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4/28/08

Ecos da imprensa moçambicana - Pemba e o turismo...

Construção em Pemba de hotéis de luxo.
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A baía de Pemba, na cidade de mesmo nome na província nortenha de Cabo Delgado foi convidada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para participar num concurso internacional para eleição das melhores baías do mundo.
O convite fica a dever-se pelo facto da mesma constar como uma das mais belas baías do mundo, uma vez que, para além da beleza em sí, apresenta uma diversidade cultural invejável e tem-se batido pela conservação dos espaços virgens e por manter a sua originalidade, segundo disse a jornalistas, sexta-feira passada, o presidente do município de Pemba, Agostinho Ntawala.
Ntawala disse que, Pemba esteve representada, em Outubro de 2007, no Brasil, num encontro durante o qual, uma vez mais, foi vincada a sua eleição para figurar na classe das baías mais belas do mundo, passando assim a ser a quarta no continente africano depois da Àfrica do Sul, Senegal e Cabo Verde que se vêm juntar a outras 26 dos restantes continentes.
É ainda no quadro da sua elevação que este mês de Maio de 2008, uma delegação de peritos da UNESCO irá deslocar-se a baía de Pemba para avaliar as condições apresentadas pelas autoridades moçambicanas e proceder à entrega do respectivo título de Património da Humanidade que lhe dá o direito de ser integrada no clube das baías mais belas do mundo, segundo ainda a fonte.
Uma das actividades de reconhecimento pela distinguição a serem desenvolvidas pela edilidade refere-se a construção de dois hotéis de cinco estrelas, com obras a arrancar em 2009 e várias outras infra-estruturas visando acolher o crescente número de turístas que têm-se deslocado a Pemba.
Presentemente, a baía recebe em média por ano cerca de 98 mil turistas entre nacionais e estrangeiros que contribuem para uma parte significativa das receitas do munícipio, segundo ainda Agostinho Ntawala, que, entretanto, não precisou o montante colectado.
Fernando Sidumo
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Alguns post's anteriores sobre a bela Baía de Pemba:
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 1 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 2 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 3 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 4 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas...5 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas II - 18OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas III- Histórias e lendas - 20OUT2007 - Aqui !

10/18/08

PEMBA é cidade hà 50 anos. Parabéns PEMBA!

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui.)

Um pouco da História de Pemba no dia do aniversário de sua elevação a cidade:

""Abandonada a região de Pemba pelos portugueses, e mais tarde praticamente pelos povos macuas da regedoria Muária, alguns baneanes e mouros ocuparam-na nos finais da década de 1880 sob a chefia de um tal malgache chamado “Muenhe Amade”, fundador da povoação do mesmo nome em Pampira.

Instituída a Companhia do Niassa esta manda, 4 anos mais tarde, ocupar a baía, tomando em consideração o então notável desenvol­vimento comercial dos territórios a Sul de Quissanga bem como a necessidade de controlar o comércio do sertão.

Por outro lado, porque o posto militar criado em Pemba há mais de um ano havia permitido um clima de boas relações com os régulos e consideradas garantidas as condições de segurança, é instituído o Concelho de Pemba com sede na povoação de Pampira.

Assim o comandante do posto militar de Pemba é nomeado chefe do Concelho em acumulação com as anteriores funções.

Projectara a companhia magestática a construção de uma linha férrea que ligasse Pemba ao Niassa no intuito de monopolizar o tráfico de Tanganica /Niassalândia:
"O caminho de ferro de Pemba ao Niassa chamará a meio caminho a mercadoria que for descendo pela boca de Chire, inclusive a que, por ventura proceda da própria bacia do Congo. Hoje que à nossa com­panhia foram concedidos os territórios, será pratica­da a ligação ferroviária do lago com a excelente baía de Pemba, realizando-se assim não só um desideratum da moderna civilização mas também o caminho que será o único e incontestado para o grande co­mércio da África"(12). Esperava-se que Pemba pudesse ser o porto para o abastecimento do carvão do Medo e do Itule, bem como madeira, metais, nomea­damente o ferro e o cobre e ainda o marfim entre outros artigos originários de zonas do interior.

Para o lisonjeio de Coutinho (13):
"... a explêndida baia de Pemba - está entre aqueles dois empórios comerciais (Zanzibar e Moçambique) em excepcionais condições geográficas numas cir­cunstâncias tais que aproveitadas convenientemen­te, lhe chamarão o que lhe pertence de direito, e pertence de facto o exclusivo do tráfico do Tanganica-Niassalândia”.

Por outro lado, Pemba a um dia das Comores poderia daí receber a borracha, a cera, a copal, a urzela, o marfim e peles.

É ainda a finais do século passado, mais concretamente em 1899 que a companhia do Niassa contrata Gilbom Spilsbury (delegado do Conselho da Administração da Companhia) para uma expedição militar para avaliar as possibilidades de desenvolvimento dos territórios de Cabo Delgado e Niassa mas o facto de se pretender atingir zonas mais para o interior Pemba foi nesse projecto relevada para segundo plano.

Porque se pretendia reabilitar o processo de desenvolvimento de Pemba num momento em que a povoação estava ameaçada ao isolamento devido ao internamento de comerciantes e indígenas no interior para fugir à alçada da autoridade colonial (14) ela é inicialmente considerada terra de terceira ordem e são dispensados de direitos e emolumentos de portos aos vapores que para ali fazem carreiras regulares, nos primeiros anos do nosso século.

Também na primeira década de 1900 é criada em Porto Amélia no ano de 1908 uma escola de sexo masculino denominada "António Centeno” nome de um Administrador de Companhia em Portugal, no qual logo se matricularam 14 alunos dos quais 2 europeus, 1 branco natural, 6 mestiços e 5 negros. (15)

Dados estatísticos da população de Porto Amélia em 1908 indicam haver nessa altura 18.604 habitantes, sendo 18.498 negros, 50 asiá­ticos, 26 europeus e 17 brancos naturais. (16)

Em 1909 é ocupado todo o concelho de Porto Amélia.

A finais de 1917 desembarca em Porto Amélia uma expedição militar inglesa para colaborar com o exército português na luta contra os alemães no decurso da primeira Guerra Mundial.

Foi esta expedição que, aproveitando as condições da lagoa existente na planície de Natite, colocou uma bomba de água e um pequeno sistema de abastecimento de água canalizado.

Como memória dos militares ingleses tombados durante a 1ª Guerra Mundial, ainda hoje se pode ver no cemitério de Pemba uma zona com as suas sepulturas que o governo de Sua Magestade Britânica mandava visitar periodicamente, deslocando navios de guerra com oficiais que no local procediam às cerimónias na presença do capelão do Navio. Este cemitério particular esteve durante longos anos à responsabilidade de Carlos Delgado da Silva.

Pelo Decreto nº 16.757 de 20 de abril de 1929, foram retirados à Companhia do Niassa os poderes de administração dos territórios concedidos em 1894, tomando o Estado posse dos mesmos a 27 de Outubro do mesmo ano. Foi assim restabelecido o Distrito de Cabo Delgado, na Província do Niassa com sede em Porto Amélia, deixando assim esta povoação de estar agregada ao Distrito de Niassa.

Para o período a que nos referimos duas reclassificações sucessivas para o terreno de Porto Amélia têm lugar na sequência da restrutu­ração que se inicia em 1930. A primeira verifica-se a 11 de Janeiro desse mesmo ano classificando-a em 1ª ordem e a outra em Agosto seguinte descendo-a para 2ª alegadamente por se encontrar tal como o Ibo criada à data da passagem dos territórios para a administração portuguesa com aquela ordem.

Em 1936 é aprovada a planta de modificação da vila de "Porto Amélia, Concelho e Distrito do mesmo nome, província do Niassa" (17), constituída inicialmente por 232 talhões para em 1941 entrar em vigor uma portaria delimitando a zona urbana e a suburbana.

Um bairro económico constituído por 16 blocos de aproximadamente 50/80 metros é criado no Cariacó em Porto Amélia no ano de 1943.

Ainda nesse mesmo ano e tomando em conta a necessidade de autonomizar o município da vila e dotá-la de poderes mais amplos em vista do desenvolvimento local é concedido o foral de Porto Amélia.

Em 1953 determinou o Secretário Provincial, Eng. Pinto Teixeira, em nome do Governador Geral, comandante Gabriel Teixeira empreender a construção de um cais acostável para navios de grande porte, obra que viria a ser inaugurada a 26 de Janeiro de 1957 com a acostagem inaugural do paquete "Angola".

Foi só com a materialização desta obra que Porto Amélia inicia a sua arrancada ao desenvolvimento. Assim constata-se que o movimento de mercadorias eleva-se de cerca de 40 mil para 48 mil toneladas aproximadamente.

A Vila de Porto Amélia é elevada à categoria de cidade a 18 de Outubro de 1958.

Contudo o desenvolvimento esperado talvez nunca tenha passado de sonhos e pequenas iniciativas. Um jovem da cidade em 1971 desa­bafava numa entrevista a um jornal:

"... É pena Porto Amélia ser muitas vezes esquecida, pois se podia fazer mais por ela e só os seus ver­dadeiros habitantes é que a podem desenvolver e engrandecer, mas nenhum deles é Onassis ou Rockfeller” (18).

Pemba... A solidão da sua simplicidade parece tão natural quanto a sua beleza e destino à sorte do acaso...""

- Do Livro "Pemba - Sua gente, mitos e história, 1850 a 1960" Por Luis Alvarinho que também se baseou em documentação do Arquivo Hist. de Moçambique, B.O. e Boletim da C. do Niassa, entre outros: O embrião que veio dar origem à actual cidade de Pemba, data de 1857, como parcela da Colónia 8 de Dezembro, fundada por Jerónimo Romero e dissolvida 5 anos depois por diversos problemas de organização e adaptação dos colonos.Porto Amélia ascende a vila por portaria de 19 de Dezembro de 1934. É elevada à categoria de cidade em 1958 pelo decreto-lei de 18 de Outubro-G.G. da Província.''.

  • A Biblioteca do Macua - Aqui!

5/23/09

Município de PEMBA procura em Portugal parcerias...

(Clique na imagem para ampliar)

Em Portugal : Presidente do município de Pemba à procura de parcerias responsáveis - O presidente do Conselho Municipal de Pemba, em Cabo Delgado, Sadique Âssamo Yacub, que esteve semana passada em Portugal, por ocasião do Congresso do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, no qual a de Pemba foi admitida formalmente para aquele grupo, aproveitou a sua presença para uma série de contactos visando a atracção de investimentos para a autarquia.

