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4/01/09

Em Pemba um repórter a favor da natureza...

Consciência ecológica nos dias de hoje é tudo. A intranquilidade e preocupação com o futuro de nossos filhos e netos sossegam um pouco quando lemos algo como o que transcrevo abaixo, mais ainda quando provém da distante e quase escondida mas sempre bela Pemba, em Cabo Delgado, lá no norte do país Moçambique... Mas não se iludam os "jovens" da Pemba de hoje: Os recursos do meio ambiente, a vida silvestre e marinha correm perigo com os desmandos do ser humano, deseducado, em crescimento constante, descontrolado invadindo e agredindo o planeta em sua pureza natural. E desaparecerão com a continuidade do aquecimento global, que passa pelo desmatamento, cruza com o lixo e esgoto lançados nas ruas, rios e mares, abrange o abate criminoso e indescriminado dos animais da selva e culmina com a caça e pesca predatórias, sem regras. Pescar em excesso, sem norma ou equílibrio é crime, irresponsabilidade e também causará danos irreparáveis ao planeta e por consequência ao ser humano, afinal primeiro e principal causador de todos os males que afligem a natureza e seus habitantes naturais. Pemba/Cabo Delgado e seu povo têm palavra e muitas atitudes a exercer neste tópico!
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""Cabo Delgado : Como pescar sem destruir? - Todos os dias, pela manhã, temos sempre quem bata à porta para nos sugerir: patrão, o de hoje é muito bom! Ao meio dia temos ainda muitos indivíduos com feixes de peixe, mais uma vez molhado, para parecer que acaba de sair da água. Nuns casos é verdade, noutros não, mas quase sempre temos peixe a ser vendido pelos bairros da cidade de Pemba, a preços altíssimos, razão por que há pessoas que mandam vir de Nampula o peixe do mar que consomem em Pemba. É preferível!

Nas estradas das marginais, canoas sempre a ancorar, logo imediatamente assediados, pelos compradores da primeira mão, na verdade, aqueles que depois chamamo-lhes pescadores quando se fazem aos bairros residenciais da cidade, na verdade, os responsáveis pelo encarecimento do preço do peixe em Pemba, se bem que os pescadores propriamente ditos terminam na costa e regressam à sua faina. Pescador fica aquele que o vende (intermediário) e não o que pescou.

Ao mesmo tempo que somos dados a ver, agora raramente, peixe graúdo, do grupo de marlin, cherewa, serra e outros, somos confrontados com muitas caixas plásticas de peixe miúdo, que a língua popular deu o nome de malhação. A pergunta comum é se é pequeno porque é o seu tamanho normal ou porque foi pescado enquanto miúdo. Ou seja, a rede que foi usada para a sua captura é ou não permitida, conveniente?

Frente aos escritórios do Instuituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala (IDPPE), mais precisamente defronte do Tribunal Judicial da Cidade de Pemba, em todas as manhãs, há um grupo de homens a arrastar uma rede a partir de muito longe do interior do mar, trazendo consigo tudo o que pelo caminho encontra, incluindo, quiçá o peixe que não deveria ser pescado.

O nosso jornal contactou entendidos na matéria com o fito de encontrar uma resposta, de alguma forma firme, sobre se estamos no bom caminho ou não, a esta velocidade já tradicional, tendo em conta que os dados nos indicam o crescimento da população, sem sabermos, todavia, o que se passa com os cardumes. Trata-se duma tentativa de nos imiscuir no assunto que de algum tempo para cá tem sido debatido, mas em surdina, ou seja, é assim que devemos continuar a explorar o peixe que temos na Baía de Pemba e, em Cabo Delgado , em geral?

Em 1929, segundo dados na nossa posse, havia em Pemba 18.500 habitantes, número que subiu, sucessivamente, para 41.306, em 1971, 80 mil em 1991 e actualmente falamos em pouco mais de 100.000 habitantes. Em 1987 havia 200 pescadores, na sua maioria utilizando a rudimentar casquinha, mas acontece que com o aumento populacional a procura do pescado, proporcionalmente aumentou, e, consequentemente, a pesca.

Os Serviços Provinciais de Pesca não respondem claramente à nossa questão, mas fornecem dados que indicam a evolução. Dizem que a província não tendo a produção comercial (entendida como semi-industrial e industrial) ela circunscreve-se na pesca artesanal, que em 2008 registou uma produção fixada em 9.123,90 toneladas de pescado, o que representou uma realização de 226,91 por cento e um crescimento, quando comparado com o período análogo do ano transacto, de 72,41 por cento, pois havia sido produzidas 5.292,10 toneladas.

Estamos perante dados que se referem a uma informação estatística considerada relativamente melhorada, perante aquilo que é visto como adopção de tecnologias melhoradas de pesca e de melhoria do acesso ao crédito para a actividade. Em todos os sete distritos costeiros da província, Palma, Mocímboa da Praia, Macomia, Quissanga, Ibo, Pemba-Metuge e Mecúfi, contam-se 109 projectos que beneficiam a 288 mutuários e o quadro de produção nos sugere uma cada vez maior gula na captura de lagosta, camarão, lulas e chocos, com uma taxa de crescimento na ordem de 509,76 por cento, 449,22 poor cento e 345,98 por cento, respectivamente.

Do mesmo modo, quando quisermos verificar a produção, por exemplo, de camarão, nos últimos três anos, temos uma ascensão de 54,7 toneladas, em 2006 para 315,80 toneladas no ano passado, no mesmo periodo em que a procura pelo caranguejo baixou drasticamente. Neste periodo saiu-se duma produção de 22,8 toneladas para actualmente quedar nos 17,60 toneladas.

Mas postos perante o alarido de indole ambientalista cada vez mais insistente contra a maneira como está a ser explorada a Baía de Pemba, com rede depradadora, intensivamente e todos os dias, o que, segundo defendem tais vozes, destrói a maternidade do pescado, o que parece estar contra a lei, que proíbe pescar com rede de cerco em baías e estuários por embarcações industriais, semi-industriais e artesanais, estas últimas quando têm um convês fechado e motorização interna para a propulsão, os serviços de pescas dizem:

“É preciso clarificar que na Baía de Pemba não operam embarcações de pesca semi-industrial, industrial e de pesca artesanal com convês fechado e motor interno. Talvez o problema seja do elevado esforço de pesca que é exercido por um número significativo de embarcações artesanais (algumas com motores fora de bordo) com o emprego de técnicas e artes nocivas para os recursos pesqueiros e ao ambiente marinho, em geral”.

O sector de pescas em Cabo Delgado, como que a tentar contornar essa probabilidade, tem se desdobrado na promoção dum conselho comunitário de pescas, virado para contribuir na gestão participativa das pescarias, garantir o cumprimento das medidas de gestão, gerir os conflitos resultantes da actividade da pesca, tendo em vista, sobretudo a sustentatibilidade das actividades na sua respectiva área geográfica e a melhoria das condições de vida da população.

Os Serviços de Pescas entendem que são necessários esforços complementares visando a promoção da piscicultura nos distritos, como tem acontecido em Mueda, Muidumbe, Quissanga, Montepuez, Balama e Namuno, onde já foram construídos e povoados 51 tanques, o que se pensa poder não só travar a presssão sobre os recursos marinhos, como tornarão a dieta das populações ainda mais rica.

Domingos Correia, que nega ser entendido na matéria, mas defensor da exploração sustentável dos recursos marinhos, crê que o esforço de pesca centrou-se nos últimos anos na Baía de Pemba e arredores e segundo lhe parece, a falta de fiscalização ou informação fazem com que o local, que ele considera verdadeira maternidade, reservatório de várias espécies, esteja a ser devastado, com elevados efeitos nefastos na manutenção dos cardumes, pela pesca intensiva utilizando a “rede do cerco”.

Ele explica que a Lei das Pescas em vigor, desde 10 de Dezembro de 2003, Decreto 43/03, proíbe o uso da arte “rede de cerco” por embarcações industriais, semi-industriais e artesanais, quando tenham convês fechado e motorização interna para propulsão. Os serviços de pesca negam a existência desse aparato para a pesca na Baía de Pemba, em particular.

Pelas mesmas razões (defesa de espécies) e segundo Domingos Correia, o artigo 101 determina que as mesmas embarcações não devem pescar a profundidades inferiores a 20 metros.

“Acontece que na Baía de Pemba, segundo cartografia do Ministério de Defesa Nacional, os fundos médios são inferiores a 20 metros, e muito antes, conforme a cartografia inglesa de 1939, já se falava em fundos médios inferiores a 15 metros” explica aquele defensor do ambiente marinho, residente há muitos anos na cidade de Pemba.

Sendo assim, conforme a fonte, há que concluir tristemente que com a rede depradadora pesca-se todos os dias, de forma intensiva e em local errado, sendo que não se apresenta nenhuma alternativa nos tempos que correm que não seja, a curto prazo pescar com artes selectivas, e em outros locais.

