8/30/07

Renovação das fontes de energia - Biocombustíveis.

Estão na moda.
Muito se fala, confabula em todos os níveis intelectuais e até nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Apontam-se com imensos benefícios e poucas contra-indicações.
Apresentam-se como a salvação do planeta, milagreiros na geração de empregos, incentivadores do mundo industrial, preponderantes na gestão do aquecimento global.
Eufóricos, governantes viram arautos entusiasmados destas novas fontes de energia.
Justificam até a volta da energia nuclear e passam por cima do terrível acidente de Chernobil ocorrido dia 26 de abril de 1986 na Ucrânia.
Moçambique não foge a este emergente e entusiasmado fenómeno globalizado.
Entretanto, não esqueçamos por favor os aspectos ecológicos consequentes, ressaltados por ambientalistas conscientes.
Consciência é o mínimo que se exige.
Nossos filhos e netos agradecem, pois é este o único planeta que lhes deixaremos.
Jaime
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Transcrevo:
Biocombustíveis são boa alternativa, mas têm desvantagens. São considerados substituto ideal do petróleo, seja nos aspectos econômico, ambiental e de política energética. Ambientalistas advertem, no entanto, para aspectos ecológicos destas alternativas.
Os combustíveis de biomassa estão na moda e o mercado vive um verdadeiro boom. Desde 1º de janeiro deste ano, por exemplo, eles estão sendo misturados aos combustíveis convencionais nos postos de gasolina da Alemanha. Dos atuais 5%, a cota de biocombustível misturado ao combustível convencional aumentará para 8% em 2015.
Na América Latina, Ásia, Austrália e Europa, cultivam-se especialmente para este fim cada vez mais plantas ricas em energia, como a cana-de-açúcar, milho, trigo e colza. Também os Estados Unidos pretendem reduzir a dependência do petróleo e de gás do exterior, usando biocombustíveis. Além do aspecto econômico, acredita-se que tragam mais benefícios ao meio ambiente. Isto, no entanto, é controverso.
Imke Lübbeke, especialista em energia do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), adverte que matérias-primas renováveis não necessariamente trazem vantagens ecológicas.
Pulmão verde x biomassa?
A queima dos biocombustíveis libera menos dióxido de carbono (CO²) do que a queima de combustíveis fósseis. Isso foi confirmado num balanço feito pelo Instituto de Pesquisas de Energia e Meio Ambiente (IFEU) de Heidelberg.
Mesmo assim, o WWF, a Associação de Proteção da Natureza e organizações ambientalistas da América Latina advertem para os perigos da rápida expansão do cultivo de biomassa. No Brasil, Indonésia e Malásia as florestas estão sendo derrubadas para ceder espaço a novas áreas de cultivo.
As queimadas empregadas para derrubar as matas causam exorbitantes emissões de gás carbônico, o que só aumenta o efeito estufa. Além disso, um canavial, por exemplo, não consegue armazenar tanto CO² quanto a floresta tropical que foi derrubada para lhe ceder lugar.
Produção ecológica?
Imke Lübbeke acha bom que a União Européia pretenda aumentar seus incentivos para a produção de biocombustível. "Só temos de tomar cuidado para que esta produção também seja positiva para o meio ambiente. De nada adianta sacrificar áreas naturais importantes ou ameaçar a proteção do solo e da água com o cultivo de colza ou beterrabas de açúcar", diz Lübbeke.
Os ambientalistas advertem que o cultivo em larga escala pode levar à extinção de muitas espécies de plantas porque esta forma de plantio altera as propriedades do solo. Por outro lado, o WWF e o instituto de Heidelberg concordam que o uso de biomassa para produzir energia e calor seria positivo para o meio ambiente, pois ainda existem muitas usinas de carvão especialmente poluentes.
"A questão é sempre questionar que tipos de energia podem ser substituídos pela bioenergia. E neste caso é melhor substituir o que produz mais gás carbônico", explica Nils Rettenmaier, do IFEU.
Por Vera Möller-Holtkamp (rw) - DW-Worl.DE Deutsche Welle

Cabo Delgado - Negomano já tem ponte sobre o rio Rovuma.

Rio Rovuma: Ponte da Unidade já está de pé!
Está previsto que a 10 de Novembro do próximo ano tenhamos na pequena povoação de Negomano, distrito de Mueda, em Cabo Delgado, uma grande festa nacional e não só, pela inauguração da chamada ponte da Unidade, sobre o rio Rovuma, cujas obras de construção decorrem agora a um ritmo bastante acelerado. O momento juntará igualmente a vizinha Tanzânia, concretizando um velho sonho de dois grandes estadistas que os dois países tiveram, nomeadamente Samora Machel, de Moçambique, e Julius Nyerere, da Tanzânia.
Até 10 de Novembro de 2008 são 15 meses e o progresso actual da construção da ponte é de 11 pilares e um encontro concluídos, o que equivale a 35 porcento da obra. Tudo está a andar como o previsto, conforme afiança o empreiteiro, apesar de se ter registado um atraso de cinco meses, entre Novembro do ano passado e Maio deste ano, devido à chuva que elevou o caudal do rio, deixando os pilares então concluídos meio engolidos.
Peter Larsen, Engenheiro-residente e representante do empreiteiro, a viver em Mtambwa, Tanzânia, onde o nosso jornal esteve recentemente, diz que nada impede que os prazos estabelecidos sejam rigorosamente cumpridos, concluindo os 720 metros de ponte em caixão pré-reforçado, com 18 vãos de zero metro e a conclusão dos 17 pilares e dois encontros previstos no empreendimento.
É uma obra que promete trazer-nos uma ponte com uma largura total de 13,5 metros, duas faixas de rodagem de 3,25 metros e dois passeios de 1,5 metro cada, num local cuja paisagem empresta uma beleza única, resultante do facto de confluírem ali os rios Lugenda e Rovuma.
Está-se num ponto em que, estando do lado moçambicano, província de Cabo Delgado, distrito de Mueda, temos na margem esquerda do rio Lugendaz, a província do Niassa, através do distrito de Mecula e à nossa frente o rio Rovuma, fazendo-nos ver a Tanzânia.
Administrativamente, Negomano, o ponto aonde de Novembro do próximo ano em diante, cidadãos de todo o mundo vão cruzar a fronteira para ligarem Moçambique e a Tanzânia, é um posto cuja história passa por se ter registo de uma batalha durante a segunda guerra mundial.
Recordando esse acontecimento, na vila de Mueda, frente à administração colonial, está escrito num pequeno monumento “a Pátria reconhecida que por si honrosamente morreram no combate de Negomano, em 17 de Novembro de 1917”, palavras repetidas numa sala de aulas, já na sede do posto administrativo.
É, por outro lado, um dos mais carenciados postos administrativos de Cabo Delgado. Isolado, propenso à seca, muitas vezes incomunicável e cheio de curiosidades. A maioria dos seus habitantes é constituída por homens, ao contrário do que é comum neste país. São 340 homens e 327 mulheres. Mesmo assim, de acordo com Rosema Jairosse, entrevistada no dia 8 de Agosto corrente, há homens polígamos.
“Aqui temos homens polígamos, mesmo sendo eles a maioria. Outros têm três mulheres aqui e outras na outra margem, na Tanzânia, uma espécie de poligamia transfronteiriça. E a nossa vida é esta, fazer filhos, beber nipa (bebida destilada com métodos tradicionais).
Por outro lado, há muitas dificuldades de localizar quem se possa expressar com alguma fluência na língua portuguesa em Negomano, mas parece ser a única região do país onde se fala nada mais, nada menos que sete línguas: matambwe, Ngoni, Yao, Macua, Maconde, Suahili, português e inglês.
Negomano é, por outro lado habitado por pouca gente. Antes do actual censo populacional, os números apontavam para cerca de 3.500 habitantes, vivendo nas diferentes aldeias, entre as quais há as que se localizam a mais de 70 quilómetros da sede, como Chicumba, Nampunda, Nacaca, Chitande e Tuandembo, que até na última semana do censo populacional e de habitação, não haviam sido atingidas pelos brigadistas.
DESCOORDENAÇÃO
De acordo com Magnus Marcos, supervisor, esperava-se que o distrito enviasse uma viatura para que eles se deslocassem àquelas aldeias. Mas os dados presentes, relativos à sede de Negomano e aldeias vizinhas de Mitumbate e Ntahane, contradizem os do levantamento feito pelo Ministério das Obras Públicas. Foram recenseadas apenas 460 pessoas, número abaixo dos 667 habitantes que os técnicos daquele ministério encontraram.
Uma vida rotineira, conforme alguns jovens, que só poderá vir a mudar, provavelmente, por causa da ponte sobre o rio Rovuma. Uma actividade dividida entre a pesca nos dois rios disponíveis a metros, Rovuma e Lugenda e consumo de bebidas alcoólicas.
Numa povoação em que o número de casas não ascende as 125, havia aquando da nossa presença quatro a fabricar “nipa” com os consumidores à espreita e outras seis casas vendiam outros tipos de bebidas alcoólicas em pequenas barracas, na companhia de outros produtos de consumo.
Durante mais de três horas, o nosso jornal não conseguiu localizar o enfermeiro nem servente do posto de saúde local. A porta do hospital estava escancarada, deixando ver muitos medicamentos, incluindo soros, mas o estabelecimento não tinha ninguém, nem enfermeiro, nem doentes.
Negomano continua sem se mexer no sentido de que em breve vai ser um lugar de passagem e espelho do nosso País para todos os estrangeiros que por ali quiserem transitar. A escola é ainda aquele antigo refeitório da tropa colonial, feito de zinco e lá no interior alguém escreveu com letras garrafais: este edifício não apresenta imagem duma escola.
Informações que obtivemos do lado da Tanzânia referem que na região de Mtambaswala vão ser erguidas em breve infra-estruturas sociais e existe um plano-director elaborado pelo Ministério de Terras, tendo sido, inclusive contratado um consultor para a construção da estrada de 70 quilómetros, até Songueia, 40 dos quais totalmente de floresta fechada.
Do lado moçambicano, começou-se recentemente a falar da possível ocupação da vila pacata de Negomano, com os olhos na real necessidade que os diferentes organismos vão ter a partir de 2008. Os representantes das diferentes instituições reuniram-se em Pemba e juntos foram visitar Negomano e a outra margem do Rovuma, na Tanzânia.
Na verdade, chegou-se a uma conclusão de que houve até aqui uma gritante descoordenação das entidades governamentais, a partir do pressuposto de que, afinal, o comité técnico da ponte sobre o rio Rovuma se encontra sediado na capital do país e não dispõe de nenhuma representação na província de Cabo Delgado.
Guilhermina Amurane, directora provincial do Ambiente, chegou a considerar-se intrusa no encontro em que se tratou das questões integradas com relação à ponte do Rovuma. Na sua opinião, nada vinha claro sobre o envolvimento do seu ministério a níveis central e local, muito menos sobre as responsabilidades a si acometidas.
Aliás, Felício Fernando, director nacional adjunto da Avaliação do Impacto Ambiental no mesmo ministério, disse não ter sabido se no projecto de construção da ponte terão sido acauteladas as questões ambientais. O mesmo se constatou a nível de outros sectores como de Energia, das Telecomunicações, Migração e Alfândegas, etc..
Joaquim Nido, director da Ordem e Segurança no Comando provincial da PRM em Cabo Delgado disse que a sua corporação nem sequer havia sido alertada para a necessidade de poder começar a pensar o que fazer na fronteira de Negomano.

