Desde 12 de Novembro de 2007 que está "adormecido" na "praça" literária moçambicana um atrevido plágio, já anunciado aqui detalhadamente e ilustrado mais uma vez acima.
Três meses e cinco dias se passaram e o assunto, pelo que nos dizem, é tabú onde poucos gostam de "tocar" ou falar...
Receios, temores de mexer com interesses de "comadres", compadrios escusos, vaidades ou círculos fechados onde preponderam reizitos anafados circundados por lacaios bajuladores e acovardados a isso levam.
Banaliza-se com o silêncio, impunidade, cínismo, petulância e adequado descaramento a "história".
Afinal, se nem o contemporâneo, nobre e brasileiro Caetano Veloso se importa e desconhece o plágio, porque haverá o Humilde, Simples e Moçambicano Professor Rafael da Conceição de ver reposto integralmente o direito a sua propriedade intelectual ?
Seria querer demais !...
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E para que o silêncio não predomine, transcrevo do blog Olhar Sociológico de 03/11/2007 alguns cometários ao título "O que é o que é?: Dois títulos (gémeos) promissores!":
- Bayano Valy - De alguma forma tínhamos que inventar um outro provérbio: "Don't judge a book by iys author". Isto refere-se a Cezerilo - não se pode chamá-lo gigante intelectual. Mas quem sabe nos surpreende. Pelo menos, ele publica.
03 November, 2007 15:39 - Patricio Langa - Bayano, “Pelo menos pública”! Não sei até que ponto esse aspecto é o mais revelante. Se bastasse publicar, qualquer um publicava. Espero que desta vez tenham feito justiça aos donos das ideias que nos andam a fazer ler como se fossem suas. Uns plagiam Gaston Bachelar transformando seus enuciados epistemólogicos em poesia e não citam a fonte. Olha o que me foi dito a propósito do título: “Docência e Investigação: a delícia e a dor de ser o que é”. Caetano Veloso vai cobrar direitos autorais. A sua música é" cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". A autora inverteu as palavras, será que fez menção a fonte? Aí em Maputo anda um debate a proposíto de um estudante do ISCTEM que fez plágio a tese de outro estudante de direito da UEM. Este é um assunto que ainda vamos precisar debater com mais seriedade.
05 November, 2007 14:39 - Bayano Valy - Patrício, apanhaste-me em cheio. Não queria antes fazer menção dos plágios deste e daquele ou das aulas via telefone, mas já que mencionas teremos que encontrar uma oportunidade para voltarmos a debater esta questão de plágio. Quanto ao pelo menos publica.... queria alertar ao facto de que às tantas na falta do melhor o pior serve, não é? Mais o que me mais intriga é a facilidade com que alguns "autores" publicam, principalmente obras que se pretendem científicas. Afinal, existe ou não um corpo científico ou uma comissão de pares que dá o seu aval sobre a qualidade de uma obra?
05 November, 2007 16:48 - Patricio Langa - Bayano, Fiz uma proposta a uma colega para estudarmos as condições e o tipo de publicação “ciêntífica” que se faz em Moçambique. Há toda uma série de questões que é preciso tomar em consideração, entre as quais orgãos colegiais, revisão de pares, editoras etc. Será que nós sabemos em que estado andam essas coisas? O caso do plágio, que não deve ser o único, deve ser apenas o que se tornou público. Não creio que seja apenas uma questão de ausência de legislação para sancionar esse tipo de práticas como alguma imprensa tenta colocar o problema. A legislação é importante, mas neste momento não é o fundamental. O fundamental para mim é que a nossa prática académica quotidiana não é orientada pela confrontação de ideias, e de teses, previamente estabelecidas. Cada um acha que vai inventar a roda. Assim, para quem é original não há necessidade de citar ninguém. Todo mundo, ou um número considerável, se acha pioneiro. Enquanto noutros contextos se ganha reconhecimento demostrando que lemos os outros e por isso sabemos de que falamos aí parace que não é bem assim. O trabalho académico é essencialmente o de acrescentar conhecimento ao que outros já produziram (refutando, rectificando e inovando). Recordo-me de um ex-ministro da saúde que publicou, se a memória não me falha, pelo menos dois livros de metodologia de investigação (ou qualquer coisa parecida). Nesses livros, megalomaniacos, o homem só se cita a si mesmo. Se não me engano deve ter uma ou duas citações de Sócrates e Platão. Deve-se achar na