Yacub visitou a indústria metalomecânica do grupo FERPINTA, cuja história remonta dos anos 60 e que está a evoluir, marcando a sua presença em muitos países, incluindo Angola, Espanha e Moçambique.

O edil manifestou interesse no mercado de reboques e alfaias agrícolas, e disse que um dos grandes desafios do município é acabar com a problemática da recolhida de lixo que propicia a eclosão de doenças. Acrescentou que na cidade de Pemba o lixo é uma dor de cabeça, sendo que a admissão da urbe no clube das mais belas baías do mundo acresce as responsabilidades da edilidade do ponto de vista de melhoria das condições de vida dos seus habitantes.

“Eu prefiro que o desenvolvimento propriamente dito seja retardado, a favor duma recolha eficiente e eficaz do lixo. Nós não podemos respirar lixo. A cidade deve ser limpa, permanentemente limpa. Já é das mais belas do Mundo, mas também deve ser das mais limpas, pelo menos no plano interno”, disse o presidente da autarquia de Pemba.

O desafio do município, segundo o seu edil, é assegurar que o desenvolvimento da autarquia ocorra em simultâneo com a melhoria das condições de vida das populações e a preservação e conservação do ambiente.

Para tanto, conforme Sadique Yacub, o sistema de recolha do lixo deve ser eficiente, os jardins públicos existentes e outros por criar nas linhas divisórias das principais artérias da cidade, devem ser regularmente regados, ao mesmo tempo que se procurará a melhor saída para o problema de abastecimento de água, entretanto numa fase de reabilitação.

Nas conversações havidas entre o presidente do município de Pemba e o grupo FERPINTA ficou assente que a cidade vai adquirir naquele complexo industrial reboques para a recolha de lixo, tanques de água para a rega dos jardins, que servirão, igualmente, para o combate a incêndios e vai comprar alfaias agrícolas para a sua utilização na cintura verde, tida como a base de sobrevivência alimentar do seu município.

Uma posição defendida por Sadique Yacub, e que foi acolhida pela sua contraparte, na pessoa do seu administrador, Paulo Pinho Teixeira, tem a ver com a garantia de que as populações que são aconselhadas a abandonar os locais onde viviam para dar lugar à implantação de unidades hoteleiras e outros empreendimentos turísticos não possam ser abandonadas, apenas com o pagamento de indemnizações.

“Deve haver e peço que nos ajudem a implementar um programa que viabilize que as pessoas, depois de receberem as devidas indemnizações, tenham projectos de desenvolvimento, que as pessoas cresçam com o dinheiro que recebem, façam a agricultura e possam sobreviver, sob o risco de volta e meia de novo colidirmos com as mesmas pessoas e com os mesmos níveis de pobreza”.

Soubemos, na oportunidade, através do administrador do Grupo FERPINTA, que há interesses da sua parte de construir três complexos hoteleiros de luxo e um campo de ténis, no bairro de Chuíba, para o que contactos estão numa fase adiantada para a sua concretização. Porém, Paulo Pinho Teixeira deixou alguns recados: “Não haverá nenhum projecto viável de turismo enquanto não se resolver o problema das dimensões do aeroporto de Pemba, reconhecidamente diminutas, o que não permite a aterragem de aeronaves de grande porte, sem serem feitas as estradas que liguem os diferentes pontos de interesse turístico projectados e sem hospitais que fiquem perto dos mesmos lugares”.

Teixeira disse que são muitos os turistas que desistem de ir a Pemba, quando se apercebem que para isso precisam de gastar cerca de três horas a mais, de avião, apenas porque devem ir primeiro a Maputo, simplesmente porque o aeroporto de Pemba não tem as dimensões desejadas.

“Os turistas querem ir a Pemba, não a Maputo, mas são obrigados a fazer ligações ou até a dormir em Maputo, quando muito bem podiam ir directamente a Pemba, que na verdade fica mais perto da Europa do que Maputo. Por outro lado, as estradas e os hospitais facilitam a vida dos turistas, assim como nenhum investidor se sentirá seguro quando há convulsões sociais decorrentes da desocupação das terras pelos aborígenes em razão dos projectos turísticos”.

O grupo FERPINTA, segundo dados colhidos pelo nosso jornal, nasceu em 1962 e o seu historial remete-nos a um empreendimento, cuja qualidade dos seus produto neste momento começa com a recepção técnica da matéria-prima, rolos de aço e respectivos arcos, identificados durante as diversas operações tecnológicas para que em qualquer momento a rastreabilidade seja possível. Tem representações nas três regiões no interior de Portugal, Espanha, Angola, entre muitos países, e em Moçambique ele tem uma sucursal na cidade da Beira.

O presidente do Conselho Municipal de Pemba revelou à nossa Reportagem que no próximo mês vai adquirir pelo menos três reboques para a recolha do lixo, um tanque para a rega de jardins e alfaias agrícolas, destinadas à horticultura, na cintura verde da cidade.

“Tudo já foi negociado, as modalidades de pagamento, transporte, os pormenores alfandegários, entre outras facilidades, que incluem um desconto declarado pelo administrador daquela indústria, em 20 porcento sobre o custo total e real dos equipamentos”, disse o edil de Pemba.
- Pedro Nacuo, Maputo, Sábado, 23 de Maio de 2009:: Notícias.

Acrescento: Fica a esperança... A esperança que o "discurso" político se transforme em atitudes e as atitudes em fatos concretos que salientem a beleza natural de Pemba, cidade que nos orgulha e motiva.

1/21/09

Rumo ao paraíso chamado PEMBA...

A paixão, a afinidade com Pemba pode parecer parcial, favorecimento, vício ou maluquice de velho... Pode ser e até será em parte, quem sabe? Afinal a distância, a imaginação, o tempo, a saudade tão ao jeito lusitano de ser relevam defeitos e enaltecem virtudes, belezas, exacerbam amores perenes, loucos, de idolatria, ardor, entusiamo... afinal de "paixão apaixonada" mesmo, como acontece com adolescentes, jovens, eternos jovens que desejamos ser pelo menos em espírito e sentir ao entardecer da vida e de todos os dias.

Mas, para que esse "complexo" de "parcialidade apaixonada" não se acentue e possa tranquilizar a consciência em busca do equilíbrio sempre necessário, transcrevo a "voz especializada" do portal "travel - iafrica.com", mesmo em inglês tal e qual é publicado, como prova de que minha "paixão" não é louca e tem razão de ser:
- Nota - Poderá traduzir "aqui"!

""
- Pemba Beach paradise, Article By: Richard Holmes, Tue, 20 Jan 2009 10:28.
As our Airlink flight from Johannesburg soars gently down into Pemba, the capital of Cabo Delgado province in far northern Mozambique, I'm keeping a beady eye out for all the trappings of tropical paradise. Palm trees, turquoise water, coral reefs, traditional dhows plying the water, crayfish big enough to be seen from the air... you know the deal. But baobabs on the beach? I realised then that a flying visit to Pemba was going to be more than your average tropical escape.

Situated on what is said to be the third largest natural harbour in the world, the town of Pemba — thanks to increased air access via direct flights on Airlink — is fast becoming the gateway to the fantastic beaches this coast has to offer and the islands of the Quirimbas Archipelago further north.

There's a range of accommodation on offer in the area — from guesthouses to backpackers — but undoubtedly the most luxurious place to stay is the impressive Pemba Beach Hotel. Arabian wind towers, terracotta walls and Moorish arches are a gentle reminder of the days when the calm waters of East Africa were a popular stomping ground for Arabian slave traders to load up their deadly cargo.

Thankfully nowadays the dhows you'll see offshore will be full of tourists and fishermen catching your dinner rather than slaves off to servitude in a distant land. Dhow cruises in the bay are just one of the many options popular with the tourists who come here to enjoy the balmy waters of the Indian Ocean... whether you're in the mood for adrenalin action or something a little more sedate there'll be something to drag you away from that sun lounger.

- Under da sea.
With warm waters, fantastic visibility and incredible array of marine life, diving is a popular option and the Pemba Beach Hotel offers a fully-kitted dive centre where you can do anything from a fun recreational dive right through to advanced certifications. Boat dives (with no launch through the surf!) can take you to a choice of sites within minutes, so you can easily spend a few days blowing bubbles.

One of the most popular sites is 'The Gap', where the reef drops off the edge of the continental shelf all the way to 120m below the surface. If that's a bit extreme for you, there are snorkelling spots just off the beach in front of the resort (equipment provided at the Club Navale) or you can hop on one of the regular snorkelling trips ($25) by boat to coral reefs further afield.

More of a hunter than a watcher? Andre Bloemhof runs regular fishing safaris (either full or half-day) where you can troll for Marlin, Kingfish, Wahoo, Dorado and Tuna on deep-sea reefs and in and around the stunning Quirimbas Archipelago. Starting at $300 per person it's an expensive day out, but is sure to get your heart rate going. For cheaper thrills you can also throw a line off the end of the resort’s jetty, where you might bag yourself a small Kingfish or Snapper.

- Drop the locals a line.
If you want to get a feel for how the local fishermen do it though, hop onto one of the dhow trips run by Kaskazini tours (at Pemba Beach hotel). Run by the ever helpful Genevieve, you can book yourself on well-priced dhow trips ranging from a sunset cruise with their local skipper to a five-day safari exploring the southern islands of the pristine Quirimbas Archipelago.

Sound like far too much exertion? The Sanctuary Spa is the latest addition to Pemba Beach, offering a range of treatments from this well-known South African spa group. Book yourself in for a bit of pampering with a front-row seat to the Indian Ocean.

When evening rolls around, the Quirimbas Restaurantr is the place you want to end up, tucking into the buffet that stretches on into the distance. Fragrant curries, fresh marlin and tuna on the skillet, crayfish tails to your heart’s content and a pile of prawns that does Mozambique’s reputation justice. White tablecloths, excellent service and the musical accompaniment of the Indian Ocean complete the picture of a perfect dinner in the tropics. The beachfront restaurant at the Club Navale is also an option for something more casual, but it’s a place best enjoyed at lunchtimes, eating barefoot with your toes wiggling in the sand.

- Hit the town.
Of course you don’t have to — and shouldn’t — spend all your time in the resort. The town of Pemba doesn’t have the impressive Portuguese architecture or attractions of some of Mozambique's larger towns, but a stroll through the market and Old Town are well worth a few hours, if nothing else to see a little of daily life in Cabo Delgado. The dusty streets occasionally reveal a quaint craft stall or carpenter at work, but the beach is really the place to catch a glimpse of day to day life in Pemba.