Albino Magona, delegado do Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala, foi citado pela Rádio Moçambique há três semanas a dizer que a “situação é preocupante, mas há acções concertadas e multiformes visando inverter o fenómeno”.

Paralelamente, o IDPPE intervém em toda a província para a obtenção de estatísticas de base, através de censos da pesca artesanal, informação sobre mercados, a introdução de tecnologia pesqueira, desenvolvimento social, infra-estruturas, rede comercial e serviços, entre outros.

Com base nos dados reunidos por esta instituição, o nosso jornal soube que, pelo menos em relação a 2007, em Cabo Delgado, havia 197 centros de pesca, divididos em 3.476 aldeias ou bairros associados, envolvendo 4439 embarcações, 4764 artes de pesca, para atender a 14.261 pescadores.

Há, por outro lado, a necessidade de estabelecimento de infra-estruturas sociais e de apoio que o IDPPE considera de um impacto positivo na qualidade de vida das comunidades, contribuindo para o aumento do acesso aos serviços básicos, como água e proporcionando mais tempo para actividades produtivas, como a pesca. Por outro lado, as vias de acesso facilitam o escoamento dos produtos e o aprovisionamento dos insumos de pesca.

Em Montepuez, distrito interior, foi construido um mercado para a venda de produtos pesqueiros, composto por um alpendre com 33 bancas, um armazém e dois sanitários, que se pensa venha a ser acoplada uma fábrica de gelo e uma câmara frigorífica no ano em curso.

Por outro lado, centros de desembarque vão ser construídos em pelo menos cinco distritos costeiros, constituídos por uma rampa para a acostagem de embarcações, um alpendre com bancas para a realização da primeira venda, uma fábrica de gelo e uma câmara frigorífica.

“O objectivo é que o pescador realize a primeira venda do pescado em condições higiénico-sanitárias apropriadas”, conforme defende Albino Magona.

O nosso jornal soube que tal poderá acontecer nos distritos de Palma, nos postos administrativos de Quionga, Olumbi e na sede distrital. Em Mocímboa da Praia estará instalado apenas na sede, mas em Macomia teremos em Pangane e Ingoane, posto administrativo de Mucojo, enquanto que no distrito de Quissanga estará instalada na respectiva praia e na cidade de Pemba, no bairro de Paquitequete.

O QUE DIZ A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA?
Contatamos a delegação do recentemente instalado Instituto de Investigação Pesqueira (IIP), na pessoa do seu delegado, Pedro Pires, ainda à procura da reposta em relação à questão colocada: será que estamos a pescar de forma sustentável?

Este instituto, segundo fomos informados, realiza a monitoria das pescarias, através do seu sistema nacional de amostragem da pesca artesanal, desde meados de 2005.

Entretanto, conforme Pires, da amostragem realizada um pouco por toda a província de Cabo Delgado, nota-se e confirma-se o aparecimento de espécies de tamanho reduzido.

“Contudo, é prematuro afirmarmos que a actividade pesqueira na baía de Pemba, por exemplo, está a destruir a maternidade do pescado. Por outro lado, de acordo com os resultados da monitoria de pesca artesenal, verifica-se que na Baía a arte mais utilizada é a pesca à linha, que sendo selectiva pensamos que não há sobrexploração de espécies de tamanho menor”, palavras de Pedro Pires, delegado do Instituto de Investigação Pesqueira, que funciona junto ao Centro de Pesquisa Ambiental em Pemba.
- Pedro Nacuo, Maputo, Quarta-Feira, 1 de Abril de 2009, Notícias.

5/15/06

Mais eletricidade e água para Pemba.

Mozambique: Guebuza Inaugurates Pemba Sub-Station.
Agência de Informação de Mocambique (Maputo)
May 15, 2006Posted to the web May 15, 2006
Mozambican President Armando Guebuza on Monday inaugurated the new electricity sub-station in the northern city of Pemba, capital of Cabo Delgado province.
With the new sub-station, completed in March, Pemba is finally linked to the national grid, the power for which comes from the Cahora Bassa dam on the Zambezi. The project to link Pemba to Cahora Bassa began in 2003.
According to a press release from the publicly owned electricity company, EDM, the transmission line and the sub-station were financed by the Arab Bank for Development in Africa (DADEA), the Islamic Development Bank, and EDM itself, for a total of 28 million US dollars.
The transmission line from Nampula to Pemba runs for 377 kilometres, and has 1,064 metallic pylons. The distribution network within Pemba (both overhead and underground cables), covering a distance of 12 kilometres, was completely replaced, as were 27 transformer posts.The new sub-station replaces the obsolete, and extremely expensive diesel-powered generators that used to be Pemba's sole source of electricity.
EDM now plans to use the Nampula-Pemba line as the basis for electrifying the rest of Cabo Delgado. Work is now under way to bring Cahora Bassa power to the districts of Montepuez, Chiure, and Ancuabe as well as to Namapa, in the northern part of Nampula. The power should be flowing to all of these districts in 2007.
"With the arrival of electricity in Pemba, one of the basic pre-requisites has been met to speed up the development of Cabo Delgado province and of the region, with a direct impact on the life of the population", declared the EDM release. "This is just one stage, since the hard work is continuing to bring electricity to more consumers and in the best possible conditions".
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O presidente da república, Armando Guebuza, inaugura hoje, em Pemba, o sistema de abastecimento de água à cidade, no prosseguimento da sua visita de trabalho que efectua à província de Cabo Delgado. Ontem, o chefe do Estado manteve um encontro com os conselhos consultivos de Nangade, para explicar as atribuições e responsabilidades deste órgão, nomeadamente a definição de áreas prioritárias de investimento no distrito.
O sistema de abastecimento de água à cidade de Pemba acaba de beneficiar de obras de restauração e modernização.
A implementação deste projecto surge da necessidade de melhorar as condições de abastecimento daquele precioso líquido à cidade e arredores.
Fonte do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) disse que, para se atingir este objectivo, aquela instituição construiu e equipou cinco novos furos, instalou novos grupos electrobombas e respectivos órgãos eléctricos de comando nas estações de bombagem, restaurou três reservatórios que se encontravam fora de serviço há mais de 20 anos e reabilitou o troço crítico da estrada que dá acesso ao campo de furos de Metuge.
O projecto foi possível graças ao financiamento do Governo central e um crédito do Banco Mundial em cerca de 57 biliões de meticais.
Ainda dentro do mesmo sistema, o FIPAG reabilitou a linha eléctrica dedicada ao campo de furos, instalou novos postos de transformação, tendo em vista aumentar a fiabilidade no fornecimento de energia eléctrica.
Como resultado da implementação do projecto, a capacidade de abastecimento de água aumentou em cerca de quatro mil para 15 mil metros cúbicos por dia.
Proporcionalmente, houve um considerável incremento na capacidade de reserva no sistema, de dez mil para cerca de 13 mil metros cúbicos por dia, disponibilidade de água para mais de 120 mil habitantes.
O número de horas de distribuição subiu de oito para 24 horas.
Entretanto, o chefe do Estado orientou, ontem, encontros com as estruturas governamentais e populares do distrito de Nangade, onde falou da necessidade de pôr os conselhos consultivos a funcionar em prol da materialização do que o Conselho de Ministros definiu como sendo os pólos para o desenvolvimento.
Segundo Armando Guebuza, estes conselhos devem funcionar como um laboratório de ideias a nível do distrito, com a finalidade de contribuírem para desenvolvimento local.
A percepção do presidente da república é de a população trabalhar com vista à erradicação da pobreza absoluta.
O presidente da república sente também que a nível governamental há uma entrega para o cumprimento do programa quinquenal, embora haja necessidade de se ir afinando a máquina de trabalho, como um processo de aprendizagem.

1/04/08

Moçambique, turismo e a ocupação desordenada do litoral de Pemba...

(Clique sobre a imagem para ampliar)
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Moçambique: Receitas do turismo atingem 160 milhões de dólares em 2007
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""""MacauHub - Maputo, Moçambique, 02 Jan/08 - As receitas do turismo em Moçambique em 2007 atingiram 160 milhões de dólares, um aumento de 3 milhões de dólares relativamente ao número de 2006, afirmou terça-feira em Maputo o ministro do turismo, Fernando Sumbana.
O ministro precisou que o número referido diz apenas respeito ao dinheiro gasto por turistas que em 2007 visitaram Moçambique, que deverão ter sido 1,1 milhões, um aumento signficativo face à média de 650 mil turistas em anos anteriores.
“Para além de turistas provenientes da África do Sul, Zimbabwe e outros países da região... ...""""

