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9/30/09

Ronda pela Imprensa brasileira: Onde se fala de ditadores, Honduras, Irã, Brasil e determinadas simpatias políticas.

Jornal Folha de São Paulo - Editorial - via blog do Noblat:

O Brasil se intromete mais do que deve em Honduras e toma atitude estranha de negar-se ao diálogo com governo de fato.

O envolvimento do Brasil na crise hondurenha foi além do razoável, e provavelmente o Itamaraty já perdeu a capacidade de mediar o impasse. É preciso dar um passo atrás e recuperar a equidistância em relação seja à intransigência de um governo ilegítimo, seja a uma plataforma, dita bolivariana, descompromissada com a democracia.

O Brasil perdeu o mando sobre sua embaixada em Tegucigalpa. A casa está ocupada por cerca de 60 militantes, que acompanham o presidente deposto, Manuel Zelaya. Devido à omissão do governo brasileiro, Zelaya e seu séquito transformaram uma representação diplomática estrangeira numa tribuna e num escritório político privilegiados.

O salvo-conduto para o proselitismo chegou ao ápice no sábado. De dentro da embaixada brasileira, Zelaya conclamou a população do país à revolta. Se o Brasil considera o presidente deposto seu "hóspede", deve impor-lhe a regra fundamental da hospitalidade diplomática: calar-se sobre temas políticos internos. Do contrário, caracteriza-se intromissão de um país estrangeiro em assuntos domésticos hondurenhos.

A propósito, terá o Itamaraty controle sobre todos os cidadãos alojados em sua representação? Sabe, de cada um, a nacionalidade e o motivo de estar ali? O abrigo deveria restringir-se a Zelaya e seus familiares próximos; todos os demais precisam ser retirados da embaixada. Não cabe ao Brasil hospedar a guarda pretoriana do presidente deposto.

Outra posição cada vez mais estranha do Brasil é a recusa absoluta de negociar com o governo interino de Roberto Micheletti. Tal intransigência contraria a tradição diplomática do Itamaraty, não contribui para a dissolução do impasse e cai como uma luva para o objetivo do chavismo -interessado em prolongar a desestabilização política em Honduras.

O presidente Lula negocia com a ditadura cubana e a favor dela interveio na Assembleia Geral da ONU. Em Nova York, afagou o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que acabava de reiterar a negação do Holocausto e ser flagrado em nova trapaça nuclear.

Logo depois, na Venezuela, Lula se reuniu com golpistas africanos e ditadores homicidas do continente, como Robert Mugabe (Zimbábue) e Muammar Gaddafi (Líbia) -o líder sanguinário do Sudão não pôde comparecer porque poderia ser preso numa conexão aérea.

O regime chefiado por Roberto Micheletti em Honduras ocupa categoria bem mais tênue de ilegitimidade democrática. Violou a Constituição ao expulsar do país um presidente eleito, quando a ordem da Corte Suprema era de prender Zelaya, por afronta a essa mesma Carta.

O governo interino, contudo, respeitou a linha sucessória constitucional, assegurou o poder em mãos civis e manteve o calendário das eleições presidenciais, marcadas para 29 de novembro.

O Brasil precisa recobrar a lucidez diplomática - e, com ela, a sua capacidade de mediação.

Ajudar a dissolver o impasse é a melhor contribuição que o Itamaraty tem a oferecer no caso de Honduras.

5/01/09

Samora Machel foi um verdadeiro ditador como Estaline, em maus-tratos à população portuguesa!

Embora essa vergonhosa atitude, própria de extremista complexado e repleto de ódio racial não seja novidade para o mundo, transcrevo porque penalizou injustamente vidas e o futuro de milhares de moçambicanos de todas as cores e origens e um País chamado Moçambique, que ainda hoje se ressentem económica e socialmente dessa verdadeira, insana e irresponsável loucura.

Afinal quem não lembra, naquela época tremenda de 74/75, os aeroportos moçambicanos repletos de famílias luso-moçambicanas que, assustadas e ameaçadas a cada discurso demagogo e populista desse senhor, abandonavam todos os seus bens fruto de muito trabalho e suor e buscavam lugar e abrigo nos aviões de volta a Portugal?

- As revelações são de Piotr Evsiukov, primeiro embaixador soviético em Moçambique, em “Memórias sobre o trabalho em Moçambique”.
Maputo (Canal de Moçambique) - Diplomatas soviéticos que deram início às relações diplomáticas entre URSS e Moçambique criticam a política de Samora Machel face à população portuguesa branca, sublinhando que, nesta área, o Presidente moçambicano se comportou de forma semelhante ao ditador soviético, José Estaline.

“De forma dura, como Estaline, Samora Machel tratou os portugueses que viviam em Moçambique. Muitos deles receberam com entusiasmo os combatentes pela independência quando entraram em Lourenço Marques e estavam prontos a cooperar de todas as formas com a FRELIMO”, escreve Piotr Evsiukov, primeiro embaixador soviético em Moçambique, em “Memórias sobre o trabalho em Moçambique”, a que a LUSA teve acesso. “Não obstante, também aqui se revelou o extremismo de Samora Machel. Ele apresentou condições tais de cidadania e residência aos portugueses em Moçambique que eles foram obrigados, na sua esmagadora maioria, a abandonar o país... Com a fuga dos portugueses, a economia de Moçambique entrou em declínio”.

Piotr Evsiukov recorda que Machel era um convicto admirador de José Estaline. “Samora Machel falou- me várias vezes do seu apego e respeito por José Estaline.

Durante a visita oficial de uma delegação de Moçambique à URSS, Samora Machel terminou a viagem na Geórgia. Depois das conversações com Eduard Chevarnadzé, Sérgio Vieira, membro da direcção da FRELIMO, veio ter comigo e pediu-me, em nome do Presidente, para arranjar um retrato de Estaline. Claro que os camaradas georgianos satisfizeram o pedido com agrado”, escreve Evsiukov.

Arkadi Glukhov, diplomata soviético que chegou antes de Evsiukov para abrir a embaixada da URSS em Lourenço Marques, escreve: “Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Lisboa, tendo perante si os exemplos da queda dos impérios coloniais da Inglaterra e França, enveredou pela via da reforma intensa do seu sistema colonial, nomeadamente no campo das relações entre raças, da política social e cultural. Tudo isso foi levado à de ‘assimilação’, cujos rastos sentimos com evidência quando chegámos a Moçambique”. “Porém”, continua o diplomata soviético, “esses rastos começaram a desaparecer rapidamente, principalmente depois da entrada na cidade (Lourenço Marques) das unidades militares de medidas e de todo o tipo de limitações (frequentemente inventadas) contra a população portuguesa, não obstante, em geral, ela ser leal e estar pronta a cooperar com os novos poderes”.

Segundo Glukhov, “no fim de contas, isso levou à partida em massa dos portugueses do país, o que se reflectiu de forma grave na sua vida económica e aumentou a tensão nas relações entre raças”.

Segundo os diplomatas soviéticos, a política de Samora Machel provocou atritos com Joaquim Chissano, primeiro-ministro moçambicano, que defendia o diálogo com a população branca.

Evsiukov escreve que Machel reconheceu o seu erro e, “ao aconselhar Robert Mugabe, seu amigo e pretendente ao cargo de Presidente do Zimbabué, disse-lhe para não expulsar os rodesianos brancos da antiga Rodésia do Sul”.
- Canal de Moçambique, José Milhazes/In Lusa, 30/04/2009 06:22:00.

3/04/09

General Tagmé Na Waie: "Eu morro de manhã e o Nino Vieira morre à noite"... E assim aconteceu!

A repugnante atualidade política de alguns países do continente africano, nada democrática, alagada num mar de corrupção, discriminação de castas, violência e sangue onde se salientam depravados lideres pouco interessados no bem estar social de seus irmãos de nacionalidade tratados com desumanidade e violentados física e diariamente em todos os sentidos está aí, perante a complacente apatia do mundo dito civilizado, democrático e suas organizações de porte em gastos mas ineficientes em resultados e que imensas vezes "sustentam" e abrigam no poder tais criminosos, com sua benévola apatia co-participativa.

