Para quem acompanha o que se noticia e comenta na blogosfera sobre o plagio da capa do livro de Rafael da Conceição "Lied para Yonnis-Fred e Maelle (Paternidade, Morte e Quotidiano, Construções no Mar, em Terra e no Ar...)":
- 12 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
- 13 de Novembro de 2007 - Moçambique Para Todos - aqui !
- 14 de Novembro de 2007 - Lanterna Acesa - aqui !
- 15 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
- 16 de Novembro de 2007 - Ma-Schamba - aqui !
- 16 de Novembro de 2007 - Vouguinha - aqui !
- 16 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
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Nos últimos dias tenho sido solicitado para intervir num debate em curso há cerca de duas semanas sobre capas de livros. Em matéria de factos: A Imprensa Universitária publicou em Setembro de 2007 um livro meu com o título “Lied para Yonnis-Fred e Maëlle (Paternidade, morte e quotidiano, construções no mar em terra e no ar...)”. Em Novembro deste mesmo ano foi publicado um livro da autoria da Professora Marilda da Silva com o título “Docência e Investigação. A dor e a delícia de ser o que é”. As capas dos dois livros são idênticas. Uns dizem que elas possuem alguns elementos comuns, outros que são similares, outros ainda que são iguais. Na verdade trata-se da mesma capa. O que é inabitual em termos de edição. Estamos por isso perante um caso de plágio. Não se trata de apenas uma “copiazita”, não se trata também de “caça às bruxas”. Na realidade estamos diante de um facto dramático, trágico, vergonhoso, triste, mesmo se há sempre dramas maiores do que outros. Neste caso ninguém matou ninguém. Mas matou-se a capa do meu livro. Trata-se de encontrar os verdadeiros culpados desta situação. Sinto-me realmente muito triste porque enquanto professor não gostaria que os meus estudantes fizessem plágio, até nem mesmo copiazitas. Este facto coloca-nos mais uma vez diante da questão ética da responsabilidade do intelectual. Eu disse que os factos são claros, por isso a minha editora, a Imprensa Universitária, deve vir a público explicar o que se passou e corrigir a situação, isto é, fazer o necessário para que a capa do segundo livro seja alterada. Porque de outra maneira, a ter que encontrar responsáveis acabaríamos por concluir que o responsável sou eu Rafael da Conceição, uma vez que não há outros. É uma questão de dignidade. Mesmo sabendo que definitivamente a Imprensa Universitária não foi a editora do segundo livro. Entre inatenções, esquecimentos, entre tentativas de banalizar, menorizar, desvalorizar, relativizar, minimizar e conformar-se com as “nossas insuficiências” e por outro lado pensar nas trágicas consequências deste plágio, naturalmente que eu me situo nesta última posição. Porque o livro é meu. Imaginemos então que o segundo livro tivesse sido o primeiro a ser lançado. O que seria de mim? E agora falemos sobre livros. Sim, há livros bons e livros maus, livros que têm por destino prateleiras e livros que vão para o caixote de lixo. Tive um velho professor já falecido na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais que me dizia que também se aprende com os maus livros. Nas minhas estantes tenho-os muitos. Agradeço a todos aqueles que nos chamaram a atenção para a gravidade deste plágio de capas e em especial à pessoa que descobriu em primeiro lugar o plágio em questão. Definitivamente e para terminar: Acho que só poderemos “fumar”, “beber”, comer, cantar, dançar, pular quando a capa do segundo livro for alterada. E eu espero por esse momento.
ResponderEliminarRafael da Conceição