Acrescento
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É bom que se fale de turismo, que se divulguem Moçambique, suas belezas naturais, que se acentuem receitas crescentes ano a ano.
Moçambique sempre teve vocação turistica, desde os tempos coloniais. Portanto não é novidade.
Tardou demais para acontecer, mas é um início prometedor.
Há que reconhecer, entretanto, com humildade, que o turismo em Moçambique ainda se encontra em estado embrionário, quase rudimentar, muito aquém do potencial que o país possui e carente de bases sólidas de educação ecológica, ambiental que consolidarão e perpetuarão os atrativos naturais que tanto encantam quem visita Moçambique.
O turismo olhado a sério, com profissionalismo, aliado à educação e valorização ambiental, trará benesses para a economia moçambicana desencadeando desenvolvimento, modernização. Conduzido por profissionais do ramo, gerará postos de trabalho, melhorias sociais, etç., etç.
Faz alguns anos que vou acompanhando por afinidade Moçambique - Pemba, razão deste blogue.
Considero Pemba e todo o litoral de Cabo Delgado últimos (entre outros cada dia mais raros) paraísos/refúgios do nosso planeta globalizado, tão fustigado pelo destempero do ser humano na questão ecológica. E por isso merecedores de todo o cuidado, sobretudo por parte dos habitantes locais, maiores favorecidos se souberem zelar e fazer que respeitem este espaço do norte de Moçambique.
Aos poucos, o litoral de Cabo Delgado e seus recantos magníficos vão ficando reconhecidos e cobiçados pelos amantes da natureza, do imenso mar azul de Pemba e do calor dos trópicos. Normalmente vêm para conhecer, julgam e voltam trazendo novos passeantes abonados em euros e dólares úteis para a renovação e criação de infraestruturas turisticas e sociais planejadas, sustentáveis, de futuro e interesse geral da região. Ou que assim deveriam ser.
Pemba cresceu desde que deixou de ser Porto Amélia em 1975.
Tornou-se densa em população de várias origens e países vizinhos, algo cosmopolita, mercado a céu aberto informal, de lixo raramente recolhido em ruas mal conservadas e terrenos vazios, com meia dúzia de comerciantes predominando em algumas empresas mantidas desde o tempo colonial e também de pai para filho, com ruínas que florescem entre predios abandonados uns, sem pintura outros, mas que contam História que poucos escutam.
Paralelamente surgem aqui e ali insuficientes, esporádicas iniciativas e alguns empreendimentos atuais voltados para a sociedade local ou para turistas que aportam ao velho aeroporto e se abrigam de imediato em hoteis/resort´s voltados para o mar, desfrutando comodidades e iguarias amortizadas a preço internacional salgado, indiferentes ou desconhecendo a penúria, mendicância e outras negligências sociais envolvendo uma população numerosa, forçosamente impelida para bairros simples, humildes que vão proliferando, ocupando e ampliando desordenadamente o contorno da cidade de Pemba. Uma Pemba que continua crescendo, crescendo, sem ordem, sem saneamento básico, invadindo as fronteiras da vida da selva que expulsa, se revolta e hostiliza os invasores (caso dos elefantes abatidos por atacarem a população)...
Vêm também notícias preocupantes de que o crescimento urbano intenso e desorganizado à volta desses que deveriam ser redutos ou templos ecológicos sagrados a respeitar, está a descaracterizar, a aniquilar a beleza das praias de Pemba, substituindo o espetáculo da natureza sadia pelo cimento de construções de todo o tipo, muitas inadequadas, sem regras ou respeito a normas de saneamento, padrões urbanisticos adequados, loteadas mercantilmente a particulares e turistas para férias.
As consequências já se vão notando, segundo nos contam: lixo, mendicância, poluição das águas, áreas verdes escassas, cólera, assaltos em plena rua, etç....
Há que despertar a municipalidade da apatia cómoda e complacência perante esse tipo de "progresso" sem planejamento.
Há que educar a população a acarinhar e cuidar da natureza de Pemba.
Esta é a riqueza e o "tesouro-escondido" de Pemba...a tal jóia rara ! Não se pode perder pela irresponsabilidade e ambição.
O turista vem pela beleza natural de Pemba, de seu clima, de sua geografia visualmente despoluida, de seu povo hospitaleiro, de sua História, de sua tradição, folclore, do seu mar azul transparente e límpido... E só continuará chegando a Pemba e arredores se tiver a certeza que tudo isso continuará existindo, preservado, melhorado, sem o constrangimento da brutalidade do concreto firmado no reino encantado das areias brancas da sempre bela praia do Wimbe quase abraçando a Maringanha do velho farol !

8/26/08

Matemo Isaland - O paraíso a dois passos de Pemba...

Na net encontrei:
(Alerta aos "navegantes": O local é para quem "pode", ora pois!)
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Filed Under (Quirimbas Archipelago) by Mozambique on August-25-2008.
Matemo Island Resort is located in the Quirambas Archipelago in Northern Mozambique off the coast of Pemba. The resort offers something for a variety of guests – family holidays, fishing and diving as well as cultural enthusiasts.
Matemo Island, Quirambas Archipelago is a tropical heaven offering 24 thatched, air conditioned chalets each with only a meters to the sea. The public areas are elevated above the ocean, ideal of sundowners while watching the orange sun dip beneath the Indian Ocean.
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Accommodation:
• There are 24 Chalets: 8 Twin Beds; 16 Queen Size Double Beds, all with en-suite bathroom with indoor and outdoor showers, bathtub with a view, large airy windows
• All chalets are within 10 meters of beach, with a large front verandah with Hammock, Chair / Loungers and Beach Towel Drying Rack. All Chalets have air conditioning, mosquito screens, mini bar, satellite TV, tea-/coffee-making facilities, hair dryer & electronic safe
• 2 Chalets offer a private dining area (Chalet #1 & Chalet #2)
• Of the 24 Chalets, there are 2 units consisting of a Double and a Twin with a hallway link; two chalets have a common verandah with another chalet.
- Daqui!
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:: Se encontra dificuldades em entender o idioma inglês, use um dos "tradutores" gratuítos da net. Por exemplo este aqui! ::
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Alguns link's que falam de Pemba e Quirimbas:
  • Quirimbas - O Paraíso á distância de 300 Euros a diária... - aqui!
  • Pemba/Porto Amélia na net - aqui!
  • A minha viagem imaginária a Pemba - aqui e aqui (YouTube)!
  • Pemba (Porto Amélia) Beach Hotel - aqui !
  • Quirimbas o Paraíso -aqui!
  • Fotos da Ilha do Ibo (Quirimbas-Pemba) - aqui!
  • Fotos do Pemba Beach Hotel em Pemba/Porto Amélia -aqui!
  • A costa de Pemba - aqui!
  • Maluane Island Resort - Quirimbas - Mozambique - aqui!
  • Matemo Islande Resort - aqui!
  • Medjumbe Island Resort - aqui!
  • Quilalea - Quirimbas- Mozambique - aqui!
  • Islands: Quirimbas Achipelago - aqui!
  • Ilhas do Ibo, Quirimba e Sito - aqui!
  • As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado - Estudo do Dr. Carlos Lopes Bento - aqui!
  • ...e muito mais sobre Pemba, Ibo, Quirimbas e arredores aqui e aqui !