O que aconteceu hà poucas horas na Guiné (antiga colónia portuguesa em África) é disso retrato. Mas outros casos há, como por exemplo o Zimbabwe onde o senil, incompetente, violento Robert Mugabe e seus sequazes continuam impondo-se no poder através do terror, do medo, de discursos repletos de embuste e ameaça. Para piorar, seus vizinhos políticos mais próximos até sorriem como amigos, acenando com simpatia para o anômalo mastim de pedigriee obscuro e acariciam seus pêlos impregnados de bestialidade e falsidade.

Para que entendam um pouco do que se diz acima e como é "formada" a mentalidade de tais "lideres"(?), transcrevo do "Diário de Notícias-Lisboa":

""NINO MORREU A GOLPES DE CATANA.
Guiné-Bissau. Está reforçada a explicação de ajuste de contas na Guiné. O general Tagmé Na Waie esperava um atentado e avisou os oficiais balantas: "Eu morro de manhã e o Nino morre à noite".

Vingança teve momentos de grande violência.
O Presidente Nino Vieira foi assassinado com grande brutalidade pelos militares leais ao chefe do Estado-Maior Tagmé Na Waié, que fora por sua vez morto horas antes num atentado à bomba.

Nino foi morto à catanada, sabe o DN. Sofreu golpes violentíssimos que o desfiguraram e já tinha profundas fracturas no crânio quando lhe deram o tiro de misericórdia.

Segundo fontes contactadas pelo DN em Bissau, a morte dos dois homens-fortes da Guiné teve na origem a velha rivalidade entre Tagmé e Nino, um ódio que remontava aos anos 80.

O chefe do Estado-Maior sabia da iminência de um atentado contra a sua vida e deu instruções aos militares balantas que lhe eram fiéis: "Eu morro de manhã e o Nino morre à noite", terá dito o general, segundo garantiu ao DN um antigo ministro guineense. "Tagmé teria conhecimento de que chegara uma bomba", garantiu esta fonte, que sublinhou a sofisticação do atentado contra o general.

O profissionalismo do ataque (que foi inédito na Guiné e transcende as capacidades das forças armadas locais) sugere a ajuda das redes de narcotráfico, que são controladas por sul-americanos.

As fontes guineenses atribuem a Nino Vieira o atentado contra Tagmé Na Waié. A explicação é a seguinte: Nino controlava a presidência e parte do poder civil, mas teve uma importante derrota nas eleições legislativas de Novembro, que o PAIGC liderado por Carlos Gomes Júnior ganhou com maioria absoluta, elegendo 67 dos 100 deputados. O partido apoiado por Nino Vieira, o PRID, que era liderado pelo antigo primeiro-ministro Aristides Pereira, conseguiu apenas 3 eleitos.

O poder militar é aquele que verdadeiramente conta na Guiné-Bissau e o Presidente tinha aí uma séria desvantagem, pois contava apenas com alguns apoios na marinha. Logo após o atentado contra Tagmé, Nino Vieira convocou o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior para uma reunião onde lhe seria imposto um novo chefe de Estado-maior da facção ninista. Mas o presidente terá cometido um erro de precipitação, ao convocar o primeiro-ministro escassos minutos depois do atentado, traindo o seu conhecimento do mesmo: Carlos Gomes recusou-se a comparecer.

Também se afirma que Nino esperava a protecção da marinha e que esta não se concretizou. Neste ponto dos relatos sobre os acontecimentos da madrugada de domingo surge um mistério: por que razão Nino Vieira não tentou fugir mais cedo? O presidente teve muitas horas para escapar, mas não o fez.

O actual poder da Guiné-Bissau está nas mãos dos militares fiéis a Tagmé Na Waié, uma nova geração de oficiais. O novo homem-forte será Zamora Induta, mas o poder militar não está clarificado. De qualquer forma, a situação parece estável.

O poder civil encontra-se nas mãos do PAIGC. O Presidente interino, Raimundo Pereira, exercia o cargo de presidente do Parlamento. De 52 anos, é um jurista formado em Portugal.

A sequência da situação política na Guiné-Bissau tem inúmeras incógnitas. Para alguns "é o fim de uma Era" dominada pelo impiedoso Nino Vieira. Mas no horizonte há problemas. O maior deles parece ser o narcotráfico e a corrupção.

Também não se pode esquecer a questão da balantização das forças armadas, facto que as outras etnias observam com extrema preocupação.

A presidência de Raimundo Pereira também poderá ser breve. A Constituição prevê eleições em dois meses, mas será impossível cumprir o prazo.

Os outros partidos temem a hegemonia do PAIGC e quererão negociar um presidente transitório consensual.
- Luís Naves, Lisboa, 04.03.09, DN OnLine.

11/04/08

No reino do Marrocos libertado jovem de 18 anos que comparou o "rei" com o time do Barcelona...

Em certos territórios do absurdo geográfico que ainda nos rodeia e envergonha, continua-se brincado aos reizinhos poderosos, quase divindades, senhores da vida e da morte de seus humildes, esfarrapados súbditos acorrentados a pesadas grilhetas de obediência servil e inquestionável, advindas por herança de dinastias tirânicas, repletas de história de insensibilidade, abuso, violência, enriquecimento ignóbil, complementadas por excessivas doses de ignorância fanático-religiosa que se mantêm até nossos dias, com o complacente alheamento de todos nós que nos dizemos sociedade livre.

E não é só no "reino das Arábias" ou do "Marrocos", como no caso que mostro abaixo. Existem outros reizinhos e outros reinados, com outros nomes e sistemas que enojam, depauperam e martirizam povos e mentes de formas diversas, atuantes por esse mundo afora... É só ficarmos atentos ao que acontece de lamentável no Congo da martirizada mãe África, no Zimbabwe do ditador desavergonhado Mugabe, na Venezuela do tirano e presunçoso Chavez, na China dos propagados jogos olimpicos que acobertaram e ainda por cima exportam como algo justificável ou desculpável, a vergonha da negaçao à liberdade e os excessos de crúeis déspotas, entre outros para ser breve...

Do brasileiro site "Espaço Vital", que leio diáriamente, transcrevo:

Libertado jovem de 18 anos que comparou o rei do Marrocos com o time do Barcelona.

Por Marina Birnfeld, de Sevilla, Espanha - 03/11/2008.
Foi colocado em liberdade provisória, no fim-de-semana, em Marrakech, o jovem Yassin Belassal, 18 de idade, que foi condenado, em setembro, a um ano de prisão por ofender à monarquia do Marrocos.

Em um desenho, pintado em um quadro-negro da escola, ele relacionou o rei Muhammad VI ao time do Barcelona.

Segundo a denúncia que o levou a julgamento, "o réu modificou o lema nacional marroquino e equiparou a figura do rei com a de um time de futebol".

Abalado pelas condições que enfrentou atrás das grades, onde dividiu cela com mais de 80 presos, a primeira coisa que ele fez foi agradecer ao rei Muhammad VI pela libertação.

O jovem reconheceu ter pintado "Deus, a pátria, o rei e o Barça" na sala de aulas, modificando com isso o lema nacional marroquino e equiparando a figura do monarca com a do Futbol Club Barcelona.

"Seu amor pelo Barcelona foi o que o levou à prisão", assegurou seu pai, ao ir buscá-lo na saída da prisão.

Em uma das muitas versões contraditórias que circularam em torno do caso, foi especulado que Belassal teria substituído no lema nacional a palavra "rei" pelo nome de seu clube favorito. No entanto, a denúncia apresentada acusa o jovem de ter escrito em um desenho a frase "Que Deus maldiga a teu pai", em referência ao monarca.

