Acabo de ler na edição digital do Notícias-Maputo que criculará esta manhã em Moçambique:
Conflito homem/animal em Cabo Delgado-Intensificam-se medidas para o seu estancamento.
Estão a multiplicar-se em Cabo Delgado, esforços visando minorar os efeitos decorrentes do conflito já declarado entre o homem e a fauna bravia, da qual se destaca o elefante. Tanto as autoridades da Agricultura como do Parque Nacional das Quirimbas pretendem, a breve trecho, lograr uma saída airosa que não prejudique nem as populações, por via da perca das suas vidas e destruição dos seus bens, entre os quais, as machambas, nem a necessidade de preservação.O conflito atingiu níveis em que o Governo provincial entende tratar-se de um assunto transversal, tocando a quase a totalidade dos sectores, sendo obrigatório que todos lutem por encontrar soluções, pelo que as propostas de medidas práticas vem as catadupas.
Na verdade, segundo o director provincial da Agricultura, em Cabo Delgado, Oliveira Amimo, não constitui dúvida para ninguém que a vida humana é a prioridade número um para todo o cidadão moçambicano, sendo por isso que deve ser protegida de todas as formas e sem reservas.
“A província de Cabo Delgado tem sido alvo e palco de conflitos cada vez mais crescentes, entre o homem e a fauna bravia, nos quais, infelizmente são várias as vidas humanas que são perdidas, sem falarmos dos avultados bens que são destruídos pelos animais, destacando-se o elefante, leão, crocodilos e os macacos”... ...
Na verdade, segundo o director provincial da Agricultura, em Cabo Delgado, Oliveira Amimo, não constitui dúvida para ninguém que a vida humana é a prioridade número um para todo o cidadão moçambicano, sendo por isso que deve ser protegida de todas as formas e sem reservas.
“A província de Cabo Delgado tem sido alvo e palco de conflitos cada vez mais crescentes, entre o homem e a fauna bravia, nos quais, infelizmente são várias as vidas humanas que são perdidas, sem falarmos dos avultados bens que são destruídos pelos animais, destacando-se o elefante, leão, crocodilos e os macacos”... ...
.
E continua o articulista mais à frente:
...É no quadro dos esforços em curso visando diminuir o impacto que o conflito tem na sociedade, que decorreu recentemente um curso de caçadores comunitários(?), envolvendo 48 elementos, à razão de três por distrito, que já vinham com algum conhecimento da actividade.
A ideia foi que os caçadores fossem formados não para irem matar, no sentido linear do termo, mas como agentes integrantes da gestão dos recursos naturais, capazes de analisar a gravidade dos conflitos no terreno, que tenham alguma noção sobre a Lei de Floresta e Fauna Bravia, comportamentos dos animais considerados problemáticos, métodos de afugentamento de animais bravios, técnicas de abate, entre outras.
Dirigido pelo conhecido caçador profissional, o português, Manuel Carona, o curso terminou com aulas práticas de carreira de tiro e um trabalho de campo, tendo sido o distrito de Palma escolhido, onde está em curso um conflito corporizado por uma praga de leões que atacam as pessoas.
Manuel Carona, em resposta ao nosso jornal, negou que a formação daquela quantidade de caçadores significasse uma ameaça que acabaria com o extermínio da fauna, que deve ser conservada à luz dos objectivos do governo, porque úteis para o desenvolvimento das próprias comunidades e do país em geral... ... (leia o texto integral aqui !)
A ideia foi que os caçadores fossem formados não para irem matar, no sentido linear do termo, mas como agentes integrantes da gestão dos recursos naturais, capazes de analisar a gravidade dos conflitos no terreno, que tenham alguma noção sobre a Lei de Floresta e Fauna Bravia, comportamentos dos animais considerados problemáticos, métodos de afugentamento de animais bravios, técnicas de abate, entre outras.
Dirigido pelo conhecido caçador profissional, o português, Manuel Carona, o curso terminou com aulas práticas de carreira de tiro e um trabalho de campo, tendo sido o distrito de Palma escolhido, onde está em curso um conflito corporizado por uma praga de leões que atacam as pessoas.
Manuel Carona, em resposta ao nosso jornal, negou que a formação daquela quantidade de caçadores significasse uma ameaça que acabaria com o extermínio da fauna, que deve ser conservada à luz dos objectivos do governo, porque úteis para o desenvolvimento das próprias comunidades e do país em geral... ... (leia o texto integral aqui !)