O LADO MAIS LENTO
Já no local, a parte moçambicana concluiu ser necessário que as instituições, principalmente aquelas ligadas à soberania nacional, façam os seus planos para muito rapidamente começarem com a sua implantação em Negomano.
Do lado tanzaniano o acampamento/escritórios do engenheiro residente está concluído em 98 porcento e do nosso lado em 40 porcento. A Tanzânia emprega 200 seus concidadãos no empreendimento e o nosso país, 65, exactamente porque é do nosso lado onde o processo se mostra relativamente mais atrasado.
Mesmo assim vai se colocar um outro problema: não estava previsto nenhum orçamento para o efeito, nem está claro se tal caberá à província ou às estruturas centrais. Mas, Ana Dimande, directora nacional no Ministério de Planificação e Desenvolvimento, avisou que o tempo limite para incorporar nos orçamentos termina daqui a uma semana.
Da mesma forma ainda não está claro em relação à proveniência dos fundos com que vai ser construída ou reabilitada a estrada Negomano/Mueda, 174 quilómetros sem a qual a ponte não terá o sentido real da sua existência.
Atanásio Mugunhe, chefe do gabinete técnico da ponte do Rovuma, do lado moçambicano, disse que ainda se está à procura de financiamento, não tendo inclusive o valor real necessário para a construção da estrada.
Entretanto, o “Notícias” soube que uma primeira estimativa apontava para um valor na ordem dos 55 milhões de dólares e a ideia prevalecente é enveredar por um novo alinhamento da estrada.
Pedro Nacuo - Maputo, Quinta-Feira, 30 de Agosto de 2007:: Notícias

8/29/07

Diversificando - Sons eternos de Miles Davis e John Coltrane.

Miles Davis e John Coltrane
A partir de meados da década de 1950, o trompetista Miles Davis – ícone do cool jazz, jazz-rock e da fusion – montou um quinteto que marcou a história do jazz. Um dos destaques do conjunto era John Coltrane, um dos maiores saxofonistas de todos os tempos. O grupo passou por várias formações – teve uma fase como sexteto. Entre os músicos que por lá tocaram estão os pianistas Bil Evans e Red Garland, o baterista Jimmy Cobbs e o contrabaixista Paul Chambers.
Entre os discos gravados pelo quinteto/sexteto de Miles Davis estão Cookin’, Relaxin’, Milestones e Kind of Blue, um dos mais cultuados da história do jazz.
Depois de deixar o grupo de Miles, Coltrane lidera um quarteto que se propõe a ousadas experimentações sonoras. Alguns críticos, aliás, classificam o saxofonista como um dos precursores do free jazz.
Miles não fica atrás. No fim da década de 1960, ele mergulha numa viagem estética que vai dar na fusão entre jazz e rock, o que arrepia os cabelos dos defensores da tradição jazzística. E estava muito bem acompanhado nessa aventura: tocavam com ele os tecladistas Herbie Hancock e Chick Corea, os contrabaixistas Dave Holand e Ron Carter e o saxofonista Wayne Shoter, só para citar alguns. (In Ponto de Fuga)
Miles Davis & John Coltrane - SO WHAT


(Para evitar sobreposição de sons, não esqueça de "desligar" a "Rádio Moçambique" no lado direito do menu deste blogue.)

8/28/07

Moçambique - Aprovados quarenta projetos para estradas.

Mais de 5.590 quilómetros de estradas nacionais serão cobertas por um total de 40 projectos de reabilitação e melhoria, orçados em 786 milhões de dólares, ao abrigo do plano estratégico para o período 2007/2011, recentemente aprovado pelo Governo. Daquele universo de projectos, o Executivo seleccionou 13 para implementação no triénio 2007/2009, cobrindo 1.565 quilómetros de extensão, com um custo estimado em cerca de 429 milhões de dólares.
Segundo fonte da Administração Nacional de Estradas (ANE), à excepção dos eixos Macarretane/Massingir, na província de Gaza, e Macomia/Oasse, em Cabo Delgado, todas as estradas seleccionadas são primárias, devendo, em todos os casos, os traçados respectivos ser revistos, para garantir que os projectos estejam conforme o padrão estabelecido no plano estratégico e os princípios de optimização da rede.
Para beneficiar de projectos de reabilitação, foram seleccionadas como prioritárias três secções da EN1, a sul do rio Zambeze, nomeadamente os eixos Jardim/Benfica, Xai-Xai/Zandamela/Chissibuca, e Massinga/Nhachengue, para os quais já existem financiamentos garantidos pela agência IDA, embora os correspondentes projectos em detalhe devam ainda ser objecto de pequenas revisões. Outros projectos inclusos neste lote são as estradas Vandúzi/Changara e Macarretane/Massingir que, embora não sendo uma estradas nacionais, vão beneficiar de manutenção periódica e reparação, com financiamento da OPEC.
Relativamente a projectos de melhoria, o plano estratégico do sector de estradas elegeu a EN14, o chamado corredor de Montepuez, que integra as secções Ruaça/Montepuez, em Cabo Delgado, e Marrupa/Ruaça e Lichinga/Litunde, no Niassa. Segundo projecções do Governo, estes projectos deverão ser iniciados em 2008 e concluídos até finais de 2009.
A ideia, segundo dados confirmados pelo Governador do Niassa, Arnaldo Bimbe, é fornecer uma ligação rodoviária em qualquer período do ano através de uma estrada pavimentada ligando as cidades de Lichinga e Pemba, assegurando o acesso da província do Niassa ao mar através do porto de Pemba.
A estrada Cuamba/Lichinga (EN13), porção ocidental da estrada Nampula/Lichinga, que também estabelece ligação ao sul da província do Niassa via Gúruè, na Zambézia, é considerada parte importante da rede primária principal, sendo no entanto muito cara a sua manutenção como estrada não pavimentada. Porque não tem ainda garantido o financiamento para a sua execução, este projecto poderá não ser iniciado antes de 2009, devendo a maioria dos trabalhos ser realizados na terceira fase, que se estende até 2011.
Relativamente à estrada Cuamba/Nampula, com 335 quilómetros, cujo projecto terá financiamento japonês, o Governo prevê que as obras arranquem em 2008, devendo prolongar-se por um período de quatro anos.
As obras na estrada Gúruè/Magige, que faz parte do Corredor do Niassa, incluindo o eixo Nampevo/Gúruè/Cuamba/Lichinga, serão financiadas pelo Bando Islâmico de Desenvolvimento. Com relação à estrada Mocuba/Milange, com 171 quilómetros, um dos corredores regionais no âmbito da SADC, há um compromisso de financiamento por parte da União Europeia, devendo os trabalhos começar em 2008, prolongando-se até 2011.
Outros projectos que poderão ser executados, tanto na fase 2 como na fase 3, em função da disponibilidade financeira, incluem as estradas Boane/Ponta d’Ouro (EN200), Nampula/Nametil (EN104), Moamba/Magude, Sussundenga/Chimoio e Espungabera/Sussundenga, Matema/Mualaze, Moma/Angoche e Oasse/Ponte da Unidade, na ligação entre Moçambique e Tanzânia.
Na opinião do Governo, esta estrada deverá ser reclassificada como secundária, e a sua reabilitação/construção executada em fases, por forma a coincidir com a conclusão das obras da ponte já em construção sobre o rio Rovuma.
Maputo, Segunda-Feira, 27 de Agosto de 2007:: Notícias

Ronda pela imprensa lusa: O que escreve Albano Loureiro.