6/05/07

PEMBA - SUA GENTE, MITOS E A HISTÓRIA - Parte 2

(Continuação daqui)
II.
A BAIA DE PEMBA
A baía de Pemba, a 13o 00’ Sul e 40o 30’ Este da costa de África, é vulgarmente considerada a terceira maior do mundo, sendo a primeira a de Guanabara no Brasil seguida da de Sidney na Austrália.
As suas águas ondeando tons, ora azuis ora verdes, apresentam-se mansas em dias de bom sol e agradável tempo mas também escarpadas, rugindo de encontro aos rochedos ou regalando pela areia quando os ventos sopram furiosos do Sul.
Este ventos mais conhecidos na região por “kussi” originam, não raras vezes centros depressionários bastante fortes do tipo tropical que arrasam quase por completo a cidade.
O mais antigo temporal que a documentação disponível nos pôde recordar data de 18 de Dezembro de 1904 que causou vários danos assim como levou ao afundamento um pequeno vapor e um iate. É feita referência nessa altura à falta de faróis ao largo da baía, sendo o único o da ponta Said Ali que, para além de ter somente 6 milhas de alcance e não 9 como indicavam as cartas de então, não era aconselhável aos navios que passassem no alto mar.
Outro grande temporal devasta Pemba em 1914, destruindo pratica­mente todas as habitações e provocando grandes embaraços aos serviços da Companhia. (1)
Estes ciclones assolam de tempos a tempos a região de Pemba, tendo o mais recente ocorrido em 1987.
Em sua extensão a baía de Pemba atinge os valores de 9 milhas de Norte a Sul e 6 de Leste a Oeste, perfazendo um perímetro de 28 a 30 milhas.
Mas não só por isso ela goza de tal fama como também pela pro­fundidade do canal de acesso e do porto, com sondas que variam entre 60-70 metros na entrada e 10-40 na parte média, para atingir os 25 metros no fundeadouro junto ao cais diminuindo em direcção á costa.
A sua entrada é, pois, franca a qualquer tempo e hora, podendo nela penetrar à vontade navios até cerca de 6 metros de calado. No entanto, devido a alguns perigos isolados formados por rochas e bancos de coral, é necessária a pilotagem para os navios de alto mar.
A boca de entrada a partir da qual é feita a pilotagem é delimitada a Norte pela ponta Said Ali e a Sul pela ponta Romero, havendo actualmente farolins em ambos os lados.
Desaguam na baía alguns pequenos rios sendo o maior o Meridi cuja foz desemboca nas proximidades do baixo Mueve.
A baía de Pemba constitui, sem dúvida, um porto natural bastante seguro e, apesar de tudo, abrigado dos temporais regionais, tendo sido qualificado por Elton - Cônsul britânico em Moçambique a finais de 1890 - como "O melhor desde Lourenço Marques a Zanzibar”.
Alguns autores supõem que a baía de Pemba possa ter tido uma origem vulcânica, baseando-se no facto de ali se encontrar com abundância a "pedra pomes" própria de rocha vulcanizada. Mas a sua constituição calcária e não basáltica vem a contradizer tal suposição.
Das origens do nome pouco mais se sabe do que as escassas informações recolhidas da tradição oral, algumas das quais baseadas em lendas, e deve tomar-se em consideração que a designação de Pemba para nome da região não foi a única ao longo dos tempos.
Em anos muito recuados da nossa história a baía de Pemba era frequentada apenas por alguns pescadores malgaches e swahilis que em suas pequenas lanchas e pangaios arrecadavam o alimento sem nunca ali se fixarem.
Conta então uma antiga lenda que por essa altura uma de tais embarcações apanhadas por um temporal naufragou tendo como sobrevivente uma mulher que se viu obrigada a procurar algum refúgio nas proximidades da baía.
A mulher importante (“nuno” em língua local ) conseguiu sobreviver e montar ali a sua guarita. Naturalmente conotada a "Nuno" pelos pescadores como "mensageira divina" demonstrando que a zona poderia ser perfeitamente habitada, ela fê-los seguir o seu exemplo.
Nasce a zona de Nuno pelo qual foi conhecido por longos anos o actual bairro do Paquitequete. Mais tarde viria a anexar-se a esta designação a expressão “pampira” (no sitio da borracha) em virtude da grande quantidade da árvore da borracha que no local nascia espontaneamente.
A região servida pela baía de Pemba foi também já conhecida por Mambe expressão que pode simultaneamente significar quantidade e longitude.
Embora certos autores relacionem “mambe” à baía de Pemba, a região a que a administração colonial designa por esse nome se situa mais a norte, no distrito de Macomia.
Uma outra tradição oral refere que um europeu, em data também não precisa, proveniente de Zanzibar faz desembarcar na baía os indí­genas que o acompanhavam e, estes, vendo-se assaltados por grandes enxames de moscas gritavam dizendo “pembe” que em swahhili si­gnifica mosca.
Teria sido mambe, pembe ou outra a origem da expressão "Pemba" no território moçambicano (2), certo é que ela figura nas primeiras cartas inglesas como "Pembe Bay”.

III.
A "FORMOSA" E OUTRAS PRAIAS
Na enseada do Imbo ao longo da reentrância de 2,5 milhas para Oeste da ponta Maunhane estendem-se as praias mais límpidas de areia bastante fina e solta umas vezes branca outras vezes negra, alter­nando zonas com rochedos e outras completamente descobertas.
De fronte de quase todas elas existem áreas de corais de diversa variedade visíveis mesmo a olho nu.
A principal praia é a de Wimbi ou a "Formosa", nome por que era conhecida pêlos portugueses, povoada de coqueiros da índia e é a mais procurada pelo turismo na zona dada a sua serenidade, contras­tando ali o suave sibilar das ondas com o movimento de restaurantes bastante frequentados.
A praia do Wimbi está localizada a cerca de 6 quilómetros do centro da cidade em direcção à ponta Maunhane e é mais usada para o recreio desde 1950, altura em que os portugueses iniciaram a sua urbanização.

