1/31/08

PORTUGAL - Micro-cápsula endoscópica aperfeiçoada na Universidade de Aveiro.

A medicina avança, aperfeiçoa-se, buscando melhores resultados e minimizar os incómodos que determinados exames preventivos causam. E, em Portugal, os "jovens cientistas" da Universidade de Aveiro para isso vão também contribuindo com mérito. Esperamos só que tais avanços fiquem disponíveis, acessíveis para utilização da população de poder económico baixo não só de Portugal (onde últimamente os serviços públicos de saúde estão gerando polémica e desagrado generalizado) como dos países africanos de expressão portuguesa até ao Brasil inclusivé.
Só quem já fez uma endoscopia à "moda antiga" sabe o quanto é desagradável...
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A cápsula endoscópica, um micro-dispositivo que permite filmar todo o tracto intestinal durante o processo de digestão, foi aperfeiçoada.
Um grupo de investigação da Universidade de Aveiro, em parceria com médicos do Hospital de Santo António, no Porto, conseguiu diminuir o tempo de visualização do exame (oito horas) permitindo aos médicos um ganho de 15 minutos.
O estudo que foi publicado na edição deste mês da revista científica norte-americana “IEE – Transactions on Medical Imaging”, refere-se à primeira parte da investigação.
"Prosseguimos a pesquisa no sentido de conseguirem ser detectados automaticamente problemas específicos como áreas de sangramento e pólipos [formações pré-malignas]. Já temos resultados significativos que ainda não foram publicados", explica ao PÚBLICO o orientador do projecto, João Paulo Cunha.
Os investigadores envolvidos no projecto conseguiram superar o principal entrave deste método: a duração do processo de visualização do filme pelo médico especialista com vista à obtenção de um diagnóstico.
Através do desenvolvimento de novos algoritmos de processamento digital de vídeo e da sua integração numa plataforma computacional os médicos conseguem um ganho de 15 minutos, chegando mais facilmente às áreas que pretendem visualizar.
Contendo no seu interior uma pequena câmara de vídeo, a cápsula endoscópica permite visualizar áreas do intestino delgado que, de outra forma, seriam impossíveis de alcançar.
Outra das vantagens deste exame é que, ao contrário da endoscopia tradicional, não causa qualquer incómodo para o doente.
“O doente pode fazer uma vida normal durante as oito horas de duração do exame. No final é apenas necessário a leitura da informação armazenada na unidade e a sua posterior análise”, informa um resumo do estudo divulgado na internet.
A cápsula endoscópica que começou a ser administrada a nível mundial em 2001 só chegou a Portugal em 2003.
Desenvolvida no final da década de 90 por cientistas israelitas e ingleses, os últimos avanços referentes a este exame têm sido levados a cabo pelos investigadores da Universidade de Aveiro.

1/28/08

SAÚDE EM PORTUGAL - RÉGUA: Morreu Manuel Pinto, o idoso que o hospital de Vila Real mandou para casa NU !...

