6/27/08

No esquecido mundo do Niassa, Feliciano dos Santos e os Massukos oferecem música, saúde e alegria ao povo.

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui.)
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No Bar da Tininha (comunidade MSN ligada à cidade de Pemba, antiga Porto Amélia no tempo colonial) encontrei uma intervenção sugerindo link para música moçambicana (aqui). E fui descobrindo em texto de Marjorie McAfee da FrontLine como, longe do mundo moderno, no norte de Moçambique, reside e atua em uma vasta extensão de terra esquecida da civilização e conhecida por Niassa, o afro-pop Feliciano dos Santos e sua banda Massukos.
Marjorie vai a uma pobre aldeia remota onde encontra uma multidão escutando Feliciano dos Santos e os Massukos com suas guitarras eléctricas. As pessoas vêm de todos os lugares à volta para ver e ouvir Feliciano Dos Santos, sua banda e suas guitarras elétricas. E por esse povo é considerado como uma das maiores estrelas afro-pop de Moçambique.
Quando sua banda, Massukos, começa a atuar os miúdos dançam e, melhor, sorriem.
Santos canta algumas letras inesperadas, na língua tribal local:
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Vamos lavar nossas mãos
Vamos lavar nossas mãos
Para as crianças permanecerem saudáveis
Para os tios permanecerem saudáveis
Para as mães permanecerem saudáveis
Nós vamos construir latrinas
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A maioria das estrelas do rock em Moçambique não cantam sobre higiene e saneamento básico. Nem há estrelas famosas da música a viver e trabalhar no Niassa, um dos lugares mais pobres do planeta, onde as pessoas sobrevivem e subsistem com enormes carências. Nascido e criado no Niassa, Santos escreve e executa músicas que literalmente salvam vidas. Seu grande sucesso, "lavar as mãos", é parte de uma campanha de saúde pública organizada por seu grupo sem fins lucrativos "ESTAMOS", com sede em Lichinga, Província do Niassa, que promove a instalação de bombas para fornecer água potável e de "EcoSan" que distribui banheiros para melhorar o saneamento básico... Feliciano dos Santos, por esse seu trabalho social foi contemplado com o prémio "Goldman Prize" considerado por muitos como o prémio Nobel dos defensores do meio-ambiente.
  • Leia a reportagem que desvenda quem é Feliciano dos Santos e seu magnífico trabalho social no interior do Niassa, na íntegra aqui!
  • E o vídeo "Mozambique Guitar Hero" aqui!
  • Ganhador do Prémio Goldman de Meio Ambiente de 2008 para a África, aqui!
  • Feliciano dos Santos - Mozambique Sustainable Development, aqui!
  • Site oficial dos "Massukos", aqui!

ZIMBABWE: A Vergonha de África - A comédia sinistra do patético ditador Mugabe continua hoje...

(Clique na imagem para ampliar)
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Pouco acrescento pois o MediaFax-Maputo diz bastante sobre a farsa vergonhosa e cruel que terá seu ápice hoje, pulverizando o sentido de democracia e o direito à liberdade de escolha do povo oprimido do Zimbabwe, tudo com a vergonhosa omissão, alienação do mundo dito livre e conivência dissimulada de amplo número de líderes políticos africanos.
Transcrevo:
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Amanhã (hoje) há farsa no Zimbabwe.
Ao que tudo indica, Mugabe e os seus sequazes vão amanhã às urnas para votarem na renovação da sua magistratura.
Os boletins de voto têm estampada a fotografia de Morgan Tsvangirai que há poucos dias desistiu do pleito .
O clima de violência instigado pelos generais de Mugabe atingiu o extremo, com o candidato presidencial Tsvangira a ter que solicitar refúgio na embaixada da Holanda.
Muitas pessoas, entre elas, apoiantes do MDC e Tsvangirai, foram mortas, presas, e outras são dadas como refugiadas nos países vizinhos.
A situação no Zimbabwe é clara sobre a impossibilidade de se realizarem eleições livres e justas amanhã.
As óbvias consequências da eleição são preocupantes : A vitória de Muagabe é a vitória da insensatez, da tirania e da ditadura, da opressão ao povo, da recusa ao povo de uma vida melhor. A vitória de Magube é sinónimo de instabilidade regional.
A consumar-se a vitória de Mugabe, a África Austral terá falhado redondamente e recuado de maneira assustadora no seu projecto de integração regional.
Agora que as coisas estão assim, é preciso aprender rápido com a história para que os “zimbabwes” não se repitam.
O que está a acontecer no Malawi é um mau sinal.
Os últimos pronunciamentos de José Eduardo dos Santos sobre o Zimbabwe agradam, mas não satisfazem.
Da África do Sul esperamos autoridade e responsabilidade que a olhos vistos estão a encolher.
MediaFax, Maputo, Quinta-feira, 26.06.08 * Nº4067