Opinião - Universidade de Verão.
As coisas que eu aprendo em férias. Desculpem a ignorância que para alguns possam representar estas minhas lucubrações mas, na realidade, no ócio deste Verão fingido dei-me conta de algumas evidências que desconhecia de todo. De uma forma ou de outra, já todos demos de caras com esses canais de televisão exclusivamente dedicados ao anúncio e promoção para venda directa dos mais variados produtos milagrosos e com resultados retumbantes.
Ele é pentes para carecas, unguentos para emagrecer, aparelhos para transformar as barriguinhas em corpos esculturais e por aí fora. Claro, tudo sem qualquer esforço, basta comprar a coisa. Há tempos dei-me conta também de canais do mesmo género a anunciar pacotes de férias. E, como não podia deixar de ser, para além dos preços milagrosos, logo se oferecia crédito para pagamento em prestações. Num destes dias em que o tempo, mais uma vez, não dava para trabalhar pró bronze, resolvi fazer “mappling”. É um exercício assim como o “jogging” ou “footing” só que praticado sentado no sofá. Para ajudar ao esforço, comando na mão e toca de explorar o satélite. Dei então com um canal que vende casas e apartamentos de sonho em destinos turísticos. Destinado essencialmente ao mercado inglês lá se anunciavam os belos imóveis em Creta, Chipre, Grécia, Baleares e até no Algarve. Preços exorbitantes anunciados como pechinchas mas que, tomando por base os mercados alvo, soam atractivos. A técnica de venda consiste em proporcionar uma viagem ao potencial comprador para exploração e visualização dos locais dos imóveis, viagem essa a preço incrível de saldo e, uma vez apanhado lá o incauto, prega-se-lhe com uma lavagem ao cérebro e tortura chinesa tipo venda de colchões. Os resultados parecem ser bons, até porque se o comprador não fizer nenhum negócio é logo tratado abaixo de cão e, com algum azar, abandonado à sua sorte, tendo de pagar a viagem de regresso e suportar restantes despesas. Claro, para ajudar a entusiasmar o adquirente, as imagens da tv são divinas, quase sempre digitalizadas e distorcidas, apresentando jardins e piscinas enormes que na realidade não passam de quadradinhos de relva ou tanques de água onde mal cabem duas pessoas.Atente-se que o reverso da moeda foi-me dado por casal “very british” com o qual comentei o conteúdo do canal e que também me falou de como essas televendas têm dado celeuma nas ilhas inglesas. Logo desataram num ataque às civilizações do sul e do pouco escrúpulo desses vendedores que usavam a boa fé e honestidade intrínseca dos cidadãos britânicos para depois os vigarizarem. Uns malandros estes latinos. Ou seja, a postura é a mesma a que assistimos recorrentemente cada vez que essa gente tem de qualificar os restantes povos. Eles são os melhores e os mais santinhos que andam a aguentar com a corja do mundo. Lembre-se o recente caso da pequenita raptada no Algarve e de como a comunicação social britânica tratou as autoridades portuguesas e até o nosso país. Reconheço que fiquei danado com o desplante do dito casal e da forma ligeira como generalizavam logo as suas apreciações. Por isso dediquei mais algum tempo ao tema e fui tentar saber as origens daquela empresa promotora. Como era de esperar, sede na Inglaterra, controlada por ingleses, com os serviços em Londres prestados por ingleses para ingleses. O que a promotora faz é adquirir aos empreiteiros nacionais daqueles países os direitos de comercialização a preços esmagados e com comissões chorudas que lhes extorquem, controlando completamente o negócio sem qualquer intervenção, quer dos construtores, quer dos proprietários dos imóveis. Aliás, é a mesma empresa britânica que dispõe de um site na net para arrendamentos de casas de férias, com excelentes fotografias e descrições deslumbrantes que depois se revelam desoladoras mas já não há nada a fazer porque é exigido um pagamento de 50% antecipado. E aqui o mercado alvo é também o dos incautos cidadãos do sul.Virou-se o feitiço contra o feiticeiro. Afinal quem são os verdadeiros doutorados da vigarice?
*Albano Loureiro-Advogado
* O autor é advogado e nascido em Porto Amélia/Pemba, filho dos antigos residentes Sr. Loureiro do A. Teixeira e da Professora D. Ana Alcina, sobrinha do Administrador do posto de Metuge (na época colonial), próximo a Bandar e à Companhia Agricola de Muaguide, Fernandes Pinto.
Leiam também : - OPINIÃO - Monotonia

8/25/07

DARFUR - Até quando o genocídio ?

...ou a África que envergonha e o mundo não enxerga!
(Para evitar sobreposição de sons, não esqueça de "desligar" a "Rádio Moçambique" no lado direito do menu deste blogue.)
Do "Estado de São Paulo" - sexta-feira, 24 de agosto de 2007, 14:53
Sudão ainda fornece armas para Darfur, diz Anistia
Grupo de defesa dos direitos humanos afirma que governo viola embargo da ONU.
A organização de defesa de direitos humanos Anistia Internacional acusou o governo do Sudão de enviar armas para a região de Darfur, contrariando o embargo imposto pela ONU.
O grupo afirma que fotografias de helicópteros militares de fabricação russa e um avião de transporte em um aeroporto em Darfur, tiradas em julho, comprovam as violações.
A embaixada do Sudão em Londres disse à BBC que as fotografias são suspeitas e acusou a Anistia Internacional de fazer uma "cortina de fumaça".
Pelo menos 200 mil pessoas teriam morrido na região de Darfur desde 2003.
A resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em março de 2005, proíbe o fornecimento de armas a todos os envolvidos no conflito na região. Mais de 2 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas desde que os grupos rebeldes começaram com as ações contra o governo.
Milícias formadas por africanos muçulmanos de origem árabe, denominadas Janjaweed, são acusadas de crimes de guerra, assassinatos, estupros e roubos contra a população negra africana da região.
O governo do Sudão é acusado de apoiar essas milícias. As autoridades sudanesas afirmam que a escala da crise foi exagerada e dizem que, na verdade, 9 mil pessoas morreram no conflito.
Em um comunicado, a Anistia Internacional diz que as fotografias de aeronaves militares sudanesas tiradas por testemunhas em Darfur reforçam provas recolhidas em maio de que o governo do Sudão continua alimentando graves violações dos direitos humanos no país.
Tiradas no aeroporto de El Geneina, uma cidade perto da fronteira entre Sudão e Chade, as fotografias mostram contêineres sendo retirados de um avião de carga Antonov 12 e carregados em veículos militares, além de helicópteros Mi-24 e aviões Mi-17, da Força Aérea sudanesa.
"O governo sudanês ainda está enviando armas para Darfur desafiando o embargo de armas da ONU e os acordos de paz para Darfur", afirmou Brian Wood, gerente de pesquisa em controle de armas da Anistia Internacional.
"Mais uma vez, a Anistia Internacional pede que o Conselho de Segurança da ONU tome medidas decisivas para garantir que o embargo seja aplicado, incluindo a colocação de observadores da ONU em todos os portos de entrada no Sudão e em Darfur", acrescentou. Moradores locais disseram ao grupo que os aviões transportam equipamentos militares para soldados do governo e milícias Janjaweed, que operam em Darfur.
Um Antonov do governo sudanês também fez ataques aéreos depois de um ataque do grupo rebelde Movimento da Justiça e Igualdade em Adila, no dia 2 de agosto, segundo a Anistia Internacional.
Khalid al-Mubarak, diplomata na embaixada sudanesa em Londres, afirma que "existe um padrão de fotografias falsas" e que isso é parte de uma tentativa de desviar a atenção da opinião pública de questões como os conflitos no Iraque, na Faixa de Gaza e na República Democrática do Congo.
"O governo sudanês tem soberania em todo seu território. Se move aviões de um lugar para outro, isso é prova de que existem armas?", questionou o diplomata à BBC.
Mubarak também acusou a Anistia Internacional de se transformar em "parte da indústria de demonização do Sudão".
A Anistia Internacional, por sua vez, afirmou que a recente proliferação de pequenas armas e veículos militarizados em Darfur levou a um aumento em ataques armados contra comboios de ajuda e civis.
BBC Brasil - Estado de São Paulo

8/23/07

Diversificando - Nostalgia de um fim de tarde...

(Imagem daqui)
Nos trópicos o sol desaparece...
surge a suavidade acariciante do anoitecer...
o olhar voa para o horizonte procurando enlevado, lascivo, libertino o galanteio com a sedutora nostalgia...
arrebatado, mergulha apaixonado na saudade...
e indaga:
O que é a nostalgia?
É a dor que só sente o exilado?
É quando quem da pátria afastado
vê chegar uma grã melancolia?

(poeta)
É...ressurgir dentro d´alma uma idade passada,
uma saudade linda,
e sentir no coração ,
que apesar do tempo, há festa ainda....