sequência desses grandes filósofos. Não sei se faz ideia de quanto conhecimento se produziu nestes mais de 2000 anos. Existe também o problema da falta de catalogação adequada das nossas bibliótecas. Ninguém sabe o que existe e o que não existe. Aquilo é uma salada russa. É possível ir buscar uma tese defendida em 1980 e voltar a apresentá-la sem que alguém se dê conta disso. A UEM, por exemplo, têm alguns novos, ainda poucos, biblióteconomistas. Espero que tentem por a casa em ordem. Agora, então, com a Internet não imaginas as dificuldades acrescidas para identificar os plágiadores. Enfim, estas são notas soltas Bayano. É preciso pensar em todas as nuances deste problema até, no meu entender, podermos reflectir sobre o tipo de soluções mais a própriadas. Quem sabe aí se pode pensar num modelo de tribunal académico adequado a nossa realidade. Aqui na Universidade do Cabo existe um departamento de ética e um tribunal académico que lida com esse tipo de casos. Com alguma regularidade os jornais da universidade publicam notícias relacionadas com esse tipo de práticas. O caso do estudante do ISCTEM concerteza terminaria com a sua expulsão e invalidação do grau que pretendia alcançar caso ficasse provada sua culpa. Mas aqui é aqui, e aí é aí! Espero que Caetano Veloso não tenha uma letra igual!
06 November, 2007 10:59 - Bayano Valy - Hehehe Patrício, De facto é preciso que reflitamos sériamente sobre isso. As sugestões que avanças já me parecem um bom ponto de partida. Gosto da idéia de um tribunal académico e isso é algo que se pode sugerir aos reitores das universidades. Pode não ser tribunal, mas um corpo em que essas questões podiam ser dirimidas. Só para ironizar: ser expulso ? Com tanta falta de "doutores" aínda pede-se que alunos que cometem fraudes académicas sejam expulsos ? Esse é que é o Moçambique real. Falando sério, penso que podes escrever uma carta aberta aos reitores, tomando como ponto de partida essa situação do ISCTM. A tua ex-colega Salmina já me tinha falado de situações em que alguém apresentava um paper que tinha tirado da net. Isso me leva a uma outra reflexão, que aliás tinhas colocado melhor: a proliferação de universidades ou pseudo-universidades. Será que porque as públicas não podem absorver tanto estudante e porque as privadas querem atraír o maior número possível destes, a qualidade deve ser sacrificada ? Me parece que esse é o caso. É que a ISCTM se fosse bem sério já teria tomado medidas. Penso que não se tem tempo tanto é que o reitor anda a brincar a gestor político. PS: existe um outro doutor no ISRI que publicou um livro sobre o Médio Oriente e não chegou a citar fonte alguma. No meu mundo islâmico, existe também um grande (para mim questionável nalguns momentos) líder cujos escritos acabam semanalmente nos jornais da praça. A maior parte dos livros que "escreve" são traduções de livros já escritos em árabe, que nem chega a citar. Enfim... o ser humano quer a glória sem suor. Mesmo uma escória, não acha? Espero que ninguém tenha dito isso antes.
07 November, 2007 12:21
O que se disse ou comentou anteriormente:
- Em 12 de Novembro último foi divulgado aqui o plagio !
- Em 13 de Novembro de 2007 - Moçambique Para Todos - aqui !
- Em 14 de Novembro de 2007 - Lanterna Acesa - aqui !
- Em 15 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
- Em 16 de Novembro de 2007 - Ma-Schamba - aqui !
- Em 16 de Novembro de 2007 - Vouguinha - aqui !
- Em 16 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
- Em 17 de Novembro de 2007 - Lanterna Acesa - aqui !
- Em 18 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
- Em 20 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
- Em 22 de Novembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
- Em 12 de Dezembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
- Em 12 de Dezembro de 2007 - Lanterna Acesa - aqui !
- Em 13 de Dezembro de 2007 - Vouguinha - aqui !
- Em 14 de Dezembro de 2007 - Moçambique Para Todos - aqui !
- Em 15 de Dezembro de 2007 - ForEver PEMBA - aqui !
Vergonhoso, cómico e em simultâneo triste, porque ainda não se aperceberam do rídiculo que os envolve, até quando ficam "arrotando canivetes" entre si, pensando que o mundo globalizado e informado é ingénuo, complacente e desconhece suas atitudes primárias, imprudentes e amorais. Pega muito mal e só há um único perdedor considerável - Moçambique.
ResponderEliminarCredo!
ResponderEliminarBoa semana por aí!
Prezado Jaime,
ResponderEliminarAinda não morreu nenhum jornalista, talvez só alguns tenahm-se encolhido, ainda não estourou um novo velho paiol, então aparentemente nada de vergonhoso.
E olhe que não estou aqui plagiando e sim "papagaiando" alguns conceitos que foram comentados quando na época que aqui li pela primeira vez sobre o plagio da capa da obra do Rafael e acabei por também comentar o assunto na Lanterna.
Um forte abraço para si.
Zé Paulo,
ResponderEliminarPelo que me dizem e repito, a "coisa" é aberrante, caricata, com nuances por enquanto só comentadas nos bastidores.
É uma pena a parcialidade com aroma de censura, neste e noutros casos, dos média moçambicanos, parcialidade essa recheada de "troca-de-galhardetes", bem à moda da "velha senhora".
Como disse no "post", descobrimos até que nem o Caetano Veloso "escapou", nessa brincadeira de mau-gosto.
Um abraço para si e outro para o "Capitão-Mor" e "Tibério".
Há que acrescentar ainda a "censura" disfarçada mas concreta germinante em postos de chefia na maioria dos "pasquins" moçambicanos e destacar a "preferência" explicita em divulgar "trabalhos"(?) de elementos que alinham despuduradamente ao lado do poder, sempre servis a quem governa não importando a côr política.
ResponderEliminarTodos aqueles que se opoêm ao atual "status-quo" são desprezados, hostilizados, impedidos de usar os mesmos meios de divulgação...Casos e acontecimentos recentes o comprovam.
Realmente é pena que num país democrático e com uma liberdade de imprensa, que para parâmetros africanos è bem elevada,não haja nenhum jornal ou jornalista com coragem ou vontade de fazer uma boa e neutra análise dos fatos. Tratando-se de uma polémica voltado para o mundo das escritas e formação profissional do país, haja que mereceria maior empenho por parte dos orgãos de imprensa não tutelados pelo governo atual.
ResponderEliminarTambém concordo que a ideia aqui lançada pelo P.Langa, moldada na experiência da A. do Sul, seria um passo na direção certa.
Antonio Maria G.Lemos
País democratico ? Liberdade de imorensa ? Só de fachada. Vamos ate la falar e escrever contra a situação e reclamar da vida deprimente do povo para ver o que acontece ?
ResponderEliminarTem censura, embora disfarçada e a democracia ainda esta longe.
Manuel
Tenho acompanhado o que se tem escrito sobre o plágio da capa do livro do Prof. Rafael da Conceicão e achei curiosa a observacão feita por Elísio Macamo no blog "olhar sociológico",quando se refere à "rapidez com que muitos comentadores concluíram tratar-se de plágio por parte dos autores"(...) porque na realidade, Sérgio T. que trabalha para a Imprensa Universitária,disse ter sido contactado por Cezerilo,ex-Director da mesma Imprensa, pedindo-lhe que fizesse uma capa igual à do livro do prof. Rafael.
ResponderEliminarE por estas "coisas" se saberem, é que considero de extrema importância, este "pequeno-grande" debate,que tem vindo a decorrer na blogosfera há já vários meses,com a esperanca (para muitos) de que se torne motivo suficientemente forte aos olhos da Imprensa Universitária e que conduza o(s) culpado(s) juridicamente (ou não) a respeitar os direitos de autor e a alterar a capa.
É importante que a ética da educacão académica, esteja assente em bases de integridade, honestidade e coerência, para que a propriedade intelectual a que J.Matisse se refere, seja efectivamente respeitada, protegendo assim a capacidade criativa de cada indivíduo.
Orlando Wendél
Seria no mínimo o desejável. Mas as "comadres", os "compadres" e a "propaganda extra-oficial" até na internet, vai protelando e tenta minimizar os "efeitos" secundários" inevitáveis.
ResponderEliminarAgora até querem "calar" o Azagaia impedindo que determinadas radios toquem as suas criações musicais. Palhaçada!
Proponho uma sindicância, inquérito ou investigação que vá fundo e revele se esse pessoal metido a doutor e outras coisas mais realmente cumpre e se dedica às funções para que são pagos (e bem), já que passam o tempo integral a falar e a escrever disparate.
Manuel