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2/24/12

Cadernos de viagem - Viagem PP — pesadelo e paraíso

Esta nossa viagem foi bastante diversificada em emoções e sensações.

O voo da SWISS até à África do Sul foi como se esperava: calmo e sem incidentes de espécie alguma. Em Joanesburgo tínhamos à nossa espera Martin e Irma Snoek que nos mimaram nas horas que estivemos na sua casa. O braai (churrasco) mar e terra oferecido foi, como sempre, delicioso. No dia seguinte pela manhã partimos para Pemba, com uma curta paragem em Maputo. Esta viagem em nada se compara à grande viagem que o meu Pai fez em novembro de 1969, que demorou vários dias, pois não só ao avião militar se estragou tendo obrigado a uma paragem de vários dias em Luanda como o voo de Lourenço Marques para Porto Amélia demorou várias horas, tendo pousado na Beira, Quelimane e Nampula antes de chegar ao destino.

O aeroporto de Pemba é... minúsculo. Na sala de espera das bagagens, mini mas com tapete (mini) rolante, tivemos uma boa sessão de sauna...

Quando saímos do terminal, Jasper, a quem tínhamos alugado o jipe não estava no aeroporto como combinado. Fomos então para o Pemba Beach Hotel and Spa procurar o responsável. Finalmente, tudo se resolveu. Nunca fizéramos um aluguer tão pouco burocrático. Quando perguntei ao Jasper da Safi Rent se poderíamos tratar do paperwork dentro do hotel Pemba Beach por causa do calor ele replicou admirado: “Which paperwork?”. Entregou-nos a chave, nós pagámos-lhe em dólares e cada um seguiu o seu caminho, despedindo-nos até 4ª feira seguinte!

Eram quase 15h quando partimos de Pemba. O condutor do shuttle do hotel tínhamos dito que lá para as 17—18h estaríamos em Mocimboa da Praia. Acreditámos...

Os primeiros 200 km, até Macomia, fizeram-se lindamente, numa estrada que poderia ser em Portugal, não fosse atravessar aldeias de palhotas e de nos cruzarmos constantemente com pessoas a caminhar na berma da estrada. Em Macomia, a estrada alcatroada acabou e começou o nosso pesadelo: 100 km de estrada estragadíssima (seria bastante melhor se tivesse sido uma picada), cheiíssima de buracões que lembravam em parte crateras. Para complicar a situação, anoitecera cedo, por volta das 17h45. A noite africana é mesmo escura, não há poluição luminosa nenhuma. As pessoas continuam porém não só caminhando à beira da estrada como gostam de socializar no meio da…. estrada completamente às escuras. Deitam-se no alcatrão ou na terra e ficam a conversar e a olhar as estrelas. Foi uma condução muito difícil e dura. Já passava das 21h30 quando chegámos a Mocimboa da Praia, o nosso ponto de paragem intermédio – e o porto onde atracavam os barcos que levavam as tropas portuguesas para os postos no Norte de Moçambique nos idos anos 60 e 70... ...
Leia o texto na íntegra (clique):

"M. Margarida Pereira-Müller é alentejana de nascimento, mas sente que o seu coração pertence ao mundo. Viajar é uma razão de viver. Como escreveu Matthias Claudius, um poeta alemão cantado por Beethoven: “Wenn jemand eine Reise tut, / So kann er was erzählen. / D'rum nahm ich meinen Stock und Hut / Und tät das Reisen wählen”. (“Quando alguém faz uma viagem / tem muito para contar. / Então peguei no meu cajado e no meu chapéu / e comecei a viajar)”. 

Gosta que lhe contem lendas dos locais onde está e de sentir o mundo com todos os sentidos, incluindo o do sabor. De regresso a casa, recria os sabores experimentados. Dos seus livros de cozinha e gastronomia, cinco já foram distinguidos com os internacionais “Gourmand World Cookbook Awards”. Dois dos seus livros de contos e lendas estão no Plano Nacional de Leitura. 

Aqui se listam todas as reportagens de M. Margarida Pereira-Müller publicadas em Alma de Viajante."

Clique nas imagens para ampliar. Texto e imagens cedidos por M. Margarida Pereira-Müller. M. Margarida Pereira-Müller no Google. O blogue "A Nossa Vida".
Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Fevereiro 2012. Este artigo pertence ao blogue ForEver PEMBA. Todos os direitos reservados. É proibido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue sem a citação da origem/autores/créditos. 

2/13/11

Tambo Tambulani Tambo 2011 - Educating through Art

Tambo Tambulani Tambo
Educating through Art
Acontecerá de 11 de Julho a 18 de Julho 2011
em PEMBA - Cabo Delgado - Moçambique.
(Will be held from July 11 to July 18, 2011,
Pemba - Cabo Delgado - Mozambique)
:: ::
7 dias de possibilidades únicas onde sentirá a multicultura moçambicana através da arte e tradições dos povos de Pemba, em Cabo Delgado/Moçambique.
:: ::
Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler:
Convite - versão em português:
Tambo Campo Internacional de Arte Pemba - Moçambique
Convite - versão em inglês:
Tambo Campo Internacional de Arte Pemba - Moçambique
Tambo Tambulani Tambo - Educating through Art
Tambo International Art Camp and Festival Tambo “Celebrando a Diversidade Cultural”- Nanhimbe-Pemba, Mozambique (versão 2010):
Tambo Tambulani Tambo - Educating through Art
Tambo Tambulani Tambo foi fundado em 1995 em Pemba.
Contatos e informações:
Telefones - 258 82 66 13 400 / 82 46 80 289 - cel. 82 66 13 400
Portal - www.tambo.nl
E. mail - tambotambulanitambo@yahoo.com
E. mail - tambulanimoz@gmail.com
:: :: :: ::
Post's deste blogue referindo edições anteriores:
Video do evento em 2009:
(Para escutar sem interferência os sons locais do evento, desligue, no final desta página do blogue, o player da "LM Rádio")

    8/31/10

    De Porto Amélia a Pemba - Em busca da História ! Documentos...

    (Clique na imagem para ampliar e ler)

    4/09/09

    HÁ 140 ANOS: COMITIVA DA RAINHA DE ANJOANE CHEGA AO IBO.

    (Imagem original daqui)

    Pelo seu interesse histórico e sócio-político, recordo, hoje, a chegada à ilha do Ibo, no dia 6 de Abril de 1869, da Raínha da ilha de Anjoane(1) e da sua comitiva. A noticia é-nos dada pelo então governador, interino, de Cabo Delgado, Romão Gomes Duro - ofício nº 42, de 7 do dito mês - dirigido ao Secretário Geral de Moçambique, que reza assim:

    "IIImo snr. Digne-se V.Exª levar ao conhecimento do Ex.mo snr Governador Geral, interino, desta Província, que, ontem à noite, chegou, a este porto, um pangaio trazendo a seu bordo a Raínha de Anjoane e um Príncipe seu cunhado, com grande comitiva.

    Que hoje os mandei cumprimentar a bordo e fazer-lhe os oferecimentos do estilo e que eles vieram a terra, memos a Rainha e me visitaram, aceitando a casa que lhes ofereci, dizendo-me que se demorariam 6 ou 7 dias.

    Que à vista disto lhes mandei fornecer o que eles precisassem segundo os seus costumes."

    De realçar o habitual acolhimento dos visitantes pelas anfitriãs autoridades coloniais portuguesas, e o seu respeito pela sua cultura e estilo de vida.
    - Por Carlos Lopes Bento(2), Lisboa, Abril de 2009.

    1. A ilha de Anjoane faz parte do arquipélago do Cômoro, situado no Canal de Moçambique, a leste de Cabo Delgado.
    2. Antropólogo e prof. Univ.

    - Outros trabalhos de Carlos Lopes Bento:

    • As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado - Aqui!
    • Para a História do Ensino em Moçambique - Parte 3 - Aqui!
    • Para a História do Ensino em Moçambique - Parte 2 - Aqui!
    • Para a História do Ensino em Moçambique - Parte 1 - Aqui!
    • Post's do ForEver PEMBA para a consulta em "Pesquisas" sobre Carlos Bento, Quirimbas, Ibo, História de Cabo Delgado - Aqui!
    • E, por Jeronymo Romero: Supplemento á memoria descriptiva e estatistica do districto de Cabo Delgado - Aqui!