(ligada)
É o que sentimos sem saber porquê,
sem saber reverter
e sem saber remediar!

(Juh)É uma dor que aperta,
que o deixa sem fôlego, quando a ansiedade toma conta...
É como sofrer por paixão, sem saber a razão!
Ouvir uma musica romântica, lembrando de alguém, mas quem?
É um sentimento que machuca, pois vc. só pensa, não tem solução...
(Manga Rosa)
É a falta que se sente
daquilo que não se pode reter !

(Luzia)

Pemba terá centro cultural.

A Associação Cultural Tambo Tambulani Tambo, baseada em Pemba, vai inaugurar em Novembro o seu centro cultural, cujas obras estão em curso fruto duma parceria com a organização não governamental holandesa HIVOS, que aceitou financiar o projecto daquela agremiação cada vez mais robusta no norte do país. A infra-estrutura fará o resgate dos valores culturais e tradicionais da região através de expressões artísticas como o teatro, a dança e a música.
A associação afirma que o projecto para o centro Tambo foi executado em cerca de 80 porcento e espera concluir recorrendo ao seu orçamento para 2008, que consistirá na ampliação sonora e equipamento audiovisual, louça sanitária, palco, anfiteatro, transporte, por forma a criar a auto-sustentabilidade do mesmo.
A inauguração vai coincidir com a realização da terceira edição do Festival Tambo. O “Tambo Tambulani Tambo” acaba de eleger uma secretária-geral, Saquina Baboo, eleita numa assembleia-geral que também passou em revista os relatórios narrativos e financeiros.
Saquina destronou no cargo Abubacar Maurício, que chefiava o “Tambo” àquele nível desde a sua última assembleia, há cerca de dois anos. O encontro decidiu igualmente por eleição renovar o mandato de Vítor Raposo, na sua qualidade de coordenador da associação e preencher outras vagas dos órgãos sociais. Para o coordenador da Tambo Tambulani Tambo, os membros da associação estão perante aquilo que outrora foi um sonho e hoje um espaço físico com infra-estruturas e algum equipamento. Acredita que vai ser um lugar privilegiado, onde os artistas, e não só, terão a possibilidade de se encontrar para diversos objectivos culturais, incluindo o lazer.
“Mas devemos reconhecer que neste mandato não conseguimos responder ao workshop de dança que tínhamos como nosso plano neste ano, contrariamente àquilo que foi um sucesso em relação ao outro workshop de teatro, em parceria séria com a organização holandesa Theatre Embassy”, anota Vítor Raposo.
O relatório financeiro fala em termos gerais do acordo que o “Tambo Tambulani Tambo” assinara com a Action Aid Internacional Moçambique para a implementação do projecto de fortalecimento da sociedade civil em Cabo Delgado, financiado pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional.
Tratou-se de um orçamento de 24.098,17 dólares, que entretanto só foram desembolsados 12.100 dólares para a realização de actividades da semana de Acção Mundial do Movimento de Educação para todos.
Maputo, Quinta-Feira, 23 de Agosto de 2007:: Notícias

8/22/07

A bela e o monstro - Turismo agrava custo de vida da população de Pemba.

Maputo-Segunda-feira 20 de Agosto de 2007, a TribunaFAX N°531-O custo de vida, na Baía de Pemba, capital de Cabo Delgado, está cada vez mais elevado, tornando-a numa das cidades mais cara do País, senão a mais cara, com os munícipes a apontar o dedo acusador ao sector turístico, que, neste momento, está a dominar o mercado local.
Os preços praticados na maioria dos estabelecimentos comerciais, casas de lazer, mesmo no mercado informal, chegam a se tornar o dobro e/ou triplo do praticado noutras capitais províncias, incluindo a Capital, com a alta de preços a abranger todo tipo de produtos, locais e importados.
A Baia de Pemba é rica em mariscos, com peixe de varias espécies, camarão, lula, até lagostas. Contudo, estes recursos, apenas, são consumidos por pessoas de maior poder financeiro, como são os casos de dirigentes e turistas, com os nativos a viverem de sobras.
“Você pode ir à praia para comprar peixe directamente aos pescadores, mas os preços são altos. Eles sabem que se você não comprar, há quem pode, os turistas, que, a qualquer preço, adquirem. Por isso, contribuem, grandemente, para o aumento do custo de vida”, desabafou
P. José, funcionário do Aparelho de Estado.
“Os preços dos produtos, sobretudo, no mercado informal, são variáveis. Nos estabelecimentos comerciais são razoáveis, visto existirem fiscalizações regulares”, disse, frisando que “quando o cliente se apresenta de carro ou de mota, o preço sobe, mas quando vai a pé, o mesmo desce. As pessoas aliam o facto de Pemba ser uma cidade turística para alimentar oportunismo e especulações nos preços dos produtos”.
Como alternativa, grande parte dos munícipes vêem-se obrigados a fazer compras na chamada Capital do Norte, Cidade de Nampula, que dista a mais de 410 quilómetros de estrada, num percurso de, sensivelmente, seis horas de tempo.
“Mesmo em Nampula, a vida é
cara, mas é relativamente melhor, em relação a Pemba”, disse, ajuntando que os operadores comerciais deveriam ter em mente, que para além de turistas, existem populações desfavorecidas, que dormem sem que tenham comido, “grande parte dos munícipes têm baixa renda. Eles não deviam avaliar o preço em função do cliente, como tem acontecido”.
T. Jemuce disse estar a pouco menos de três meses a trabalhar numa instituição pública, transferido de Maputo, sendo natural da província de Sofala. A primeira constatação que teve foi a alta de preços praticados no mercado local. A sustentar a afirmação, frisou que um electrodoméstico chega a custar o triplo do preço que custa em Maputo.
“Uma geleira que custa pouco mais de 6 mil meticais em Maputo, em Pemba está a 17 mil meticais. Preferi mandar vir a minha geleira e outros electro-domésticos de Maputo para cá,
pagando apenas cerca de 6 mil meticais que pagar 17 mil”, conta.
Frisou que, apesar de estar há pouco tempo, na Baía de Pemba, prefere fazer suas compras na Cidade de Nampula.
“É longe, mas é preferível”.
NN

Internet banda larga chega a Pemba...

TDM Banda Larga chega a Pemba e Nacala:
O serviço de internet TDM BandaLarga continua a expandir para mais pontos do País, sendo que desta vez, os pontos abrangidos são as cidades de Pemba e Nacala, isto depois da expansão ocorrida em Maio e Julho do corrente ano, que abrangeu as cidades e vilas de Xai-Xai, Inhambane, Maxixe, Vilanculos, Dondo, Chimoio, Vila Manica, Quelimane, Mocuba e Tete. Assim, o serviço TDM BandaLarga fica disponível em 16 pontos do País, incluindo as cidades de Maputo, Matola, Beira e Nampula. De acordo com uma fonte da TDM, "a expansão permitirá que mais concidadãos tenham ao seu dispor um serviço altamente inovador que os permitirá integrar-se cada vez mais na sociedade de informação e de comunicação, com efeitos evidentes no desenvolvimento sócio-económico moçambicano. Conforme dados em nosso poder, o serviço TDM BandaLarga é suportado pela tecnologia ADSL, sendo por isso o serviço de internet mais rápido disponível em Moçambique, sendo oferecido a clientes pessoais, institucionais e empresariais. Recordar que a TDM BandaLarga foi introduzida em Abril de 2006, contando actualmente com mais de 4.000 clientes, sendo a cifra de adesão nos últimos três meses de aproximadamente 400 clientes por mês.
VERTICAL - 22.08.2007

Pesquisa de petróleo movimenta Pemba e Cabo Delgado.