Pela ofensa à monarquia explicita nessa última frase, o jovem poderia ter sido sentenciado a cinco anos de prisão, segundo admitiu Mohammed el-Ghalussi, advogado da Associação Marroquina de Direitos Humanos, que esteve à frente da defesa. Durante a audiência foi solicitado ao promotor e ao juiz que levassem em conta a juventude de Belassal, de 18 anos, assim como o fato de que essa frase não foi lançada por uma verdadeira falta de respeito à coroa, mas como uma provocação sem transcendência dirigida aos seus companheiros. Além disso, os advogados de defesa mostraram a inexistência de maior dano à monarquia, à imagem exterior do país e à democracia, que poderia supor a permanência na prisão de um estudante.

A liberdade provisória não garante a absolvição que será examinada pelo chamado Juízo de Apelações.

- O Marrocos é uma monarquia. O atual rei Mohammed VI, filho do falecido Mohammed V, é casado com uma engenheira de sistemas e tem um filho, o próximo herdeiro do trono.

- Seus gigantescos palácios estão fincados em cada cidade marroquina.

- Em algumas cidades, como Casablanca, ele tem mais de um palácio.
- Tanta riqueza de um lado e tanta pobreza de outro.

- A população sofre com a falta de emprego e salários baixos. Situação não muito diferente de contrastes e exclusões do nosso Brasil. As mulheres - especialmente as brasileiras - que pensam em ir ao Marrocos precisam saber que a sociedade marroquina é muito machista; assim, mulher sozinha é sinônimo de garota de programa. Existem duas soluções para essa situação: viajar em grupo ou contratar um guia. Outra coisa importante, e obvia, nada de usar minissaia, blusa muito justa ou decotada, nem os braços à mostra.

8/04/08

Ecos da imprensa Moçambicana - O que é afinal a reconciliação?

Os tempos mudam, as consciências também, as "verdades" e valores são outros ou são analisados, justificados consoante o politicamente correto do momento, os interesses económicos. Mas crimes e criminosos aconteceram, martirizaram, causaram e causam sofrimento e estão por aí impunes... Nada justifica o injustificável. Se Moçambique não julgar e punir, a História o fará certamente!
Transcrevo:
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EDITORIAL DO CANAL DE MOÇAMBIQUE de 04/08/2008.
O que é afinal a reconciliação?
Esperamos que não falte sentido de Estado a quem tem consciência de que o que já foram “ideias contra-revolucionárias” hoje fazem a política de quem aniquilou os “reaccionários e traidores” de ontem.
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Maputo (Canal de Moçambique) - Escreveu-se mais uma página da História. Jacinto Veloso falou e acabou por deixar claro que o reverendo Uria Simango, Joana Simeão, Lázaro Kavandame, Júlio Razão Nihia, Mateus Gwengere, Paulo Gumane e muitos outros foram assassinados.
Quanto ao documento que serviu para tentar “emprestar um cunho jurídico ao acto de assassinato”, aliás várias vezes referido aqui no «Canal de Moçambique», mas também em outros órgãos de Comunicação Social, Jacinto Veloso, proeminente figura do ex-Bureau Político do Comité Central do Partido Frelimo e exministro da várias pastas de governos de Moçambique, designadamente da Segurança (ex-SNASP), se dúvidas ainda havia, acaba de permitir que tenham deixado de haver, ao afirmar ao jornalista Laurindos Macuacua, d´«O País», o que desde já recordamos: “Penso que não assinei. Alguém o preparou. Tinha, efectivamente naquilo que eu entendo hoje, o objectivo de legalizar o julgamento desse grupo de concidadãos que eram considerados reaccionários ou traidores. Mas não posso comentar muito. O que posso dizer é que tem de distinguir uma situação de guerra de libertação onde a lei é da própria guerra. A justiça faz-se onde a coisa acontece, o que é diferente de um Estado de Direito.”
Já não há maneira de se continuar a escamotear os factos. As pessoas estão mortas. Foram mortas sem direito a defesa. Foram sumariamente executadas. Moçambique já era um Estado independente, já era um País membro da Organização das Nações Unidas. Já tinha Constituição. Já era um Estado de Direito. Não se tratou de situação de guerra nenhuma como alega Jacinto Veloso. Moçambique já era um Estado com governo que deveria ter exercido as suas responsabilidades de proteger por igual todos os cidadãos, mas agiu para lhes tirar a vida.
Passa a ser certamente desconfortável para estados que hoje levam a Haia certas personalidades, continuarem calados perante este reconhecimento tácito de um crime de Estado praticado por pessoas a quem ainda é possível pedirem-se responsabilidades. Afinal trata-se de um genocídio de muito maiores dimensões. O grupo de “concidadãos” que foram vítimas não se limitava aos nomes mais sonantes que hoje servem de referência. São muitos mais. Tantos que há até “correntes de opinião” que amiúde chegam mesmo a falar em “limpeza étnica” quando recordam as proporções da criteriosa operação de eliminação física dos opositores ao regime que com certas práticas acabou por suscitar a violenta Guerra Civil por que Moçambique acabou por ter de passar e viria a terminar com um saldo extremamente negativo.
Os «campos de reeducação» e a «operação produção» são também disso memória e referência que não deixa Robert Mugabe só quando se recorda o genocídio de Matabeleland.
Não se trata de pedir que se reabram feridas. O papel dos familiares serve de referência. Tem sido de tolerância e de perdão, particularmente no caso do Edil da Beira, Deviz Simango, e do seu irmão mais velho, Lutero Simango, ambos filhos do reverendo Urias Simango, ex-Vice-presidente da Frelimo, e de Celina Simango, esta fundadora da LIFEMO, primeiro movimento feminino Moçambicano que antecedeu a OMM no início da Luta Armada de Libertação Nacional e que foi por si presidido até à sua extinção a 4 de Março de 1968.
De tais perdas humanas não há forma de ressarcir as famílias. Por mais que se faça, o mal está feito e é irremediável. Mas há certamente um gesto que se
pode exigir a quem tem andado ultimamente pelo país a recordar nomes que da História não se podem apagar. Devolver os restos mortais aos familiares é o mínimo que se pode pedir e até mesmo exigir. Esperamos que não falte sentido de Estado a quem tem consciência de que o que já foram “ideias contra-revolucionárias” hoje fazem a política de quem aniquilou os “reaccionários e traidores” de ontem.
A razão falou mais alto. As famílias das vítimas aguardam o
momento de poderem ter consigo pelo menos os restos mortais dos seus entes. E o Estado Moçambicano à luz da Nova Constituição deve saber assegurar-lhes esse direito. A Procuradoria Geral da República não tem nada a dizer sobre isto? O que é afinal a reconciliação?
(Z) Maputo, Canal de Moçambique, 04/08/2008.
  • Armindo Milaco, deputado/Renamo pelo circulo eleitoral de Cabo Delgado, disse na Assembleia da República de Moçambique... - Aqui!
  • Moçambique 1980 - Operação Produção - Aqui!
  • Operação Produção era um programa cheio de humanismo... - Aqui!

7/04/08

ZIMBABWÉ - A Vergonha ! Frelimo congratula-se com a "vitória" de Robert Mugabe.

