Por outro lado, foram treinados caçadores comunitários para a protecção das populações, não só ao longo da zona do parque, mas também ao nível de todos os distritos da província de Cabo Delgado. Refira-se que, recentemente, o Ministério da Agricultura promoveu, em Inhambane, sul do país, um encontro sobre o conflito homem-animal, e, brevemente, vai submeter uma estratégia ao Governo, “para sermos mais agressivos nos esforços para mitigar o conflito homem-animal”.
6/27/09
Moçambique autorizado a matar mais elefantes!
Por outro lado, foram treinados caçadores comunitários para a protecção das populações, não só ao longo da zona do parque, mas também ao nível de todos os distritos da província de Cabo Delgado. Refira-se que, recentemente, o Ministério da Agricultura promoveu, em Inhambane, sul do país, um encontro sobre o conflito homem-animal, e, brevemente, vai submeter uma estratégia ao Governo, “para sermos mais agressivos nos esforços para mitigar o conflito homem-animal”.
5/19/09
"Passando" por Meluco anotei...
O POVO NÃO QUER SABER DE CAMPANHA ELEITORAL E RECLAMA:
Infra-estruturas sociais afectam população de Meluco - A melhoria e expansão de infra-estruturas sociais e económicas são parte das principais preocupações apresentadas, último domingo, pela população do distrito de Meluco, ao estadista moçambicano, Armando Guebuza, no terceiro dia da sua “Presidência Aberta e Inclusiva” à província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. Localizado a cerca de 200 quilómetros da capital, Pemba, o distrito de Meluco possui uma população estimada em 25 mil habitantes, segundo os resultados do censo populacional de 2007.
Os residentes de Meluco também deploram o elevado número de crianças órfãs, bem como reivindicam o acesso aos serviços de telefonia móvel, expansão da rede sanitária, escolas, melhoria das vias de acesso, entre outras.
À semelhança da maioria dos distritos da província de Cabo Delgado, os residentes de Meluco também exigem uma solução para o problema dos elefantes, que continuam a destruir as suas culturas.
Em resposta às preocupações apresentadas pela população, Guebuza disse ter tomado nota das questões levantadas.
Na ocasião, o estadista moçambicano, que falava num comício popular, não deixou de manifestar a sua preocupação pelo facto de a população não ter abordado o desempenho do Conselho Consultivo Distrital com relação à gestão do Fundo de Investimento de Iniciativas Locais (FIIL), vulgo Sete Milhões (cerca de 265 mil dólares), instituído pelo Governo, em 2006, para acelerar o combate à pobreza.
Também não era caso para menos, pois os critérios usados na atribuição deste fundo têm sido alvo de fortes críticas na maior parte dos 128 distritos moçambicanos.
A população também pecou por não ter apresentado nenhuma proposta de aproveitamento dos recursos existentes naquela região.
Com relação às infra-estruturas, Guebuza disse que já existe um fundo, faltando apenas uma decisão do Conselho Consultivo para a sua aplicação.
“Nós teremos uma oportunidade de nos reunir com o Conselho Consultivo, e nessa reunião vamos aprofundar estas questões”, disse Guebuza.
Contudo, ele advertiu que alguns dos problemas podem ter uma solução local, e que podem ser resolvidos paulatinamente.
Com relação ao problema do conflito “Homem-Animais Bravios”, Guebuza explicou que o Governo já criou um comité ministerial para ajudar a resolver o problema.
No caso da melhoria das vias de acesso, esta reivindicação não constitui surpresa, segundo confirma o informe do governador da província, Eliseu Machava, relativo ao ano de 2008.
Este documento refere que, neste período, foram disponibilizados para o sector de estradas em Cabo Delgado 16 milhões de meticais, o correspondente a um milhão de meticais para cada distrito desta província. Contudo, a execução foi de apenas 55 por cento, ou seja, 8,7 milhões de meticais.
Como argumento, Machava alega fraca capacidade dos empreiteiros locais para iniciar as obras adjudicadas com fundos próprios.
No mesmo período, segundo Machava, foi realizada a manutenção de rotina em 1.300 quilómetros de estrada, correspondente a 89 por cento de realização.
Entre as razões para o incumprimento da meta constam a “falta de concorrentes para alguns troços, abandono das obras e fraco desempenho dos empreiteiros derivado da falta de equipamentos e recursos financeiros”.