IV.
A GENTE E A SOCIEDADE
A população de Pemba é bastante heterogénea, tendo para lá emi­grado do interior os macuas, os ngonis ou mafites e os macondes. Do litoral, os nguja do Tanganica, os sacalaves do Madagáscar e os mujojos das Comores. A civilização europeia, particularmente a trazida pelos portugueses é também notória, já que ali a colonização assimilou grande parte da população, mesmo a não mista.
Nas regiões circunvizinhas à cidade de Pemba existiam já antes da ocupação pelos portugueses algumas povoações chefiadas por ré­gulos, sendo o principal o sultão Mugabo, seguido de outros como o Said Ali, Mutica, Macesse e o Mugona.
O Governador de Cabo Delgado que, em em 1857 foi incumbido de ocupar a região e aí formar uma colónia, faz especial referência ao "velho" Mutica que, à excepção dos outros, falava ainda a língua portuguesa e muito contribuirá para o sucesso das negociações.
Fortemente swahilizados estes régulos que se expressavam e escre­viam geralmente em árabe, edificaram sociedades semi-feudais cuja autonomia se manteve ao longo dos tempos, até mesmo hoje, con­tinuando a exercer grande influência e poder no seio da população, cujo principal credo é o maometanismo mesclado de antigas tradições fetichistas como em quase todas as regiões da província.
A estas autoridades de relações amigáveis e até mesmo honestas com outros povos em certas alturas, também não lhes faltaram momentos de agitação e saque.
Já em 1843 o cheique Macesse, que chefiava a região actualmente conhecida por Pemba-Metuge, revolta-se contra a submissão aos portugueses, expulsando a companhia militar portuguesa estacionada num navio à entrada da baía de Pemba. Como corolário do desenrolar destes acontecimentos o cheique Macesse devolve a bandeira por­tuguesa às autoridades coloniais nas mãos do ajudante de Arimba, José F. Carrilho e recusando-se a pagar qualquer espécie de tributo.
Salientam-se também as investidas feitas pelos régulos Mugabo, Said Ali e outros contra caravanas europeias no circuito de Quissanga, obrigando-as a uma rota que levaria a mercadoria antes para Porto Amélia.
Se por um lado isto viria a abrir um caminho para o desenvolvimento de Porto Amélia a finais do século XIX, não menos verdade é que o facto veio a onerar bastante o processo de embarque e desembarque da carga já que Quissanga comunicando mais directamente com o "medo" era o principal porto exportador de então para o comércio e tráfico “ajaua-meto”.
A maior parte dos régulos antes da segunda década do nosso século se submetiam, na cintura de Pemba, ao régulo Mugabo, cujas terras confinavam com as da "coroa do medo", estas chefiadas pelo pode­roso maravi Mualia, ora submetido ora sublevado aos portugueses.
O quadro etnológico da população de Pemba remonta-se principal­mente à fusão do grupo macua com castas muani, penetrados res­pectivamente a partir de Murrébue e Quissanga.
Embora de diferentes origens as populações de Pemba se subordi­navam ao régulo Muária também de origem maravi.
O regulado Muária nasce cerca de inícios dos anos de 1880 quando famílias como Heri e Bachir pertencentes ao mesmo clã atingindo a região do medo avançam em direcção ao litoral pela rota Chiúre/ Mecufi/Murrébue.
De acordo com a "rainha" Muamba Omar Ussofo mais conhecida por Nhanicuto e descendente dos Muária, a dinastia se inicia com um tal Heri l na região de Changa (Murrébue) nas terras do régulo Nampuipui.
À morte de Heri l sucede ao trono Heri II que, para não defrontar o régulo Nampuipui que lhe fizera guerra acusando-o de ocupação ilícita das suas terras e compromisso com os portugueses, foge e refugia-se em Pemba na área da Maringanha. Parte do clã seguiu para Quissanga.
O successor de Heri II foi Remane Bachir que viajando para a África do Sul, como era seu hábito levando consigo voluntários (de acordo com a fonte ) que para lá queriam ir viver, foi chamado para assumir o cargo e é nessa altura adoptado o cognome de "Muária" para o regulado que agora começava.
Muitas vezes se fala de Muária como tendo alguma relação de parentesco, de clã ou mesmo qualquer outra com o regulo Muália, o que é negado por Muamba Ussofo, mas pode sobreviver a ideia de auto-identificação com o poderoso e conterrâneo maravi das terras do medo.
Amad Ali, avô do régulo Remane Bachir, descobre a zona de Marindima em Pemba e mobiliza a sua família e a gente de Changa para a habitar, o que veio a acontecer.
No entanto, fugitivos aos ataques dos ngonis, que lançavam as suas investidas com armas de fogo e azagaias a partir do ponto da colina que cai a pique na região de Marindima, bem como pelo facto de ali não haver água potável, a população deixa a zona e vai fixar-se junto às lagoas de Natite.
É então que Remane Bachir manda limpar as áreas de Nuno e Ingonane para ser habitada colocando lá como chefes dois familiares seus, nomeadamente as rainhas Nhanicuto e Nhacoto.
Enquanto isto o régulo Remane Bachir Muária entrega o Wimbi ao chefe Namacoma e a região compreendida entre o Nanhimbe e Maringanha ao seu irmão capitão-mor Tagir Bachir.
Anra Bachir sucede a Remane no regulado Muária e tendo este morrido fica como sucessor o seu sobrinho Fadili Adi, seguindo-se - lhe o seu irmão Anli Mugola.
Durante o reinado de Anli Mugola, este entregou a zona do Cariacó ao chefe Amada Muária, já na década de 60 do nosso século, que ao ser preso pela Pide é substituído por Abdul Latifo Ncuo.
Para além das já citadas rainhas o Paquitequete teve ao longo dos tempos ate à independência de Moçambique outros chefes, no­meadamente Mussa Amad, Pira Anlaue, Said N’Ttondo, entre outros.
Das relações com as autoridades coloniais que, mesmo antes de ocupar a região mandavam anualmente um encarregado de cobrança do imposto, a velha Omar Ossofo relata que quando chegava tal enviado eram içadas três bandeiras portuguesas: uma na praia junto à ponta Romero, a outra à frente da residência do régulo Remane e a terceira no quintal deste.
A população para não pagar o imposto abandonava as suas casas e internava-se mais para o interior e o funcionário da administração colonial em acto de vingança queimava todas as residências, obri­gando a população a construir alpendres provisórios após a sua retirada.
Em língua macua “marapata” significa alpendre ou algo provisório, alcunha que a população deu ao dito funcionário.
Nessa altura a designação de Pemba limitava-se somente a uma pequena área, próximo à ponta Miranembo, onde o governador colonial Jerónimo Romero havia instalado o "Estabelecimento da Baia" e construído um fortim que a população de Muária usou como refúgio nas razias que os sacalaves levaram a cabo.
Embora fora dos parâmetros deste estudo mas para dar uma ideia mais ampla da distribuição territorial do regulado Muária podemos acrescentar que dados de 1970 indicam que o régulo Ntondo, ocupava em Porto Amélia uma área de 1.042 km2 (Paquitequete), seguido do propriamente chamado Muária em Natite com 264 km2, Namacoma no Wimbi com 504 km2, o Piripiri no Gingone chefiando uma área de 8 km2 e o Nansure do Cariacó a Changa com 230 km2. (3)
Considerando por outro lado que os portugueses recrutavam na região do medo os carregadores para as suas caravanas é óbvio que muitos deles em Pemba se foram fixando, o mesmo sucedendo à gente migrada das regiões costeiras.
Os conflitos tribais que sempre existiram entre ambas as etnias (e para um período mais curto também com os macondes) eram compensados pelas trocas comerciais, sobretudo o contrabando e tráfico de toda a espécie.
Apesar de Pemba ser zona costeira, provida de uma enorme baía, muito pouca gente se dedica hoje à pesca, absorvendo o sector pes­queiro apenas cerca de 200 pescadores (dados de 1987) que em suas casquinhas, lanchas e algumas pequenas embarcações fazem não mais que uma produção anual de 150 toneladas de pescado. É também verdade que a intensiva exploração ao longo dos tempos dentro e ao largo da baía, tornaram os recursos marinhos mais escassos.
De marinho típico é, por aquelas bandas, verem-se, nas vazantes das águas com bastante afluxo no período das marés vivas, mulheres, homens e até mesmo crianças de tenra idade ora cercando peixe muidinho com finas malhas ora apanhando conchas ou moluscos comestíveis.
Tão típico é isto quanto o prazer de encontros amigáveis na praia ao nascer e ao pôr do sol, nem que seja sob o pretexto da necessidade de defecar na praia (por tradição), ali se juntam grupos de pessoas em animadas conversas (e quem sabe não mais?) por várias horas.
Grande parte da população dedica-se no entanto à pequena indústria artesanal e a outras ocupações liberais e informais bem como ao comércio, não deixando de praticar um pouco de agricultura para subsistência, com especial incidência no milho, mapira, mandioca e mexoeira.
O comércio ambulante vem ganhando dimensões cada vez maiores e os mercados provêm essencialmente do tráfico swahili com quem qualquer negociante mantém fortes laços.
Pemba, este pequeno satélite e entreposto swahili de tempos remo­tos, conserva ainda suas antigas tradições e hábitos assimilados das gentes do Tanganica. A preferência em artigos do mercado oriental e a quase generalização da língua swahili, embora misturado com o idioma macua e a língua portuguesa, é também realidade.
O “Sungura”, dança importada da Tanzânia, diverte todos os dias e durante toda a noite a população dos bairros periféricos.
Dessa gente não há quem falte, pois aliado ao divertimento algum namorisco poderá, eventualmente, acontecer.
Os três ou quatro conjuntos musicais que actuam em simultâneo nos principais bairros de caniço expressam-se em língua swahili. Os dançarinos os acompanham.
O "mini na kissikia swahili" (eu compreendo swahili) liga uns e outros numa libertação e fruição de mais um dia passado.
As comunidades de maior influência árabe-swahili, muito dedicadas ao comércio com a Tanzânia, localizam-se em ambas as extremida­des: Maringanha ao Sul e o Paquitequete ao Norte.
Contava há poucos anos um velho auxiliar de faroleiro uma interes­sante e peculiar história sobre a origem do nome Maringanha já que a explicação nos conduz a um facto de que a gente de Maunhane jamais viria a esquecer: trata-se da construção de poços de água, um dos mitos de mau agouro ameaçador de morte a quem o construísse.
O facto deu-se após o ciclone de 1914 quando, já reconstruída a povoação de Maunhane, o faroleiro Heliodoro José Carrilho inaugura os poços (por ele próprio mandados construir) gritando o lema: “Muringana?”, que em língua local significa "estão completos?" ao que a população respondia em uníssono "Ti ringana”, que nada mais é do que a confirmação.
Será que por popularização como indicava a fonte e deturpação da expressão "mu ringana" viria a resultar Maringanha?
As cartas no entanto designam de ponta "Maunhane" à região e não é de admirar já que localmente a expressão significa "no sítio dos macacos" dado que em tempos parece ter sido ali o local por eles preferido.
Ainda hoje muitas vezes se vêem macaquitos a vaguear pela Ma­ringanha saltitando por entre o sombreiro das casuarinas e coqueiros junto ao farol como que apreciando as centenas de mulheres que na vazante avançam pelo mar em busca de marisco, o "caril" diário.
Trata-se principalmente da apanha de certas conchas com carne comestível mas pouco ou nada comercializável por se tratar quase de um dever tradicional de toda a mulher e suas crianças procurar moluscos e pequenos crustáceos tanto para seu sustento como até por simples ocupação do tempo e desporto.
Para além da pesca artesanal a população da Maringanha dedica-se também à pequena agricultura bem como à fermentação alcoólica do caju. Aqui a amêndoa deste fruto é no geral consumida quer verde quer torrada depois de seca ou mesmo, em ambos os casos, também utilizados na culinária.
Na outra extremidade de Pemba encontramos o Paquitequete que apesar de desenvolver um forte comércio swahili alberga por outro lado famosos artesãos e gastrónomos ensinados no Ibo e trazidos para ali aquando da transferência da sede da administração da Com­panhia do Niassa.
Ourives trabalhando a prata das moedas portugesas antigas e o ouro das libras estrelinas que ainda vão aparecendo, arrancado às relíquias de algumas poucas “sinharas” (senhoras) ainda vivas apesar de velhinhas, que em seus quintais confeccionam para venda famosos doces, compotas, diversos bolos doces e salgados bem ainda como achares de variado tipo.
O Paquitequete está quase separado da cidade por uma lângua que seca quando a maré vaza mas repleta de água na enchente e, nessas ocasiões, não falta “negociozinho” aos miúdos das casquinhas ganhan­do algumas coroas aos que desejem encurtar o caminho caso estejam em ambas as extremidades já que a ponte se situa quase no extremo sul deste enorme bairro.
O nome de Paquitequete provém da expressão "pá hitequete” que significa por um lado "no sítio do hitequete" ou melhor uma planta que cresce toda emaranhada muito comum ali, por outro é aplicada à característica do próprio bairro com casitas todas muito juntinhas umas das outras formando um autêntico emaranhado.
Engloba ele junto ao mar as áreas de Cofungo na ponta Mepira, seguindo-se em direcção à ponta Romero as zonas conhecidas por Nazimogi, Paquitequete propriamente dito, Cumissete e Cuparata. Há a acrescentar ainda uma casta de mestiços do Ibo que se isolou um pouco mais para a costa a seguir a lângua, dando origem ao bairro da Cumilamba que galga um pouco a parte da escarpa Leste da cidade de Pemba.
Enquanto que na Maringanha a ponta é alcantilada e orlada por um recife de coral que cobre e descobre em Mepira ela è baixa e arenosa caindo a costa a pique sobre o mar.
Nas regiões centrais da península localizam-se os bairros semi-urbanizados de Ingonane, próximo à ponta Romero assim como o de Natite e Cariacó mais a sul onde vivem principalmente os novos artesãos, o pequeno operariado local e os potenciais produtores e negociantes de aguardente e outras bebidas tradicionais, tais como os fermentados de cereais ou farelos.
Estes bairros desenvolvem-se a partir da ponta Romero que é baixa e também orlada por recife de coral que cobre e descobre. Tem praias arenosas mas as ondas são no geral bastante violentas. A ponta Romero antes da ocupação pêlos portugueses era conhecida pelo nome Miranembo.
A tradição reza que ainda no tempo em que a região era floresta cerrada, albergando grandes manadas de elefantes certo dia enfurecidos avançam em direcção ao mar e o mais velho (o chefe) que seguia à frente não foi capaz de estancar na ponta o que o levou a precipitar-se por sobre as águas e dai engolido pelas ondas. De súbito os outros elefantes param e aterrorizados tomam rumo oposto fazendo uma retirada para o interior sem nunca mais por ali aparecerem.
Ora, localmente a expressão “umuiria” significa engolido e “nembo” o vocábulo elefante, ou seja o lugar onde foi engolido o elefante. Naturalmente, segundo a lenda, as duas expressões ter-se-iam fundido dando origem à palavra “umuirianembo”, posteriormente, “miranembo”.
Entre o Cariacó e a Maringanha encontram-se o Wimbe e o Nanhimbe (actual bairro Eduardo Mondlane) dedicando-se à agricultura de su­bsistência e à fermentação alcoólica do caju.
Já no cimo da colina podem-se ver, do levante ao poente, os bairros de Chuiba ou "Planalto dos Cajueiros", Gingone e Muxara, pratica­mente cobertos de cajueiros, e são os que mais comercializam a amêndoa do caju e se dedicam à fermentação alcoólica da respectiva maçã bem como à pequena agricultura.
O rochoso baixo de Nacole a 1,5 milhas para Sueste da Ponta Mepira, projecta ao longo das suas praias de Chibabuara onde, do ponto mais alto da cidade, a colina se faz cair abruptamente.
Outrora um esconderijo de larápios por possuir densa floresta, hoje a sua população é essencialmente constituída por pescadores que, apesar dos rumores de existência de um polvo gigante ali mesmo na baía, essa gente continua fazendo alguma pescaria sem qualquer receio.
No centro da península onde está instalada a cidade de Pemba, ergue-se a zona de cimento desde a Baixa ou "Cidade Velha" junto à qual foram construídas as primeiras casas de alvenaria por facilidades de acesso ao porto, estancando numa planície provida do melhor parque habitacional.
É também nesta zona onde se encontram o Governo e serviços públicos diversos, combinados com uma cadeia de estabelecimentos comerciais bem como um parque infantil onde funciona também uma creche.
O actual porto e ponte cais de Pemba na baixa estão localizados na região meridional da baía a 5 amarras para Sueste da ponta Mepira, com fundo de lodo. O fundeadouro pode alcançar-se a pouco mais de 80 metros, onde se encontra o molhe cais, dado que os fundos se aproximam bastante da terra.
Existem no porto diversas instalações para armazenamento de cargas e para serviços marítimos e aduaneiros. Está também apetrechado com um sistema para a contenção de combustíveis que, através de uma conduta de cerca de um quilómetro, são despejados para os depósitos da Petromoc próximos à povoação de Chibabuara.
A primeira obra efectuada na "Formosa" em Pemba data de 1958, quando as autoridades locais colocaram à disposição do município pouco mais de 29 contos para a construção de um pavilhão / balneário, a que os pembenses tanto se acostumaram para estacionar seus haveres e petiscos que traziam para divertidos piqueniques.
Esta obra foi concluída dois anos mais tarde com um subsídio adi­cional de cerca de 18 contos dispensados pelo Governo do Distrito para os custos de urbanização e arruamentos da praia do Wimbi, por forma a melhor ligá-la à cidade.
Em 1961 possuía já aquela praia duas pequenas habitações para quem quisesse passar lá alguma temporada e o exemplo foi seguido por alguns residentes das classes mais abastadas que ali começaram a montar suas próprias casas para repouso.
A mais exótica casa construída por essa altura na Formosa foi a do Governador do Distrito, hoje do Presidente da República, com arqui­tectura naval, projectando um navio – o “WIWIPI”, onde a residência se encontra instalada.
Assim, uma casa após outra a urbanização da praia do Wimbi se tornou realidade e sempre chamando a si mais gente.
A meados dos anos 60 funcionava já nesta praia o bar "Tininha", assim baptizado por ser também o nome mais popular da f ilha do proprietário que à morte de seu pai toma as rédeas da "embarcação" com grande prestígio e fama nada deixando esmorecer.
Em 1968 abriu na praia do Wimbi o Centro Náutico (hoje extinto) onde funcionava uma escola para velejo, natação e pesca desportiva.
Promovia este centro diversas actividades de recreio ao largo da baía, sendo de realçar as competições entre velejadores, almadiadores, caçadores submarinos e ao currico bem como interessantes con­cursos de construções na areia nas festividades do dia da cidade.
Em 1971, por ocasião de tais comemorações o Governador do Distrito de Cabo Delgado, concedeu um subsídio de 20 contos para a aqui­sição de um motor de popa para um barco destinado ao apoio da Escola de Vela que nesse mesmo ano começou a funcionar. Com idêntico objectivo algumas firmas locais contribuíram com 12.500 escudos.
Ainda a inícios dos anos 70 foi construída na praia do Wimbi o centro social do Aeroclube (agremiação também já extinta).
Para além da praia do Wimbi espalham-se pela cidade tantas outras sendo de realçar a de Natite de fronte às antigas instalações de processamento de peixe da “INOS" e em tempos a de Cumissete com bastante rocha, também conhecida por "praia dos pecados" (com excelentes rochas na escarpa em forma de sombreiro), mas hoje praticamente um porto de pesca bastante frequentado.
Junto ao cais, que igualmente não deixou de ser usada por gentes das regiões baixas encontra-se a praia de Marindima, ou popularmente da Sagal, em virtude de as instalações daquela empresa algodoeira colonial estarem ali situadas. Foi nesta praia, apesar de lodosa, que muitos jovens de Pemba aprenderam natação e disputaram diversos torneios da modalidade.
Na parte setentrional da baía, nas áreas dos régulos Macesse (Bandar) e Said Ali (Mussange), localizam-se também belas praias ainda não exploradas com fundeadouros propícios e o seu correcto apro­veitamento deixaria muito a lograr o desenvolvimento do turismo na região.
(Continua)