O contrário é que seria surpresa, ora pois. Afinal homónimos compreendem-se e felicitam-se!
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Maputo, 04 Jul (Lusa) - A Frelimo, partido no poder em Moçambique, afirmou hoje em Maputo ter "congratulado na primeira oportunidade" a ZANU-FP pela vitória do seu candidato Robert Mugabe nas presidenciais zimbabueanas.
"Na primeira oportunidade congratulámos a ZANU-FP [pela vitória de Robert Mugabe na segunda volta das eleições presidenciais zimbabuenas]", disse hoje aos jornalistas o porta-voz da Frelimo, Edson Macuácua, durante uma conferência de imprensa a propósito de uma reunião extraordinária desta força política, que será realizada na próxima semana.
Sobre as avaliações de diversos grupos de observadores internacionais, incluindo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que não consideraram as eleições livres e justas, Macuácua disse que as mesmas foram tomadas em conta pela Frelimo, mas "não são vinculativas" para o partido.
Quanto à forma e data em que o partido no poder em Moçambique felicitou a ZANU-FP pela vitória de Mugabe, um gesto que, ao contrário do que é hábito, não foi tornado público, o porta-voz da Frelimo foi evasivo: "Não interessa o meio, não é relevante para nós", afirmou.
O exército zimbabueano foi determinante no apoio às forças governamentais da Frelimo durante o conflito contra a antiga guerrilha da Renamo, hoje o maior partido da oposição em Moçambique, ajudando a estancar a progressão deste movimento no centro do país, por onde flui o comércio internacional do Zimbabué.
Por sua vez, a Frelimo foi um aliado estratégico da guerrilha da ZANU-FP nos anos da luta pela independência da ex-Rodésia do Sul, actual Zimbabué.
Robert Mugabe e a maior parte da liderança da ZANU-FP dirigiram a luta de guerrilha contra a dominação colonial britânica a partir de Moçambique, o que levou a aviação da ex-Rodésia do sul a bombardear o território moçambicano em retaliação pelo apoio à causa da independência daquele país.
- PMA. - Lusa/Visão, 04/07/2008.
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6/27/08

ZIMBABWE: A Vergonha de África - A comédia sinistra do patético ditador Mugabe continua hoje...

(Clique na imagem para ampliar)
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Pouco acrescento pois o MediaFax-Maputo diz bastante sobre a farsa vergonhosa e cruel que terá seu ápice hoje, pulverizando o sentido de democracia e o direito à liberdade de escolha do povo oprimido do Zimbabwe, tudo com a vergonhosa omissão, alienação do mundo dito livre e conivência dissimulada de amplo número de líderes políticos africanos.
Transcrevo:
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Amanhã (hoje) há farsa no Zimbabwe.
Ao que tudo indica, Mugabe e os seus sequazes vão amanhã às urnas para votarem na renovação da sua magistratura.
Os boletins de voto têm estampada a fotografia de Morgan Tsvangirai que há poucos dias desistiu do pleito .
O clima de violência instigado pelos generais de Mugabe atingiu o extremo, com o candidato presidencial Tsvangira a ter que solicitar refúgio na embaixada da Holanda.
Muitas pessoas, entre elas, apoiantes do MDC e Tsvangirai, foram mortas, presas, e outras são dadas como refugiadas nos países vizinhos.
A situação no Zimbabwe é clara sobre a impossibilidade de se realizarem eleições livres e justas amanhã.
As óbvias consequências da eleição são preocupantes : A vitória de Muagabe é a vitória da insensatez, da tirania e da ditadura, da opressão ao povo, da recusa ao povo de uma vida melhor. A vitória de Magube é sinónimo de instabilidade regional.
A consumar-se a vitória de Mugabe, a África Austral terá falhado redondamente e recuado de maneira assustadora no seu projecto de integração regional.
Agora que as coisas estão assim, é preciso aprender rápido com a história para que os “zimbabwes” não se repitam.
O que está a acontecer no Malawi é um mau sinal.
Os últimos pronunciamentos de José Eduardo dos Santos sobre o Zimbabwe agradam, mas não satisfazem.
Da África do Sul esperamos autoridade e responsabilidade que a olhos vistos estão a encolher.
MediaFax, Maputo, Quinta-feira, 26.06.08 * Nº4067

6/23/08

ZIMBABUÉ - A Vergonha ! - Líder da oposição se refugia em embaixada holandesa...

Um dia depois de anunciar que não participará do segundo turno da eleição presidencial, marcado para sexta-feira, por conta da violência, o líder da oposição do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, buscou refúgio na embaixada da Holanda em Harare, informaram autoridades holandesas na segunda-feira.
Não houve confirmação imediata por integrantes do Movimento pela Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês), liderado por Tsvangirai. O Ministério do Exterior da Holanda informou que o líder oposicionista não pediu asilo político, mas disse que ele era bem-vindo a ficar na embaixada para que se mantenha seguro.
Mais cedo, o MDC informou que a polícia invadiu a sede do partido em Harare e prendeu mais de 60 pessoas. O movimento afirma que cerca de 90 de seus partidários foram mortos por milícias que apóiam o presidente Robert Mugabe. Entre os presos estão mulheres e crianças.
Tsvangirai, que no domingo se retirou do processo eleitoral afirmando que seus correligionários arriscariam a vida ao votarem, disse na segunda-feira que está pronto para negociar com o partido de Mugabe, o ZANU-PF, mas somente se a violência política for interrompida.
Ele também pediu que os líderes regionais pressionem pelo adiamento da eleição ou pela renúncia de Mugabe. Mas o governo afirmou que a desistência de Tsvangirai veio tarde demais e que a eleição não será cancelada.
A preocupação dentro e fora da África com a situação política e econômica do Zimbábue, que levou uma grande onda de refugiados aos países vizinhos, tem aumentado. Tanto a União Africana quanto a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral estão analisando a situação após a desistência de Tsvangirai.
Ex-potência colonial, a Grã-Bretanha disse que Mugabe tem de ser declarado líder ilegítimo e que as sanções contra seus simpatizantes têm de ser endurecidas.
"Estamos preparados para negociar com o ZANU-PF, mas é claro que é importante que certos princípios sejam aceitos antes de as negociações se iniciarem. Uma das precondições é que a violência contra o povo tenha fim", disse Tsvangirai à rádio sul-africana 702.
Vários governos estrangeiros defendem a idéia de criação de um governo de unidade nacional para pôr fim à crise. Os dois lados rejeitam a proposta.
Em nota divulgada após a desistência de Tsvangirai, o Itamaraty anunciou o cancelamento da missão de observadores que enviaria ao Zimbábue para acompanhar o processo eleitoral do país. No comunicado, a chancelaria também condena os atos de violência e faz um apelo para que o governo do país africano garanta a calma para as eleições.
Mugabe tem 84 anos e está no poder desde a independência da Grã-Bretanha, em 1980. Ele prometeu nunca entregar o governo para a oposição, que qualifica de marionete do Ocidente.
Ele também nega que seus partidários sejam responsáveis pela violência, iniciada após Mugabe e o ZANU-PF perderem as eleições realizadas em 29 de março. Por pouco Tsvangirai não conseguiu a maioria absoluta dos votos, o que forçou a realização do segundo turno marcado para a sexta-feira.
HARARE-Reuters-Por Nelson Banya, segunda-feira, 23 de junho de 2008 12:12 BRT
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Acrescento: UMA VERGONHA !! E o mundo assiste impávido e sereno... ...

6/19/08

O Zimbabué, eleições e a truculência do ditador Mugabe...

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui.)
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Dez dias para mudar o Zimbabué.
KAMPALA (UGANDA) 16/06/08 - Escrito por Fábio Zanini às 03h26Faltam apenas dez dias para o histórico segundo turno no Zimbábue, mas parece uma eternidade.
Só para refrescar a memória: em 29 de março, depois de uma campanha surpreendentemente pacífica, os zimbabuanos foram às urnas para votar para presidente e Parlamento. A apuração demorou incríveis 32 dias (alô, galera do Guinness Book) e produziu um resultado daqueles que fazem você levantar uma sobrancelha e dizer “sei...”.
Morgan Tsvangirai, líder sindical oposicionista, ficou com pouco menos de 48% dos votos, enquanto Robert Mugabe, no poder há meros 28 anos, teve algo como 43%. Tudo indica que esses números foram emitidos no melhor estilo “são eles que votam, mas somos nós que apuramos”, um clássico africano.
E foram todos para o segundo turno, marcado para 27 de junho. Dessa vez Mugabe jogou no lixo sua fantasia de Thomas Jefferson e voltou ao que sabe fazer bem: intimidar seus adversários e prometer, sem meias palavras, ignorar a vitória da oposição.
Na semana passada, produziu uma pérola, dizendo que chegou ao poder pela força das armas e que não são simples pedaços de papel com um x rabiscado a caneta que mudarão isso.
Avisem ele que esses pedaços de papel rabiscados chamam-se “votos”.
Tsvangirai já foi preso quatro vezes durante a campanha (outra para o Guinness) e seu braço direito, Tendai Biti, está ameaçado de um processo de traição, que pode levar à pena de morte.
Sem observadores e sem jornalistas para acompanhar a eleição, Mugabe já deve ter os “resultados” prontos em alguma planilha Excel.
Resta a esperança de que a população do Zimbábue, que sofre com filas, desabastecimento e a maior inflação do mundo, desafie os métodos do velho ditador e despeje votos em Tsvangirai de tal forma que uma fraude se torne inviável.
Preparem-se para dez dias nervosos.
- Fábio Zanini: Blogue "Pé na ÁFRICA".