Mais reuniões de apresentação do rascunho do relatório do estudo do impacto ambiental vão ter lugar esta semana na cidade de Pemba, distritos de Mocímboa da Praia e Palma, no norte de Cabo Delgado, sobre o projecto de pesquisa sísmica em águas profundas (offshore) na área da bacia do Rovuma, visando a pesquisa de petróleo, na sequência do acordo assinado entre o Governo e a Anadarko Moçambique, Área-1, L.da e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, E.P (ENH.EP).
O documento a ser apresentado pela Anadarko foi preparado pela consultora IMPACTO, que pretende notificar as partes interessadas e potencialmente afectadas pela eventual pesquisa sísmica naquela área, dando-lhes as características físico-geográficas, na tentativa de acautelar possíveis incompatibilidades no terreno.
Na verdade, conforme experiências anteriores, o documento marca o início do processo do estudo do impacto ambiental e fornece informações sobre a pesquisa sísmica, o projecto proposto e alguns dos potenciais impactos que podem ocorrer como resultado das pesquisas.
Fonte da IMPACTO disse que este procedimento é ditado pela legislação moçambicana, que obriga que antes do início da pesquisa sísmica se deve dar oportunidade ao público de participar numa das partes do processo, considerando-a um elemento fundamental por poder identificar preocupações ambientais e socioeconómicas prevalecentes.
A Anadarko Moçambique, Área-1, L.da, conforme dados colaterais obtidos pelo nosso Jornal, é uma empresa registada no nosso país, sendo uma filial independente da Anadarko Petroleum Corporation, sediada em The Woodlands, Texas, Estados Unidos da América. Actualmente opera em oito plataformas em águas profundas no Golfo do México, uma no Qatar, três previstas no Brasil e cinco na China, tal como se apresenta como tendo operações amplas nos EUA, Alasca, Argélia e Indonésia.
O bloco concedido pelo Governo moçambicano fica situado a aproximadamente 100 quilómetros a norte de Pemba e estende-se até à fronteira com a Tanzania, e o seu contrato concede à Anadarko e à ENH-EP o direito exclusivo de exploração e produção de quantidades comerciais de hidrocarbonetos, sendo o período inicial de cinco anos, com a opção de prolongar por um período adicional de três anos.
Por outro lado, a ARTUMAS GROUP, uma empresa canadiana que, em associação com a ENH-EP, assinou com o Governo um contrato para a prospecção e exploração de gás e petróleo no bloco terrestre da Bacia do Rovuma, já se prepara para mais uma série de reuniões nos três locais de Cabo Delgado acima referidos.
É já no próximo dia 31 que começa a reunião de Pemba, podendo ir depois aos distritos de Palma e Mocímboa da Praia, tendo em conta que vai proceder à abertura de linhas de prospecção sísmica naquelas regiões. Trata-se da continuidade do processo que levou a que, entre os dias 7 e 11 de Maio deste ano houvesse sessões públicas nos mesmos locais.
Em meados deste ano, a norueguesa HYDRO fez a sua primeira sessão de pesquisa, conforme a proposta de levantamento sísmico em alto mar, nas áreas 2 e 5 da Bacia do Rovuma, igualmente em cumprimento do contrato que assinou com o Governo, que lhe concede direitos exclusivos de realizar actividades de prospecção com validade de oito anos.
PEDRO NACUO - Maputo, Quarta-Feira, 22 de Agosto de 2007:: Notícias

Combate à fome: o fracasso do investimento agrário em Cabo Delgado.

Maputo, terça-feira 21 de Agosto 2007, a TribunaFAX N°532 – O investimento direccionado ao sector agrário, na Província de Cabo Delgado, desde o primeiro semestre deste ano, está aquém de cumprir o Plano de Acção de Combate à Fome, o que torna difícil os desígnios do Executivo de transformar o pequeno produtor, em produtor comercial, bem como alcançar a produtividade almejada.
Esta é a conclusão a que chegou o Relatório da Direcção Provincial de Agricultura, apresentada ao Governo local, que o A TribunaFax teve acesso, que reconhece a necessidade do governo liderado por Lázaro Mathe reflectir sobre a situação, de forma a traçar estratégias claras em relação aos investimentos para o sector.
”Olhando para os níveis de investimentos correntes, no sector de Agricultura, na nossa província, conclui-se, facilmente, que estamos aquém de cumprir com o Plano de Acção de Combate à Fome, a menos que a estratégia em relação aos investimentos seja alterada”, recomenda o documento.
De Janeiro a Julho do presente ano, o Executivo de Mathe, através do Programa Nacional do Desenvolvimento Agrário, PROAGRI, investiu cerca onze biliões de meticais, redistribuídos por vários subsectores, cabendo à Agricultura/Extensão, a fasquia de perto de 4.4 biliões. A Pecuária ficou aproximadamente quatro biliões; ao sector de Florestas foram direccionados 540 milhões meticais. Ao de Investigação foram alocados cerca de 621 mil e para Pescas coube o valor de aproximado a um bilião e meio.
“O valor gasto pelo sector é bastante baixo se comparado com as necessidades”, frisa o Relatório, sustentando que “na componente tracção animal, os 3.88 milhões de meticais apenas
servirão para a aquisição de 150 animais de gado bovino, sendo 100 para o fomento e 50 para a própria tracção animal. Em relação àquilo que se pensa dentro do Plano de Acção de
Combate à Fome, 50 bois vão servir para fazer 25 juntas para a província”.
Para além do Executivo, o sector tem recebido investimentos provenientes das ONG’s e parceiros, que, segundo consta do retrocitado documento, no período em análise, disponibilizaram perto de 430 milhões de dólares americanos. Dos principais parceiros, destacam-se o Programa das Nações Unidas para Alimentação, FAO, Programa de Apoio aos Mercados Agrícolas, PAMA, e Fundação Aga Khan.
“Apesar de sermos confrontados com muitas actividades de ONG’s, nos distritos, os níveis de investimento estão aquém do desejado, se tivermos em conta que, uma parte, se não a maior quantia desses fundos, vão para os custos indirectos”, refere, para de seguida frisar que “pode-se notar, ainda, que os níveis de investimento para a Agricultura, no entanto que actividade produtiva, é muito baixo”.
O Relatório foi elaborado com vista a munir o Executivo provincial com informação necessária para a tomada de decisões, dar a conhecer o índice de investimentos, bem como para avaliar o impacto da implementação dos projectos em curso. A aderência e o envolvimento das comunidades na implementação dos projectos constituem outros objectivos.
O Executivo liderado por Armando Guebuza definiu a agricultura como a base de desenvolvimento económico e social do País.
Nelson Nhatave

8/18/07

ELVIS PRESLEY partiu hà 30 anos...2

Elvis Presley, o Rei do Rock, "partiu" há 30 anos. E, na semana do aniversário de seu falecimento, destacamos novamente este símbolo de atuais e futuras gerações, postando aqui mais alguns de seus sucessos:
(You're The) Devil In Disguise - aqui
(Marie's The Name) His Latest Flame - aqui
Can't Help Falling In Love - aqui
Good Luck Charm - aqui
Return To Sender - aqui
(Dados recolhidos daqui)

(Para evitar sobreposição de sons, não esqueça de "desligar" o "Rádio Moçambique" no lado direito do menu deste blogue.)

Estaleiro Naval de Pemba em Tribunal.

PEMBA – Corre seus trâmites legais, em Cabo Delgado, o processo contra a empresa Estaleiro Naval de Pemba, sita na Baixa da Cidade, um combinado pesqueiro, que fechou as portas, há mais de um ano, atirando ao desemprego, cerca de 70 trabalhadores, com salários em atraso e indenizações em falta.
Os ex-trabalhadores estão expectantes da decisão a ser tomada pelo tribunal judicial local, que deverá se pronunciar, a qualquer momento, por forma a pôr termo ao diferendo que os opõe à entidade patronal, segundo revelou um ex-trabalhador daquela empresa, em contacto com o "A TribunaFax". “Estamos à espera da decisão do tribunal. O que queremos é que sejam salvaguardados os nossos direitos. Queremos os nossos salários em atraso e indemnizações”, disse, frisando que, no caso específico, a Estaleiro Naval de Pemba lhe deve mais de 50 mil meticais, referentes a salários indemnização. “Trabalho naquela empresa há mais de cinco anos. O que nos deram foi, apenas, o montante respeitante ao pré-aviso, por isso, estamos a exigir que nos paguem o nosso dinheiro”, reiterou, frisando que “já tivemos muitas negociações com o nosso patronato, mas não chegamos a nenhum acordo, por isso, preferimos resolver o caso, judicialmente”.
A crise financeira, no Estaleiro Naval de Pemba, ao que soube o "A TribunaFax", iniciou quando o grupo de sócios, formado por três cidadãos nacionais, começou a entrar em conflitos, devido a uma dívida contraída numa firma local, que não nos foi revelada. Como corolário deste conflito, a empresa foi acumulando dívidas entre salários e indemnizações para com os seus trabalhadores, de cerca de 1.5 milhões de meticais, montante que afirma não o possui. A nossa reportagem tentou, sem sucesso, ouvir um dos sócios da empresa. Contudo, ficou a saber que uma das partes que tentou mediar o conflito que assola a sociedade daqueles nacionais, foi a OTM-CS, que, na pessoa do seu secretário provincial, Arlindo Valentim, sem lograr sucesso. “Já tivemos várias negociações com a entidade empregadora, e devido a este conflito entre os sócios não conseguimos chegar a um consenso, pois, com único sócio não era possível resolver este problema”, disse Valentim para, de seguida, frisar que “um sócio é que se mostrava disponível para tentar, por via do diálogo, resolver o problema, o que se tornou impossível, visto que se trata de uma sociedade e não de pertença a única pessoa”. “Esperamos pela decisão do tribunal, que passa pela venda da empresa e/ou contracto de exploração a um outro patronato”, disse, sublinhando que, neste momento, esta é a questão que mais preocupa a sua agremiação. Num outro desenvolvimento, Valentim denunciou à nossa reportagem a existência de muitas empresas que descontam seguro social aos seus trabalhadores, sem, contudo, canalizá-los ao Instituto Nacional de Segurança Social-INSS. A sustentar as suas declarações, a fonte citou empresas de segurança privada, como são os casos da Sosep Coin e Impar Segurança Pemba, FIPAG, Hotel Cabo Delgado, Complexo Nautilus, entre outras. “O trabalhador fica lesado duas vezes. É descontado e, em casos de necessidades, não terá acesso às suas contribuições”, disse, para, de seguida, avançar que “algumas dessas empresas que não canalizam os descontos dos trabalhadores foram remetidas a execuções fiscais, de modo a que paguem as dívidas”. Salientou, no entanto, que existem melhorias da situação do conflito laboral, facto resultante de uma maior abertura por parte das entidades patronais, o que, anteriormente, era difícil, sobretudo, nas empresas madeireiras. “Há empregadores que pensam que o sindicato quer prejudicar a empresa. Estamos a ultrapassar, aos poucos, estas situações, até porque faz parte da nossa luta sindical”.
Nelson Nhatave - A TribunaFAX - Maputo, sexta-feira 17 de Agosto 2007, N°530.