2/24/12

PEMBA pede socorro !


Linha d'água: Por Luís Loforte - CORREIO DA MANHÃ – 23.02.2012
Não sei se chamaria a estes escritos de carta aberta, ou se me limito apenas a escrever e deixar a cada leitor a liberdade de lhes atribuir o título que quiser. E tudo porque não encontraria uma expressão que resumisse a minha revolta interior em relação àquilo que um conjunto de pessoas, com responsabilidades, deixa fazer à minha cidade, a cidade de Pemba. E para bem dizer, nem sei por onde começar.

Cumpri cedo, este ano, o dever de ir a Pemba.

Infelizmente, o meu desagrado em relação ao que (não) fazem à cidade é recorrente. Na minha opinião, acho que a incúria e a indiferença terão já atingido o limite, o limiar de um desastre social numa cidade que tinha tudo para dar certo.

Literalmente, Pemba transformou-se num mercado de rua, numa pocilga, numa latrina pública, numa lixeira e, pior ainda, numa cidade em que as pessoas supostamente esclarecidas e responsáveis assobiam para o lado, como se nada tivessem a ver com este estado de coisas. Começo pelo aspecto social e económico, pedindo à partida que ninguém me catalogue, maldosamente, pelas minhas simples constatações.

Já observara em Nampula, mas nunca pensei que o fenómeno chegasse a Pemba. A urbe cimentada foi conquistada pelo moçambicano de origem asiática, porque os autóctones, depois de um curto período do usufruto das nacionalizações, alugaram e depois venderam uma bandeira política de Samora Machel.

Os novos ricos ficaram com as casas e com os estabelecimentos de cimento, relegando, temporariamente, os autóctones para as barracas da periferia.

Vieram depois os somális, etíopes, malianos, guineenses, senegaleses. Corromperam as estruturas municipais e construíram lojas de bugigangas por cima dos passeios e a toda a sua largura. Os autóctones, sem meios para concorrer com os expatriados, e muito menos com os seus compatriotas de origem asiática, o seu estabelecimento é o chão firme ou palmilhando a cidade de lés-a-lés.