PR ATENTO AO PETRÓLEO - Na manhã de Domingo, mas no distrito de Palma, Guebuza visitou as instalações da Anadarko, uma multinacional norte-americana do ramo de petróleo, para se inteirar sobre os progressos registados na pesquisa de hidrocarbonetos na Bacia do Rio Rovuma, iniciada em 2007.
Segundo a Anadarko, já foram concluídos estudos sísmicos, faltando apenas o início da perfuração.
Para o efeito, serão “perfurados sete poços, sendo quatro em águas profundas, ou seja, a uma profundidade superior a 200 metros, dos quais dois deverão ser localizados antes do final do segundo trimestre do corrente ano”, refere um documento desta multinacional, a cuja cópia a AIM teve acesso.
Os restantes três poços serão perfurados em águas superficiais, a uma profundidade inferior a 200 metros.
Estimativas da Anadarko apontam para um investimento mínimo de 268 milhões de dólares.
Este projecto deverá estar concluído em 2012. A Anadarko espera ter uma resposta conclusiva sobre a existência ou não de petróleo na área adjudicada.
Entre os principais desafios que a Anadarko enfrenta na pesquisa de petróleo, destacam-se a falta de uma base de fornecimento de óleo e combustível num raio de 800 quilómetros, construção de uma base de fornecimento em Pemba para apoiar as operações de perfuração e os elevados custos operacionais, calculados em cerca de um milhão de dólares por dia durante a perfuração.
Paralelamente, como parte integrante dos seus projectos de responsabilidade social, a Anadarko está a investir anualmente, em Moçambique, 1,1 milhão de dólares na reabilitação dos sistemas de abastecimento de água e expansão da cobertura da Rádio Moçambique (emissora pública) nos distritos de Palma, Mocímboa da Praia e Macomia; reabilitação do Centro Comunitário em Palma, abertura de 10 poços de água para as aldeias rurais e vedação do Parque Nacional das Quirimbas. - Elias Samo Gudo-AIM, Maputo, Terça-Feira, 19 de Maio de 2009:: Notícias.
10/13/08
Ecos da imprensa moçambicana: A vizinha África do Sul pode autorizar prática de prostituição durante a Copa de Futebol de 2010...
9/06/08
Os elefantes africanos...
- Post's deste blogue sobre o mesmo tema - Aqui!
8/28/08
Ronda pela net: Um pouco de prosa virtual - Seis meses em Cabo Delgado descritos por missionária brasileira.
7/08/08
Luz e esperança no horizonte dos desfavorecidos - Os milagres do microcrédito no norte de Moçambique. - II
6/05/08
Crueldade contra os animais, cantora Alaska, touradas, elefantes e o dia mundial do meio ambiente...
- Leia também, porque, entre outras coisas, 'fala' do respeito que deveremos ter como seres pensantes, presumidamente inteligentes, pelos animais - Nicolle Zilli em Adorável Mundo Animal !
4/23/08
Conflito homem/animal em Cabo Delgado: Se um elefante africano incomoda muita gente, um ser humano incomoda muito mais!
Na verdade, segundo o director provincial da Agricultura, em Cabo Delgado, Oliveira Amimo, não constitui dúvida para ninguém que a vida humana é a prioridade número um para todo o cidadão moçambicano, sendo por isso que deve ser protegida de todas as formas e sem reservas.
“A província de Cabo Delgado tem sido alvo e palco de conflitos cada vez mais crescentes, entre o homem e a fauna bravia, nos quais, infelizmente são várias as vidas humanas que são perdidas, sem falarmos dos avultados bens que são destruídos pelos animais, destacando-se o elefante, leão, crocodilos e os macacos”... ...
A ideia foi que os caçadores fossem formados não para irem matar, no sentido linear do termo, mas como agentes integrantes da gestão dos recursos naturais, capazes de analisar a gravidade dos conflitos no terreno, que tenham alguma noção sobre a Lei de Floresta e Fauna Bravia, comportamentos dos animais considerados problemáticos, métodos de afugentamento de animais bravios, técnicas de abate, entre outras.
Dirigido pelo conhecido caçador profissional, o português, Manuel Carona, o curso terminou com aulas práticas de carreira de tiro e um trabalho de campo, tendo sido o distrito de Palma escolhido, onde está em curso um conflito corporizado por uma praga de leões que atacam as pessoas.