8/17/07

PEMBA na revista "Caras".

(Clique na imagem para ampliar)
Ninguém resiste aos encantos de PEMBA...
(dados recolhidos do "Bar da Tininha" - onde poderá ler a reportagem completa - e informados por Helena Vilas Boas)

Continuamos imaginando Pemba - 5...

( Foto de Sérgio Cabral)

Continuamos imaginando Pemba - 4...

( Foto de Sérgio Cabral)

Continuamos imaginando Pemba - 3...

( Foto de Sérgio Cabral)

Continuamos imaginando Pemba - 2...

(Foto de Sérgio Cabral)

Continuamos imaginando PEMBA...

(Foto de Sérgio Cabral)

Motivações económico-políticas no roubo de cabos elétricos ?...

Roubo de material eléctrico: EDM culpa motivações de ordem económico-políticas.
A empresa Electricidade de Moçambique (EDM), vê nas motivações de índole económico-políticas como estando por detrás da actual onda de roubos dos materiais eléctricos a si pertencentes, entre cabos eléctricos, cantoneiras e outros, e cria uma unidade técnica destinada ao seu combate, segundo foi anunciado no distrito de Mecúfi, Cabo Delgado, onde decorria o III Conselho Coordenador do Ministério da Energia do nosso país.
Celestino Sitoe, jurista da EDM, apresentou um quadro negro sobre o actual nível de roubos que apoquentam a sua empresa e agrupou em duas as motivações que podem estar por detrás da actual onda de roubos que deixa à sua trás um rol de prejuízos que acabam afectando o próprio desenvolvimento do país.
“A linha Nampula/Nacala tem sido frequentemente sabotada, assim como o que aconteceu na Beira, em que a subestação de Maquinino, para além de sabotada foi vandalizada, tirando baterias, o sistema de frio, aparelhos de ar condicionado, com um requinte de quem bem conhece a matéria, desta feita não ir apenas vender à sucata, pensamos haver motivos de ordem política que os serviços de inteligência poderão vir a esclarecer”, disse.
Por outro lado, segundo Celestino Sitoe, pode pensar-se na pobreza geral que está a contribuir para o aumento dos roubos, pois de acordo com a fonte, os sucateiros são incitados por quem promete pagar elevadas somas em dinheiro, visto que o preço do cobre na sucata subiu nos últimos tempos de 20 meticais o quilo para 130 meticais a mesma quantidade.
A EDM diz não haver dúvidas de que a sucata, de materiais eléctricos, tem como destino privilegiado a África do Sul, onde é transformada em lingotes de cobre e alumínio e depois reexportada para o mercado asiático, razão porque de 2005 a 2006, as exportações de lingotes daqueles metais cresceram naquele país em cerca de 40 porcento.
“Portanto, está-se perante a caça ao tesouro, na verdade um sério revés ao desenvolvimento do sector eléctrico e do país em geral, que interfere negativamente na expansão da rede, na qualidade da energia distribuída, afecta a imagem da empresa perante os seus utentes e obriga a desvio de recursos, quer humanos, quer materiais e financeiros, para atender a esta nova realidade”, ajuntou.
A Situação líquida da EDM, conforme disse aquele funcionário, pode ser negativa nos próximos tempos, afectando em consequência o seu exercício económico, de tal jeito que o problema não deve ser visto como somente daquela empresa, mas na realidade afectando o país inteiro.
O presidente do Conselho de Administração da EDM, ao seu tempo, disse que se está a correr o risco de a situação se tornar incontrolável e revelou que já há sinais, na sua empresa de alguma incapacidade de reposição dos materiais roubados. Como primeira acção mais contundente visando contornar o fenómeno, a EDM anunciou a criação da Unidade Técnica de Combate ao Roubo de Materiais Eléctricos, que se pretende venha a elaborar um plano de actividades e submetê-lo ao respectivo conselho de Administração.
PEDRO NACUO - Maputo, Sexta-Feira, 17 de Agosto de 2007:: Notícias

8/16/07

ELVIS PRESLEY partiu hà 30 anos...

Elvis Presley, o Rei do Rock, morreu no dia 16 de agosto de 1977. Precisamente hà trinta anos.
Elvis Aaron Presley, famoso cantor, músico, ator e dançarino nasceu na cidade de East Tupelo, no Estado do Mississippi, no dia 8 de Janeiro de 1935, sendo mundialmente denominado O Rei do Rock, também conhecido pela alcunha de Elvis The Pelvis, apelido pelo qual ficou conhecido na década de 50 por sua maneira extravagante e ousada de dançar. Uma de suas maiores virtudes era a sua voz, devido ao seu alcance vocal, que atingia, segundo especialistas, notas musicais de difícil alcance para um cantor popular. A crítica especializada reconhece seu expressivo ganho, em extensão, com a maturidade; além de virtuoso senso rítmico, força interpretativa e um timbre de voz que o destacava entre os cantores populares, sendo avaliado como um dos maiores e por outros como o melhor cantor popular do século XX.
Elvis tornou-se um dos maiores ícones da cultura popular mundial durante todo o século XX. Entre seus sucessos musicais podemos destacar, "Hound Dog", "Don't Be Cruel", "Love me Tender", "All Shook up", "Teddy Bear", "Jailhouse Rock", "It's Now or Never", "Can´t Help Falling in Love", "Surrender", "Crying In The Chapel", "In The Ghetto", "Suspicious Minds", "Don't Cry Daddy", "The Wonder of You", "An American Trilogy", "Burning Love", "My Boy" e "Moody Blue". Especificamente na Europa, canções como "Wooden Heart", "You Don't Have To Say You Love Me", "My Boy" e "Moody Blue", foram também marcantes. Particularmente no Brasil, foram bem-sucedidas as canções "Kiss me Quick", "Bossa Nova Baby", "Bridge Over Troubled Water", "Sylvia" e "My Boy", dentre outras que também marcaram época. Após sua morte, novos sucessos advieram, como "Way Down" (logo após seu falecimento), "Always On My Mind", "Guitar Man", "A Little Less Conversation" e "Rubberneckin". Ainda hoje, trinta anos após sua morte, é o detentor do maior número de "hits" nas paradas mundiais e o recordista de venda de discos em todos os tempos, cerca de dois bilhões de cópias vendidas.
Dados recolhidos daqui.
Alguns sucessos de Elvis Presley:
* Love me Tender - aqui
* Heartbreak Hotel - aqui
* Don't Be Cruel - aqui
* Hound Dog - aqui
(Dados recolhidos daqui)

(Para evitar sobreposição de sons, não esqueça de "desligar" o "Rádio Moçambique" no lado direito do menu deste blogue.)

Montepuez - Inspecção multa 18 empresas.

Dezoito empresas acabam de ser multadas na cidade e distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, depois de se terem constatado atropelos às regras estabelecidas pela lei laboral.
Namuno aparece na posição seguinte, com nove empresas multadas, seguindo-se-lhe Balama, com cinco, Mocímboa da Praia, com quatro, e Mueda, com duas. Regra geral as infracções relacionam-se com com os capítulos de higiene e segurança no trabalho (falta de equipamento de protecção dos trabalhadores e prevenção de doenças profissionais), pagamento de salários abaixo do estabelecido por lei, falta de seguros e contratos de trabalho colectivos, entre outras irregularidades. No total, as empresas dos distritos supracitados foram multadas em cerca de 300 mil meticais.
Maputo, Quinta-Feira, 16 de Agosto de 2007:: Notícias

8/15/07

Cabo Delgado - Eletrificação dos postos administrativos de Murrébuè e Mucojo...

Entre 2001 e 2007: Roubo de cabos eléctricos já custou seis milhões USD.
O roubo de cabos eléctricos da EDM está a causar enormes prejuízos financeiros não só à empresa como ao Estado, para além de afectar o programa de expansão da electrificação e de expansão da rede já existente, desenhado no quadro do plano quinquenal do Governo. Esta situação foi reiterada ontem pelo Ministério da Energia, que se encontra reunido em Conselho Coordenador na vila de Mecúfi, em Cabo Delgado, sob o lema “Páre Com o Roubo de Cabos Eléctricos, Não Retire O Direito dos Outros à Energia”.
A situação obriga a uma mobilização de mais recursos financeiros para reposições da rede vandalizada, o que contribui negativamente para o exercício económico da empresa. Calcula-se que de 2001 a 2007, aquela empresa distribuidora de electricidade tenha sofrido prejuízos directos no valor de 6.543.000 dólares (170.118.000,00) meticais em consequência daquelas acções.
Hoje será apresentado o quadro geral resultante da situação. Não obstante, de acordo com o ministro do pelouro, Salvador Namburete, a electrificação com base na extensão da rede nacional de transporte de energia eléctrica já pôde elevar-se para 60 distritos, do total dos 128 do país, com a conclusão do projecto de construção da linha Guruè-Cuamba-Lichinga, que beneficiou o distrito do Ile, na província da Zambézia, no quadro do cumprimento do previsto no Plano Económico e Social do ano passado.
Nas áreas administrativas inferiores, destaca-se a electrificação das localidades de Namitatari, em Nampula, Matulume, Mijalane, Recamba e Maeunda, na Zambézia, província onde igualmente o posto administrativo de Gonhane foi beneficiado, para além dos bairros 2 e 3 da aldeia Julius Nyerere e Micamwine, no distrito de Xai-Xai, na província de Gaza, e o posto administrativo de Murrébuè, em Cabo Delgado.
Segundo o Ministério de Energia, a electrificação dos distritos elevou o número de consumidores de energia eléctrica, tendo permitido até ao primeiro semestre deste ano a ligação para cerca de 43164 novos consumidores, totalizando 458860 ligados à rede nacional de transporte de energia, dos quais 402000 são domésticos. Foram igualmente electificados, na base de geradores, os postos administrativos de Mucojo, distrito de Macomia, e de Namaponda, distrito de Angoche.
“Com a realização destas ligações, torna-se possível alcançar um nível de acesso à energia eléctrica no país de cerca de 10 porcento, resultado que augura a superação da meta de 9.4 porcento para 2009”, disse Namburete.
PEDRO NACUO - Maputo, Quarta-Feira, 15 de Agosto de 2007:: Notícias

8/14/07

Moçambique - Pesquisas de petróleo !

