da forma mais torpe pela comunicação social? Acham que com Menezes vai ser diferente? Se ele ganhar as eleições no PSD, aposto que as primeiras imagens que vão passar são as daquela pérola dos “sulistas, elitistas e liberais” e respectiva saída do congresso de Lisboa em lágrimas com cara de coitadinho. Não se trata de escolher o menos mau, ideia que também recuso. Numa eleição a escolha é sempre feita em função da oferta e opta-se pelo melhor. Por isso os militantes do PSD, a quem se deparam dois bons candidatos à liderança, não se devem reduzir a escolher um simples candidato à oposição mas sim um que o seja a 1º Ministro na óptica dos restantes portugueses. Sim, porque a responsabilidade é essa de analisar a escolha dos portugueses. Ora, entre os dois Luíses, como a mim, também me parece que os portugueses se revêem mais no Mendes como 1º Ministro do que no Menezes. A escolha é óbvia, basta andar na rua…
*Advogado

Balama - ONG interditada.

(Imagem daqui)
Igreja interditada de trabalhar na área de assistência social
As autoridades de Cabo Delgado interditaram a organização religiosa Águas Vivas, baseada no distrito de Balama, de continuar a realizar acções no âmbito da assistência social a crianças por alegadamente não observar as normas estabelecidas no quadro de instituições de atendimento a petizes, entre as quais as condições de alojamento e saneamento.
O director provincial da Mulher e Acção Social, Graciano Langa, confirmou o facto à nossa Reportagem, tendo adiantado que, por outro lado, a Igreja Águas Vivas não está oficializada como uma organização não-governamental, que possa actuar no domínio da área social, o que reforça a posição vigente do Executivo, mas sem no entanto se lhe fecharem as portas para outras formas de assistência.
“Mesmo assim, a organização ficou a fazer algumas actividades na assistência comunitária a famílias com crianças órfãs. Acolhe, já em casas condignas, crianças dos postos administrativos de Balama que vêm a sede estudar (em situação de orfandade) na escola local”, disse o director da Mulher e Acção Social.
O Conselho Coordenador deste sector, realizado semana passada no posto administrativo de Mapupulo, distrito de Montepuez, passou em revista o ponto referente à articulação entre a Igreja Águas Vivas e as autoridades dos sectores da Saúde e da Mulher e Acção Social, tendo concluído continuar a desaconselhá-la a não enveredar pela sua prestação de apoio no âmbito de apoio à Mulher e Acção Social.
Dados colhidos pelo “Notícias” referem que a Igreja Águas Vivas contactou o Governo, através da Direcção Provincial da Mulher e Acção Social, entre 2002 e 2003, com a intenção de abrir um orfanato em Balama. Nessa altura, mesmo depois de aberto, as autoridades competentes, verificadas as condições de alojamento eram precárias, não eram adequadas para o bom crescimento e desenvolvimento das crianças em situação difícil e decidimos desaconselhar a não continuar com a iniciativa”, confirma Graciano Langa.
Mesmo assim, mais uma vez a “Águas Vivas” volta a apresentar uma outra iniciativa, desta feita de trabalhar no âmbito da reabilitação nutricional de crianças de crianças. Aqui também veio a falhar.
“Aqui também veio a falhar porque não obedece a um conjunto de regras estabelecidas pelo Ministério de Saúde. Foram detectados atropelos a normas, razão que ditou a que o Governo do distrito de Balama encerasse a actividade de reabilitação nutricional.
Aquela congregação religiosa pretendia ainda estender as suas acções ao distrito de Meluco, no centro-norte, tendo encontrado o mesmo posicionamento oficial.
Para que a Igreja Águas Vivas possa articular com as autoridades governamentais locais, no âmbito das propostas que apresenta para a área da Mulher e Acção Social. Segundo Graciano Langa, é imperioso que cumpra com as normas e regras estabelecidas, bem como crie uma instituição a si subordinada que possa executar os seus programas.
Pedro Nacuo - Maputo, Sexta-Feira, 7 de Setembro de 2007:: Notícias