    1/03/09

    Parque Nacional das Quirimbas: Potenciar investigação na gestão dos recursos...

    Parque Nacional das Quirimbas: Potenciar investigação na gestão dos recursos – defende Nelson Manjate, coordenador do programa de investigação naquela área de conservação.

    Reforçar a componente investigação é uma das prioridades para este ano no Parque Nacional do Arquipélago das Quirimbas (PNQ), em Cabo Delgado, por forma a melhorar os mecanismos de gestão dos recursos marinhos e florestais disponíveis e minimizar os conflitos entre o Homem e a fauna bravia naquela área de conservação. Nelson Manjate, coordenador do programa de investigação no parque, diz que é preciso quantificar e mapear os recursos disponíveis, por forma a determinar-se com clareza a parte que pode beneficiar as comunidades em termos de rendimentos, e aquela que deve ser mantida no estrito interesse da conservação.

    Na hora do balanço do plano de maneio 2004/2008, Nelson Manjate disse estar em curso uma avaliação visando aferir o alcance das intervenções feitas ao longo desse período, numa perspectiva que poderá iluminar o processo de elaboração de uma nova matriz, onde a componente investigação constitui uma prioridade.

    “Precisamos estabelecer prioridades que sejam pertinentes na gestão do parque. Outros sonhos poderão ser abraçados no futuro mas, nesta fase, precisamos ser muito objectivos: Potenciar a investigação para o reforço da gestão e minimização do conflito Homem/fauna bravia, sobretudo com o elefante, macacos e porcos selvagens que abundam no parque. É importante que se estabeleça um critério científico de uso dos recursos, isto é, deixar que as comunidades deles tirem benefícios sem sair dos limites estabelecidos...”, explica Nelson Manjate.

    Uma das actividades de vulto no PNQ é a pesca artesanal, tendo sido estabelecido um programa de controlo das capturas com vista a avaliar as tendências e a partir disso fazer-se a necessária monitoria.

    O objectivo desse programa, segundo a nossa fonte, é ver o nível de captura em cada área de pesca, identificar casos de sobrepesca e recomendar medidas de controlo aos gestores do parque.

    “Temos também um programa de controlo total que envolve as comunidades. Por exemplo, nas áreas de desova das tartarugas envolvemos fiscais comunitários para vigiar. O período de desova inicia em Novembro e prolonga-se por seis meses. Acontece que os ovos das tartarugas são roubados por desconhecidos, idos sobretudo da Tanzania os quais além dos ovos também compram as próprias tartarugas para comer. Os fiscais comunitários fazem vigilância a esta situação. Em 2009 vamos iniciar com um programa de marcação de tartarugas envolvendo um grupo de fiscais treinados para o efeito. A ideia é termos um controlo efectivo da população de tartarugas no parque...”, explica Nelson Manjate.

    Ainda na componente investigação, o parque tem privilegiado a transmissão de técnicas de produção de ostra doze meses ao ano, considerando que a cultura daquele marisco é uma das fontes de rendimento das comunidades locais.

    Com relação à disponibilidade de animais no parque, a nossa fonte disse haver potencialmente mamíferos. Segundo afirmou, há uma colaboração com as estâncias turísticas que oferecem serviços de mergulho, actividade que lhes permite obter dados sobre o tipo de animais existentes.

    Uma das perspectivas na área da investigação é a elaboração de um estudo sócioeconómico do impacto da monitoria da pesca artesanal.

    A ideia, segundo Nelson Manjate, é saber qual é o rendimento que o peixe produz para as famílias, considerando que a pesca é uma das actividades principais das comunidades.
    - Maputo, Sábado, 3 de Janeiro de 2009:: Notícias.

    11/26/08

    Ronda pela net - The Times fala hoje das Quirimbas.

    The sparsely inhabited Quirimbas are an unspoilt natural sanctuary, writes Mark Le Chat FLYING over an emerald mat of mangroves in a Cherokee Piper with the Indian Ocean islands of the Quirimbas unfolding beneath you is tantamount to crossing over into a long-forgotten world.
    Here, the grand integrity of nature takes on an immediate yet ethereal quality as brackish deltas etch through the greenery, and a smattering of islands and sand- banked atolls glow in the warm indigo sea...

    - Leia o texto na íntegra aqui!
    - Traduza aqui!

    O que já se publicou neste blogue sobre as Quirimbas e a bela Cabo Delgado:
    • Quirimbas - O Paraíso á distância de 300 Euros a diária... - aqui!
    • Pemba/Porto Amélia na net - aqui!
    • A minha viagem imaginária a Pemba - aqui e aqui (YouTube)!
    • Pemba (Porto Amélia) Beach Hotel - aqui !
    • Quirimbas o Paraíso -aqui!
    • Fotos da Ilha do Ibo (Quirimbas-Pemba) - aqui!
    • A costa de Pemba - aqui!
    • Maluane Island Resort - Quirimbas - Mozambique - aqui!
    • Matemo Islande Resort - aqui!
    • Medjumbe Island Resort - aqui!
    • Quilalea - Quirimbas- Mozambique - aqui!
    • Islands: Quirimbas Achipelago - aqui!
    • Ilhas do Ibo, Quirimba e Sito - aqui!
    • Matemo Island - o paraíso a dois passos de Pemba - aqui!
    • As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado - Estudo do Dr. Carlos Lopes Bento - aqui!
    • ...e muito mais sobre Pemba, Ibo, Quirimbas e arredores aqui e aqui !

    10/09/08

    Mais de mil pessoas receberam formação em informática em Cabo Delgado e todo o Moçambique.

    Mais de mil pessoas receberam formação em informática nos Centros Provinciais de Recursos Digitais (CPRDs) de Moçambique, no primeiro semestre de 2008.

    Ao todo os CPRDs de Gaza, Inhambane, Sofala, Tete, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado formaram 1271 moçambicanos. Quarenta e cinco por cento dos formados são do sexo feminino, entre funcionários públicos, estudantes e público em geral, sendo que a maior percentagem (22 por cento) se localiza na província da Zambézia, seguindo-se Nampula (16 por cento), Tete (15 por cento) e Cabo Delgado (14 por cento).

    As províncias onde a adesão foi menor foram Inhambane e Sofala, ambas com 12 por cento, e Gaza, com nove por cento.

    «Esta diferença estatística deve-se fundamentalmente a problemas organizacionais dos CPRDs, que afectam de formas diferentes o desempenho», conforme refere a Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática.

    Os CPRDs formam recursos humanos na área das tecnologias de informação e comunicação a nível local, dispondo de técnicos treinados para a ministrar aulas de informática, que incidem também na administração de redes e manutenção de computadores.
    In - IGOV de 09/10/2008.

    7/01/08

    Moçambique: Província de Cabo Delgado com menor valor de exportações em 2007

    As exportações da província de Cabo Delgado ascenderam a 20,33 milhões de dólares em 2007, informou o jornal Notícias, de Maputo, citando a Direcção Provincial da Indústria e Comércio.
    No entanto, o valor das exportações de 2007 representa uma queda de quase quatro milhões de dólares relativamente aos 24 milhões registados em 2006 e substancialmente inferior aos 70 milhões de dólares de 2005.
    A redução verificada resultou da proibição de exportação de algumas espécies de madeira em toros imposta pelo Governo para se privilegiar a exportação de produtos com maior valor acrescentado.
    O algodão em fibra, produto exportado pela empresa Plexus, foi o que mais receitas teve, ao registar mais de 10 milhões de dólares em 2007, a que se seguiu a madeira serrada, que conseguiu arrecadar 3,344 milhões de dólares.
    Por seu turno, a castanha de caju processada, que durante o período em análise foi exportada para a África do Sul, Alemanha, Japão e EUA, registou cerca de 1,5 milhões de dólares, enquanto a castanha em bruto registou apenas 197 mil dólares.
    Ainda durante o período em análise, a exportação da madeira em toros permitiu arrecadar perto de dois milhões de dólares, seguindo-se a semente de algodão que registou uma receita de cerca de 923 mil dólares.

    4/29/08

    Ecos da imprensa moçambicana - Nunca é demais repetir: Baía de PEMBA...a mais bela entre as belas !