Resultados de pesquisas de petróleo são encorajadores, afirma governo de Moçambique.
Maputo, Moçambique, 13 Ago - O governo moçambicano anunciou sexta-feira “resultados encorajadores e de confiança” nas pesquisas de petróleo, que reforçam a intenção de assinar mais acordos de prospecção até finais deste ano. O optimismo de Maputo em relação às operações de pesquisa de petróleo já em curso foi manifestado aos jornalistas pelo presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleo de Moçambique, Arsénio Mabote, à margem de um encontro com representantes da indústria petrolífera em Moçambique. “Os dados até ao momento recolhidos pelas pesquisas em curso são encorajadores e dão-nos confiança. Precisamos de tempo, paciência e persistência”, sublinhou Mabote. Dez empresas, na maioria, transnacionais, estão actualmente envolvidas na prospecção de petróleo na Bacia de Moçambique, que compreende uma parte do Rio Rovuma, norte de Moçambique, até à fronteira, a sul, com a África do Sul, e na Bacia do Rovuma, que inclui as províncias de Cabo Delgado e Nampula, norte, bem como Sofala, centro. Na base dessa forte expectativa, está a existência de grandes reservas de gás e de outros hidrocarbonetos no país, que são indícios importantes da ocorrência de petróleo, sustentou o presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleo de Moçambique. Mas as empresas envolvidas na prospecção de petróleo consideram que os dados sísmicos disponíveis até à data não são suficientes para sustentar a decisão onerosa de abrir poços nas áreas concedidas. No caso concreto da Bacia do Rovuma, sabe-se que os dados sísmicos disponíveis permitem fazer analogias com outras regiões do mundo onde há ocorrência de petróleo, para inferir que, naquela zona também se pode explorar aquele hidrocarboneto. “Na verdade, há indicações de que o sistema petrolífero do Rovuma funciona. Por exemplo, na zona próxima do Pemba Beach Hotel nota-se que há asfalto, o que é um indicador muito forte. O ponto, agora, é saber onde é que ele ocorre e em que quantidades" disse um dos oradores, em representação das companhias presentes no encontro, onde foram ouvidas intervenções da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, Petronas, Norsk Hydro e Anadarko.

Ronda pela imprensa lusa: O que escreve Albano Loureiro.

Artigo publicado no diário "O Primeiro de Janeiro" do Porto - Agosto/2007.
O autor é o advogado e "macua" de Porto Amélia/Pemba Dr. Albano Loureiro, filho dos antigos residentes de nossa cidade, Sr. Loureiro do A. Teixeira e da Professora D. Ana Alcina, sobrinha do Administrador do posto de Metuge (na época colonial), próximo a Bandar e à Companhia Agricola de Muaguide, Sr. Fernandes Pinto :
OPINIÃO - Monotonia - Por Albano Loureiro*
Estar longe de casa na aldeia globalizada de hoje, já não é desculpa para se desconhecer o que se passa na nossa pacata terrinha. Mas julgo que todos experimentam esta sensação de diferença entre aquilo que nos chega quando estamos longe, ou o que percepcionamos quando estamos por cá. Com esta coisa da net, então tudo é mais evidente. Por alguns dias na Catalunha, olho os meios de comunicação locais e, de Portugal, chegam notícias sobre o caso Maddie. Bem sopesadas, com alguma estupefacção mas sem grande alarido, até porque a aparente inversão dos acontecimentos é quase inacreditável. Do BCP, nem palavra. Creio mesmo que não sabem o que é. Se lhes perguntasse, quase aposto, atentas as letrinhas, julgariam tratar-se de alguma sucursal do pomposíssimo “blau grana” do tipo “Barcelona Club de Portugal”. Mas não se ficam por aqui. Será que não se deram conta de quem preside à União Europeia? Oh senhores, somos nós, os portugas e “su” chefe maior, José Sócrates. Santa ignorância. Viro a agulha para os jornais, rádios e televisões portuguesas com a ajuda do Wireless. Ah, cheguei, estou de volta ao cume da pirâmide. O mundo gira à volta de Portugal e dos portugueses. Não há casos de polícia como os nossos, não há bancos maiores que os nossos e se não fosse Portugal, a Europa não era conhecida. Na questão da pequenita inglesa, já estamos a ganhar aos tablóides ingleses que parecem feitos por aprendizes da função se comparados com os nossos enormes jornalistas de investigação, tal é a grandeza dos seus comentários. Sobretudo a grandeza do espaço que ocupam sem nada dizerem. Depois a questão do BCP. O maior banco privado português tem a seus pés o sistema financeiro do mundo que está a tremer com os problemas da informática que impediram a continuação da Assembleia. Aliás nunca me tinha ocorrido que uma Assembleia desta importância pudesse ser suspensa por questões de informática. Se bem conheço as regras daquela instituição, os responsáveis pela área em causa podem preparar os trastes pois não devem ficar lá por muito tempo. Ou então, não havia problema nenhum e tudo não passou de pretexto para saída airosa ou adiamento da contenda até melhor oportunidade. Já vejo a banca mundial em testes contínuos dos seus sistemas de informação, prevenindo situações idênticas às ocorridas nesta proeminente instituição bancária classificada para baixo dos cem maiores bancos do mundo. Muito para baixo.E dos nossos líderes políticos o que alcanço é que … estão de férias. Bom, mas são as férias mais importantes do mundo. De resto, é precisamente porque estão de férias que tudo corre mais parado, quiçá, melhor. Volto à comunicação social local do sítio em que me encontro. Não é diferente. Um energúmeno alvejou a tiro a filha de dezoito meses e depois suicidou-se, tudo por causa de divergências com a Mãe. O caso de polícia deles é o melhor e mais entusiasmante. Longas dissertações de jornalistas, comentadores e investigadores para explicarem o sucedido. Horas de antena para não dizerem nada que não se soubesse, ou para dizerem coisa nenhuma. Em poucos dias, dois apagões na segunda cidade de Espanha. Os políticos fazem um festim. Como cá, a culpa morre solteira. A oposição diz que o Governo não reconhece erros e despreza os cidadãos. O governo responde que a culpa é da oposição que não tratou da rede eléctrica quando era governo e deixou esta pesada herança. Esta coisa da globalização também teve este efeito de tornar tudo igual porque todos se espiam uns aos outros e vão copiando o que ouvem e vêem. Políticos, polícias, jornalistas e tudo o mais, até o turista em férias, se tornaram uniformes, monótonos e sensaborões. Bem queria eu ser diferente mas também me deixei levar na moda. Há contudo nesta monotonia um traço comum. Um egocentrismo implacável bem contrário à tão propalada solidariedade entre todos. Afinal vivemos cada vez mais para nós e dos nossos problemas. Tudo o resto é paisagem.

Diversificando - A arte de fotografar.

O site de Alfred Molon que abriga 650 galerias de imagens em alta resolução merece ser visitado pelos amantes da fotografia. São imagens feitas pelo autor em suas viagens pelas China, Korea, South East Asia, India, Nepal, Egipto, Central and Southern Europe.
Aprecie e divirta-se aqui.

8/13/07

Moçambique - Siba Siba: Permanece a ausência de Justiça.

Há 6 (SEIS) ANOS QUE ASSASSINARAM ANTÓNIO SIBA SIBA MACUÁCUA !