Start at the reed village of Paquitequete — a mostly Muslim community of fishermen where a 'Salaam' will elicit a warm smile and perhaps an offer to take their photograph. Children lay in the dust, women sell their catch on the beaches and talented carpenters fix their traditional dhows using the most rudimentary tools; while almost everybody pitches in to haul the fishing nets laden with sardines up the beach.

There are a few roadside markets in town where you can pick up colourful local cloth to take home, but if you’re souvenir hunting your best bet is the Makonde Co-op on the road from town to Wimbe beach, where men and children use rudimentary lathes and chisels to skillfully carve out statues, bowls and masks from enormous logs of indigenous hardwoods. It’s also just a few hundred metres from the airport, so a good place to stock up on souvenir for friends and family back home just before you leave.

And you’ll want to take home a souvenir or three. With a wonderful lack of the ‘bakkie brigade’ who descend on the resort towns further south, Pemba is the kind of place you’ll want to remember. The buildings may be crumbling, but the town still holds an air of Mozambique in days gone. The people are as friendly as ever, and as long as you don’t stray too far from Hylton’s hotel buffet you’ll never go hungry.

For more info:

  • Visit the "Pemba Beach Hotel & Spa" website for more information and to book
  • Airlink flies direct from Johannesburg to Pemba twice weekly, on Tuesdays and Saturdays. For more information on Pemba and the airline's 25 other destinations, visit http://www.flyairlink.com/ or call 011 961 1700.
  • "Kaskazini Tours" are as close as you’ll get to an information bureau in Pemba, and can assist with booking anything from accommodation and tours to flight. Their website should be your first stop when planning a trip.
  • Wimbe Beach is the most popular strip in town, and offers a range of guesthouses and restaurants to suit all budgets. If you’re staying at Pemba Beach Hotel it’s still worth a visit for an evening drink with the sand between your toes.

5/14/09

Pemba no V Congresso das Mais Belas Baías do Mundo

(Clique na imagem para ampliar - Foto retirada do álbum de "Andre M. Pipa")

A baía de Pemba está representada no V Congresso das Mais Belas Baías do Mundo que amanhã inicia em Setúbal, Portugal, durante a qual vai ser oficial e definitivamente admitida naquele prestigiado clube a nível planetário, com a entrega do respectivo certificado, depois de ter sido aprovada a sua candidatura em Maio do ano passado, em resposta ao pedido feito no decurso do congresso anterior, realizado na Praia da Rosa, Estado de Santa Catarina, Brasil, em Outubro de 2007.

O congresso de Setúbal, segundo o clube e a Câmara Municipal daquela cidade portuguesa, será realizado sob o lema “Oceanos Que Nos Unem”, que na opinião dos organizadores pretende emprestar um contributo decisivo na afirmação do grupo das mais belas baías do mundo enquanto plataforma de conjugação de vontades de todos os continentes e povos na defesa e valorização dos oceanos na sua qualidade de património da humanidade.

“Os oceanos são também a marca mais forte na génese da cidade de Setúbal que por causa do mar aqui se criou e desenvolveu, permitindo o V Congresso do Clube das Mais Belas Baías do Mundo uma abordagem valorizadora das várias matérias de importância global, seja no domínio do conhecimento, das relações internacionais ou transacções económicas”, defendem os organizadores.

As 29 mais belas baías do mundo estarão, com efeito e segundo a organização, reunidas em Setúbal para uma reflexão conjunta e uma chamada de atenção mundial para o património e um futuro que a todos importa.

O programa na posse do “Notícias” refere que o congresso será aberto pelo presidente do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, o francês Jerôme Bignon, acompanhado pelo Secretário de Estado do Turismo de Portugal, D. Bernardo Trindade e de Maria das Dores Meira, em representação das autoridades da cidade anfitriã.

Serão debatidos vários temas ligados à conservação e preservação dos oceanos, mas o dia 16, sábado, poderá vir a ser o mais importante para a delegação moçambicana ao congresso, se bem que está reservado para a assembleia geral e extraordinária do clube, durante a qual a baía de Pemba poderá ser formalmente admitida no Clube das Mais Belas Baías do Mundo.

Para representar o país em geral e muito particularmente a baía de Pemba já se encontram em Portugal o presidente do Conselho Municipal, Sadique Âssamo Yacub, acompanhado do presidente cessante, Agostinho Ntauale, de cujo mandato terminou com a candidatura daquela baía moçambicana ao Clube das Mais Belas do Mundo, sonho que será definitivamente concretizado no presente congresso.

Também estarão em Setúbal dirigentes associativos do “Cabo Delgado em Movimento” uma organização dos amigos e naturais de Cabo Delgado que tem pela frente o general Alberto Chipande, contando-se ainda a presença de nomes de João Carrilho, entre outros.

Alias, a candidatura de Pemba ao Clube das Mais Belas Baías do Mundo foi iniciativa desta associação, que procurou assessoria de muitos parceiros com o objectivo de colocar a baía naquele grupo cujo prestígio é largamente conhecido e que tem a chancela da Agência das Nações para Educação, Ciência e Cultura.

O congresso termina a 18 de Maio, data em que se saberá o país cuja baía organizará o próximo.
- Maputo, Quinta-Feira, 14 de Maio de 2009:: Notícias

- Alguns post's anteriores sobre a baía de Pemba:

  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 1 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 2 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 3 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 4 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 5 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas II - 18OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas III- Histórias e lendas - 20OUT2007 - Aqui !

10/20/07

BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas...III História e Lendas.

(Clique na imagem para ampliar - Foto retirada do álbum de "Andre M. Pipa")
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A Baía de Pemba
A baía de Pemba, a 13o 00’ Sul e 40o 30’ Este da costa de África, é vulgarmente considerada a terceira maior do mundo, sendo a primeira a de Guanabara no Brasil seguida da de Sidney na Austrália.
As suas águas ondeando tons, ora azuis ora verdes, apresentam-se mansas em dias de bom sol e agradável tempo mas também escarpadas, rugindo de encontro aos rochedos ou regalando pela areia quando os ventos sopram furiosos do Sul.
Este ventos mais conhecidos na região por “kussi” originam, não raras vezes centros depressionários bastante fortes do tipo tropical que arrasam quase por completo a cidade.
O mais antigo temporal que a documentação disponível nos pôde recordar data de 18 de Dezembro de 1904 que causou vários danos assim como levou ao afundamento um pequeno vapor e um iate.
É feita referência nessa altura à falta de faróis ao largo da baía, sendo o único o da ponta Said Ali que, para além de ter somente 6 milhas de alcance e não 9 como indicavam as cartas de então, não era aconselhável aos navios que passassem no alto mar.
Outro grande temporal devasta Pemba em 1914, destruindo pratica­mente todas as habitações e provocando grandes embaraços aos serviços da Companhia.
Estes ciclones assolam de tempos a tempos a região de Pemba, tendo o mais recente ocorrido em 1987.
Em sua extensão a baía de Pemba atinge os valores de 9 milhas de Norte a Sul e 6 de Leste a Oeste, perfazendo um perímetro de 28 a 30 milhas.
Mas não só por isso ela goza de tal fama como também pela pro­fundidade do canal de acesso e do porto, com sondas que variam entre 60-70 metros na entrada e 10-40 na parte média, para atingir os 25 metros no fundeadouro junto ao cais diminuindo em direcção á costa.
A sua entrada é, pois, franca a qualquer tempo e hora, podendo nela penetrar à vontade navios até cerca de 6 metros de calado.
No entanto, devido a alguns perigos isolados formados por rochas e bancos de coral, é necessária a pilotagem para os navios de alto mar.
A boca de entrada a partir da qual é feita a pilotagem é delimitada a Norte pela ponta Said Ali e a Sul pela ponta Romero, havendo actualmente farolins em ambos os lados.
Desaguam na baía alguns pequenos rios sendo o maior o Meridi cuja foz desemboca nas proximidades do baixo Mueve.
A baía de Pemba constitui, sem dúvida, um porto natural bastante seguro e, apesar de tudo, abrigado dos temporais regionais, tendo sido qualificado por Elton - Cônsul britânico em Moçambique a finais de 1890 - como "O melhor desde Lourenço Marques a Zanzibar”.
Alguns autores supõem que a baía de Pemba possa ter tido uma origem vulcânica, baseando-se no facto de ali se encontrar com abundância a "pedra pomes" própria de rocha vulcanizada.
Mas a sua constituição calcária e não basáltica vem a contradizer tal suposição.
Das origens do nome pouco mais se sabe do que as escassas informações recolhidas da tradição oral, algumas das quais baseadas em lendas, e deve tomar-se em consideração que a designação de Pemba para nome da região não foi a única ao longo dos tempos.
Em anos muito recuados da nossa história a baía de Pemba era frequentada apenas por alguns pescadores malgaches e swahilis que em suas pequenas lanchas e pangaios arrecadavam o alimento sem nunca ali se fixarem.
Conta então uma antiga lenda que por essa altura uma de tais embarcações apanhadas por um temporal naufragou tendo como sobrevivente uma mulher que se viu obrigada a procurar algum refúgio nas proximidades da baía.
A mulher importante (“nuno” em língua local ) conseguiu sobreviver e montar ali a sua guarita.
Naturalmente conotada a "Nuno" pelos pescadores como "mensageira divina" demonstrando que a zona poderia ser perfeitamente habitada, ela fê-los seguir o seu exemplo.
Nasce a zona de Nuno pelo qual foi conhecido por longos anos o actual bairro do Paquitequete.
Mais tarde viria a anexar-se a esta designação a expressão “pampira” (no sitio da borracha) em virtude da grande quantidade da árvore da borracha que no local nascia espontaneamente.
A região servida pela baía de Pemba foi também já conhecida por Mambe expressão que pode simultaneamente significar quantidade e longitude.
Embora certos autores relacionem “mambe” à baía de Pemba, a região a que a administração colonial designa por esse nome se situa mais a norte, no distrito de Macomia.
Uma outra tradição oral refere que um europeu, em data também não precisa, proveniente de Zanzibar faz desembarcar na baía os indígenas que o acompanhavam e, estes, vendo-se assaltados por grandes enxames de moscas gritavam dizendo “pembe” que em swahhili significa mosca.
Teria sido mambe, pembe ou outra a origem da expressão "Pemba" no território moçambicano, certo é que ela figura nas primeiras cartas inglesas como "Pembe Bay”.