.
Em resumo e lendo o texto, entende-se que, as autoridades responsáveis em Cabo Delgado, depois de apresentarem os elefantes e outros animais como inimigos perigosos para o ser humano agirão, como afirmam com um tom beatificante, quase piedoso, para não dizer cínico:
- “ Por isso, para matar um elefante, por exemplo, só depois de ter a certeza de que se trata do animal problemático do grupo, digamos, muitas vezes chefe, e também termos a certeza de que ao atirar o matamos sem falha. Porque se matamos um que não era o chefe do grupo nem problemático, eles voltarão a fazer as mesmas coisas, com a sua estrutura ainda intacta. Se atiramos contra um elefante e não o matamos, ele fica com a bala no corpo e torna-se cada vez mais inimigo do homem e destrói tudo o que estiver à sua frente. Digamos, está zangado com todos”.
.
Pois é!...Que acredite quem quiser! E acrescento:
Pesquisando na net, por convicção formada afirmo, se um elefante incomoda muita gente, um ser humano incomoda muito mais.
Quase 23 mil elefantes foram exterminados por caçadores clandestinos no ano de 2006.
A estimativa baseia-se na apreensão de 27 mil quilos de marfim em agosto de 2006, que segundo especialistas de mercado, constituem apenas 10% do contrabando feito naquele ano.
Enquanto especialistas se preocupam com uma possível extinção de algumas espécies, países como China, Japão e Singapura estimulam o mercado negro de dentes de elefante, fazendo demandas cada vez maiores de marfim – a serem transformados em jóias e "hankos", uma espécie de carimbo comum no Leste Asiático.
A extração de marfim foi considerada ilegal em 1989, quando um tratado da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou boicote ao comércio de dentes de elefantes. O autor do estudo que analisa a atual situação dos elefantes na África, Samuel Wasser, da Universidade de Washington, diz que está preocupado:
"Nos oito anos que precederam o tratado, metade da população dos elefantes africanos já tinha sido aniquilada. Agora o estado é crítico, porque eles são poucos e a caça está aumentando. Para piorar, a população esqueceu do assunto".
Wasser se refere ao alarde que as organizações ambientais e especialistas fizeram nos anos 80, que incentivou o boicote.
Segundo o estudo de Wasser, o boicote foi efetivo nos primeiros anos, principalmente porque as nações ricas financiavam o policiamento das áreas e a apreensão de caçadores clandestinos. Mas nos anos que se seguiram, os fundos foram sendo cortados e os países interessados em marfim foram encontrando brechas no tratado.
Resultado: hoje, o contrabando de dentes de elefantes é comparado ao tráfico de drogas na Ásia.
E se a venda do marfim é proibida na África, fora do país ela não é. Chegando no Japão ou na China, ele é legalmente comercializado – os dois países conquistaram o direito de se tornarem "parceiros no comércio de marfim". Dados do estudo de Wasser também apontam que os contrabandos têm outro destino além da Ásia: os Estados Unidos. (Isadora Marinho)
O ser humano entretanto, reproduz-se de maneira absolutamente desordenada e ocupa de modo destrutivo e rápido todo o espaço à nossa volta que, como sabemos, é limitado e finito.
Há sim que responsabilizar e colocar nos eixos a população humana, que está destruindo o planeta muito mais rápido que milhares de manadas de elefantes.
Quem sabe, como li algures, delatando o extermínio dos elefantes nos lembremos e preocupemos com o extermínio de nosso próprio planeta!
.
Para terminar:
Memória de elefante.
E se um dia a natureza pedir contas por todas as maldades que lhe fazemos?
Esta pergunta já inspirou livros e filmes de terror. Mas há muito que deixou de ser ficção: há elefantes que não perdoam, não esquecem e se vingam.
George Tergat estava a sair da escola quando viu uma manada de elefantes entrar pela aldeia. Eram animais jovens. Atacavam as casas, reduzindo-as a um monte de palha e adobe. As pessoas fugiam, gritando. Também ele correu. Pareceu-lhe – tinha quase a certeza – que um pequeno paquiderme corria na sua direcção e, até, que o perseguia. Todavia, como era hábil, conseguiu esquivar-se. No refúgio, lembrou-se dos tempos em que acompanhava o pai nas caçadas: Depois de matar um elefante, retiravam-lhe o marfim, a carne, os ossos, a pele e até o pêlo.