Em Agosto de 2006 publicamos aqui, no ForEver PEMBA: O Centro de Integridade Pública, uma Organização não governamental moçambicana, voltada à assuntos de Boa Governação e Transparência juntou-se ao coro de protestos da sociedade civil, que reclamam a falta de justiça no caso Siba-Siba Macuácua, gestor bancário assassinado há cinco anos, em Maputo.
Dado o interesse e pertinência que o apelo do Centro de Integridade Pública suscitou mediaFAX, reproduz os seus excertos.
A 11 de Agosto de 2001, António Siba Siba Macuácua, um economista do Banco de Moçambique, foi atirado fatalmente pelo vão das escadas do 10º andar do seu gabinete.
Siba Siba estava ao serviço do Estado numa missão espinhosa: sanear um dos maiores bancos estatais moçambicanos que havia sido privatizado em 1997 para interesses malaios e locais. Foi assassinado à sangue frio. Deixou mulher e dois filhos menores.
Siba Siba, director de Supervisão Bancária no Banco de Moçambique, foi indicado para dirigir o Banco Austral, depois que o Governo decidiu retomar o controlo da instituição na sequência da quase falência do banco devido a uma gestão danosa.
Cinco anos depois, a Justiça ainda não foi feita. Este é em caso com porta de entrada para vários debates e questionamentos: a ausência de Justiça, a desprotecção do Estado relativamente à um dos seus gestores brilhantes, a gestão danosa de uma instituição de crédito, a des-solidariedade de classe, a desresponsabilização judicial, etc.
Cinco anos depois ninguém está preso, não há arguidos, parece que também nem suspeitos. Mas há muita matéria legal para responsabilizar pelo menos os culpados da gestão danosa do Banco Austral.
E o estado continua a fingir que os moçambicanos pensam que este foi um crime perfeito.
Maputo, 11.08.2006 - mediaFAX nº. 3595 - Pág. 4/4

FORUM SIBA-SIBA: O Centro de Integridade Pública coloca na sua página na internet ( www.cip.org.mz) um espaço dedicado a António Siba Siba Macuacua, economista moçambicano assassinado a sangue frio em 2001, quanto cumpria uma missão de saneamento das contas do Banco Austral, então privatizado para interesses malaios e locais. Siba Siba, que era funcionário sénior do Banco de Moçambique, foi atirado fatalmente pelo vão das escadas do 10º andar do seu gabinete no Banco Austral. Deixou mulher e dois filhos menores. Seis anos depois, a Justiça ainda não foi feita. O único grande passo dado neste caso foi a realização de uma auditoria forense em 2005, sob pressão dos doadores que canalizam fundos directamente ao Orçamento do Estado (Budget Support). Desde então a família e os moçambicanos continuam à espera que seja feita justiça. A auditoria, ao que apuramos, trouxe elementos importantes para a responsabilização criminal da gestão danosa do banco e pistas para a clarificação do crime. Mas a investigação está a correr de forma muito lenta – se é que, de facto, está a ser feita alguma investigação. Em todo o caso, esperamos que da auditoria resulte uma acção judicial. Todos os anos, quando o 11 de Agosto se aproxima, temos procurado honrar a data, homenagear o homem pela sua postura de integridade e coragem, exigir que seja feita justiça. Mas, logo a seguir, depois de cada 11 de Agosto, recolhemo-nos nos nossos silêncios de conformação. Cremos que a homenagem ao homem e a exigência de justiça deve ser uma atitude permanente. Um dever de cidadania. Para isso, o CIP abre este Forum Siba Siba, que é um espaço de debate de ideias, de monitoria do comportamento das autoridades governamentais relativamente a este caso – e outros casos de injustiças (recordámos, por exemplo, Pedro Langa). O espaço compreende secções com opinião, análises e artigos de imprensa publicados sobre o caso. Também desenhamos um blogue, onde os cidadãos podem deixar os seus comentários. Para que o caso não saia das nossas mentes, para que as autoridades saibam que estão sob permanente vigia. O Forum Siba Siba, que tem o apoio especial da família (a mulher Aquina, e os filhos Valter e Jássica), pertence a todos!!!

Visite o FORUM SIBA-SIBA - http://www.integridadepublica.org.mz/page.asp?sub=sibadoc

Ao relembrar o lamentável aniversário (seis anos) do assassinato de Siba Siba, recordamos outro crime ainda não esclarecido, o do jornalista Carlos Cardoso, também assassinado. E interrogamo-nos do porquê de os mentores da morte violenta destes incorruptíveis moçambicanos continuarem livres e impunes? Ou confirmar-se-à, pelo que se publica em notícias e comentários que correm pelo mundo, que a solução destes crimes não é conveniente a setores poderosos da sociedade moçambicana ?...

Acrescentamos com pesar que o 60. aniversário da morte de António Siba Siba Macuácua, assinalado na data de 11/08/07, foi conveniente e lamentávelmente "desconhecido" por grande parte da imprensa moçambicana !

Coisas do arco-da-velha: Agentes Secretos em Cabo Delgado...

«AGENTES SECRETOS EM CABO DELGADO», é o nome que Pinto Monteiro deu ao livro de sua autoria e será lançado em Setembro próximo. O próprio autor anunciou este fim-de-semana ao «Canal de Moçambique» que no próximo dia 05 de Setembro em Maputo irá proceder ao lançamento da obra que versa o “1.º Ano da Luta Armada de Libertação Nacional desenvolvida pelas FPLM-FRELIMO, nos anos de 1964 e 1965”. O lançamento deverá ocorrer pelas 17 horas no Clube dos Empresários. Pinto Monteiro dá a saber que “o presente livro é uma continuação do anterior, editado a 15 de Fevereiro de 2002, com o título «Gabinete de Propaganda e Contra-Propaganda, do mesmo autor”. Diz Monteiro que “quando chefe da 2.ª Brigada de Informações da Polícia de Segurança Pública de Moçambique” (nome por que se designava a Polícia aquando da administração portuguesa do território que é hoje a República de Moçambique) “teve acesso a vários relatórios dos SCCI, especialmente os relacionados com a ofensiva militar da FRELIMO e parte dos documentos que publica” no livro hoje aqui anunciado e presentemente a ser imprimido no CEGRAF. Monteiro refere que “junto da Administração Civil” teve “oportunidade de identificar os nomes de todos os administradores, em serviço nas zonas onde havia mais incidência da Luta Armada” isto é, “nas áreas administrativas de Macomia, Macondes, Mocímboa da Praia e Palma, bem como de todas as suas regedorias, com estatísticas da totalidade dos seus habitantes, por etnias”. O autor afirma a dado passo da introdução à obra que “os factos que…são referidos…situam-se numa época de grande intensidade dos guerrilheiros (FPLM da FRELIMO) que não davam tréguas ao governo português, logo após o início da Luta Armada de Libertação Nacional, em 25 de Setembro de 1964, com uma poderosa ofensiva militar, política, económica e social, onde as chefias de defesa e segurança do Governo Português, especialmente as de Cabo Delgado, já reconheciam o avanço qualitativo e quantitativo que a FRELIMO desenvolvia, com grande êxito nas suas áreas, ao mesmo tempo que admitiam e reconheciam o seu fracasso, na segurança, na protecção e defesa das populações, bem como territorial”. “Consequentemente”, prossegue o autor, “foi preocupação do Governo Português, mandar formar AGENTES ESPECIAIS COMO forma de travar essas ofensivas e criar contra-ofensivas”. “Após a formação desses «agentes especiais» portugueses, pelos serviços militares da África do Sul, estes agentes foram integrados nos Serviços de Centralização e Coordenação de Informações (SCCI), em cada província (NR.: então distritos), onde alguns já eram funcionários”. Escreve ainda Pinto Monteiro, que os “agentes especiais” trabalhavam sob orientação do governador-geral e deveriam por em pratica, em coordenação com os administradores, da Administração Civil, a formação de redes de pesquisa de informações, internas e externas, efectivas”. Segundo o autor “a coordenação e orientação seria de cada Administrador, enquanto que a centralização ficaria à responsabilidade do GABINFO” – gabinete do SCCI na então cidade de Porto Amélia, hoje Pemba, que por sua vez “ficava subordinado ao gabinete provincial em Lourenço Marques (actual Maputo”. “Ao darem início à formação de redes de pesquisa de informações, mais profissionalizadas, na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique foi preocupação do governo português a intensificação de redes externas como forma de infiltrar «agentes secretos» nos movimentos de libertação” – PAIGC (Guiné) MPLA (Angola) e FRELIMO, com especial relevância, a infiltração de agentes nos países vizinhos que lhes davam protecção e apoio”. “A obrigatoriedade e a responsabilidade” de “prepararem órgãos de pesquisa de informações dando prioridade sobre quaisquer outros assuntos administrativos” ficara a cargo “dos Administradores dos Concelhos, Circunscrições e Postos ou dos seus adjuntos”. “Prioritariamente”, afirma Pinto Monteiro, competia-lhes a “formação de agentes para a rede e sua infiltração na FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e na República Unida da Tanzania que havia adquirido a sua independência a 26 de Abril de 1964”. “Os factos narrados referem-se ao período já citado e dos contactos efectuados, cujos nomes dos contactados são mencionados, em cada área administrativa da actual província de Cabo Delgado, por aquele «agente especial»”, escreve também o autor. Pinto Monteiro cita, entretanto, o general Alberto Chipande a afirmar que “Há factos que são narrados (no livro) tal e qual como eu os vivi, assim como as atitudes dos administradores, que não deixam de ser, a realidade daquilo que eram e do que pensavam”. E já a concluir a introdução a “AGENTES SECRETOS EM CABO DELGADO” que foi “elaborado e coordenado em 12 capítulos” o autor diz que o livro “mais não deixa de ser” que não “o pensamento do Governo Português, em relação à Luta Armada de Libertação Nacional de Moçambique, pela FRELIMO”.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 13.08.2007 via "Mocambique para Todos".