6/12/08

Insulto, ofensa ao povo do Zimbabué - "La Dolce Vita" de Grace Mugabe !

(Clique na imagem para ampliar)
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O mundo democratico vem-se manifestando contra certos ditadores que ainda "poluem" o planeta e os infelizes povos que dizem governar com suas arbitrariedades, com seus desmandos que, não fosse o sofrimento e miséria que causam, chegam a beirar o ridículo, o grotesco.
África também possue, de uma forma ou outra, "disfarçados" ou não, representantes desses "espécimes" que me parece, felizmente se vão tornando cada dia mais raros.
E, Roberto Mugabe é um desses "espécimes" tentando "sobreviver" e "segurar" o poder a todo o custo, sem respeito algum por regras humanas, democráticas ou por seus conterrâneos pobres, infelizes, que se vão espalhando pelo mundo quando podem, fugindo da desdita de suas vidas no antes promissor Zimbabué.
Entretanto, esses ditadores e seus "colaboradores diretos", porque se sentem impunes, donos e senhores de seus "reinos", afrontam-nos e deixam-nos revoltados (para não dizer algo mais pesado) com atitudes como as que abaixo transcrevo, do Jornal eletrónico "A Semana" do dia 09/06/08:
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La Dolce Vita" de Grace Mugabe.
Mulher do Presidente zimbabweano levantou 80.000 dólares do banco central para gastar na capital italiana enquanto se debatia numa cimeira da FAO o problema da fome no mundo.
Grace Marufu Mugabe, antiga secretária de 44 anos que desde 1996 é casada com o Presidente do Zimbabwe, levantou a semana passada 80.000 dólares (50.845 euros) do banco central do seu país para fazer compras em Roma, enquanto o marido participava na cimeira da FAO sobre a fome no mundo, escreveu ontem o jornal sul-africano The Cape Argus.
A nova e louca despesita da primeira dama, numa altura em que milhões de compatriotas seus estão a viver no estrangeiro por não encontrarem emprego no Zimbabwe, enfureceu mesmo alguns dos altos funcionários do banco, que falaram de uma atitude "desumana", refere o artigo.
É conhecimento geral que a antiga Rodésia necessita de todo o dinheiro que for possível para adquirir alimentos e outros bens essenciais, mas a primeira dama prefere gastar as reservas nacionais nas criações de grandes costureiros; e até mesmo em sapatos, como acontecia com a filipina Imelda Marcos. "Tenho os pés muito estreitos, de modo que só calço Ferragamo", explicou recentemente Grasse, a propósito da sua predilecção pelas colecções do italiano Salvatore Ferragamo.
A forma muito especial de a ex-secretária de Mugabe ter assinalado a cimeira mundial contra a fome verificou-se alguns meses depois de, em Janeiro, ter levantado 100.000 dólares (63.557 euros) para ir de férias com o marido e os três filhos até à Tailândia e à Malásia, tendo-se chegado entretanto a especular que este último destino poderia um dia vir a ser o lugar de exílio para o casal, se a isso fossem obrigados pelas circunstâncias.
Cada uma das deslocações do Presidente e da sua mulher, 40 anos mais nova, significa um grande saque no Tesouro zimbabweano, com o pormenor de que Grace ainda está a beneficiar de uma cotação muito especial: 30.000 dólares zimbabweanos por cada dólar norte-americano, enquanto no mercado paralelo são já necessários pelo menos 1.500 milhões de dólares nacionais para se obter um só dólar dos Estados Unidos.
A mulher cujo casamento com o líder da ZANU-Frente Patriótica ficou a marcar o resvalar do país para o abismo é já conhecida ironicamente como a "primeira compradora" da nação, em vez de primeira dama, dizendo-se até que ela é uma das pessoas mais influentes do regime. E já lhe chegou a ser atribuída a afirmação de que o candidato presidencial do Movimento para a Mudança (MDC), Morgan Tsvangirai, jamais irá ocupar a State House, sede do poder.
Em Roma, enquanto Mugabe ouvia debater a melhor forma de se acabar com a fome no mundo, Grace, nos intervalos das compras, ocupava uma suite de 890 euros diários no Ambasciatori Palace Hotel, em Via Veneto. Era "La Dolce Vita".
- Jorge Heitor - A Semana de 09/06/08 - Fonte: Bar da Tininha-MSN.
  • A notícia no "The Cape Argus" - Aqui !
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4/23/08

Pequim, desinteressada e generosa, admite venda de armas ao Zimbabué.

Pequim admite venda (i)legal de armas que vão a caminho de Luanda.
A China admitiu ontem ter vendido ao Governo do Zimbabué as armas a bordo do navio chinês em rota para Angola, com Pequim a defender a legalidade do negócio depois de Moçambique ter recusado à embarcação licença para aportar. “A venda de armas chinesas ao Zimbabué é legal. A imprensa ocidental está simplesmente a usar o assunto para pressionar a China”, disse ontem a agência noticiosa estatal chinesa Nova China, que cita declarações de Guo Xiaobin, investigador do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, uma instituição estatal.
A Nova China não refere quais os objectivos que a “imprensa ocidental” visa atingir, nem comenta o facto de o navio An Yue Jiang, que carrega o armamento, terá abandonado águas sul africanas na sexta-feira depois de um tribunal sul-africano ter recusado que as armas fossem transportadas através do País para o Zimbabué.
Em Fevereiro, um relatório da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu apelou à União Europeia para que pressione a China a deixar de vender armas aos países africanos e ao Zimbabué em particular.
Maputo - O Observador, Nº 0197, terça-feira, 22 de Abril de 2008.
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Eleições no Zimbawe - Diz o ditador Mugabe: Daqui não saio, daqui ninguém me tira...
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Religiosos acusam Mugabe de campanha de violência.
Líderes religiosos do Zimbábue pediram hoje ajuda internacional para conter uma campanha de violência do governo de Robert Mugabe que poderia derivar em "genocídio".
"Pessoas são seqüestradas, torturadas e humilhadas ao serem ordenadas a repetir slogans do partido político (Zanu-PF) que supostamente não apóiam", de acordo com um comunicado de uma coalizão religiosa do país divulgado hoje.
"Em alguns casos, elas são assassinadas."
Ao mesmo tempo, países vizinhos do Zimbábue uniram-se para bloquear a entrada de um navio chinês carregado de armas que supostamente iriam para o governo do presidente Robert Mugabe para serem usadas contra a oposição.
Governos, sindicatos, líderes religiosos e grupos de direitos humanos de países que evitam criticar Mugabe - como Angola e Moçambique - intensificaram os protestos para impedir a embarcação de atracar.
O navio está ancorado em alto-mar desde a semana passada, quando foi impedido de entrar na África do Sul.
O presidente da Zâmbia, Levy Mwanawasa, fez um apelo aos países da região que não permitam a entrada do navio. Mwannawasa é um dos poucos líderes africanos críticos de Mugabe, que enfrenta crescente pressão por não divulgar o resultado das eleições presidenciais três semanas após a votação.
Os Estados Unidos também pressionaram países da região para barrar o barco.
O governo chinês defendeu-se hoje, afirmando que o armamento "era parte de um carregamento de produtos militares comercializados entre a China e o Zimbábue", mas admitiu que está considerando levar o carregamento de volta. A embarcação chegou à costa sul-africana na quinta-feira com 77 toneladas de munição, foguetes e morteiros de fabricação chinesa e avaliados em US$ 1,4 milhão. A princípio, o governo da África do Sul afirmou que não tinha razões legais para impedir a embarcação de descarregar o armamento e transportá-lo até o Zimbábue, que não tem acesso ao mar. Isso porque não há um embargo internacional sobre a venda de armas para o país. No entanto, Organizações Não-Governamentais (ONGs) locais e padres da igreja anglicana convenceram um juiz a barrar a entrada do barco.
A embarcação tentou então entrar em Angola, Moçambique e Namíbia, mas foi impedida por ONGs e autoridades dos governos locais.
In " A Tarde OnLine" - Salvador- Bahia - 22/04/2008 (18:41), Agência Estado.