Estariam os paquidermes a vingar-se?
.
A revolta dos elefantes.
Uma equipa de cientistas e biólogos de vários países estuda o comportamento dos elefantes no Quénia. Observaram que os que não estiveram em contacto com os humanos durante décadas são tolerantes e sociáveis. Quanto aos exemplares de comportamento agressivo, descobriram que eram órfãos e que os pais foram mortos por caçadores. Concluíram, então, que os elefantes sofrem de «stress» pós-traumático por assistirem ao extermínio dos parentes ou de outros membros da manada.
Todavia, o que mais os maravilhou foi a constatação de que os elefantes se lembram de quem fez o mal e não perdoam. «Conhecidos por terem boa memória, os elefantes guardam recordações e, no caso de serem más, não perdoam e podem vingar-se», concluem os investigadores no estudo que publicaram na revista norte-americana «New Scientist».
Os cientistas suspeitam, mesmo, que esse sentimento de rancor e desconfiança em relação à raça humana se transmite de geração em geração.
A revolta dos elefantes também acontece noutro país africano, o Uganda, e os ataques destes animais repetem-se na Índia, pelo mesmo motivo.
Todavia, o que mais os maravilhou foi a constatação de que os elefantes se lembram de quem fez o mal e não perdoam. «Conhecidos por terem boa memória, os elefantes guardam recordações e, no caso de serem más, não perdoam e podem vingar-se», concluem os investigadores no estudo que publicaram na revista norte-americana «New Scientist».
Os cientistas suspeitam, mesmo, que esse sentimento de rancor e desconfiança em relação à raça humana se transmite de geração em geração.
A revolta dos elefantes também acontece noutro país africano, o Uganda, e os ataques destes animais repetem-se na Índia, pelo mesmo motivo.
.
Predador sem piedade.
Os humanos são criminosos que deixam pistas. Provas arqueológicas confirmam que a extinção dos elefantes se deve à caça praticada pelos humanos e não por alterações do clima.
Há um milhão de anos, os paquidermes movimentavam-se por todo o globo. Mas, quando os humanos migraram de África para povoar o resto do mundo, caçaram os elefantes até à extinção na Europa, América e Oceânia.
As provas do crime foram estudadas pelo arqueólogo norte-americano Todd Surovell e pelos seus colegas. Visitaram 41 locais arqueológicos nos cinco continentes. Os vestígios encontrados vão desde 1,8 milhões de anos até há dez mil anos. E mostram que elefantes e humanos viveram juntos nos mesmos locais e que só estes últimos sobrevivem na Terra inteira.
Actualmente, restam entre 30 e 50 mil elefantes na Ásia, dos quais 20 mil na Índia, e 250 mil nas zonas tropicais de África, sobretudo no Uganda, Tanzânia e Quénia. Neste último, o número de paquidermes diminuiu de 167 mil em 1970 para 16 mil em 1989. Em 1990, o comércio do marfim foi proibido e, desde então, o número destes animais elevou-se a 25 mil.
Há um milhão de anos, os paquidermes movimentavam-se por todo o globo. Mas, quando os humanos migraram de África para povoar o resto do mundo, caçaram os elefantes até à extinção na Europa, América e Oceânia.
As provas do crime foram estudadas pelo arqueólogo norte-americano Todd Surovell e pelos seus colegas. Visitaram 41 locais arqueológicos nos cinco continentes. Os vestígios encontrados vão desde 1,8 milhões de anos até há dez mil anos. E mostram que elefantes e humanos viveram juntos nos mesmos locais e que só estes últimos sobrevivem na Terra inteira.
Actualmente, restam entre 30 e 50 mil elefantes na Ásia, dos quais 20 mil na Índia, e 250 mil nas zonas tropicais de África, sobretudo no Uganda, Tanzânia e Quénia. Neste último, o número de paquidermes diminuiu de 167 mil em 1970 para 16 mil em 1989. Em 1990, o comércio do marfim foi proibido e, desde então, o número destes animais elevou-se a 25 mil.
In "Audácia - Revista eletrónica"
.
Outros post's deste blog sobre o mesmo tema: