03-05-2008 17:18:53 - Maputo, 3 Mai (Lusa) - O Instituto para a Comunicação Social da África Austral (MISA) afirmou que a ameaça à liberdade de imprensa em Moçambique tem crescido e que os jornalistas enfrentam obstáculos no exercício diário da profissão.
O relatório sobre a situação da mídia na África Austral foi divulgado para celebrar o Dia Mundial de Liberdade de Imprensa, comemorado neste sábado.
Segundo o texto, apesar de o país africano ter um quadro jurídico legal que facilita a prática do jornalismo, nos últimos anos este cenário tende a mudar. A Lei de Imprensa de Moçambique, datada de 1991, é considerada a melhor da região. "A mídia tem esbarrado com muitos obstáculos no exercício de seus direitos, incluindo assaltos à mão armada em algumas redações", diz o relatório.
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Roubo.
O documento aponta como exemplo o caso do semanário Magazine Independente, editado em Maputo. Em 22 de julho de 2007, o veículo foi assaltado por seis indivíduos armados que feriram guardas da empresa e roubaram 12 computadores.
Segundo o MISA, alguns analistas e o diretor do Magazine Independente, Salomão Moyana, o ataque foi praticado para silenciar a publicação, pois há muitas "dúvidas de que este foi um simples roubo". "Isso foi uma tentativa de transmitir a mensagem aos restantes órgãos de comunicação social do país. Foi um claro ataque à liberdade de imprensa e de expressão", diz o Instituto para a Comunicação Social da África Austral.
Os assaltantes levaram sómente do disco rígido dos computadores, que contém toda a informação da máquina, deixando os monitores na redação.
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Incidentes.
O relatório do MISA lembra que, meses depois, em 2 de outubro, um outro grupo roubou dois computadores do jornal eletrônico Vertical, uma publicação distribuída via fax e e-mail, também editado em Maputo.
De acordo com o editor do jornal, Victor Matsinhe, os criminosos roubaram computadores e gravadores usados pelos repórteres, mas "não havia sinais de que o estabelecimento tenha sido quebrado".
Victor Matsinhe descartou a possibilidade de que a invasão ao seu jornal tenha tido como objetivo intimidar os jornalistas, já que a publicação não divulgou nenhum artigo sobre figuras importantes ou assuntos delicados. Além disso, em 2007, houve um aumento de número de casos de jornalistas processados. Os tribunais passaram a exigir o pagamento de grandes somas em dinheiro para indenizar as vítimas caluniadas pelos órgãos de comunicação social moçambicanos.
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Texto anterior da Ag. LUSA sobre o tema:
Post's anteriores deste blog sobre o assassinato do Jornalista Carlos Cardoso, de António Siba Siba Macuácua e sobre a liberdade de imprensa em Moçambique: Aqui 1! Aqui 2 ! Aqui 3 ! Aqui 4 ! Aqui 5 ! Aqui 6 ! Aqui 7 ! Aqui 8 ! Aqui 9 ! Aqui 10 !
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