É assim a cidade de Pemba. Todos vendem e todos compram. E se o produto é comestível, ele é ali adquirido e consumido, e o lixo resultante do seu processamento (o ovo cozido é o paradigma) é ali abandonado; e se o seu consumo obriga a evacuar, fá-lo ali sem qualquer tipo de problema, à vista de todos. Mas o observador engana-se quando pensa que tudo acaba na vista frontal. Se nos embrenhamos pelo interior, por qualquer labirinto entre as barracas em frente das ruas, nós encontramos mundos estranhos, ou melhor, submundos, avenidas labirínticas, restaurantes entre urinóis e charcos de água e imundície, concorridas sessões de bebedeiras, prostíbulos.

Tudo em plena zona urbana e à luz do dia.

Nas zonas residenciais, entre casas maticadas da população, ergueram-se autênticas fortalezas dos expatriados, em violação das mais elementares regras de construção urbana. Muros de três a quatro metros de altura na parte frontal, encimados por arame electrificado; nos tectos, uma infinidade de antenas, entre emissoras e receptoras. Obviamente, nem todas servem para receber sinais de rádio ou televisão por satélite. A conta parece ser simples de fazer, difícil será compreender como as autoridades nunca se indagam, ou nunca indagam.

Este ano, levei comigo alguém que nunca havia estado na cidade de Pemba. Levei-o a conhecer a urbe e não consegui mostrar a casa onde morei ou moraram os meus amigos, os clubes onde jogámos futebol ou dançámos os nossos bailes, os espaços municipais de diversão e de cultura. Não, não consegui, e ninguém por lá conseguirá jamais. E o recurso era sempre o mesmo: por detrás destas barracas! E tudo isto em plena zona urbana!

Em Pemba, as varandas e os seus jardins deixaram de ter a importância que têm em qualquer cidade, os números de endereçamento já não cumprem a sua função, a cidade está totalmente esburacada, até a via que nos leva a passar junto da residência oficial do governador, e isto para não falar do matagal consolidado em toda a sua residência de praia, no Wimbe, onde parece que nunca por lá alguém passou.

Mas eu não quero ser injusto.

O único sítio limpo e arejado é o cemitério de Pemba. Campas e muros caiados. E não se engane, leitor. Quem o cuida não é o município, é um simples cidadão de nome Claudino, que paga a um grupo permanente de homens e mulheres para manter limpa e digna a última residência de todos. Ora, ainda que não trazendo no bolso o nosso cartão político, o que custaria indigitar um homem desses para tomar conta das nossas coisas?

Finalmente, pergunto-me: quem deve arcar com a culpa da destruição de Pemba?

Bem, quando cheguei ao Maputo, de imediato liguei a um amigo, militante superior da FRELIMO, e indaguei: como é que uma cidade de anarquia total, destruída e fedorenta pode albergar um conclave maior da FRELIMO? Como é que convidados do mundo irão por ali circular? Como, como, como?

E porque por lá passara recentemente, o homem limitou-se apenas a concordar, que realmente a cidade de Pemba está de rastos, prestes a explodir, social e economicamente, cujo desfecho ninguém pode imaginar. Sim, é verdade, disse eu.

E porque nos habituamos a ser sinceros e frontais um para com o outro, adiantei-lhe eu as razões de tudo isto. Disse-lhe que na indicação das pessoas para dirigirem as nossas coisas, quaisquer que elas sejam, não bastará pertencer às nossas cores e confissões políticas. Que podia até ser uma exigência estatuída, e eu até não me oponho a isso, mas que dentre elas se identifiquem, claramente, aquelas que sabem e com provas dadas, e não aquelas que se limitem a cumprir ordens e nunca discordarem. E ninguém me vai dizer que na FRELIMO não há pessoas preparadas para colocarem as nossas cidades na senda do progresso!

Texto transcrito do "Correio da Manhã" via "Moçambique para Todos". Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Fevereiro 2012. 

3/19/09

PEMBA - Tambo International Art Camp, July 14th - July 20th 2009

(Clique na imagem para ampliar)

Transcrevo o convite:
Join in / Hodina!
Tambo International Art Camp
Pemba - Mozambique,
July 14th – July 20th 2009.

6 days of unique possibilities to experience the multicultural art scene and traditions of Pemba - Mozambique.

Together with local and foreign artists you will participate in:

● Art work shops of dance, theatre, music, design and more;
● Visit local artists like the Mask Mapiko dancers, Makonde carvers, the Arab inspired Tufo choir and more;
● Performances;
● IV Festival ”Celebrating Cultural Diversity”;

The Art Camp takes place at the Cultural Centre ”Tambo”, the home of the Tambo Tambulani Tambo.

Participation fee including food and accomodation: US$ 100.

- Mail: tambulanimoz@gmail.com. Please state art forms of special interest to you.
Organized by Tambo Tambulani Tambo, founded in 1995 in Pemba to promote art through own productions, events and debates to improve conditions of artists.
- Fone: + 258 82 55 95 380 / 82 66 13 400.

Pemba, located at the 3rd largest bay in the world, has over centuries attracted people from many continents to settle creating a multicultural environment.
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Acrescento em lingua portuguesa:
O Tambo International Art Camp e o Festival "Celebrating Cultural Diversity" 2009 terá lugar de 14 a 20 julho de 2009.

Será uma semana de arte, dança, teatro, música, desenho, artesanato, com lojas, contatos com artistas locais e não só.

Se vier experimentará a diversidade cultural de Pemba e suas belas paisagens naturais.

O objectivo é promover a comunhão da diversidade cultural a partir de Pemba, reunindo artistas e pessoas de outras partes do mundo interessadas em fazer arte, trocar de idéias e experiências culturais, envolvendo-os em todos os trabalhos e atividades.

O título "Celebrar a Diversidade Cultural" 2009 representa sete dias de experiências únicas.

  • Tambo International Art Camp - Programação Convite - Aqui!
  • Associação Cultural Tambo Tambolani Tambo - Pemba - Aqui!
  • Campo Internacional de Arte 2009 - Aqui!
  • Post's anteriores deste blogue sobre o trabalho em Pemba da Associação Cultural Tambo Tambolani Tambo - Aqui!

Relembro: Acontece de 14 a 20 de Julho de 2009 em Pemba - Moçambique.

7/15/08

Pemba - Parque das Quirimbas investe no turismo.

(Clique na imagem para ampliar)
Cerca de duzentas espécies de pássaros, residentes e migratórios, foram identificados em apenas dez dias de observação no território do Parque Nacional das Quirimbas (PNQ), na província de Cabo Delgado, em Moçambique, no quadro de uma acção de formação de um corpo de guias comunitários para acompanhar os turistas sobre o potencial daquela área de conservação.
O Parque Nacional das Quirimbas formou recentemente oito fiscais em técnicas de observação e identificação de pássaros, visando promover as várias potencialidades turísticas existentes naquela área e capacitar as comunidades na sua gestão, segundo reportagem publicada no jornal Notícias, de Maputo.
A observação foi feita em cinco pontos estratégicos no território do parque, nomeadamente Muanona, Ningaia, Bilibiza, Meluco e Mareja.
Orientada por Malcolm Wilson, ornitólogo baseado na África do Sul, a observação permitiu a identificação de algumas espécies raras de pásaaros, a exemplo de Böhm’s fly-catcher, Livingstone’s fly-catcher, Brown-breasted barbet, Zanzibar red bishop, Mascarene Martin, Böhm’s spine-tail e Martial eagle, entre outras comumente conhecidas.
A perspectiva do parque é criar, no futuro, acampamentos onde guias especializados possam servir grupos de turistas praticando o aviturismo e para o turismo convencional.
De acordo com Rabeca Marques, oficial de Turismo no Parque Nacional das Quirimbas, o aviturismo configura uma oportunidade para a diversificação da oferta de produtos turísticos no interior do parque.
Segundo ela, o mercado do aviturismo está a crescer no mundo, sendo uma actividade ideal para as comunidades do Parque das Quirimbas que, com todos os conhecimentos que têm sobre o local, podem envolver-se na oferta de serviços turísticos.
As informações são do jornal Notícias, de Maputo.
- Africa 21 - 14/07/2008.
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Alguns link's que falam de Pemba e Quirimbas:
  • Quirimbas - O Paraíso á distância de 300 Euros a diária... - aqui!
  • Pemba/Porto Amélia na net - aqui!
  • A minha viagem imaginária a Pemba - aqui e aqui (YouTube)!
  • Pemba (Porto Amélia) Beach Hotel - aqui !
  • Quirimbas o Paraíso -aqui!
  • Fotos da Ilha do Ibo (Quirimbas-Pemba) - aqui!
  • Fotos do Pemba Beach Hotel em Pemba/Porto Amélia -aqui!
  • A costa de Pemba - aqui!
  • Maluane Island Resort - Quirimbas - Mozambique - aqui!
  • Matemo Islande Resort - aqui!
  • Medjumbe Island Resort - aqui!
  • Quilalea - Quirimbas - Mozambique - aqui!
  • Islands: Quirimbas Achipelago - aqui!
  • Ilhas do Ibo, Quirimba e Sito - aqui!
  • As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado - Estudo do Dr. Carlos Lopes Bento - aqui!
  • ...e muito mais sobre Pemba, Ibo, Quirimbas e arredores aqui e aqui !