10/18/07

BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas...II

(Imagem original daqui)
A mais bela do mundo?
Jerôme Bignon é o francês que está à frente da robusta, mas menos conhecida organização que agrupa as baías mais belas do mundo, uma espécie de magnatas que ao mesmo tempo que defendem o usufruto das condiçoes naturais e turísticas que a natureza oferece nas costas marítimas, fazem-no igualmente para que tal não resulte na destruição do ambiente e por aí vão, de ano a ano, descobrindo mais locais do mundo que reúnam os requistos que o clube defende.
O Clube das Mais Belas Baías do Mundo é uma agremiação que vai para lá da beleza genuína das baías. Comporta outros requisitos muito rigorosos, sobretudo em relação àquilo que os homens fazem da natureza, o ecossistema marinho ou terrestre e a candidatura de qualquer baía ao clube, é sempre seguida de muitos “lobies” que noutros casos são dirigidos pelos governos e até utilizando vias diplomáticas.
A baía de Pemba, candidata a partir do dia 6 deste Outubro, não precisou de se apresentar pela mão do Governo, mas sim, via sociedade civil, a partir de um trabalho que já vinha sendo feito, há cerca de ano e meio, que encontrou acolhimento no “Cabo Delgado em Movimento”, uma organização dos naturais e amigos daquela provincia setentrional do nosso país.
Quando chegámos a Imbituda, na madrugada do dia 6, precisamente na Praia do Rosa, os moçambicanos que haviam ido preparar o terreno encontravam-se a reler os documentos que traziam e que à tarde do mesmo dia seriam apresentados ao Quarto Congresso do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, em forma de candidatura.
Era preciso usar todos os meios disponíveis e ao alcance para convencer os seus constituintes.
Ia ser apresentada ao clube a baía de Pemba, uma das maiores do país, provavelmente uma das mais profundas e amplas do mundo, que chega a atingir cerca de 52 metros de profundidade, com uma área aproximada de 150 quilómetros quadrados, com uma diversidade de ecossistemas, como estuários, mangais, tapetes de ervas marinhas, praias arenosas e rochosas, recifes de corais e terras húmidas.
Moçambique levou para o Brasil a população de Pemba, heterogénea, como é, através de pequenas obras de arte e cultura dos macua, maconde e muani, junto às suas religiões, a sua gastronomia e disse aos congressistas que 30 porcento dos habitantes de Pemba são dependentes de recursos costeiros.
Foi necessário dizer ao mundo, através do Clube das Mais Belas Baías que a de Pemba, há muito que é admirada, tal como há muitos anos Coutinho escreveu dizendo tratar-se duma espléndida baía que está entre aqueles dois empórios comerciais (Zanzibar e Moçambique) em excepcionais condições geográficas e em circunstâncias tais que aproveitadas convenientemente, terão o exclusivo tráfico do Tanganhica-Niassalândia.
A delegação moçambicana ao Congresso das Mais Belas Baías do Mundo foi dizer tudo sobre Pemba.
Que estando em Moçambique o seu clima é obviamente tropical e que a temperatura anual do ar é de cerca de 25 graus centígrados, um clima que sofre a influência da zona de baixas pressões equatoriais, com prevalência de ventos monsónicos de Nordeste durante o Verão no sul e norte e ventos de Sudoeste durante o Inverno, no sul.
A equipa técnica da apresentação da candidatura ficava durante largas horas incomunicável, com o Dr. Kwasi Agbley, sempre a ensaiar e do outro lado o general Alberto Chipande, presidente da Associação dos Naturais e Amigos de Cabo Delgado, usando o tacto diplomático de que não se lhe conhecia, desdobrava-se em contactos com as delegações de países que já têm as suas praias no Clube das Mais Belas do Mundo.
“Havemos de conseguir, todos estão do nosso lado” dizia amiúde Alberto Chipande, sempre que o “Notícias” se aproximava dele para lhe “medir a temperatura”, cada vez que o tempo se aproximava do acto esperado.
Agostinho Ntauale, presidente do Município de Pemba, que trazia da sua cidade uma mala enorme de objectos de arte e diversa documentação sobre a baía candidata, foi quem abriu a apresentação, pedindo que se distribuissem aos congressistas as pastas que continham a informação relevante sobre a baía.
Afinal, eram pastas forradas de capulanas de diferentes cores, com esferográficas guarnecidas de pau-preto e outros tipos de madeira.
Foi a primeira sensação de que se estava perante um país diferente!
Ntauale solicitou aos presentes para não perderem a oportunidade de chegar à baía de Pemba para se certificarem do que os documentos diziam, nomeadamente que se tratava duma porção de terra que é bela desde a sua existência, mas que não se encontrava no clube, simplesmente porque situações adversas fizeram com que Moçambique só mais tarde se apercebesse da sua existência.
Muito lacónico, apresentou a delegação moçambicana, tendo salientado o nome do general Chipande, a quem pediu para que se dirigisse aos presentes.
Igualmente de poucas palavras, este não escondeu o facto de ter sido, por muito tempo guerrilheiro, durante a luta e libetação de Moçambique e aproveita esse facto para aliá-lo à necessidade de fazer um turismo sustentável, não destruidor, que respeite a natureza, um dos ditames mais presentes no Clube das Mais Belas Baías do Mundo.
“Nós que estivemos durante muito tempo no mato, como gurrilheiros, na luta pela nossa independência nacional, sabemos quanta importância tem a natureza, que não pode ser destruída em nome do turismo ou do desenvolvimento” disse, aplaudido.
Entrementes, Alberto Chipande acabou sendo invadido por abraços dos congressistas, que se estenderam à toda delegação moçambicana, a quem depois se lhe distribuiu os certificados de participação no quarto congresso.
“Já recebemos e dentro de algum tempo havemos de seguir os trâmites normais para a apreciação da candidatura de Moçambique” garantia Jêrome Bignon, presidente do Clube Mundial das Mais Belas Baias.
José Roberto Martins (Beto), presidente do município (prefeito) de Imbituda, onde se localiza a Praia do Rosa, que acolheu o congresso, disse falando ao “notícias” que “faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que Moçambique, através da baía de Pemba, se junte a este clube”.
Portugal, que já tem a baía de Setúbal no clube, falou através do seu chefe da delegação manifestando a sua predisposição em apoiar Moçambique, e falando à nossa Reportagem disse: acho que Moçambique tem belas praias, melhores do que esta onde estamos reunidos, por isso não vejo qual vai ser a dificuldade de aceitar a sua candidatura e eventual aprovação.
Quando quisemos saber do chefe da delegação portuguesa a razão da candidatura de Setúbal em detrimento da mais famosa baia do Algarve, respondeu: Algarve está completamente ocupada, está toda construída, não temos hipóteses de juntar a sua beleza à necessidade de defender o ambiente.
TAREFA SEGUINTE É DOS RESIDENTES DE PEMBA
Era o momento em que tudo de bom devia ser dito.
Que oferece aos turistas um leque de opções que vão desde as danças tradicionais música contemporânea, passando pelo teatro, prática de desporto e mesmo um animado carnaval.
Que o porto de Pemba começa a ser um ponto de referência para cruzeiros internacionais.
No cais são recebidos por qualificados guias turísticos que lhes proporcionam uma agradável visita à cidade.
Por seu turno, o Aeroporto Internacional de Pemba recebe turistas vindos dos quatro cantos do mundo.
Actualmente, tem ligações directas com o aeroporto de Nairobi, Quénia, Dar-Es-Salaam, na Tanzania e Joanesburgo, África do Sul, esperando-se que brevemente seja ampliado para aumentar as opções dos visitantes.
Estes factos podem, entretanto, não ser suficentes se a metalidade das populações locais não mudar quanto ao seu posicionamento em relação à natureza e uma das importantes formas de conservação da diversidade marinha e costeira é a criação de áreas de protecção.
Os consultores avançam em estratégias mais efectivas de protecção da saúde da baía de Pemba e o incremento da consciência, percepção e uso adequado dos recursos, para o que propõem o desenvolvimento de campanhas de protecção da baía para além da advertência aos turistas sobre artigos a comprar aos vendedores.
Aqui pretende-se chamar à atenção dos turistas a não adquirirem produtos de venda ilegal, como seja artigos produzidos na base de carapaças de tartarugas ou corais, entre outros.
O presidente do Conselho Municipal de Pemba, abordado para se pronunciar à volta da aceitação da candidatura da baía do seu município disse que o passo seguinte é sensibilizar o país em geral e os residentes de Pemba, em particular, sobre quanta responsabilidade recai sobre si, imediatamente a seguir, com vista a fazer com que definitivamente a baía conste da lista das mais belas do mundo.
“Temos que fazer muito nos próximos tempos vamos ser visitados pelo presidente do Clube das Mais Belas Baías do Mundo. Ele vem confirmar o que dissemos na nossa apresentação. Teremos que tornar a presença dele em momento de festa. A população de Pemba, terá que voltar a manifestar a sua hospitalidade e carinho com os seus hóspedes. Estamos a entrar para uma fase de prova da nossa própria seriedade”.
Agostinho Ntauale acredita que o seu mandato vai encerrar com a vitória que vai significar a colocação de Pemba naquele grupo de baías mais belas do mundo.
Há muitos interesses em jogo, desde o facto de o clube ser reconhecido internacionalmente como robusto do ponto de vista económico, como pelo prestígio que goza, como fundamentalmente o facto de as baias mais belas poderem ser consideradas pela UNESCO locais a conservar e, em face disso, serem futuramente declaradas Património da Humanidade.
Alberto Chipande disse que os moçambicanos, particularmente os naturais de Cabo Delgado e, sobretudo os residentes da cidade de Pemba, são chamados a vencer mais esta batalha, numa nova frente, de luta pelo desenvolvimento.
“Esta é outra frente que temos que vencer. A tal independência económica que a politica sempre pretendeu trazer também passa por estas iniciativas. A “CD em Movimento” vai se empenhar para que isso dê certo. Temos que ter a importância que temos, que representamos, mas com coisas concretas”.
PEDRO NACUO - Maputo, Quinta-Feira, 18 de Outubro de 2007:: Notícias

7/20/07

Pemba Beach paradise...