4/17/08

Eleições no Zimbabwe - Diz o ditador Mugabe: Daqui não saio...daqui ninguém me tira ! - V

A "farsa" e a "vergonha" (ou sem) continuam no reino da opressão e do medo perante a complacente benevolência de vizinhos e aliados:
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Apoiantes do MDC são detidos no Zimbabwe !
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"A polícia justificou as detenções com a alegação de que as pessoas encontravam-se a bloquear ruas impedindo a passagem de trabalhadores que se dirigiam aos seus postos de trabalho.
Ontem, o MDC pediu às pessoas para ficarem em casa de forma a evitarem confrontos com a polícia. Centenas de guardas armados continuam a patrulhar a capital impedindo manifestações públicas.
A polícia do Zimbabwe acusou ontem , o partido de Morgan Tsvangirai de incitar a violência com o apelo à greve em virtude de a comissão das eleições não querer divulgar os resultados reais das eleições.
De acordo com várias fontes de imprensa, a greve convocada para ontem pelo MDC, não teve grande impacto devido à elevada taxa de desemprego que ultrapassa os 80 por cento.
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Quintas invadidas.
Em zonas rurais, agricultores afirmam que mais de cento e trinta quintas foram afectadas pelas recentes invasões às plantações. Previa- se que a crise política no Zimbabwe fosse discutida ontem numa reunião de emergência da ONU, convocada pelo presidente sul-africano Tabu Mbeki.
Embora o Zimbabue não faça parte da agenda, o Reino Unido e os Estados Unidos da América afirmam querer debater o assunto.
De acordo com o embaixador norte-americano na ONU, Zalmay Kalilzad, um debate oficial sobre o Zimbabue terá certamente lugar na sessão.
“Seria de surpreender num encontro sobre África no qual estarão presentes uma série de lideres africanos, que um tema tão importante como este não fosse debatido”".
mediaFAX - Maputo, quinta-feira, 17.04.08 * Nº4019
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Mugabe "dispara" para todo o lado.
No Zimbabwe continua tudo na mesma, ou seja mais violência, prisões e intimidações contra todos os que se atrevem a contestar a autoridade de Robert Mugabe que, entretanto, acusou os EUA e o Reino Unido de estarem a forçar a ONU a dar luz verde a um ataque contra o seu país.
Ontem, 50 elementos da Oposição foram detidos, porque, no âmbito da greve geral, exigiam a divulgação dos resultados das eleições de 29 de Março.
Em velocidade de ponta continua também a campanha de intimidação e agressões contra trabalhadores agrícolas e residentes das zonas rurais.
Segundo a Associação de Fazendeiros, foram invadidas 134 propriedades agrícolas, desde o passado dia 5, pelos "veteranos de guerra", que "raptam e torturam os trabalhadores como punição pelo voto errado" nas eleições de 29 de Março.
Ontem, através do jornal estatal "The Herald", o Zimbabwe acusou Londres e Washington de quererem aproveitar a reunião do Conselho de Segurança da ONU para preparar uma intervenção militar no país.
"O plano consiste em obter uma resolução do Conselho de Segurança que permita uma intervenção militar para derrubar o presidente Mugabe", afirma o jornal.
Sobre a situação no Zimbabwe, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu "uma acção decisiva" para resolver a crise, sublinhando que este caso pode pôr em causa "a credibilidade do processo democrático em África".
Por outro lado, o Tribunal de Harare ilibou dois jornalistas estrangeiros acusados de terem feito a cobertura das eleições sem acreditação. O correspondente do "The New York Times", Barry Bearak, e o jornalista "free lancer" britânico Stephen Bevan saíram do tribunal em liberdade.
Jornal de Notícias - Porto - 17/04/2008
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Comissão Europeia considera situação "inaceitável".
A Comissão Europeia exigiu hoje a publicação imediata dos resultados das eleições presidenciais no Zimbabwe, estimando que qualquer novo adiamento será "inaceitável".
As eleições presidenciais e legislativas tiveram lugar no passado dia 29 de Março, há mais de 15 dias, e a comissão eleitoral do Zimbabwe ainda não divulgou os resultados da votação presidencial, que opunha o líder da oposição (Movimento para a Mudança Democrática), Morgan Tsvangirai, ao actual Presidente, Robert Mugabe, que ocupa o cargo desde 1980.
Tsvangirai reivindica a vitória à primeira volta, ao passo que o partido no poder pede a organização de uma segunda volta, argumentando haver um empate entre os dois candidatos.
"A publicação dos resultados é necessária e (...) novos atrasos [a essa divulgação] são inaceitáveis e serão entendidos como um bloqueio ao processo democrático no país", declarou um dos porta-vozes da Comissão, John Clancy, numa conferência de imprensa.
17.04.2008 - 11h24 AFP - Público.pt

4/14/08

Eleições no Zimbabwe - Diz o ditador Mugabe: Daqui não saio...daqui ninguém me tira ! - IV

Ainda sobre o "espetáculo" ou análogo armados no Zimbawe e arredores para tentar manter no poder o regime ditatorial de Robert Mugabe, quando tudo indica a vitória do opositor Movimento para a Mudança Democrática (MDC) nas recentes eleições cujos resultados "forças burocráticas" aliadas ao caudilhismo vigente tentam "abafar" servindo-se de pretensos motivos legais(?), pesquisando informação imparcial e isenta encontrei há momentos na net-jornal Folha de São Paulo, Brasil:
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OPOSIÇÃO NO ZIMBÁBUE REJEITA RECONTAGEM DE VOTOS.
O opositor Movimento para a Mudança Democrática (MDC, em inglês) rejeitou neste domingo uma recontagem de votos em 23 circunscrições do país ordenada ontem pela Comissão Eleitoral zimbabuana, que aceitou as razões apresentadas pela governamental União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF).
"Não aceitaremos nenhuma apuração, porque seria como aceitar resultados fraudulentos. Tiveram em seu poder as urnas durante duas semanas e podem ter colocado seus votos", disse aos jornalistas o porta-voz do MDC, Nelson Chamisa.
As eleições gerais aconteceram no dia 29 de março, mas só são conhecidos os resultados do pleito parlamentar, e nenhum dado, nem sequer parcial, do presidencial. Nas eleições parlamentares, as duas facções do MDC obtiveram 109 cadeiras, enquanto a Zanu-PF conseguiu 97 vagas. A oposição recorreu à Justiça pedindo a divulgação de todos os resultados.
O tribunal de Harare que intervém no caso ditará seu veredicto nesta segunda-feira, mas qualquer das duas partes pode apelar da decisão, o que pode gerar mais atrasos, especialmente depois que a Comissão, cujos membros foram nomeados pelo presidente zimbabuano, Robert Mugabe, ordenou a recontagem dos votos.
O líder do MDC, Morgan Tsvangirai, afirma que venceu as eleições presidenciais no Zimbábue com 50,3% dos votos, frente aos 43,8% de Mugabe, tornando desnecessário um segundo turno, como este último exige.
O MDC compilou os resultados recolhendo os dados da lista publicada em cada mesa eleitoral no final do pleito, enquanto a Zanu-PF utilizou projeções de analistas para reunir suas informações.
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CÚPULA
Os presidentes e chefes de governo dos países do sul da África pediram neste domingo às autoridades eleitorais do Zimbábue que acelerem a divulgação dos resultados das últimas eleições presidenciais no país.
A fim de analisar este atraso e as possíveis conseqüências regionais, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês) promoveu uma cúpula extraordinária que começou no sábado à tarde e se prolongou até esta madrugada.
"A cúpula faz um apelo às autoridades eleitorais do Zimbábue para que o processo de verificação e difusão dos resultados seja acelerado de acordo com as leis", diz o comunicado final.
O texto aprovado por representantes dos 14 países da região pede também que as partes envolvidas neste processo "aceitem os resultados que forem anunciados" finalmente pela Comissão Eleitoral.
13/04/2008 - 11h17 - da Efe, em Harare -Folha Online.