    Baia de Pemba- Maior beleza natural do mundo !
    .
    Maputo - A baia de Pemba, Província de Cabo Delgado, é considerado pela UNESCO como uma das maiores atracções turísticas do mundo o reconhecimento surge na sequência da candidatura desta baia ao titulo de património da humanidade ao clube das melhores baias do mundo, património da UNESCO, na qual sagrou se uma das maiores belezas naturais do mundo, o que lhe conferiu ingresso àquele organismo mundial.
    A candidatura da baia de Pemba foi apresentada no passado mês de Outubro no Brasil, concretamente na praia da rosa, agora património da UNESCO, por uma equipa constituída pelo presidente do Município de Pemba, Agostinho N’tauli e representantes da Associação dos Naturais e Amigos de Cabo delgado, um evento que participaram representantes de 25 países interessados na promoção de turismo e das belezas naturais das baias.
    De acordo com o Presidente do Município de Pemba o ingresso da baia no clube das mais belas baias do mundo afigura se uma entrada triunfal na medida em que, não só traz vantagens para a baia, mas sim para todo o País, sobretudo na promoção do turismo.
    Apontou serem algumas vantagens que o clube pode trazer para a baia e coincidem com os desafios que o Conselho Municipal de Pemba apostou no Plano de Desenvolvimento da daquela cidade que são, nomeadamente, a promoção do turismo mundial, preservação do ambiente, promoção e conservação da cultura local, conservação e manutenção do estado natural das baias, defesa dos corais - espécies marinhas em via de extinção no mundo.
    Refira se que aquela baia ja vinha lutando para o seu ingresso neste clube desde o ano 2002 junto da Associação dos Naturais e Amigos da Província de Cabo Delgado, actualmente conhecida por Cabo Delgado em Movimento.
    Daniel Paulo
    .
    Alguns post's anteriores sobre a bela Baía de Pemba:
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 1 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 2 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 3 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 4 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas...5 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas II - 18OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas III- Histórias e lendas - 20OUT2007 - Aqui !
    • Ecos da Imprensa Moçambicana - Pemba e o turismo... - 28ABR2008 - Aqui !

    4/28/08

    Ecos da imprensa moçambicana - Pemba e o turismo...

    Construção em Pemba de hotéis de luxo.
    .
    A baía de Pemba, na cidade de mesmo nome na província nortenha de Cabo Delgado foi convidada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para participar num concurso internacional para eleição das melhores baías do mundo.
    O convite fica a dever-se pelo facto da mesma constar como uma das mais belas baías do mundo, uma vez que, para além da beleza em sí, apresenta uma diversidade cultural invejável e tem-se batido pela conservação dos espaços virgens e por manter a sua originalidade, segundo disse a jornalistas, sexta-feira passada, o presidente do município de Pemba, Agostinho Ntawala.
    Ntawala disse que, Pemba esteve representada, em Outubro de 2007, no Brasil, num encontro durante o qual, uma vez mais, foi vincada a sua eleição para figurar na classe das baías mais belas do mundo, passando assim a ser a quarta no continente africano depois da Àfrica do Sul, Senegal e Cabo Verde que se vêm juntar a outras 26 dos restantes continentes.
    É ainda no quadro da sua elevação que este mês de Maio de 2008, uma delegação de peritos da UNESCO irá deslocar-se a baía de Pemba para avaliar as condições apresentadas pelas autoridades moçambicanas e proceder à entrega do respectivo título de Património da Humanidade que lhe dá o direito de ser integrada no clube das baías mais belas do mundo, segundo ainda a fonte.
    Uma das actividades de reconhecimento pela distinguição a serem desenvolvidas pela edilidade refere-se a construção de dois hotéis de cinco estrelas, com obras a arrancar em 2009 e várias outras infra-estruturas visando acolher o crescente número de turístas que têm-se deslocado a Pemba.
    Presentemente, a baía recebe em média por ano cerca de 98 mil turistas entre nacionais e estrangeiros que contribuem para uma parte significativa das receitas do munícipio, segundo ainda Agostinho Ntawala, que, entretanto, não precisou o montante colectado.
    Fernando Sidumo
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    Alguns post's anteriores sobre a bela Baía de Pemba:
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 1 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 2 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 3 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 4 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas...5 - 11OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas II - 18OUT2007 - Aqui !
    • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas III- Histórias e lendas - 20OUT2007 - Aqui !

    4/22/08

    Porto de Pemba vai ser ampliado.

    Gaborone, Botswana, 22 Abr - Moçambique vai proceder à expansão do porto de Pemba, no norte do país, para facilitar a exploração de petróleo na região, de acordo com a edição de Abril da "newsletter" da Southern African Global Competitiveness Hub.
    A organização, com sede em Gaborone, Botswana, é uma iniciativa do governo dos Estados Unidos da América para promover o comércio internacional da África Austral não apenas com os Estados Unidos mas também intra-regionalmente.
    "O volume de carga processada entre Outubro de 2006 e 2007 aumentou de 66939 para 75990 toneladas", afirmou Orio Benzane, director do porto, à "newsletter".
    A publicação adianta que um projecto de expansão no valor de de vários milhões de dólares permitirá que o porto processasse rapidamente maiores volumes de cargas.
    O porto de Pemba situa-se na província de Cabo Delgado, na terceira maior baía do mundo, mas, não obstante as suas águas profundas e a sua localização estratégica não passa de um porto regional.
    MacauHub- 22/04/08

    10/20/07

    BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas...III História e Lendas.

    (Clique na imagem para ampliar - Foto retirada do álbum de "Andre M. Pipa")
    .
    A Baía de Pemba
    A baía de Pemba, a 13o 00’ Sul e 40o 30’ Este da costa de África, é vulgarmente considerada a terceira maior do mundo, sendo a primeira a de Guanabara no Brasil seguida da de Sidney na Austrália.
    As suas águas ondeando tons, ora azuis ora verdes, apresentam-se mansas em dias de bom sol e agradável tempo mas também escarpadas, rugindo de encontro aos rochedos ou regalando pela areia quando os ventos sopram furiosos do Sul.
    Este ventos mais conhecidos na região por “kussi” originam, não raras vezes centros depressionários bastante fortes do tipo tropical que arrasam quase por completo a cidade.
    O mais antigo temporal que a documentação disponível nos pôde recordar data de 18 de Dezembro de 1904 que causou vários danos assim como levou ao afundamento um pequeno vapor e um iate.
    É feita referência nessa altura à falta de faróis ao largo da baía, sendo o único o da ponta Said Ali que, para além de ter somente 6 milhas de alcance e não 9 como indicavam as cartas de então, não era aconselhável aos navios que passassem no alto mar.
    Outro grande temporal devasta Pemba em 1914, destruindo pratica­mente todas as habitações e provocando grandes embaraços aos serviços da Companhia.
    Estes ciclones assolam de tempos a tempos a região de Pemba, tendo o mais recente ocorrido em 1987.
    Em sua extensão a baía de Pemba atinge os valores de 9 milhas de Norte a Sul e 6 de Leste a Oeste, perfazendo um perímetro de 28 a 30 milhas.
    Mas não só por isso ela goza de tal fama como também pela pro­fundidade do canal de acesso e do porto, com sondas que variam entre 60-70 metros na entrada e 10-40 na parte média, para atingir os 25 metros no fundeadouro junto ao cais diminuindo em direcção á costa.
    A sua entrada é, pois, franca a qualquer tempo e hora, podendo nela penetrar à vontade navios até cerca de 6 metros de calado.
    No entanto, devido a alguns perigos isolados formados por rochas e bancos de coral, é necessária a pilotagem para os navios de alto mar.
    A boca de entrada a partir da qual é feita a pilotagem é delimitada a Norte pela ponta Said Ali e a Sul pela ponta Romero, havendo actualmente farolins em ambos os lados.
    Desaguam na baía alguns pequenos rios sendo o maior o Meridi cuja foz desemboca nas proximidades do baixo Mueve.
    A baía de Pemba constitui, sem dúvida, um porto natural bastante seguro e, apesar de tudo, abrigado dos temporais regionais, tendo sido qualificado por Elton - Cônsul britânico em Moçambique a finais de 1890 - como "O melhor desde Lourenço Marques a Zanzibar”.
    Alguns autores supõem que a baía de Pemba possa ter tido uma origem vulcânica, baseando-se no facto de ali se encontrar com abundância a "pedra pomes" própria de rocha vulcanizada.
    Mas a sua constituição calcária e não basáltica vem a contradizer tal suposição.
    Das origens do nome pouco mais se sabe do que as escassas informações recolhidas da tradição oral, algumas das quais baseadas em lendas, e deve tomar-se em consideração que a designação de Pemba para nome da região não foi a única ao longo dos tempos.
    Em anos muito recuados da nossa história a baía de Pemba era frequentada apenas por alguns pescadores malgaches e swahilis que em suas pequenas lanchas e pangaios arrecadavam o alimento sem nunca ali se fixarem.
    Conta então uma antiga lenda que por essa altura uma de tais embarcações apanhadas por um temporal naufragou tendo como sobrevivente uma mulher que se viu obrigada a procurar algum refúgio nas proximidades da baía.
    A mulher importante (“nuno” em língua local ) conseguiu sobreviver e montar ali a sua guarita.
    Naturalmente conotada a "Nuno" pelos pescadores como "mensageira divina" demonstrando que a zona poderia ser perfeitamente habitada, ela fê-los seguir o seu exemplo.
    Nasce a zona de Nuno pelo qual foi conhecido por longos anos o actual bairro do Paquitequete.
    Mais tarde viria a anexar-se a esta designação a expressão “pampira” (no sitio da borracha) em virtude da grande quantidade da árvore da borracha que no local nascia espontaneamente.
    A região servida pela baía de Pemba foi também já conhecida por Mambe expressão que pode simultaneamente significar quantidade e longitude.
    Embora certos autores relacionem “mambe” à baía de Pemba, a região a que a administração colonial designa por esse nome se situa mais a norte, no distrito de Macomia.
    Uma outra tradição oral refere que um europeu, em data também não precisa, proveniente de Zanzibar faz desembarcar na baía os indígenas que o acompanhavam e, estes, vendo-se assaltados por grandes enxames de moscas gritavam dizendo “pembe” que em swahhili significa mosca.
    Teria sido mambe, pembe ou outra a origem da expressão "Pemba" no território moçambicano, certo é que ela figura nas primeiras cartas inglesas como "Pembe Bay”.