Manuel Carona, em resposta ao nosso jornal, negou que a formação daquela quantidade de caçadores significasse uma ameaça que acabaria com o extermínio da fauna, que deve ser conservada à luz dos objectivos do governo, porque úteis para o desenvolvimento das próprias comunidades e do país em geral... ... (leia o texto integral aqui !)
Todavia, o que mais os maravilhou foi a constatação de que os elefantes se lembram de quem fez o mal e não perdoam. «Conhecidos por terem boa memória, os elefantes guardam recordações e, no caso de serem más, não perdoam e podem vingar-se», concluem os investigadores no estudo que publicaram na revista norte-americana «New Scientist».
Os cientistas suspeitam, mesmo, que esse sentimento de rancor e desconfiança em relação à raça humana se transmite de geração em geração.
A revolta dos elefantes também acontece noutro país africano, o Uganda, e os ataques destes animais repetem-se na Índia, pelo mesmo motivo.
Há um milhão de anos, os paquidermes movimentavam-se por todo o globo. Mas, quando os humanos migraram de África para povoar o resto do mundo, caçaram os elefantes até à extinção na Europa, América e Oceânia.
As provas do crime foram estudadas pelo arqueólogo norte-americano Todd Surovell e pelos seus colegas. Visitaram 41 locais arqueológicos nos cinco continentes. Os vestígios encontrados vão desde 1,8 milhões de anos até há dez mil anos. E mostram que elefantes e humanos viveram juntos nos mesmos locais e que só estes últimos sobrevivem na Terra inteira.
Actualmente, restam entre 30 e 50 mil elefantes na Ásia, dos quais 20 mil na Índia, e 250 mil nas zonas tropicais de África, sobretudo no Uganda, Tanzânia e Quénia. Neste último, o número de paquidermes diminuiu de 167 mil em 1970 para 16 mil em 1989. Em 1990, o comércio do marfim foi proibido e, desde então, o número destes animais elevou-se a 25 mil.
4/19/08
The Elephant Song - Lição para os homens que não gostam de elefantes...
O vídeo foi criado pela sua mulher, Roseann, com a ajuda da sua filha de três anos, Becca.
E o portal do Eric Herman:
- Aqui !
3/26/08
Balanço dos três anos da instituição do Parque Nacional da Quirimbas.
Só o facto de 5.984 quilómetros quadrados pertencerem ao continente e os restantes 1.522 serem habitantes costeiros e marinhos, tendo dentro de si 11 ilhas, é por si, indicador, provavelmente, da razão por que tem que ser preservado, apesar das dificuldades que nestes primeiros anos está a encontrar.
Trata-se de defender as ilhas e a faixa litorânea que são constituídas por rocha costeira e têm origem recente, tendo sido formadas durante o período Terciário por meio de levantamentos ao longo da plataforma continental. Nas próprias ilhas há a tendência para a acumulação de areia ao longo do lado ocidental e daí resulta a maior parte das praias utilizáveis.
A maioria das ilhas não tem água doce, com a excepção de Ibo, Matemo e Quirimbas, por serem suficientemente grandes para manterem uma camada de água doce sobre a camada do lençol freático salino.
O Parque contém uma diversidade de habitates marinhos numa área relativamente pequena, que inclui as florestas de mangal do Ibo e Matemo, os tapetes de ervas marinhas, na desembocadura do rio Montepuez, bem como na área entre as ilhas de Ibo e Matemo, na baía de Quipaco e no espaço a ocidente das ilhas de Quisiwe e Mefundvo.
Há por outro lado, o recife de coral que se estende ao longo de todo o Arquipélago, até para lá dos limites do parque, junto a uma fauna marinha que é conhecida pela existência de pelo menos cinco espécies de tartarugas marinhas que visitam a área e uma delas é dada como nidificando na área do parque. Dungongos, cerca de 140 espécies de moluscos, 375 de peixes e tanta outra riqueza por baixo da agua do mar. E na parte continental?
Na verdade, matas costeiras, savanas ribeirinhas, prolongados mosaicos de um tipo de vegetação que varia não só de acordo com a elevação, distância da costa, como dependente das características do solo e água, mas também conforme o impacto humano sobre estes recursos.