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Especial:

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4/11/08

Eleições no Zimbabwe - Diz o ditador Mugabe: Daqui não saio...daqui ninguém me tira ! - III

Ano 3 - N.º 548 Maputo, Sexta-feira, 11 de Abril de 2008
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Volte face na África do Sul sobre tentativa de fraude eleitoral no Zimbabwe
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Joanesburgo (Canal de Moçambique) 11/04/2008 - O vice-ministro dos negócios estrangeiros da África do Sul, Aziz Pahad, declarou ontem que a Comissão Eleitoral do Zimbabwe devia explicar a razão do silêncio a que se remeteu quanto aos resultados das eleições presidenciais de 29 de Março último. As declarações de Pahad surgem alguns dias após o presidente sul-africano, Thabo Mbeki, ter declarado a correspondentes no Reino Unido que “se devia aguardar pelo resultado das eleições” realizadas naquele país faz no próximo domingo duas semanas.
O governo sul-africano havia inclusivamente rejeitado a possibilidade de uma intervenção das Nações Unidas, tal como fora solicitado pelo Movimento para a Mudança Democrática (MDC), partido vencedor das eleições no Zimbabwe. A África do Sul, que presentemente detém a presidência do Conselho de Segurança, havia igualmente manifestado a sua oposição à hipótese de uma sessão extraordinária deste órgão da ONU destinada a analisar a crise naquele país.
O volte face do governo sulafricano surge na sequência da iniciativa do chefe de estado zambiano, Levy Mwanawasa, que é o presidente em exercício da SADC, em tomar a dianteira, convocando uma cimeira de emergência para discutir o problema zimbabweano. A cimeira da SADC, a realizar-se amanhã em Lusaka, tem como pano de fundo o coro de protestos por parte das forças vivas do Zimbabwe em virtude da tentativa de fraude eleitoral ensaiada pelo regime no poder neste país. Impossibilitado de repetir a burla de 2002, em que a oposição se viu privada de assumir o poder, não obstante o mandato que lhe fora conferido pelo eleitorado, o regime encabeçado por Robert Mugabe optou desta vez por proibir a ZEC (Comissão de Eleições do Zimbabwe) de divulgar os resultados das eleições presidenciais ao mesmo tempo que, numa clara manobra de intimidação, desdobrava efectivos do seu aparelho repressivo um pouco por toda a parte do país, e, no melhor estilo populista, ordenava os seus «Tom Tom Macoutes» a invadir propriedades agrícolas.
A política de apaziguamento até agora seguida pelos chefes de Estado da SADC será confrontada em Lusaka com o dilema deles continuarem a pactuar com um regime corrupto, que não hesita em recorrer de forma sistemática à burla eleitoral, ou tomarem em linha de conta a vontade da esmagadora maioria de um povo que nas urnas deu nota negativa a uma partido e a um chefe que há muito caíram no descrédito. Ao chefe de fila do regime caduco de Harare resta a esperança de, em Lusaka, os seus tradicionais aliados da SADC virem a pressionar os vencedores do escrutínio de 29 de Março a integrarem um “governo de unidade nacional” em que a “figura histórica”, isto é, o próprio Mugabe, continuaria como timoneiro de um país na bancarrota devido à ruinosa política económica da ZANU-PF.
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4/10/08

Eleições no Zimbabwe - Diz o ditador Mugabe: Daqui não saio...daqui ninguém me tira ! - II

(Imagem original daqui)
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Tendai Biti apelou à Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e à União Africana (UA) para que intervenham de forma "a evitar um banho de sangue" no Zimbábue.
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Harare, 9 abr (Lusa) - O silêncio dos líderes regionais sobre a crise eleitoral e institucional no Zimbábue é criminoso, disse nesta quarta-feira à Agência Lusa o secretário-geral do Movimento para a Mudança Democrática (MDC, oposição), Tendai Biti.
Tendai Biti apelou à Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e à União Africana (UA) para que intervenham de forma "a evitar um banho de sangue" no Zimbábue.
Só uma condenação regional e uma intervenção dos líderes africanos poderá impedir que o Zimbábue mergulhe no caos, disse Biti, que destacou o aumento de incidentes violentos entre forças de segurança, milícias do partido no poder (a Zanu-PF, do presidente Robert Mugabe) e veteranos da guerra de libertação leais a Mugabe, de um lado, e a população que votou na oposição, de outro.
"África foi lenta a reagir no caso de Ruanda e em outros países, o que resultou em genocídios e conflitos desnecessários. A África está sendo muito lenta a responder aos apelos do povo do Zimbábue e a situação está ficando insustentável", disse Tendai Biti.
As preocupações de Biti são partilhadas por Jestine Mukoko, diretora da Zimbabwe Peace Project, organização não-governamental que está recolhendo diariamente um número considerável de queixas contra as forças de segurança.
"Desde 29 de março que em vários pontos do país cidadãos indefesos têm sido visitados, espancados e intimidados verbalmente por agentes da polícia e apoiadores do partido Zanu-PF", disse Mukoko à Agência Lusa em seu escritório, em Harare.
As 15 operadoras que recebem telefonemas de todos os pontos do Zimbábue têm recebido constantemente relatos de incidentes de violência contra a população, especialmente nas áreas onde o MDC obteve a maioria dos votos, que lhe deu vitória nas legislativas. O mais recente relatório divulgado pela Zimbabwe Peace Project menciona casos como o ocorrido em Gweru. Várias pessoas relataram terem sido agredidas por policiais uniformizados, que diziam: "Votaram de forma errada". Matabeleland North e Binga são outras regiões que a ONG, que tem por missão recolher dados sobre a violação aos direitos humanos e a violência do Estado contra os cidadãos, está monitorando com grande apreensão.
Na capital, Harare, a situação é tensa. Os residentes continuam seguindo com grande ansiedade a situação. O impasse na divulgação dos resultados eleitorais levou a esmagadora maioria das pessoas a acreditar que Robert Mugabe perdeu as presidenciais e não aceita a derrota. Vários residentes da capital disseram à Agência Lusa que a frustração e o desespero são os sentimentos dominantes e que muitos zimbabuanos sentem que a única saída é emigrar para os países vizinhos. Na fronteira com a África do Sul, em Beit Bridge, observadores afirmaram que um número crescente de zimbabuanos tem abandonado o país desde 29 de março. "Não sabemos o que fazer das nossas vidas: se vamos para as ruas e começamos a quebrar e a queimar tudo, o presidente terá, então, a oportunidade de mandar as forças policiais agredir e matar o povo. Se nos mantivermos calmos e ordeiros, nos chamam de covardes. Estamos entre a espada e a parede e morrendo lentamente de fome", disse à Lusa Moses Matara, um técnico de informática da capital.
Por António Pina, da Agência Lusa - 09-04-2008 14:21:50.

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4/03/08

Eleições no Zimbabwe - Diz o ditador Mugabe: Daqui não saio...daqui ninguém me tira !