    10/18/07

    BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas...II

    (Imagem original daqui)
    A mais bela do mundo?
    Jerôme Bignon é o francês que está à frente da robusta, mas menos conhecida organização que agrupa as baías mais belas do mundo, uma espécie de magnatas que ao mesmo tempo que defendem o usufruto das condiçoes naturais e turísticas que a natureza oferece nas costas marítimas, fazem-no igualmente para que tal não resulte na destruição do ambiente e por aí vão, de ano a ano, descobrindo mais locais do mundo que reúnam os requistos que o clube defende.
    O Clube das Mais Belas Baías do Mundo é uma agremiação que vai para lá da beleza genuína das baías. Comporta outros requisitos muito rigorosos, sobretudo em relação àquilo que os homens fazem da natureza, o ecossistema marinho ou terrestre e a candidatura de qualquer baía ao clube, é sempre seguida de muitos “lobies” que noutros casos são dirigidos pelos governos e até utilizando vias diplomáticas.
    A baía de Pemba, candidata a partir do dia 6 deste Outubro, não precisou de se apresentar pela mão do Governo, mas sim, via sociedade civil, a partir de um trabalho que já vinha sendo feito, há cerca de ano e meio, que encontrou acolhimento no “Cabo Delgado em Movimento”, uma organização dos naturais e amigos daquela provincia setentrional do nosso país.
    Quando chegámos a Imbituda, na madrugada do dia 6, precisamente na Praia do Rosa, os moçambicanos que haviam ido preparar o terreno encontravam-se a reler os documentos que traziam e que à tarde do mesmo dia seriam apresentados ao Quarto Congresso do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, em forma de candidatura.
    Era preciso usar todos os meios disponíveis e ao alcance para convencer os seus constituintes.
    Ia ser apresentada ao clube a baía de Pemba, uma das maiores do país, provavelmente uma das mais profundas e amplas do mundo, que chega a atingir cerca de 52 metros de profundidade, com uma área aproximada de 150 quilómetros quadrados, com uma diversidade de ecossistemas, como estuários, mangais, tapetes de ervas marinhas, praias arenosas e rochosas, recifes de corais e terras húmidas.
    Moçambique levou para o Brasil a população de Pemba, heterogénea, como é, através de pequenas obras de arte e cultura dos macua, maconde e muani, junto às suas religiões, a sua gastronomia e disse aos congressistas que 30 porcento dos habitantes de Pemba são dependentes de recursos costeiros.
    Foi necessário dizer ao mundo, através do Clube das Mais Belas Baías que a de Pemba, há muito que é admirada, tal como há muitos anos Coutinho escreveu dizendo tratar-se duma espléndida baía que está entre aqueles dois empórios comerciais (Zanzibar e Moçambique) em excepcionais condições geográficas e em circunstâncias tais que aproveitadas convenientemente, terão o exclusivo tráfico do Tanganhica-Niassalândia.
    A delegação moçambicana ao Congresso das Mais Belas Baías do Mundo foi dizer tudo sobre Pemba.
    Que estando em Moçambique o seu clima é obviamente tropical e que a temperatura anual do ar é de cerca de 25 graus centígrados, um clima que sofre a influência da zona de baixas pressões equatoriais, com prevalência de ventos monsónicos de Nordeste durante o Verão no sul e norte e ventos de Sudoeste durante o Inverno, no sul.
    A equipa técnica da apresentação da candidatura ficava durante largas horas incomunicável, com o Dr. Kwasi Agbley, sempre a ensaiar e do outro lado o general Alberto Chipande, presidente da Associação dos Naturais e Amigos de Cabo Delgado, usando o tacto diplomático de que não se lhe conhecia, desdobrava-se em contactos com as delegações de países que já têm as suas praias no Clube das Mais Belas do Mundo.
    “Havemos de conseguir, todos estão do nosso lado” dizia amiúde Alberto Chipande, sempre que o “Notícias” se aproximava dele para lhe “medir a temperatura”, cada vez que o tempo se aproximava do acto esperado.
    Agostinho Ntauale, presidente do Município de Pemba, que trazia da sua cidade uma mala enorme de objectos de arte e diversa documentação sobre a baía candidata, foi quem abriu a apresentação, pedindo que se distribuissem aos congressistas as pastas que continham a informação relevante sobre a baía.
    Afinal, eram pastas forradas de capulanas de diferentes cores, com esferográficas guarnecidas de pau-preto e outros tipos de madeira.
    Foi a primeira sensação de que se estava perante um país diferente!
    Ntauale solicitou aos presentes para não perderem a oportunidade de chegar à baía de Pemba para se certificarem do que os documentos diziam, nomeadamente que se tratava duma porção de terra que é bela desde a sua existência, mas que não se encontrava no clube, simplesmente porque situações adversas fizeram com que Moçambique só mais tarde se apercebesse da sua existência.
    Muito lacónico, apresentou a delegação moçambicana, tendo salientado o nome do general Chipande, a quem pediu para que se dirigisse aos presentes.
    Igualmente de poucas palavras, este não escondeu o facto de ter sido, por muito tempo guerrilheiro, durante a luta e libetação de Moçambique e aproveita esse facto para aliá-lo à necessidade de fazer um turismo sustentável, não destruidor, que respeite a natureza, um dos ditames mais presentes no Clube das Mais Belas Baías do Mundo.
    “Nós que estivemos durante muito tempo no mato, como gurrilheiros, na luta pela nossa independência nacional, sabemos quanta importância tem a natureza, que não pode ser destruída em nome do turismo ou do desenvolvimento” disse, aplaudido.
    Entrementes, Alberto Chipande acabou sendo invadido por abraços dos congressistas, que se estenderam à toda delegação moçambicana, a quem depois se lhe distribuiu os certificados de participação no quarto congresso.
    “Já recebemos e dentro de algum tempo havemos de seguir os trâmites normais para a apreciação da candidatura de Moçambique” garantia Jêrome Bignon, presidente do Clube Mundial das Mais Belas Baias.
    José Roberto Martins (Beto), presidente do município (prefeito) de Imbituda, onde se localiza a Praia do Rosa, que acolheu o congresso, disse falando ao “notícias” que “faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que Moçambique, através da baía de Pemba, se junte a este clube”.
    Portugal, que já tem a baía de Setúbal no clube, falou através do seu chefe da delegação manifestando a sua predisposição em apoiar Moçambique, e falando à nossa Reportagem disse: acho que Moçambique tem belas praias, melhores do que esta onde estamos reunidos, por isso não vejo qual vai ser a dificuldade de aceitar a sua candidatura e eventual aprovação.
    Quando quisemos saber do chefe da delegação portuguesa a razão da candidatura de Setúbal em detrimento da mais famosa baia do Algarve, respondeu: Algarve está completamente ocupada, está toda construída, não temos hipóteses de juntar a sua beleza à necessidade de defender o ambiente.
    TAREFA SEGUINTE É DOS RESIDENTES DE PEMBA
    Era o momento em que tudo de bom devia ser dito.
    Que oferece aos turistas um leque de opções que vão desde as danças tradicionais música contemporânea, passando pelo teatro, prática de desporto e mesmo um animado carnaval.
    Que o porto de Pemba começa a ser um ponto de referência para cruzeiros internacionais.
    No cais são recebidos por qualificados guias turísticos que lhes proporcionam uma agradável visita à cidade.
    Por seu turno, o Aeroporto Internacional de Pemba recebe turistas vindos dos quatro cantos do mundo.
    Actualmente, tem ligações directas com o aeroporto de Nairobi, Quénia, Dar-Es-Salaam, na Tanzania e Joanesburgo, África do Sul, esperando-se que brevemente seja ampliado para aumentar as opções dos visitantes.
    Estes factos podem, entretanto, não ser suficentes se a metalidade das populações locais não mudar quanto ao seu posicionamento em relação à natureza e uma das importantes formas de conservação da diversidade marinha e costeira é a criação de áreas de protecção.
    Os consultores avançam em estratégias mais efectivas de protecção da saúde da baía de Pemba e o incremento da consciência, percepção e uso adequado dos recursos, para o que propõem o desenvolvimento de campanhas de protecção da baía para além da advertência aos turistas sobre artigos a comprar aos vendedores.
    Aqui pretende-se chamar à atenção dos turistas a não adquirirem produtos de venda ilegal, como seja artigos produzidos na base de carapaças de tartarugas ou corais, entre outros.
    O presidente do Conselho Municipal de Pemba, abordado para se pronunciar à volta da aceitação da candidatura da baía do seu município disse que o passo seguinte é sensibilizar o país em geral e os residentes de Pemba, em particular, sobre quanta responsabilidade recai sobre si, imediatamente a seguir, com vista a fazer com que definitivamente a baía conste da lista das mais belas do mundo.
    “Temos que fazer muito nos próximos tempos vamos ser visitados pelo presidente do Clube das Mais Belas Baías do Mundo. Ele vem confirmar o que dissemos na nossa apresentação. Teremos que tornar a presença dele em momento de festa. A população de Pemba, terá que voltar a manifestar a sua hospitalidade e carinho com os seus hóspedes. Estamos a entrar para uma fase de prova da nossa própria seriedade”.
    Agostinho Ntauale acredita que o seu mandato vai encerrar com a vitória que vai significar a colocação de Pemba naquele grupo de baías mais belas do mundo.
    Há muitos interesses em jogo, desde o facto de o clube ser reconhecido internacionalmente como robusto do ponto de vista económico, como pelo prestígio que goza, como fundamentalmente o facto de as baias mais belas poderem ser consideradas pela UNESCO locais a conservar e, em face disso, serem futuramente declaradas Património da Humanidade.
    Alberto Chipande disse que os moçambicanos, particularmente os naturais de Cabo Delgado e, sobretudo os residentes da cidade de Pemba, são chamados a vencer mais esta batalha, numa nova frente, de luta pelo desenvolvimento.
    “Esta é outra frente que temos que vencer. A tal independência económica que a politica sempre pretendeu trazer também passa por estas iniciativas. A “CD em Movimento” vai se empenhar para que isso dê certo. Temos que ter a importância que temos, que representamos, mas com coisas concretas”.
    PEDRO NACUO - Maputo, Quinta-Feira, 18 de Outubro de 2007:: Notícias