As our Airlink flight from Johannesburg soars gently down into Pemba, the capital of Cabo Delgado province in far northern Mozambique, I'm keeping a beady eye out for all the trappings of tropical paradise. Palm trees, turquoise water, coral reefs, traditional dhows plying the water, crayfish big enough to be seen from the air... you know the deal. But baobabs on the beach? I realised then that a flying visit to Pemba was going to be more than your average tropical escape.
Situated on what is said to be the third largest natural harbour in the world, the town of Pemba — thanks to increased air access via direct flights on Airlink — is fast becoming the gateway to the fantastic beaches this coast has to offer and the islands of the Quirimbas Archipelago further north.
There's a range of accommodation on offer in the area — from guesthouses to backpackers — but undoubtedly the most luxurious place to stay is the impressive Pemba Beach Hotel. Arabian wind towers, terracotta walls and Moorish arches are a gentle reminder of the days when the calm waters of East Africa were a popular stomping ground for Arabian slave traders to load up their deadly cargo.
Thankfully nowadays the dhows you'll see offshore will be full of tourists and fishermen catching your dinner rather than slaves off to servitude in a distant land. Dhow cruises in the bay are just one of the many options popular with the tourists who come here to enjoy the balmy waters of the Indian Ocean... whether you're in the mood for adrenalin action or something a little more sedate there'll be something to drag you away from that sun lounger.
Under da sea
With warm waters, fantastic visibility and incredible array of marine life, diving is a popular option and the Pemba Beach Hotel offers a fully-kitted dive centre where you can do anything from a fun recreational dive right through to advanced certifications. Boat dives (with no launch through the surf!) can take you to a choice of sites within minutes, so you can easily spend a few days blowing bubbles.
One of the most popular sites is 'The Gap', where the reef drops off the edge of the continental shelf all the way to 120m below the surface. If that's a bit extreme for you, there are snorkelling spots just off the beach in front of the resort (equipment provided at the Club Navale) or you can hop on one of the regular snorkelling trips ($25) by boat to coral reefs further afield.
More of a hunter than a watcher? Andre Bloemhof runs regular fishing safaris (either full or half-day) where you can troll for Marlin, Kingfish, Wahoo, Dorado and Tuna on deep-sea reefs and in and around the stunning Quirimbas Archipelago. Starting at $300 per person it's an expensive day out, but is sure to get your heart rate going. For cheaper thrills you can also throw a line off the end of the resort’s jetty, where you might bag yourself a small Kingfish or Snapper.
Drop the locals a line
If you want to get a feel for how the local fishermen do it though, hop onto one of the dhow trips run by Kaskazini tours (at Pemba Beach hotel). Run by the ever helpful Genevieve, you can book yourself on well-priced dhow trips ranging from a sunset cruise with their local skipper to a five-day safari exploring the southern islands of the pristine Quirimbas Archipelago.
Sound like far too much exertion? The Sanctuary Spa is the latest addition to Pemba Beach, offering a range of treatments from this well-known South African spa group. Book yourself in for a bit of pampering with a front-row seat to the Indian Ocean.
When evening rolls around, the Quirimbas Restaurantr is the place you want to end up, tucking into the buffet that stretches on into the distance. Fragrant curries, fresh marlin and tuna on the skillet, crayfish tails to your heart’s content and a pile of prawns that does Mozambique’s reputation justice. White tablecloths, excellent service and the musical accompaniment of the Indian Ocean complete the picture of a perfect dinner in the tropics. The beachfront restaurant at the Club Navale is also an option for something more casual, but it’s a place best enjoyed at lunchtimes, eating barefoot with your toes wiggling in the sand.
Hit the town
Of course you don’t have to — and shouldn’t — spend all your time in the resort. The town of Pemba doesn’t have the impressive Portuguese architecture or attractions of some of Mozambique's larger towns, but a stroll through the market and Old Town are well worth a few hours, if nothing else to see a little of daily life in Cabo Delgado. The dusty streets occasionally reveal a quaint craft stall or carpenter at work, but the beach is really the place to catch a glimpse of day to day life in Pemba.
Start at the reed village of Paquitequete — a mostly Muslim community of fishermen where a 'Salaam' will elicit a warm smile and perhaps an offer to take their photograph. Children lay in the dust, women sell their catch on the beaches and talented carpenters fix their traditional dhows using the most rudimentary tools; while almost everybody pitches in to haul the fishing nets laden with sardines up the beach.
There are a few roadside markets in town where you can pick up colourful local cloth to take home, but if you’re souvenir hunting your best bet is the Makonde Co-op on the road from town to Wimbe beach, where men and children use rudimentary lathes and chisels to skillfully carve out statues, bowls and masks from enormous logs of indigenous hardwoods. It’s also just a few hundred metres from the airport, so a good place to stock up on souvenir for friends and family back home just before you leave.
And you’ll want to take home a souvenir or three. With a wonderful lack of the ‘bakkie brigade’ who descend on the resort towns further south, Pemba is the kind of place you’ll want to remember. The buildings may be crumbling, but the town still holds an air of Mozambique in days gone. The people are as friendly as ever, and as long as you don’t stray too far from Hylton’s hotel buffet you’ll never go hungry.
For more info…
  • Visit the Pemba Beach Hotel & Spa website for more information and to book.
  • Airlink flies direct from Johannesburg to Pemba twice weekly, on Tuesdays and Saturdays. For more information on Pemba and the airline's 25 other destinations, visit www.flyairlink.com or call 011 961 1700.
  • Kaskazini Tours are as close as you’ll get to an information bureau in Pemba, and can assist with booking anything from accommodation and tours to flight. Their website should be your first stop when planning a trip.
  • Wimbe Beach is the most popular strip in town, and offers a range of guesthouses and restaurants to suit all budgets. If you’re staying at Pemba Beach Hotel it’s still worth a visit for an evening drink with the sand between your toes.

Richard Holmes - Thu, 19 Jul 2007 - In travel.iafrica.com

(Se encontrar dificuldades ao ler o texto em inglês, traduza este blogue para a língua portuguesa clicando no tradutor que se encontra ao lado direito do "menu" ou "colando" o texto neste endereço http://babelfish.altavista.com/)

11/21/11

A realidade de PEMBA

Pemba: Desenvolvimento adiado - Escrito por Hélder Xavier - Sexta, 18 Novembro 2011 07:00 - Com uma ampla costa e beleza natural, Pemba orgulha-se de ser uma das principais atracções turísticas do país, ao contrário de outras urbes localizadas no litoral moçambicano. Porém, à semelhança das outras capitais provinciais, a terceira maior baía do mundo ainda carrega problemas de uma cidade em desenvolvimento: crescimento desordenado, miséria, lixo espalhado um pouco por todo lado e fecalismo a céu aberto ao longo da praia. Essas são apenas algumas questões que o próximo edil vai herdar.

À entrada da cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, um problema salta à vista. Um pouco por todos os cantos da urbe é possível deparar-se com um dos fenómenos que assola os principais municípios do país: o lixo nas ruas, colocando a nu a ineficiência das autoridades municipais. Mas isso é apenas parte de um universo de questões que a considerada maior baía do mundo carrega há anos e não se vislumbra uma solução a curto e médio prazos.

Ao longo da costa mais um problema desponta. À luz do dia, dezenas de pessoas recorrem à praia para fazer necessidade maior, não obstante a existência de chapas proibindo essa prática naquele local. Adultos e crianças fazem do litoral uma casa de banho a céu aberto. Na sua maioria, são moradores dos bairros circunvizinhos – vivem a 100 metros da beira-mar –, enquanto outros têm de percorrer pelo menos 500 metros.
Esta situação, que já é frequente, tem duas justificações. A primeira é o facto de a maior parte dos munícipes viver em zonas em que, quando a maré sobe, a água do mar invade as habitações construídas ao longo do litoral, o que impossibilita a edificação de latrinas melhoradas. E a segunda é referente à incapacidade da edilidade em construir sanitários públicos em alguns pontos da cidade, além de responder ao constante crescimento desordenado dos bairros e da população.

Além disso, há um outro terceiro e grande problema. Cresce o número de buracos nas principais vias de acesso da cidade, obrigando os automobilistas a malabarismos hercúleos.

Estes são alguns dos problemas que assolam a cidade de Pemba, outrora conhecida por Porto Amélia, e, ao mesmo tempo, são os principais desafios que o próximo edil – a ser eleito nas eleições municipais intercalares no dia 7 de Dezembro próximo – irá encontrar.

Nas ruas e nas esquinas da urbe, os munícipes quase não falam sobre o pleito eleitoral que se avizinha. Até porque não acreditam que a situação possa mudar. Mas, quando chamados a comentar, têm sempre algo para dizer.

“Eu particularmente acho que o próximo presidente do município não vai reverter a situação, pois ele precisará de pelo menos 10 anos para trabalhar”, diz Abel Jafar, residente em Pemba há mais de 25 anos, e acrescenta: “Dois anos não são suficientes para resolver problemas como a falta de água, lixo nas ruas, o fecalismo na praia, entre outros”. Mas Ornílio Mussa Ali, outro munícipe, tem uma visão diferente. “Esta cidade anda abandonada e acredito que um novo dirigente poderá mudar o estado das coisas”, afirma.
Os problemas dos munícipes de Pemba vão para além do que se pode imaginar, e, à mesma velocidade, cresce o cepticismo dos residentes em relação aos três candidatos que disputaram a vaga de edil daquela cidade. O desemprego e a miséria são algumas das preocupações dos habitantes.

O crescimento da economia local é galvanizado pela indústria do turismo, um sector que emprega, ainda que informalmente, um número cada vez mais crescente da população sem ou com baixo nível de escolaridade. O artesanato é uma das actividades mais visíveis. As praias têm sido os locais escolhidos por maior parte das pessoas para ganhar o sustento diário. Além disso, também a pesca torna-se na principal ocupação dos munícipes.

O comércio informal prossegue sem freios e ganha vida nas ruas, maioritariamente controlado por cidadãos estrangeiros oriundos sobretudo da Tanzânia. Em quase todas as artérias do município, é frequente ver homens, mulheres e crianças em busca de sustento diário, através das mais diversas actividades económicas. Aliás, percebe-se que a revolução da informalidade em Pemba está só a começar.

Diariamente, dezenas de pessoas viajam para a cidade, oriundos de diferentes distritos da província de Cabo Delgado, à procura de emprego ou em busca de oportunidades, na sua maioria, ilusórias. Atraídos pela indústria do turismo – ainda que se faça sentir timidamente –, muitos abandonam a sua terra natal, mas encontram pobreza.

Abdul Ali, de 48 anos de idade, e a família, chegaram há dois anos em Pemba, depois de percorrerem 203 quilómetros. Atraído pelas oportunidades ilusórias no sector de turismo, viu as portas todas fecharem-se. Sem nenhuma escolaridade, apenas com mais de 10 anos de experiência em fazer cobertura (tecto de palha) das instâncias turísticas e vivendas que despoletam ao longo da praia, com ajuda da sua esposa e dois filhos, optou por comprar mariscos para revender, mas logo descobriu que a actividade paralela permitia ganhar mais dinheiro. Agora, é pescador. “Vou pescar e depois a minha mulher vende”, conta.