Presidente do Zimbábue nega renúncia e vai disputar segundo turno:
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Mesmo sob pressão da oposição, Robert Mugabe nega que vá renunciar ao cargo. O partido governista avisou, nesta quinta-feira, que irá com mais força para o segundo turno das eleições gerais.
BandNews, Quinta-feira, 03 de abril de 2008 - 12h42
  • Veja com a narração de Millena Machado da BandNews Aqui !
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Última hora - Zimbabué: Dois jornalistas detidos! Harare, 03 Abr (Lusa) - Dois jornalistas estrangeiros, acusados de participar ilegalmente na cobertura das eleições do Zimbabué, foram hoje detidos num hotel de Harare, declarou um porta-voz da polícia. No hotel York Lodge, que foi cercado pela polícia, encontram-se numerosos jornalistas estrangeiros. ER. © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. 2008-04-03 20:55:02

3/28/08

Ronda pela net: África - Acontece no Zimbabwe do ditador Mugabe...

(Imagem original daqui)
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Dois grandes jornais americanos publicaram na semana passada reportagens datadas do interior do Zimbabwe, algo de pouco vulgar devido ás restrições que pelo menos até agora o governo zimbabwiano tinha imposto á entrada de jornalistas estrangeiros.
Craig Timberg do Washington Post escreveu uma reportagem datada de Norton em que faz notar que devido ás distorções da economia o governo está agora a dar prioridade à fabricação de comida para cães que é exportada em vez de usar os cereais ali consumidos para alimentar a população. Timberg faz notar que a quantidade de cereais que é usada na produção desses alimentos esta muito longe de poder aliviar as faltas crónicas de alimentos, mas as noticias sobre a fabricação do produto tornou se num símbolo das prioridades do governo.
Barry Bearak do NY Times escolheu analisar em detalhe as próximas eleições no pais, particularmente a entrada na corrida presidencial de Simba Makoni. Isso faz com que haja agora três candidatos, nomeadamente Makoni, o líder da oposição Morgan Tsvangirari e Robert Mugabe o que segundo alguns analistas citados no artigo leva a possibilidade de uma segunda volta nas presidenciais.
Bearak descreve a corrida de Makoni como intrigante recordando que este foi membro do governo de Mugabe entre 200 e 2002 e foi membro do bureau político do partido até ser expulso o mês passado.
(Imagem original daqui)
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Escreveu o correspondente do NY Times:
”Embora poucos destacados membros do partido tenham apoiado publicamente Makoni alguns analistas acreditam que este tem o apoio tácito de vários membros da hierarquia militar e dos serviços secretos, as pessoas com quem Mugabe tem contado para efectuar fraudes nas eleições. Alguns especulam sobre se os votos falsos serão desta vez divididos”.
Palavras de um artigo de Barry Bearak do NY Times sobre as eleições no Zimbabwe. O correspondente deste diário americano abordou nesse mesmo artigo a situação económica no país fazendo notar que de acordo com o programa alimentar mundial quase meio milhão de pessoas estão sub nutridas, os principais hospitais deixaram de fazer cirurgias por falta de anestesia e a inflação destroi os frutos do trabalho.
Escreveu o correspondente que quando a 18 de Janeiro o banco central do Zimbabwe pôs em circulação uma notar de 10 milhões de dólares isso era suficiente para comprar uma galinha, mas agora já só compra alguns ovos tendo o valor de 40 cêntimos americanos. Acrescentou Bearak:
"A inflação no Zimbabwe é oficialmente um numero acompanhado de muitos zeros algo que poucos indícios fornece dos males que isso causa. O economista John Robertson afirma que a nova nota perde o valor de 70 dólares zimbabwianos por minuto. Dinheiro ganho tem que se rapidamente convertido em dinheiro gasto; só bens que se podem comercializar e dinheiro estrangeiro mantém o seu valor”.

(Imagem original recolhida na net - Garoto com dinheiro suficiente para comprar um pão.)

Palavras de uma reportagem de Barry Bearak do NY sobre a situação no Zimbabwe. A reportagem era datada de Harare e titulada Em crise o Zimbabwe pergunta: pode Mugabe perder?
A analista Francis Kornegay do centro de estudos políticos em JHB na África do sul escreveu uma analise sobre a situação no Quénia em que afirma que a violência que ali eclodiu é símbolo de um mal político africano que segundo afirma afecta o desenvolvimento do continente.
Para Koernegay o continente tem a tendência de seguir a via de ditaduras autoritárias ou monarquias absolutas. Essas hegemonias, acrescentou são reforçadas por cliques de natureza étnica, de clãs ou de natureza regional em que a política é um processo de ou tudo ou nada.
Para Francis Kornegay há uma solução:
"A integração regional na África oriental e no continente é a única esperança para a paz, segurança e estabilidade. Para a política dos Estados Unidos e do ocidente para África ter alguma relevância no fortalecimento da estabilidade, uma maior ênfase deve ser dado ao fortalecimento da integração regional como um corolário de governação efectiva “.
Palavras de um comentário de Francis Kronegay do Centro de Estudos Políticos da África do Sul. O comentário foi publicado no Christian Science Monitor com o titulo de ”Porque é que o Quénia é vital para o futuro de África”. In VOANews - Por João Santa Rita 10/03/2008

12/07/07

ÁFRICA-UE - Tutu pede coragem para discutir e enfrentar os violadores de direitos humanos.

O arcebispo anglicano da África do Sul Desmond Tutu pediu hoje aos participantes na cimeira União Europeia/África coragem para criticar a violação dos direitos humanos no continente africano, mas também no europeu.
Em entrevista à Rádio Renascença, o prémio Nobel da Paz defendeu que nenhum tema sensível deve ficar de fora da cimeira e mostrou-se esperançado que a violação dos direitos humanos no Zimbabué, na Somália, na região sudanesa do Dafur sejam criticados, tal como o deve ser o racismo na Alemanha ou a situação na Tchétchénia.
«Espero obviamente que falem dos temas que para nós são mais críticos. Gostaria que falassem do Darfur e do Zimbabué. Gostaria que falassem da erradicação da pobreza e de um melhor relacionamento entre África e a Europa», disse o bispo.
Acrescentou ainda que espera que durante a cimeira seja criticado qualquer regime que viole os direitos humanos, independentemente de ser africano ou europeu.
«Se não o fizerem [os participantes na cimeira] estão a ser cúmplices com essas violações e os líderes violadores pensarão que têm o seu apoio», sublinhou.
Para Desmond Tutu, tanto na Europa como em África há bons e maus líderes, apontando como exemplos o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, e o chefe de Estado Russo, Vladimir Putin.
«As pessoas dizem que na Rússia a situação está a deslocar-se em direcção a uma ditadura e, se isso for verdade tem que ser criticado. Não se pode dizer que uma ditadura europeia é aceitável e uma africana é má. Tem que se ser consistente», sustentou.
Sobre Mugabe, o prémio Nobel da Paz lembra a admiração que lhe mereceu o «trabalho maravilhoso» do líder do Zimbabué durante a sua primeira eleição, mas adianta que depois o decepcionou «profundamente».
«Dado que ele [Mugabe] foi convidado para a Cimeira desejaria que a União Europeia fale, sem qualquer ambiguidade, sobre os direitos humanos que estão a ser violados de forma flagrante no Zimbabué», disse Tutu.
A presença de Mugabe na Cimeira UE/África, que decorre durante o fim-de-semana no Parque das Nações, em Lisboa, tem sido alvo de intensa polémica tendo levado o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, a recusar participar no encontro.
Cerca de 140 delegações estão presentes na cimeira, incluindo presidentes, chefes de governo ou da diplomacia de 26 dos 27 países que integram a UE - de fora fica o Reino Unido, que envia a embaixadora na União Africana (UA) - e de 53 Estados africanos.
A única ausência é da República Árabe Saaraui Democrática (RASD), membro da União Africana e reconhecida por pouco mais de seis dezenas de países, na maioria africanos, que já na Cimeira do Cairo, em 2000, aceitou ceder o lugar a Marrocos.
Fonte - Diário Digital / Lusa 07/12/07