    9/08/07

    Balama - ONG interditada.

    (Imagem daqui)
    Igreja interditada de trabalhar na área de assistência social
    As autoridades de Cabo Delgado interditaram a organização religiosa Águas Vivas, baseada no distrito de Balama, de continuar a realizar acções no âmbito da assistência social a crianças por alegadamente não observar as normas estabelecidas no quadro de instituições de atendimento a petizes, entre as quais as condições de alojamento e saneamento.
    O director provincial da Mulher e Acção Social, Graciano Langa, confirmou o facto à nossa Reportagem, tendo adiantado que, por outro lado, a Igreja Águas Vivas não está oficializada como uma organização não-governamental, que possa actuar no domínio da área social, o que reforça a posição vigente do Executivo, mas sem no entanto se lhe fecharem as portas para outras formas de assistência.
    “Mesmo assim, a organização ficou a fazer algumas actividades na assistência comunitária a famílias com crianças órfãs. Acolhe, já em casas condignas, crianças dos postos administrativos de Balama que vêm a sede estudar (em situação de orfandade) na escola local”, disse o director da Mulher e Acção Social.
    O Conselho Coordenador deste sector, realizado semana passada no posto administrativo de Mapupulo, distrito de Montepuez, passou em revista o ponto referente à articulação entre a Igreja Águas Vivas e as autoridades dos sectores da Saúde e da Mulher e Acção Social, tendo concluído continuar a desaconselhá-la a não enveredar pela sua prestação de apoio no âmbito de apoio à Mulher e Acção Social.
    Dados colhidos pelo “Notícias” referem que a Igreja Águas Vivas contactou o Governo, através da Direcção Provincial da Mulher e Acção Social, entre 2002 e 2003, com a intenção de abrir um orfanato em Balama. Nessa altura, mesmo depois de aberto, as autoridades competentes, verificadas as condições de alojamento eram precárias, não eram adequadas para o bom crescimento e desenvolvimento das crianças em situação difícil e decidimos desaconselhar a não continuar com a iniciativa”, confirma Graciano Langa.
    Mesmo assim, mais uma vez a “Águas Vivas” volta a apresentar uma outra iniciativa, desta feita de trabalhar no âmbito da reabilitação nutricional de crianças de crianças. Aqui também veio a falhar.
    “Aqui também veio a falhar porque não obedece a um conjunto de regras estabelecidas pelo Ministério de Saúde. Foram detectados atropelos a normas, razão que ditou a que o Governo do distrito de Balama encerasse a actividade de reabilitação nutricional.
    Aquela congregação religiosa pretendia ainda estender as suas acções ao distrito de Meluco, no centro-norte, tendo encontrado o mesmo posicionamento oficial.
    Para que a Igreja Águas Vivas possa articular com as autoridades governamentais locais, no âmbito das propostas que apresenta para a área da Mulher e Acção Social. Segundo Graciano Langa, é imperioso que cumpra com as normas e regras estabelecidas, bem como crie uma instituição a si subordinada que possa executar os seus programas.
    Pedro Nacuo - Maputo, Sexta-Feira, 7 de Setembro de 2007:: Notícias

    9/07/07

    Rui Paes (de Pemba) entrevistado pelo Expresso.

    Rui Paes: pinto, como e durmo
    Rui Paes, o pintor que ilustou um livro infantil de Madonna, fala de si, da sua vida e do seu trabalho:
    Rui Paes estava sentado no chão da Galeria Municipal de Matosinhos, às voltas com um banco de madeira. «É como a Paixão de Cristo», sorriu. Dos pregos saía uma tinta avermelhada. «Isto interessa-me: a nossa inabilidade para o sangue», acrescentou. É este, então, o português que ilustrou o livro de Madonna. No I Simpósio Internacional de Pintura, realizado em Matosinhos, Rui Paes crucificava um banco de madeira. A entrevista começou ao contrário: foi o pintor que se atreveu ao diálogo. Esta foi a resposta à pergunta que não houve: Faço pintura mural e, porque tem de ser, procuro que as formas sejam correctas, ou, mais importante, que se adaptem ao espaço arquitectónico, porque senão a ilusão não funciona, contradiz-se e desfaz o efeito. A disciplina mental é importante. A exactidão tem uma disciplina mental. Utiliza um sistema que não é um sistema fixo, único, mas que se adapta às circunstâncias, como agora aqui, em Matosinhos. Eu vinha com uma ideia: a de que Matosinhos era uma cidade de pescadores, e tinha criado uma imagem em relação a essa ideia. Mas quando cheguei cá alterei completamente tudo, porque preferi começar a absorver aquilo que me foi dito, aquilo que vi e aquilo que percebi e transportar isso para a pintura. Em vez de forçar o meu tema e sobrepor a esse tema uma coisa extemporânea, decidi alterar a ordem: deixar que a cidade me dissesse o que quis dizer e que eu pusesse na tela aquilo que ela me quisesse dizer.
    E o que é que a cidade lhe disse, até agora?
    Imensas coisas. Fiquei espantado com a quantidade de lendas, com a religiosidade do sítio!
    Como é que surgiu a ideia deste banco que estava a decorar? Disse-me que tinha a ver com a nossa inabilidade para o sangue.
    Em Inglaterra, onde vivo, a religião oficial é mais despojada, com uma imagética muito mais despojada do que a nossa. Eles têm pavor àquelas imagens da tortura, àquela fase em que Cristo é sentenciado e castigado. Essas imagens não aparecem muito nas igrejas protestantes, também porque são muito mais austeras, muito mais limpas - em Inglaterra, sobretudo. Esse foi um dos aspectos que sempre me interessou muito na religião: o aspecto gráfico do sofrimento. E o sofrimento pode ser físico, emocional, intelectual. Somos quatro pintores, no encontro em Matosinhos e a cada um foi oferecido um banco pequenino de pinho para decorarmos. (Ainda por cima pinho, que é a ideia da madeira da cruz... embora eu não saiba qual foi a madeira usada na crucificação.) Eu gostei muito da Igreja do Senhor de Matosinhos. Gosto muito da arte do período barroco e, quando me foi sugerido que decorasse o banco, que o pintasse, não pude deixar de pensar nisso, no corpo branco de Cristo depois de torturado, depois de chicoteado. Esta é uma imagem que faz parte da pintura clássica. Achei que o banco só podia ser aquilo: símbolo mesmo da Paixão de Cristo e da entrega do pintor, da entrega do artista ao seu trabalho, que também é total.
    Em que medida é que relaciona a Paixão de Cristo e essa entrega à arte? Não tem a ver com o sofrimento pelos outros...
    Não, não, pelos outros nunca. É sempre por nós próprios, pelo nosso trabalho. Mas é o exercício de uma solidão absoluta. A pintura é o exercício da extrema solidão. E eu gosto de estar sozinho comigo, foi-me dada essa grande dádiva. O meu trabalho é o meu companheiro, e eu estou bem com ele. Fecho-me no ateliê e esqueço-me.
    Como é a sua vida em Londres?
    Divido o meu tempo entre Londres e o campo. Tenho um ateliê em Londres e um ateliê ao pé de Cambridge, onde passo muito tempo. Mas é uma vida assim: pinto, como e durmo. Hoje, faço muito menos jardinagem. Tenho andado desligado das plantas. Mas lá ponho umas camélias de vez em quando. É uma vida muito tranquila.
    Ainda continua a pintura mural, a intervenção nos castelos?
    Agora vou fazer um projecto com um colega inglês para um cliente de Munique. Inclui elementos de arquitectura e escultura de um castelo que o cliente tem, mas isto é para uma casa de cidade. Ele quer trazer para a cidade aspectos de paisagem, arquitectura e escultura da outra propriedade do campo, e o trabalho vai ser baseado nesse tema. De resto, tenho andado à volta do livro que estou a fazer para o São Carlos ver caixa e a desenvolver também ideias à volta de um cavalo que me apareceu há 20 anos, um cavalinho que encontrei em França, em Aix-en-Provence.
    Conte-nos melhor essa história do cavalo.
    Numa viagem que fiz, há 20 anos, apareceu-me um cavalinho branco no chão, numa ponte, e eu guardei-o sempre. Um dia, reencontrei-o e disse: isto está a querer dizer-me qualquer coisa. É um trabalho pessoal, uma brincadeira que estou a fazer e que me está a divertir muito. É este o projecto em que estou envolvido em termos de pintura de cavalete: desenvolver uma imagem ligada a conceitos, a palavras... É mais um jogo de língua e actividade. As palavras que estão escritas na tela definem a acção do cavalo. Elas não estão escritas foneticamente correctas, mas soam como a ideia que quero passar. Apetece-me brincar com os ingleses! Eu gosto muito de línguas. Gosto muito da língua inglesa, conheço-a bem, é irresistível. Gosto das palavras. Não leio tanto como gostaria. Escrevo algumas coisas. Não sou um estranho às palavras, mas acho que as palavras têm de ser as palavras exactas.
    Que diferença sente entre pintar uma tela e pintar um interior, um muro?
    É um bocado como a ilustração. As pessoas não entendem que um pintor é um pintor. Um pintor pinta. Pode fazer ilustrações para um livro, pode fazer pintura mural, pode fazer pintura de tela, pode fazer o que quiser. O que ele teve foi anos - seja de vida, seja de aprendizagem académica - que foram desenvolvidos à volta da pintura, do trabalho com tinta, com a expressão plástica. Por isso, eu estou a pintar sempre. Um músico e um pintor, nesse aspecto, não são muito diferentes. Um músico pode ser um intérprete e pode ser um compositor. O pintor também. Quando estou a ilustrar um livro, estou a seguir um guião, a interpretar um tema que me é oferecido, e estou a tentar alargar o espectro simbólico, significativo, do tema. Estou a interpretar, como um violinista poderá interpretar uma peça. Quando estou em frente a um cavalete, estou a compor. Mas continuo a trabalhar na mesma área.
    É a diferença entre trabalhar uma imagem que é sua ou uma imagem de outra pessoa?
    Que me é fornecida pelas palavras de outra pessoa. Se for o caso da pintura mural, é uma questão de orquestração. O pintor é um orquestrador. Eu orquestro quando faço pintura mural, porque tenho de incluir elementos que me são sugeridos, que me são exigidos, alguns. Tem de ter este aspecto, tem de ter aquele, não gosto de macacos, não faça um macaco a sorrir porque mete impressão...
    No caso do livro da Madonna, o macaco foi uma das razões do encontro. Ouvi uma história que envolvia um macaco, a Madonna e o Rui Paes...
    Sim, sim. [risos] A Madonna chegou a mim por causa de um castelo na Noruega, mas sobretudo por causa dos macacos que eu lá pintei. Quando me fizeram a proposta de pintar o «hall» de entrada, achei que, pelos elementos que a sala apresentava, o mais bonito era fazer uma coisa à chinesa do século XVIII, mas divertida. Quis fazer uma «singerie», uma macaquice. Os editores viram aquele trabalho no «New York Times» e pensaram: isto é uma possibilidade. Fizeram-me uma proposta, e eu fiquei muito interessado com o projecto. Quando a história chegou, pareceu-me difícil, mas li, reli e comecei a percebê-la. Emocionou-me, porque definia bem como é possível ser-se generoso, e entreguei-me ao projecto.
    Como reagiu o seu filho quando lhe contou a novidade? Gostava de saber como é que se chega a casa e se diz que se vai ilustrar um livro da Madonna.
    Eu pedi-lhe que ele adivinhasse. Disse-lhe que ia trabalhar com uma cantora mais da minha geração... Ele acertou à terceira.
    Já o tinha em muito boa conta.
    Ele é muito sóbrio. Ficou contente, mas é uma pessoa muito sóbria. Eu estava no Rio de Janeiro quando recebi a notícia de que a Madonna tinha dado o OK e devo dizer que dei pulos. Estava sozinho no quarto de hotel e fiz aquelas coisas que só se vêem nos filmes.
    Nos filmes salta-se em cima da cama...
    Exactamente! [risos]
    Chegou a conhecer a Madonna?
    Sim, mais tarde. Falámos ao telefone e na apresentação do livro apresentámo-nos um ao outro. Ela é uma mulher lindíssima, não tem nada a ver com as fotografias. Ao vivo, é uma pessoa muito bonita e tem uma aura muito boa, projecta uma luz clara.
    Em que lugar é que se encontra hoje? De regresso ao figurativo?
    Eu nunca deixei de pintar figurativo. Mesmo quando pintava as grandes telas vermelhas. Quando saí de Portugal, o meu processo de criação tornou-se cada vez mais limpo, mais despojado, mais austero. Quando tive oportunidade de, pela primeira vez na vida, pintar oito a dez horas, no mestrado, isso deixou-me inquieto. O projecto definiu-se a si próprio, mas foi um projecto de limpeza, ligado a uma certa espiritualidade. O despojamento da pintura indicava o processo do meu próprio despojamento. Passei os primeiros meses no Royal College a mandar embora do meu pensamento as pessoas que interferiam, as vozes que interferiam. Foi mesmo um processo de limpar.
    Mas essas vozes...
    Eram vozes portuguesas.
    Tinham a ver com os mestres, com a sombra de outros criadores, ou eram vozes pessoais?
    Era toda a gente. Quis libertar-me das interferências: limpar, coar, polir, até poder estar só comigo. Os primeiros meses do mestrado foram feitos assim, e a pintura acompanhou tudo isso. Acabei por pintar grandes áreas com contentores vazios dentro delas. Foi mesmo um processo de limpeza, de limpeza espiritual, emocional.
    Lembra-se de como era antes de pintar? Lembra-se do processo?
    A primeira pintura a sério que fiz foi quando tinha sete ou oito anos. Foi o Deus nas nuvens do Rafael, a guache. Havia um livro escolar que na contracapa tinha uma pintura cuja parte superior era Deus e as nuvens com dois anjinhos. Eu gostava tanto daquilo, e era assim que eu queria pintar!
    Com essa pureza?
    Assim, tão bem! [risos]
    In- Expresso - Entrevista de Filipa Leal, Fotografia de Bruno Barbosa
    Rui Paes nasceu em Moçambique (Pemba), em 1957. Terminou o Curso de Artes Plásticas da ESBAP em 1981. Em 1982 recebeu o Prémio Revelação Arús. Fez o mestrado em Pintura no Royal College of Arts como bolseiro da Gulbenkian. Foi premiado com uma bolsa da Beal Foundation, de Boston. Em 1990 realizou cinco Retratos Monumentais para os cenários de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, no Bayliss Theatre, em Londres. Tem executado pintura mural na Alemanha, Egipto, França, Inglaterra, Líbano, Noruega e Portugal. Vive e trabalha em Londres. Foi um dos convidados do I Simpósio Internacional de Pintura de Matosinhos. Ilustrou o livro infantil de Madonna Pipas de Massa e ultima as ilustrações para o livro O Fantasma Trezmelenas, de Alice Vieira, onde se conta às crianças a história do Teatro São Carlos.
    Rui Paes no ForEver PEMBA - aqui-2 , aqui-3 , aqui-4 , aqui-5 , aqui-6 , aqui-7 , aqui-8 , aqui-9, aqui-10, aqui -11 e aqui-12

    9/01/07

    Notícias de Negomano...

    Particularidades de Negomano
    Para além de se tratar dos mais carenciados postos administrativos de Cabo Delgado e punido pela intransitabilidade da sua única via de acesso durante a maior parte do ano, Negomano deve ser dos menos habitados por homens.
    A sua sede não tem mais que 460 habitantes, segundo uns dados, e 667 conforme outros.
    Tendo fé nesta última cifra é curioso que, ao contrário do que tem sido quase automático, nos outros pontos do país, em Negomano há mais homens que mulheres.
    São 327 mulheres contra 340 homens. Mesmo assim, há polígamos, outros ainda que têm outras mulheres do outro lado da fronteira, em Ntambaswala, Tanzânia.
    Há muito que se discute se Negomano podia merecer o estatuto de posto administrativo em função do número dos seus habitantes. Em 1997, eram apenas 3500 em toda a área do posto administrativo de Negomano e hoje, 10 anos depois, ainda não sabemos quantos é que são.
    Mesmo para colocação de um posto de saúde, houve que desprezar alguns passos normais da saúde então vigentes, como o facto de não ter 10 mil habitantes para isso merecer.
    Na sede de Negomano, as casas para habitação não passam de 125, quatro destas fabricam todos os dias uma bebida tradicional, vulgo “nipa”, seis vendem outros tipos de bebida das destilarias semi-industriais e seis barracas estão por concluir, para engrossarem o número das casas que vendem “grossa”.
    Em Negomano fala-se sete/oito línguas: matangwe, ngoni, yau, macua, maconde, swahili e português/inglês.
    Mas nas línguas que vêm normalmente da escola quase que só com meia dúzia de pessoas se pode falar: professores, o enfermeiro e o pessoal da migração.
    O centro de saúde, pelo menos no dia 8 do mês de Agosto ontem terminado, estava com as portas escancaradas, com os medicamentos à vista, incluindo caixas de soro.
    Nem enfermeiro, nem doente, nem ladrões.
    Espera-se, entretanto, que Negomano seja povoado nos próximos meses. É que por ironia do destino, éprecisamente aqui onde está em construção a ponte sobre o Rio Rovuma, certamente trará muita gente e, se calhar, os outros da margem esquerda virão preencher os espaços ainda virgens.
    Pedro Nacuo - Maputo, Sábado, 1 de Setembro de 2007:: Notícias

    8/17/07

    Motivações económico-políticas no roubo de cabos elétricos ?...

    Roubo de material eléctrico: EDM culpa motivações de ordem económico-políticas.
    A empresa Electricidade de Moçambique (EDM), vê nas motivações de índole económico-políticas como estando por detrás da actual onda de roubos dos materiais eléctricos a si pertencentes, entre cabos eléctricos, cantoneiras e outros, e cria uma unidade técnica destinada ao seu combate, segundo foi anunciado no distrito de Mecúfi, Cabo Delgado, onde decorria o III Conselho Coordenador do Ministério da Energia do nosso país.
    Celestino Sitoe, jurista da EDM, apresentou um quadro negro sobre o actual nível de roubos que apoquentam a sua empresa e agrupou em duas as motivações que podem estar por detrás da actual onda de roubos que deixa à sua trás um rol de prejuízos que acabam afectando o próprio desenvolvimento do país.
    “A linha Nampula/Nacala tem sido frequentemente sabotada, assim como o que aconteceu na Beira, em que a subestação de Maquinino, para além de sabotada foi vandalizada, tirando baterias, o sistema de frio, aparelhos de ar condicionado, com um requinte de quem bem conhece a matéria, desta feita não ir apenas vender à sucata, pensamos haver motivos de ordem política que os serviços de inteligência poderão vir a esclarecer”, disse.
    Por outro lado, segundo Celestino Sitoe, pode pensar-se na pobreza geral que está a contribuir para o aumento dos roubos, pois de acordo com a fonte, os sucateiros são incitados por quem promete pagar elevadas somas em dinheiro, visto que o preço do cobre na sucata subiu nos últimos tempos de 20 meticais o quilo para 130 meticais a mesma quantidade.
    A EDM diz não haver dúvidas de que a sucata, de materiais eléctricos, tem como destino privilegiado a África do Sul, onde é transformada em lingotes de cobre e alumínio e depois reexportada para o mercado asiático, razão porque de 2005 a 2006, as exportações de lingotes daqueles metais cresceram naquele país em cerca de 40 porcento.
    “Portanto, está-se perante a caça ao tesouro, na verdade um sério revés ao desenvolvimento do sector eléctrico e do país em geral, que interfere negativamente na expansão da rede, na qualidade da energia distribuída, afecta a imagem da empresa perante os seus utentes e obriga a desvio de recursos, quer humanos, quer materiais e financeiros, para atender a esta nova realidade”, ajuntou.
    A Situação líquida da EDM, conforme disse aquele funcionário, pode ser negativa nos próximos tempos, afectando em consequência o seu exercício económico, de tal jeito que o problema não deve ser visto como somente daquela empresa, mas na realidade afectando o país inteiro.
    O presidente do Conselho de Administração da EDM, ao seu tempo, disse que se está a correr o risco de a situação se tornar incontrolável e revelou que já há sinais, na sua empresa de alguma incapacidade de reposição dos materiais roubados. Como primeira acção mais contundente visando contornar o fenómeno, a EDM anunciou a criação da Unidade Técnica de Combate ao Roubo de Materiais Eléctricos, que se pretende venha a elaborar um plano de actividades e submetê-lo ao respectivo conselho de Administração.
    PEDRO NACUO - Maputo, Sexta-Feira, 17 de Agosto de 2007:: Notícias

    8/14/07

    Moçambique - Pesquisas de petróleo !

    Resultados de pesquisas de petróleo são encorajadores, afirma governo de Moçambique.
    Maputo, Moçambique, 13 Ago - O governo moçambicano anunciou sexta-feira “resultados encorajadores e de confiança” nas pesquisas de petróleo, que reforçam a intenção de assinar mais acordos de prospecção até finais deste ano. O optimismo de Maputo em relação às operações de pesquisa de petróleo já em curso foi manifestado aos jornalistas pelo presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleo de Moçambique, Arsénio Mabote, à margem de um encontro com representantes da indústria petrolífera em Moçambique. “Os dados até ao momento recolhidos pelas pesquisas em curso são encorajadores e dão-nos confiança. Precisamos de tempo, paciência e persistência”, sublinhou Mabote. Dez empresas, na maioria, transnacionais, estão actualmente envolvidas na prospecção de petróleo na Bacia de Moçambique, que compreende uma parte do Rio Rovuma, norte de Moçambique, até à fronteira, a sul, com a África do Sul, e na Bacia do Rovuma, que inclui as províncias de Cabo Delgado e Nampula, norte, bem como Sofala, centro. Na base dessa forte expectativa, está a existência de grandes reservas de gás e de outros hidrocarbonetos no país, que são indícios importantes da ocorrência de petróleo, sustentou o presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleo de Moçambique. Mas as empresas envolvidas na prospecção de petróleo consideram que os dados sísmicos disponíveis até à data não são suficientes para sustentar a decisão onerosa de abrir poços nas áreas concedidas. No caso concreto da Bacia do Rovuma, sabe-se que os dados sísmicos disponíveis permitem fazer analogias com outras regiões do mundo onde há ocorrência de petróleo, para inferir que, naquela zona também se pode explorar aquele hidrocarboneto. “Na verdade, há indicações de que o sistema petrolífero do Rovuma funciona. Por exemplo, na zona próxima do Pemba Beach Hotel nota-se que há asfalto, o que é um indicador muito forte. O ponto, agora, é saber onde é que ele ocorre e em que quantidades" disse um dos oradores, em representação das companhias presentes no encontro, onde foram ouvidas intervenções da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, Petronas, Norsk Hydro e Anadarko.

    8/07/07

    Obras da ponte sobre rio Rovuma com 35% de progresso.

    O progresso actual das obras de construção da ponte sobre o rio Rovuma é de 35%, sendo que já foram construídos dez pilares. A primeira pedra para a construção desta ponte foi lançada em Outubro de 2005 e espera-se que venha a ser concluída em Novembro de 2008.
    Tendo em vista a necessidade de até o próximo ano a ponte esteja a funcionar em pleno, ligando Moçambique e Tanzânia, já estão em curso iniciativas tendentes à edificação das instalações da fronteira de Negomano. Neste sentido, estão programadas, desde ontem até o dia nove do mês corrente, sessões para analisar a proposta do esboço da ocupação da referida fronteira e avaliação do estágio actual das obras da ponte sobre o rio Rovuma.
    O encontro está a ser coordenado pelo Ministério da Obras Públicas e Habitação, através da Administração Nacional de Estradas.
    In - CCPM - 07/08/07
    Desenha-se futura ocupação de Negomano.
    Uma equipa multidisciplinar, constituída por técnicos da Administração Nacional de Estradas (ANE) e de alguns ministérios, está a desenhar acções concretas visando a edificação de infra-estruturas, entre edifícios de soberania da fronteira, para instituições públicas, protecção territorial, telecomunicações e energia a serem construídas em Negomano, posto administrativo do distrito de Mueda, local onde está a ser erguida a chamada Ponte da Unidade, sobre o rio Rovuma. Pretende-se, segundo a Administração Nacional de Estradas, assegurar que em Novembro do próximo ano, altura em que se prevê a conclusão das obras de construção da ponte, o posto fronteiriço esteja a operar em pleno, pelo que se acha necessário avançar imediatamente para a construção de edifícios que vão acolher, para além dos órgãos de soberania, os serviços sociais.
    A equipa tem à frente a ANE, que integra quadros de outros ministérios que tratam de assuntos transversais, assim como aqueles que esperam poder ter alguma representação na fronteira de Negomano.
    O comité técnico da ponte sobre o Rovuma garante que, pelo evoluir das obras, tudo indica que o tempo previsto, Novembro de 2008, possam ser concluídas e considera a empreitada dentro do programa de trabalho, apesar de ter havido uma interrupção de cinco meses devido à chuva que fez com que o caudal do rio não permitisse a comunicação das mesmas.
    A ponte custeada por Moçambique e Tanzania, num valor de 14.5 milhões de dólares, tem como empreiteiro a empresa chinesa, “China-engineering” e vai ter um duplo revestimento betuminoso com duas faixas de rodagem de 3250 metros e igual número de bermas de 1500 metros.Ela será suportada por 17 pilares e 2 encontros. Neste momento emprega 200 cidadãos tanzanianos e 65 nacionais e esperava-se que atingisse 50 porcento do país em Março passado.
    Outros dados obtidos pelo “Notícias” junto do comité técnico, indicam que dez pilares e um encontro foram concluídos e espera-se que em Setembro próximo se efectue a betonagem do tabuleiro. Foi igualmente realizada a desmatação de cinco quilómetros de estrada do lado da fronteira, para dar acesso à ponte.
    Negomano, na confluência entre os rios Lugenda e Rovuma, localiza-se a 534 quilómetros de Pemba, numa pequena povoação hoje habitada por apenas 667 habitantes e tem do outro lado da fronteira a região de Mtambaswala, província meridional de Mtwara, na Tanzania.
    Maputo, Terça-Feira, 7 de Agosto de 2007:: Notícias

    8/04/07

    Cabo Delgado - Recenseamento.

    Partidos de mãos dadas para o recenseamento.
    A Frelimo e a Renamo fizeram deslocar a Cabo Delgado delegações centrais para a monitoria e sensibilização do povo para aderir de forma massiva aos dois censos, nomeadamente o recenseamento da população e habitação e o recenseamento eleitoral.
    O partido no poder enviou a Cabo Delgado uma delegação de nove dirigentes, chefiada pelo membro da Comissão Política e secretária para a Área de Formação e Quadros, Conceita Sortane que, falando a jornalistas, disse ser importante que os militantes do partido e a população em geral percebam que os dois processos são preponderantes na luta que o país trava contra a pobreza.
    A delegação da Frelimo desdobrou-se pelos distritos para assistir ao início do recenseamento geral da população e habitação, ao mesmo tempo que prepara os seus militantes para as eleições para as Assembleias Provinciais, autárquicas e legislativas e presidenciais.
    Conceita Sortane já oficializou o Gabinete Provincial de Preparação das Eleições, numa reunião que teve lugar na sede da Frelimo, tendo sido indicado chefe Virgílio Mateus, Primeiro-Secretário provincial, para o chefiar. Para Conceita Sortane, o envolvimento da juventude, da mulher e dos combatentes da luta de libertaçãonacional em todos os programas que têm contribuído para vitórias sucessivas é desta vez mais importante ainda, tendo em conta a necessidade de sensibilização e mobilização das populações.
    A delegação da Renamo, chefiada pela presidente da Liga Feminina daquela formação política, Maria Inês Martins, privilegiou os distritos de Chiúre e Mocímboa da Praia para o seu trabalho político virado para os dois censos.
    “Pedimos em todos os locais por onde passámos aos nossos militantes e à população em geral, para que adira em massa a estes dois processos. Aliás, a mensagem já lá estava quando chegámos, razão porque mesmo nas canções que ouvimos se falava do recenseamento”, disse.
    Por seu turno, o governador da província, Lázaro Mathe, disse que tudo está a postos para que o recenseamento tenha lugar com sucesso em toda a extensão territorial de Cabo Delgado. O censo vai decorrer nos 16 distritos, abrangendo um universo de 1.650 mil habitantes, numa área de 82625 quilómetros quadrados.Estão envolvidos neste processo 4196 agentes de recenseamento e 1589 controladores.
    Maputo, Sábado, 4 de Agosto de 2007:: Notícias