10/08/08

Ecos da imprensa moçambicana: Baía de Pemba quer USD 5 milhões para turismo.

Banner do jornal moçambicano Diário do País

A restauração do sector de turismo na província de Cabo Delgado poderá consumir pouco mais de 5 milhões de dólares americanos em trabalhos de instalação de cerca de quatro mil quartos pertencentes a três hotéis de três e quatro estrelas que estão a ser reabilitados e a entrarem em funcionamento a partir de 2012, segundo Agostinho Nthawale, presidente do Conselho Municipal da cidade de Pemba.

Ele falou quarta-feira passada em Maputo, numa cerimónia de lançamento das celebrações dos 50 anos da elevação de Pemba à categoria de cidade, a assinalar-se no próximo dia 18 de Outubro de 2008, tendo em seguida considerado que a baía de Pemba acaba de ser classificada como a terceira mais bela do planeta, o que exige do governo moçambicano a fortificação das infra-estruturas por forma a colher um maior fluxo de visitantes possível a escalar a província. Para isso, ele disse ser necessário o desencadeamento de actividades de sensibilização dos residentes no sentido de adoptarem uma postura cívica e de hospitalidade que sempre os caracterizou, tendo aproveitado oportunidade para convidar investidores nacionais e estrangeiros no sentido de visitarem a província para descobrirem novas oportunidades de investimentos, porque segundo Nthawale, Cabo Delgado ainda possui diversas áreas por explorar.

Sobre os 50 anos de Pemba, o presidente do Município de Pemba disse que para marcar a passagem da data as autoridades locais precisam de perto de 3.225 mil meticais para serem gastos em actividades de providenciar gastronomia típica de Cabo Delgado e para cachés aos artistas que irão abrilhantar espectáculos programados para assinalarem a data, bem assim, pagamento de prémios a serem atribuídos as três primeiras vencedoras do concurso miss Pemba, devendo receber a primeira classificada o valor de 75 mil meticais.

Fonte da organização do evento confidenciou ao jornal que se está a fazer todos os possíveis no sentido de garantir presença nas festividades comemorativas dos 50 anos de relevação de Pemba a categoria de cidade os membros da Associação dos Naturais, Amigos e Simpatizantes de Cabo Delgado, (Cabo Delgado em Movimento) naquele evento. De apontar que em Maio de 2008, a baía de Pemba foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (UNESCO) como a terceira maior baía do mundo e segunda ao nível do continente africano.
- Fernando Sidumo - Diário do País, Maputo, 2ª feira, 06 de Outubro de 2008.

  • Baía de Pemba - A mais bela entre as belas - Aqui!

4/07/08

Combatentes mortos na guerra colonial: Ignorados, desconhecidos, desprezados...

(Imagem original daqui e daqui - Clique na imagem para ampliar)
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Mais um aniversário do 25 de Abril de 1974 se aproxima.
Muitos anos se passaram desde essa data...!
Quase uma geração!
A conveniência comodista, inerme, do "políticamente correto" destes "novos tempos" repletos de estranhas, burlescas e saltitantes figuras que se pavoneiam e "metem" a "jet-set" eternamente insignificantes liderando fúteis eventos, não os cita, não os lembra, não os reconhece nem os visita... Despreza simplesmente os heróicos, inocentes, ingénuos, voluntariosos Combatentes da malfadada guerra colonial que lhes foi oferecida como missão pátria e enterrou vidas jovens, determinadas, que poderiam ser felizes, em buracos de terra vermelha, agreste, estranha, distante do rincão natal.
Por lá, por essa África distante e próxima, irmã e madrasta, permanecem até hoje abandonados, sem o afago de uma oração Amiga, sem o brilho iluminado de uma vela cristã, sem o calor e a côr de uma rosa ou de um famigerado, emblemático cravo vermelho, peregrinando acusadores em espírito, na memória de familiares e de sobreviventes camaradas da armas angustiados, revoltados com tanta mediocridade moral, cívica contemporâneas.
Por Angola, pela Guiné, por Moçambique e até por Pemba-ex Porto Amélia ficaram enterrados seus restos mortais, ao relento gélido do desprezo, como mancha medonha, sangrenta, acusadora, denunciadora da míngua de consciências e de lideres políticos com "h" minúsculo no "reino" lusitano do Agora !
Só nos resta, com a arma da palavra, enaltecer, exaltar para a História, acarinhar a memória desses Heróis... e desprezar, denúnciar, repudiar com vigor os falsos, apagados, medíocres, auto-proclamados "heróis-de-barro" que por aí se vão reproduzindo como térmitas insaciáveis, inchadas e arrogantes.
  • Leia: Regresso dos soldados mortos divide combatentes - Aqui !
  • Leia: O sangue e os Mortos - Aqui !
  • O Desprezo pela História - Cemitério de Pemba-Talhão Militar Português - Aqui !
  • O Desprezo pela História 2 - Cemitério de Pemba - Talhão Militar Português - Sepulturas de Combatentes abandonadas - Aqui !
  • O Desprezo pela História 3 - Cemitério de Pemba - Talhão Militar Português - Sepulturas de Combatentes Portugueses - Aqui !
  • O Desprezo pela História 4 - Cemitério de Pemba - Talhão Militar Português - Sepulturas de Combatentes Portugueses - Aqui !
  • O Desprezo pela História 5 - Cemitério de Pemba - Talhão Militar Português - Sepulturas de Combatentes Portugueses - Aqui !
  • O lado bom e respeitoso da História - Talhão Militar Britânico do Cemitério de Pemba - Aqui !
  • O lado bom e respeitoso da História 2 - Talhão Militar Britânico do Cemitério de Pemba - Aqui !
  • O lado bom e respeitoso da História 3 - Talhão Militar Britânico do Cemitério de Pemba - Aqui !
  • O lado bom e respeitoso da História 4 - Talhão Militar Britânico do Cemitério de Pemba - Aqui !
  • Cemitério de Palma - Cabo Delgado - Moçambique - Aqui !
  • Moçambique - Guerra do Ultramar - Aqui !
  • Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra - Aqui !

12/18/07

Quirimbas - O paraíso à distancia de 300 Euros a diária...

Luis Filipe Fonseca da RTP foi à descoberta de um paraíso moçambicano pouco conhecido: o arquipélago das Quirimbas (Ibo e Matemo)...
E ficou surpreso com a opulência da beleza das Ilhas próximas a Pemba em Cabo Delgado.
Anotou em simultâneo a pobreza contrastante da população local.
- Aprecie o video aqui.
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Alguns link's que falam e mostram Pemba e Quirimbas:
  • Pemba/Porto Amélia na net - aqui !
  • A minha viagem imaginária a Pemba - aqui e aqui (YouTube) !
  • Pemba (Porto Amélia) Beach Hotel - aqui !
  • Quirimbas o Paraíso -aqui !
  • Fotos da Ilha do Ibo (Quirimbas-Pemba) - aqui !
  • Fotos do Pemba Beach Hotel em Pemba/Porto Amélia -aqui !
  • A costa de Pemba - aqui !
  • Maluane Island Resort - Quirimbas - Mozambique - aqui !
  • Matemo Islande Resort - aqui !
  • Medjumbe Island Resort - aqui !
  • Quilalea - Quirimbas - Mozambique - aqui !
  • Islands: Quirimbas Achipelago - aqui !
  • Ilhas do Ibo, Quirimba e Sito - aqui !
  • As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado - Estudo do Dr. Carlos Lopes Bento - aqui !

...e muito mais sobre Pemba, Ibo, Quirimbas e arredores aqui e aqui !

1/30/14

PEMBA - O DESAFIO: Projecto Escadarias 2014

VERDADE OU FICÇÃO?
PEMBA rumo a um futuro sustentável e de preservação histórica quanto a sua arquitectura e monumentos ?

26 DE AGOSTO DE 2011 - Às Escadarias de Pemba

esse passo lento com que sobes as escadas 
em cada passo 
no que de curto o olhar é pensamento 
distante e raro mas de beleza constante 
em que a particularidade do sonho 
é desembainhado 
quando o moscardo passa

no calor da subida em que cada degrau é um fardo 
em cada passo uma memória 
e a mulher na descida faz chegar ao rosto suado 
vento breve mas certeiro

de que pedras raras são 
esses degraus largos e compridos 
de que pedras raras são

olha para trás 
vê a buganvília 
ainda te recebe na descida

- Inez Andrade Paes
PEMBA - RECORTES 
PEMBA A CAMINHO DA REALIDADE PROMISSORA ?
Clique nas imagens para ampliar:
Pemba - Entrega do Projecto Escadarias em 29JAN2014 
Engº. Alvarinho, Presidente Tagir e Vereador Naba. Courtesy: John Supeta — com Municipio Pemba-Facebook e Manuel Alvarinho. (Municipio de Pemba no FaceBOOK)