O fluxo das pessoas acaba por criar outros problemas sociais, nomeadamente o aumento de nível de criminalidade e destruição de uma cidade que não parece preparada para receber mais indivíduos. Nos últimos cinco anos, os casos de furtos, roubos e assaltos na via pública e a residências triplicou.

Uma cidade que mingua
Situada à saída da baía de Pemba na margem sul, o município, com uma população estimada em 141300 pessoas, ocupa uma superfície de 102 km2. Cerca de 50.4 porcento dos habitantes é do sexo masculino e 49.6 é feminino. Nos últimos anos, o número da população cresceu, segundo o Censo de 2007, e o crescimento da cidade mostra- se demasiado lento para responder às exigências que emergem em decorrência desse incremento. Os bairros periféricos são exemplos mais bem acabados de lugares quase irrespiráveis, onde não foi respeitado nenhum plano de urbanização. Quase todos os dias, surgem habitações precárias em zonas baixas e em direcção ao mar. Na zona de cimento, além de pouco iluminadas, algumas ruas não têm asfalto.

Os problemas da falta de água potável e erosão, na zona costeira, são outras situações que dão à Pemba aspectos de um município esquecido aos 53 anos de elevação à categoria de cidade. No centro da urbe funcionam diversos tipos de negócios, formal e informal, o “mova” da economia local, além de se mostrar saturado. Na zona baixa, sobretudo próximo do porto, encontra-se uma cidade velha, abandonada e de uma feiura arquitectónica.

Na área conhecida por Expansão despontam, ao longo da costa, vivendas e algumas mansões de uma elite emergente para o gáudio do sector imobiliário. E um pouco pela cidade é possível ver obras de construção de habitação, centros comerciais, agências bancárias e instâncias turísticas. Mas tudo isso não esconde o lixo que tomou de assalto e os inúmeros buracos nas estradas contrastando com o slogan do município “Mantenha a baía limpa”.

Há 53 anos
Pemba pode orgulhar-se de ter uma das melhores praias do país denominada Wimbe. Numa cidade onde a oportunidade de diversão é coisa rara, este tem sido o ponto de encontro dos munícipes, e não só, aos fins-de-semana, além das casas nocturnas. Todos os dias, turistas de diversos cantos do mundo visitam o litoral e apreciam a arte maconde em diferentes galerias situadas à beira-mar.

Mas nem tudo é motivo de orgulho, pois há 53 anos de elevação à categoria de cidade, apenas 6.2 porcento da população do distrito de Pemba tem acesso à água canalizada dentro de casa, 54 fora de casa, aproximadamente 6 consome água do poço, enquanto cerca de 30 tem acesso a um fontenário. De um total de 26.155 agregados familiares existentes na cidade, somente 38 porcento tem a electricidade como fonte de energia e 59 utiliza petróleo de iluminação. O distrito dispõe de 10 unidades sanitárias, nomeadamente um Hospital Provincial, nove Centros de Saúde.

Breve historial
Antigamente, a área em que se encontra localizada a cidade de Pemba era visitada por pescadores swahilis e malgaxes e não há registo de ocupação permanente no período pré-colonial. A primeira tentativa da dominação portuguesa apenas ocorreu em meados do século XIX com a construção de um fortim, que foi abandonado poucos anos depois. Só em 1989, com a criação da Companhia do Niassa, é que a ocupação viria a tornar-se definitiva.

A Companhia do Niassa detinha poderes de administração do território, tendo elevado um pequeno posto comercial à categoria de povoação. Mais tarde, Pemba passou a denominar-se Porto Amélia em homenagem à última rainha de Portugal. Com o fim da concessão da companhia, em 1929, torna-se capital do recém-criado distrito de Cabo Delgado, pondo um ponto final à transferência da administração portuguesa desta região da vila do Ibo para Pemba.

Esta transferência correspondeu a mudanças no transporte marítimo que benefi ciava das excelentes características do porto natural, e à ocupação e exploração do interior do território, para a qual Pemba estava melhor localizada. Em 19 de Dezembro de 1934, Porto Amélia foi elevada à categoria de vila e, em 18 de Outubro de 1958, a cidade regressando à designação Pemba depois da independência nacional, em Março de 1976.
- Transcrição do @Verdade.

12/15/07

Referênciando novamente o pembista e professor RAFAEL DA CONCEIÇÃO...VIII

O que se vai dizendo ou comentando na internet:
  • A velha história de sempre. A justiça só interessa aos injustiçados, mesmo quando só indiretamente afetados como eu... um simples leitor e fã da cultura Moçambicana em todos os aspectos. Se calar é consentir, o ministério da cultura moçambicana parece dessa forma ter escolhido o caminho do "lavar as mãos...". E porque assim o fará? Essa é a pergunta para quem procuro a resposta. Proteção de amizades? Tráfico de influências na Editora Universitária? Lamentável que o famoso "toma lá-dá-cá" continue marcando a política moçambicana. Deixo aqui minha solidariedade para com o Rafael da Conceição e a reafirmação do meu eterno "não-conformismo" para regras calcadas no abuso das mais básicas regras de respeito humano, social e político. Antonio Maria G. Lemos - ForEver PEMBA, quarta-feira, 12 de Dez 2007.
  • Batem com desatino no histórico de comportamento dos colonizadores do passado, mas é só assistir ao presente das antigas "provincias ultramarinas" para que se revejam multiplicados os "defeitos" do tal passado, aperfeiçoados no mau sentido e usados com critério por compadres e padrinhos. UMA VERGONHA ! Mamud - ForEver PEMBA, quarta-feira, 12 de Dez 2007.

  • É de facto uma vergonha que até à data, as pessoas implicadas no plágio ainda não se tenham pronunciado, nem alterado a capa do livro. Será que alguém nos poderá explicar o que se está a passar naquela Imprensa Universitária? Porque será que os senhores do roubo estão a querer ser "grandes" à custa daqueles que realmente o são? Porque a meu ver, só se roubam idéias, quando se é muito pobre de espírito... João Belo da Costa - ForEver PEMBA, quarta-feira, 12 de Dez 2007.

  • E, afinal, o que o Senhor Rafael da Conceição tem feito junto de quem de direito para recuperar os seus direitos de autor intelectual da capa plagiada? João Matias - ForEver PEMBA, quinta-feira, 13 de Dez 2007.

  • Sr. João Matias, - Já falei com o Director da Imprensa Universitária, Eng. Maqueto Langa, que ficou ao corrente da situacão. Compete agora à I.U. e à Black Sheet, mudar a capa do livro de Marilda da Silva. Rafael da Conceicão - ForEver PEMBA, sexta-feira, 14 de Dez 2007.

  • Venho também, (não perder tempo porque nenhum gesto que se faça a favor da Justiça e da Compreensão que para alguns pode ter passado ao lado e por isso ajuda a esclarecer), dizer que estou a ler este livro tão falado pela capa e algum dia será também pelo conteúdo. Pelo menos no meio académico, já que é um misto de materia de estudo e pessoal, que abrange áreas de carácter ético que é a Morte e a Vida. Estou a gostar Rafael da Conceição. Que a tua luta se não for para abrir o carácter dos que erraram ao menos seja para formar os mais novos em Dignidade e Princípios Morais. Em suma, em Respeito. Inez Andrade Paes - ForEver PEMBA, sexta-feira, 14 de Dez 2007.

O que se disse ou comentou anteriormente:

  • Em 12 de Novembro último foi divulgado aqui o plagio !
  • Em 13 de Novembro de 2007 - Moçambique Para Todos - aqui !
  • Em 14 de Novembro de 2007 - Lanterna Acesa - aqui !
  • Em 15 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
  • Em 16 de Novembro de 2007 - Ma-Schamba - aqui !
  • Em 16 de Novembro de 2007 - Vouguinha - aqui !
  • Em 16 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
  • Em 17 de Novembro de 2007 - Lanterna Acesa - aqui !
  • Em 18 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
  • Em 20 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
  • Em 22 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
  • Em 12 de Dezembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
  • Em 12 de Dezembro de 2007 - Lanterna Acesa - aqui !
  • Em 13 de Dezembro de 2007 - Vouguinha - aqui !
  • Em 14 de Dezembro de 2007 - Moçambique Para Todos - aqui !

E o "espetáculo" do silêncio continua...

6/12/07

PEMBA - SUA GENTE, MITOS E A HISTÓRIA - Parte 3

Por Luis Alvarinho - (Continuação daqui)
V.
OS PASSOS PARA A OCUPAÇÃO COLONIAL
Nomeado Governador do distrito de Cabo Delgado, o Iº Tenente d'Armada Portuguesa, Jerónimo Romero, comandando a escuna de guerra "Angra" larga do Tejo com 60 colonos (homens e mulheres) a 21 de Junho de 1857 com destino a Pemba para ali edificar uma colónia com gente branca. De origem minhota, os colonos voluntariaram-se e uma subscrição popular conseguiu uma colecta de cerca de 2 milhões de reis para tal empresa.
No "Suplemento à Memória Discriptiva dos Territórios de Cabo Delgado" Jerónimo Romero ao referir-se à sua tomada de posse a 22 de Outubro como Governador de Cabo Delgado salienta que deu a conhecer a todos os presentes:
"os bons desejos do Governo de Sua Magestade que pacificamente se ocupasse a bahia de Pemba e ali se fundasse uma colónia europeia, sem que para isso fosse necessário empregar a força armada e muito menos incomodar ou prejudicar os moradores do Distrito com especialidade os régulos".
Foram então encarregues os capitães-mor das terras firmes e o de Querimba para conferenciarem com Said Ali, enquanto que o de Quissanga e o respectivo cheique para tratar com o sultão Mugabo.
Em ambos os casos foram enviados presentes levados da corte como se pode ler, por exemplo, na carta enviada por Romero ao régulo Said Ali, datada de 26 de outubro de 1857:
"Amigo nesta ocasião tenho grande prazer em man­dar uma comissão para vos cumprimentar da parte do Governo de Sua Magestade El-rei de Portugal e de vos remeter um barril de aguardente que o Go­verno vos manda em signal de amisade. Elle deseja estabelecer no território desaproveitado das margens dessa bahia uma colónia com gente do reino e jun­tamente tem em vista tratar amisade com todos, por cujo motivo está disposto a conceder-vos uma gra­duação militar e um ordenado que será pago em cada mês ... também vos será requisitada alguma gente para o serviço da colonia, a qual será paga todas as semanas em fazendas ou conforme se combinar..." (4)
Os enviados regressaram ao Ibo poucos dias depois trazendo respostas satisfatórias, apesar de certas reservas:
"Ilmo. Sr. Muito estimarei a saúde de V.S., o desejo que sempre gose a mesma saúde e boas aventuras. Também recebi um officio de V.S., e um barril de aguardente, de tudo fiquei entregue pelo capitão - mor, igualmente de outro papel que me entregou o sr. Figueira: enquanto a minha resposta nada mais tenho a dizer do que quando vier junto com o capitão-mor, trataremos porque o seu officio não me deixou desagradável, e por isso não há duvida nenhuma entre mim e V.S.- Deus guarde a V.S. - Mussage -5 de Novembro de 1857. Ilmo. Sr. Governador Civil, Jerónimo Romero.- Regulo Said Ali. (5)
Se apesar do cepticismo de Said Ali a carta deixa transparecer alguma confiança não menos verdade é a prudência e até mesmo honesti­dade da parte do régulo Mugabo:
“Ilmo. Sr. - Governador estimarei que ao receber desta esteja no goso d'uma perfeita saúde acompanhado de imensas felicidades.
Quando mandei fazer esta achava-me bom, graças a Deus e fiquei certo do conteúdo dela, a qual estimei muito por ter V.S. como meu amigo, e vizinho na povoação de gente branca que pretende fazer nas minhas terras. Mas se V.S. intenta isso para me apanhar e depois, fazer-me mal, isso não é bom, tanto porque os Mezungo sempre foram meus amigos e tratei com elles amisade, como também não ser justo que me tirem as minhas honras, mas certo da amisade de V.S., conte commigo nestas terras, pois sendo eu o régulo mais poderoso que tudo me está subordinado, estou no caso de tratar com V.S. Lá está o meu genro Andique, e os régulos Mugona, Nahea e o Mutica a fim de se encontrarem com V.S., para o que já tenho as minhas recomedaçóes; mas com tudo isto é preciso que V.S. tenha a bondade de se encontrar commigo quando puder ser e quando combi­nemos, pois tudo espero que se fará na melhor amisade e união. - Sou de V.S. muito obediente - Regulo Mugabo - Maiava 9 de Novembro de 1857". (6)
Com o fim de ocupar a baía, Jerónimo Romero manda seguir para Pemba 2 batéis com 3 oficiais e parte da força militar estacionada no Ibo.
Os militares tentaram desembarcar na ponta Miranembo mas não conseguiram devido ao mau tempo e por a costa ser cortada a pique o que os obrigou a entrar na baía, escolhendo a área de Nuno - hoje Paquiteque - então desabitada.
Aí construíram logo um barracão para lhes servir de albergue e arrecadação do material.
A "Angra" que havia chegado à Ilha do Ibo a 20 de outubro parte 11de Novembro para Pemba, onde arribou 12 horas depois, trazendo consigo Jerónimo Romero, o vigário da Ilha do Ibo e alguma tropa. A eles se juntaram alguns militares enviados da Ilha de Moçambique no “19 de Maio" - outro navio de guerra - que transportava os materiais necessários à instalação da colónia. Jerónimo Romero sentira seu sonho realizado:
"... pelas 5 horas da tarde entrava a mesma escuna embandeirada com arco por entre as duas pontas que formam a magestosa baía de Pemba.” (7)
A 12 de Novembro o Governador de Cabo Delgado desembarca ao largo da baía acompanhado de alguns oficiais e força militar, tendo sido recebido pelo régulo de Mussange - Said Ali - e sua gente.
Depois de conferenciar com Said Ali, Jerónimo Romero e comitiva regressam ao navio para aguardar a delegação enviada pelo régulo Mugabo o que veio a verificar-se decorridos 5 dias, podendo assim lavrar-se o respectivo termo de "vassalagem":
"Aos dezessete dias do mês de Novembro do anno de nascimento de Nosso Senhor Jesu Christo de 1857, achando-se perante o Governador do distrito de Cabo Delgado, o capitão-mor das terras firmes e mais pessoas a bordo da escuna guerra "Angra", em Pemba, foram recebidos os enviados do régulo Mugabo, o secretario Andique, e outros, os quais vindos com officios do régulo, e aucturização do mesmo, se lavrou o presente termo, e se concordou amigavelmente - que estas terras pertencentes ao régulo Mugabo ficam pertencentes à coroa portugueza, e todos os indivíduos, indigenas ou não indigenas, são de hoje por diante súbditos obedientes e cidadãos portugueses - que ao regulo Mugabo lhe será concedido pelo Governo de Sua Magestade El-rei o posto de capitão-mor das terras de Mugabo, com o vencimento mensal de 4$000 reis e também se concederá a graduação honorifica de sarjento-mor ao regulo Mutica e de ajudante ao secretario Andique - que o regulo Mugabo fica responsável pela boa união e amisade, porque se devem tratar os colonos como se fossem verdadeiros indigenas - que o regulo Mugabo por via dos seus enviados, declara, que está altamente satisfeito, e todos os indigenas da mesma forma satisfatória porque tem sido tratado pelo actual Governador, e por ter dirigido estes negócios, pro­curando o bem estar e dignidade de todos - que, qualquer questão, ou milando que houver para o futuro entre os colonos e indigenas será decidido pelo Governador do Distrito e o regulo Mugabo, sendo os portadores da correspondência o sargento-mor, e mesmo o ajudante; mas sendo milando grande e de consideração ou não concordando a 1a auctoridade acima mencionada, em tal caso ficará dependente a sua resolução do Governador Geral desta provincia como chefe superior, e delegado de Sua Magestade-que para a nova colónia se escolherá o terreno onde não haja maxambas, afim não se fazer mal a pessoa alguma..." (8)
Este documento foi ainda assinado por mais dez individualidades, assentando-se assim os princípios gerais de organização política e jurídica da "Colónia de Pemba”, tendo sido escolhida a região de Muguete (hoje Muaguide) nas terras do cheique Macesse (ou Mazese) para a sua instalação a Oeste da baía e a uma distância aproximada de uma légua do ponto de desembarque o que os levaria cerca de 50 minutos de percurso a pé.
Três razões fundamentais os levaram a preferir a região de Muguete: a primeira deveu-se ao facto de somente ali terem então conseguido encontrar nascentes com água doce em abundância; segundo porque aparentava prestar-se perfeitamente para o estabelecimento de uma colónia agrícola que era seu objectivo e terceiro porque estando mais próximo a povoados locais os produtos eram mais baratos.
A política de conceder graduações militares aos chefes tribais na ocupação de Pemba foi seguida pelo rei D. Pedro V.
Assim, o Governador de Cabo Delgado empossa alguns deles a 16 de Fevereiro seguinte, numa cerimónia realizada em Mussange na presença do capitão-mor das terras firmes, oficiais do estado maior, parte da companhia de infantaria do Ibo, o destacamento da ilha de Moçambique, a guarnição da Angra, o Comandante e mais praças do iate 19 de Maio, o régulo Said Ali e outras individualidades de sua regedoria:
"... nestas circunstancias o Governador de Cabo Delgado declarou, que vinha mandado pelo Gover­nador Geral da provincia para entregar as patentes de capitão-mor de Mussange ao Regulo Said-Ali de sargento-mor ao Lingoa Said-Ali, e d'ajudante a Bacar Bun Adudalla, ... na mesma ocasião se entregou a bandeira portuguesa ao Regulo Said-Ali, a qual foi içada diante de todo o auditório... declarando (o ré­gulo) (9) na mesma ocasião, que de futuro elle e toda a sua gente se consideravam como súbditos fieis de Sua Magestade Fidelissima ..." (10)
A 26 de Fevereiro do mesmo ano num acto idêntico realizado na povoação do régulo Macesse foram entregues pelo Governador Romero diplomas e bandeiras aos enviados do sultão Mugabo.

VI.
A COLÓNIA DE PEMBA
O comando da colónia foi nomeado a 5 de Janeiro do ano seguinte, 1858, quando o Governador de Cabo Delgado destaca os alferes Neutel Correia Mesquita para fiscal das Obras Públicas e João Guilherme para fiscal às ordens da colónia.
O fabrico local de alguns materiais de construção constitui prioridade começando-se por ensaiar a manufactura de tijolos e telha de argila com bons resultados e por isso aplicados às construções e residências que foram sendo feitas. É também construído um poço com excelente água potável do qual os navios igualmente se serviam para a sua aguada dado ser ali o único sítio com lagoas doces.
Foi depois aberta uma outra estrada que veio a ligar Pampira à ponta Miranembo para onde Jerónimo Romero havia transferido cerca de metade do contingente dos colonos e parte da força militar, por reco­nhecer a zona como propícia à agricultura mas, contudo, sem água potável.
Romero denominou esta parcela da "Colónia de Pemba” situada em Muguete de "Estabelecimento da Bahia de Pemba".
Miranembo era então desabitada e foi ali onde Romero tomou co­nhecimento das principais pontecialidades e riquezas da zona tais como o pau preto localmente conhecido pelo nome de “mepinga” (segundo o autor) bem como a aromática madeira de sândalo (“sapaua”), cafezeiro silvestre (“ngenre-ngenre”), a árvore do maná (suco resinoso bastante doce usado na alimentação em substituição do açúcar) e a raiz de um arbusto com a designação de “namaoere” com proprie­dades medicinais. Dessa raiz diz o Governador de Cabo Delgado:
“... os indigenas esfregam sobre uma pedra molhada em agua doce para assim extrair uma goma com que fomentam o peito às mulheres, curando por desta forma as inflamações e as dores e promovendo abun­dância de leite." (11)
Uma outra planta foi também identificada em Miranembo com o nome namonge de onde os naturais extraiam uma fibra muito usada na fabricação de redes e linhas de pesca.
A finais de 1858, cerca de ano após a formação da colónia reconhece o fundador desta a necessidade de fortificar as duas pontas à entrada da baía de Pemba.
A primeira e, no entanto a única, a ser construída foi a ponta Miranembo, edificando-se com pedra e cal locais, um fortim que mais tarde passou a designar-se de “Jerónimo Romero” em sua homenagem.
Os campos mostraram-se férteis em Muaguide e as sementes de hortaliça, legumes e cevada que tinham sido cultivados logo no primeiro ano deram prova disso.
Um destacado autor da época de nome Maria Bordalo considerava urgente a colonização efectiva daquele novo e pequeno estabeleci­mento para não correr o risco de "definhar como as demais feitorias da costa, e ter-se-á gasto muito dinheiro".
O mesmo se pode dizer do Estabelecimento de Miranembo na Baía de Pemba que em progresso conseguiu competir com a sua congénere em Muaguide.
No entanto, a grossa invernada que se verificou logo no primeiro ano, o incêndio que se registou no estabelecimento de Muguete, as crises de adaptção dos colonos ao clima tropical, as febres que mataram muitos deles, que nem enfermeiro tinham senão um curioso em primeiros socorros foram razões suficientes para grande quantidade de dissabores.
A fixação dos colonos à região tornava-se não um sonho mas ne­cessidade de sobrevivência, a “africanização” dos minhotos foi inevitável, estreitando aparentemente as relações com os régulos e os indígenas e em pouco tempo a colónia voltou a florescer.
Mas os revezes anteriores não tinham passado, quando uma campa­nha (segundo Romero) de calúnias é lançada com vista a denegri-lo, mesmo já fora do exercício das suas funções, pois havia sido exonerado a finais de 1858.
Desinteligências entre Jerónimo Romero e o Governador geral sem­pre as houveram. Refira-se o caso da retirada, quando havia apenas 3 meses da formação da colónia, da escuna Angra cedida por D. Pedro IV para o apoio exclusivo da colónia, por determinação do Governador Geral alegando a necessidade de a usar em tarefas de extrema importância.
Foi também o caso que até o levou inclusivamente ao tribunal da corte por ter aprisionado no Ibo um negreiro francês. Mas Romero saiu ileso do veredicto.
Enquanto isto, começam-se a quebrar as relações com os indígenas que possivelmente cansados da submissão e exploração lançam-se em hostilidades contra os colonos.
Estes e outros factores foram definhando cada vez mais a colónia até que o governador interino em exercício em Cabo Delgado decide extingui-la em 1862, fazendo-se recolher os colonos à ilha do Ibo.
Nada mais restou desta tentativa de colonização da zona senão o "Forte Romero", listado como monumento nacional por portaria de 3 de Abril de 1943.


VII.
A OCUPAÇÃO COLONIAL DEFINITIVA
Abandonada a região de Pemba pelos portugueses, e mais tarde praticamente pelos povos macuas da regedoria Muária, alguns baneanes e mouros ocuparam-na nos finais da década de 1880 sob a chefia de um tal malgache chamado “Muenhe Amade”, fundador da povoação do mesmo nome em Pampira.
Instituída a Companhia do Niassa esta manda, 4 anos mais tarde, ocupar a baía, tomando em consideração o então notável desenvol­vimento comercial dos territórios a Sul de Quissanga bem como a necessidade de controlar o comércio do sertão.
Por outro lado, porque o posto militar criado em Pemba há mais de um ano havia permitido um clima de boas relações com os régulos e consideradas garantidas as condições de segurança, é instituído o Concelho de Pemba com sede na povoação de Pampira.
Assim o comandante do posto militar de Pemba é nomeado chefe do Concelho em acumulação com as anteriores funções.
Projectara a companhia magestática a construção de uma linha férrea que ligasse Pemba ao Niassa no intuito de monopolizar o tráfico de Tanganica /Niassalândia:
"O caminho de ferro de Pemba ao Niassa chamará a meio caminho a mercadoria que for descendo pela boca de Chire, inclusive a que, por ventura proceda da própria bacia do Congo. Hoje que à nossa com­panhia foram concedidos os territórios, será pratica­da a ligação ferroviária do lago com a excelente baía de Pemba, realizando-se assim não só um desideratum da moderna civilização mas também o caminho que será o único e incontestado para o grande co­mércio da África" (12).
Esperava-se que Pemba pudesse ser o porto para o abastecimento do carvão do Medo e do Itule, bem como madeira, metais, nomea­damente o ferro e o cobre e ainda o marfim entre outros artigos originários de zonas do interior.
Para o lisonjeio de Coutinho (13):
"... a explêndida baia de Pemba - está entre aqueles dois empórios comerciais (Zanzibar e Moçambique) em excepcionais condições geográficas numas cir­cunstâncias tais que aproveitadas convenientemen­te, lhe chamarão o que lhe pertence de direito, e pertence de facto o exclusivo do tráfico do Tanganica-Niassalândia”.
Por outro lado, Pemba a um dia das Comores poderia daí receber a borracha, a cera, a copal, a urzela, o marfim e peles.
É ainda a finais do século passado, mais concretamente em 1899 que a companhia do Niassa contrata Gilbom Spilsbury (delegado do Conselho da Administração da Companhia) para uma expedição militar para avaliar as possibilidades de desenvolvimento dos territórios de Cabo Delgado e Niassa mas o facto de se pretender atingir zonas mais para o interior Pemba foi nesse projecto relevada para segundo plano.
Porque se pretendia reabilitar o processo de desenvolvimento de Pemba num momento em que a povoação estava ameaçada ao isolamento devido ao internamento de comerciantes e indígenas no interior para fugir à alçada da autoridade colonial (14) ela é inicialmente considerada terra de terceira ordem e são dispensados de direitos e emolumentos de portos aos vapores que para ali fazem carreiras regulares, nos primeiros anos do nosso século.
Também na primeira década de 1900 é criada em Porto Amélia no ano de 1908 uma escola de sexo masculino denominada "António Centeno” nome de um Administrador de Companhia em Portugal, no qual logo se matricularam 14 alunos dos quais 2 europeus, 1 branco natural, 6 mestiços e 5 negros. (15)
Dados estatísticos da população de Porto Amélia em 1908 indicam haver nessa altura 18.604 habitantes, sendo 18.498 negros, 50 asiá­ticos, 26 europeus e 17 brancos naturais. (16)
Em 1909 é ocupado todo o concelho de Porto Amélia.
A finais de 1917 desembarca em Porto Amélia uma expedição militar inglesa para colaborar com o exército português na luta contra os alemães no decurso da primeira Guerra Mundial.
Foi esta expedição que, aproveitando as condições da lagoa existente na planície de Natite, colocou uma bomba de água e um pequeno sistema de abastecimento de água canalizado.
Como memória dos militares ingleses tombados durante a 1ª Guerra Mundial, ainda hoje se pode ver no cemitério de Pemba uma zona com as suas sepulturas que o governo de Sua Magestade Britânica mandava visitar periodicamente, deslocando navios de guerra com oficiais que no local procediam às cerimónias na presença do capelão do Navio. Este cemitério particular esteve durante longos anos à responsabilidade de Carlos Delgado da Silva.
Pelo Decreto nº 16.757 de 20 de abril de 1929, foram retirados à Companhia do Niassa os poderes de administração dos territórios concedidos em 1894, tomando o Estado posse dos mesmos a 27 de Outubro do mesmo ano. Foi assim restabelecido o Distrito de Cabo Delgado, na Província do Niassa com sede em Porto Amélia, deixando assim esta povoação de estar agregada ao Distrito de Niassa.
Para o período a que nos referimos duas reclassificações sucessivas para o terreno de Porto Amélia têm lugar na sequência da restrutu­ração que se inicia em 1930. A primeira verifica-se a 11 de Janeiro desse mesmo ano classificando-a em 1ª ordem e a outra em Agosto seguinte descendo-a para 2ª alegadamente por se encontrar tal como o Ibo criada à data da passagem dos territórios para a administração portuguesa com aquela ordem.
Em 1936 é aprovada a planta de modificação da vila de "Porto Amélia, Concelho e Distrito do mesmo nome, província do Niassa" (17), constituída inicialmente por 232 talhões para em 1941 entrar em vigor uma portaria delimitando a zona urbana e a suburbana.
Um bairro económico constituído por 16 blocos de aproximadamente 50/80 metros é criado no Cariacó em Porto Amélia no ano de 1943.
Ainda nesse mesmo ano e tomando em conta a necessidade de autonomizar o município da vila e dotá-la de poderes mais amplos em vista do desenvolvimento local é concedido o foral de Porto Amélia.
Em 1953 determinou o Secretário Provincial, Eng. Pinto Teixeira, em nome do Governador Geral, comandante Gabriel Teixeira empreender a construção de um cais acostável para navios de grande porte, obra que viria a ser inaugurada a 26 de Janeiro de 1957 com a acostagem inaugural do paquete "Angola".
Foi só com a materialização desta obra que Porto Amélia inicia a sua arrancada ao desenvolvimento. Assim constata-se que o movimento de mercadorias eleva-se de cerca de 40 mil para 48 mil toneladas aproximadamente.
A Vila de Porto Amélia é elevada à categoria de cidade a 18 de Outubro de 1958.
Contudo o desenvolvimento esperado talvez nunca tenha passado de sonhos e pequenas iniciativas. Um jovem da cidade em 1971 desa­bafava numa entrevista a um jornal:
"... É pena Porto Amélia ser muitas vezes esquecida, pois se podia fazer mais por ela e só os seus ver­dadeiros habitantes é que a podem desenvolver e engrandecer, mas nenhum deles é Onassis ou Rockfeller” (18).
Pemba... A solidão da sua simplicidade parece tão natural quanto a sua beleza e destino à sorte do acaso...
NOTAS
1. O Boletim da Companhia do Niassa de 30 de Junho de 1914 informa: "O Boletim deixou de publicar-se nos meses de Abril e Maio em consequência do ciclone que assolou Porto Amélia em 12 de Abril determinando profundas perturbações em todos os serviços. O presente número refere-se ao aos meses de Abril, Maio e Junho".
2. Recorde-se que em Zanzibar (Tanzânia) existe uma ilha chamada Pemba. Há quem relacione o nome da cidade de Pemba em Moçambique com aquela ilha.
3. Planeamento e integração económica da provinda de Moçambique, nº 13, Colecção Estudos, 1970.
4. Jerónimo Romero, op. cit.
5. Jerónimo Romero, op. cit.
6. Jerónimo Romero, op. cit.
7. Jerónimo Romero, op. cit.
8. Jerónimo Romero, op. cit.
9. O parênteses é nosso.
10. Jerónimo Romero, op. cit.
11. Jerónimo Romero, op. cit.
12. João D'A. Coutinho, Do Niassa A Pemba - Os Territórios da Companhia do Niassa, 1893.
13. João D’A. Coutinho, op. Cit.
14. Ernesto Vilhena, Relatórios, 1905.
15. Boletim da Companhia do Niassa.
16. Boletim da Companhia do Niassa.
17. Boletim Oficial.
18. Jornal "Diário de Moçambique", 3/12/1971
Luís Alvarinho
Maputo, Maio de 1991
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