Mil e uma desculpas ou justificativas virão por aí...
Os arautos do governo e seus simpatizantes fanáticos lançarão ao ar que é tudo campanha orquestrada da oposição contra a "iluminada" reestruturação das urgências...
Só que, esses seres "iluminados", fecharam as urgências sem a tal reestruturação estar providenciada...
Ninguém se responsabilizará pelo caos, pela anarquia, pela desorganização, pela vergonha e pela tragédia que imperam no sistema de saúde português. Nem pela morte do pobre Manuel Pinto lá da pacata Godim na cidade da Régua onde fecharam a urgência hospitalar.
E acabarão por concluir que o único culpado foi o pobre do Manuel Pinto...teve a culpa de adoecer aos 79 anos de idade...aí, mandaram-no para casa em Godim na Régua, para morrer depois de lhe darem alta NU, numa maca...no hospital de Vila Real, o tal hospital onde também deram alta no passado dia 4 de Janeiro, a uma Mãe que não é a digníssima Mãe do Sr. Sócrates nem de nenhum ministro, depois de sete horas internada numa outra maca, num corredor qualquer desse tal hospital.
Resumindo, É UMA VERGONHA...para não dizer UMA TRAGÉDIA ! Mas melhor que qualquer linha que eu escreva, falarão as linhas que abaixo transcrevo retiradas da imprensa portuguesa de algumas horas atrás:
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Correio da Manhã/27.01.08 - Manuel Pinto, residente em Godim (Peso da Régua), tinha 79 anos. Sem um historial clínico de doenças, foi assistido no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, e teve alta às O9h00 de anteontem. Às 14h00 voltou a dar entrada nas Urgências de Vila Real e duas horas depois estava morto.
A família quer apurar responsabilidades, perceber como é que os médicos não verificaram a gravidade do seu estado de saúde. “É incrível o que aconteceu. Como é possível deixarem sair um homem de aspecto cadavérico e sem roupa? E ainda mais deixá-lo ficar nas Urgências mais de quatro horas?”, interroga-se José Carvalho, o taxista que o transportou até casa ainda durante a manhã.O caso volta a colocar fortes dúvidas na qualidade da assistência a doentes. As acusações de negligência repetem-se e os familiares da vítima não escondem a indignação.Maria Julieta, viúva de Manuel Pinto, recorda os últimos dias de sofrimento, em que a saúde do marido parecia deteriorar-se. “Ele nunca tinha ido a um médico, mas nos últimos dias começou a queixar-se de dores de barriga”, lembra. As queixas agravaram-se na madrugada de sexta-feira. “Por volta das O2h15, chamei os Bombeiros da Régua, que o levaram para o Hospital de Vila Real. Passado quatro horas, uma médica disse-me que o meu marido não tinha nada de assustador. Tinha açúcar no sangue, tensão baixa e sintomas de princípio de pneumonia. Deu-lhe alta e passou algumas receitas”, continua.Maria Julieta ficou depois à espera de ser conduzida a casa. Visto que os bombeiros não consideraram que se tratava de uma situação urgente, foi necessário recorrer a transporte particular. Esperaram duas horas para serem conduzidos por um taxista amigo, possibilitando uma viagem acessível para os seus parcos recursos.Manuel Pinto chegou a casa ao princípio do dia. Aí ficou até às 14h00, altura em que piorou. “Como já não comia nada, chamei novamente os bombeiros”, recorda ainda a viúva da vítima, que o acompanhou na nova viagem às Urgências do Centro Hospitalar.Duas horas depois Manuel Pinho estava morto. Desconhece-se a causa da morte, que só será revelada com a autópsia. “Estou revoltada. Primeiro, se ele tem ficado no hospital da primeira vez, se calhar estava vivo. Depois mandarem o meu homem nu, para casa, sem uma peça de roupa. Nem uma bata lhe vestiram, é o desprezo completo”, lamenta Maria Julieta.A possibilidade de uma queixa junto do hospital não está posta de parte. O Centro Hospitalar vai amanhã averiguar o que sucedeu.
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ACUSAÇÕES AO HOSPITAL
Vizinho taxista que transportou Manuel Pinto para casa diz que o idoso estava nu quando teve alta em Vila Real.
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AINDA SEM EXPLICAÇÃOO
Centro Hospitalar promete amanhã averiguar o sucedido. Para já não tem explicação para morte do idoso.
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"CASOS IDÊNTICOS REPETIR-SE-ÃO"
“Era evidente quando o dissemos, há um ano, que o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) sem estar finalizada a reestruturação das Urgências era um crime.” Foi desta forma que o bastonário da Ordem dos Médicos reagiu ontem aos mais recentes casos divulgados pelo CM. Pedro Nunes diz que, “mais cedo ou mais tarde, estes casos teriam de acontecer”. O bastonário entende que “casos idênticos repetir-se-ão se não for rapidamente repensado o sistema”.
- A reportagem integral aqui!
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Portugal Diário - 26.01.08 - Hospital enviou idoso para casa nu: Homem tinha 79 anos e recorreu ao hospital de Vila Real com dores de barriga, gripe e fraqueza. Deram-lhe alta de madrugada. Taxista encontrou-o numa maca sem roupa. No dia seguinte voltou ao hospital, onde faleceu.
Vizinhos de um septuagenário falecido sexta-feira no Hospital de Vila Real acusam a unidade hospitalar de «falta de humanidade», depois de terem encontrado o idoso «numa maca completamente nu», disse à Agência Lusa o taxista e vizinho que o transportou.
O vizinho e taxista José Carvalho contou que Manuel Pinto, de 79 anos, entrou na urgência do Hospital de Vila Real ao início da noite de quinta-feira, queixando-se de dores, gripe e fraqueza. Depois de ter sido avaliado pelos médicos, teve alta às 02:00 da madrugada de sexta-feira.
José Carvalho contou ainda que recebeu um telefonema de uma vizinha para ir buscar o idoso ao Hospital de Vila Real, onde o encontrou numa maca, completamente nu e num estado que considerou muito debilitado.
«Tive que gritar por ajuda, para que alguém me auxiliasse a levantá-lo, sentá-lo numa cadeira de rodas e transportá-lo até ao carro. E isto depois de ter sido eu também a procurar um casaco para o tapar, porque estava sem roupas», descreveu. À SIC, o mesmo taxista precisou que pediu à esposa para esta dar o seu casaco ao marido e que colocou o xaile dela a «tapar os genitais».
Também à SIC, a viúva explicou que o marido não conseguia controlar as necessidades fisiológicas, pelo que, quando chegaram ao hospital «despiram o meu homem todo e deixaram-no em pelota».
Depois de ter recebido alta e com um diagnóstico de que não era nada de grave, o idoso regressou a casa, em Godim, Peso da Régua, onde vivia com a mulher, de 80 anos. Só que durante a manhã começou a sentir-se cada vez pior. Regressou à urgência do Hospital de Vila Real ao início da tarde de sexta-feira, transportado pelos bombeiros do Peso da Régua, onde faleceu a meio da tarde.
Em declarações à TVI, a viúva do idoso, explicou que ainda não sabe o que vai fazer. Primeiro tem de falar com as filhas que estão emigradas na Bélgica.
O Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, no qual está inserido o Hospital de Vila Real, já anunciou que vai avaliar a ocorrência e pronunciar-se no início da próxima semana.
- A reportagem integral aqui !

Post's anteriores relativos ao assunto:

  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 1 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 2 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 3 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 4 !