A região do Parque é tida como prioritária para a fauna e nela foram identificadas três rotas importantes de migração de elefantes que atravessam a área e abundam diferentes espécies de animais, desde cudos, fococeros leões, hienas e numerosas aves de rapina.
Ora, em Outubro do ano passado já havia a informação de que a exploração ilegal dos recursos naturais no interior do Parque Nacional das Quirimbas (PNQ), que abarca os já citados seis distritos de Cabo Delgado, designadamente, Quissanga, Ibo, Meluco, Macomia, Pemba-Metuge e Ancuabe, continuava a inquietar as autoridades daquela que hoje já se afirma como instituição a ter em conta na conservação e preservação do ambiente naquele ponto do país.
Dados disponíveis indicavam que em três meses haviam sido apreendidos 469 toros de madeira, 1.604 barrotes, 179 tábuas, 46 pranchas e, em consequência desse comportamento fora-da-lei, aplicadas multas a 7 operadores, avaliadas em cerca de 527 mil Meticais.
Na altura em que o nosso jornal começou a reunir estes dados, já ficava descriminado que se tratava de 178 toros de pau-preto, 152 de pau-ferro, 123 de jambire e 16 de muanga, em mãos de operadores no interior do parque. São, na verdade, de agentes singulares de exploração de madeira, com licenças simples de exploração florestal, passadas pelos serviços respectivos na Agricultura, que acabam invadindo as áreas de conservação.
Com a empresa /Pacific International /, por exemplo, haviam sido encontrados 23 toros de jambire, já na vila-sede do distrito de Ancuabe e pela infracção, sido imposta uma multa de 86.020,00 MT, no mesmo lugar onde foram apreendidos mais 24 toros da mesma espécie, desta feita pertencente a /Mozambique Tienhe/, razão porque havia sido multada em 78.500,00MT.
A multa mais avultada encontrada pela nossa reportagem fora recair ao operador florestal Costa Ferreira, na aldeia Muaja, ainda no interior do distrito de Ancuabe, onde havia depositado em instância 25 toros de pau-ferro e 8 de jambire. A fiscalização do parque determinou que pagasse ao Estado, pela infracção, 250.999,00 MT.
José da Silva Mucavele, por sua vez, iria pagar por ter sido surpreendido com 34 toros de jambire, igualmente em Muaja, cabendo-lhe a multa no valor de 41.000,00 MT e o seu colega, José Vidyoko Kalamuka, da aldeia Napuda, já no distrito de Quissanga, pagaria 70.500,00 MT, por haver sido encontrado com 537 barrotes e 7 tábuas.
A /Kodak Professional Center/, é igualmente uma empresa madeireira, que pelas mesmas razoes teve de ser multada em 108.000,00 MT, em Biaque, distrito de Ancuabe, mesma divisão administrativa onde Khaeronissa Daudo enfrentaria uma multa de 125.500,00 MT, este na área conhecida por Rapale.
Todos estes processos, segundo apurou o /notícias/ haviam sido remetidos ao juízo das execuções fiscais, mas as autoridades do Parque Nacional mantinham o alarido decorrente da contínua violação dos recursos naturais que se pretende proteger.
Interessante porém, é o facto de muitos destes processos continuarem, desde meados do ano passado, à espera do seu veredicto e o destino do produto apreendido estar dependente do desfecho, havendo em alguns casos, apreensão de meios circulantes.
Ancuabe é o distrito onde os furtivos se sentem mais à vontade do que em todos outros pertencentes ao Parque Nacional das Quirimbas. Dados colhidos pelo nosso jornal, indicam que este distrito sozinho chamou à si infracções que resultaram na apreensão de 883 toros de diferentes espécies, mais 387 barrotes. Em contrapartida, Macomia, Pemba-Metuge e Meluco, disputam 680 barrotes e 122 tábuas apreendidas.
A directora Helena Damas começou por dizer que não estava autorizada a falar para a imprensa e que na sua opinião não se tratava de assunto que fosse levado a debate em jornais, alegadamente por o funcionamento do Tribunal obedecer a regras que podem não agradar aos queixosos, neste caso, o Parque.
Helena Damas foi, entretanto, explicando ao nosso jornal que /não é de hoje para amanhã que se resolve um contencioso, tendo em conta que há também recursos que se podem interpor, obedecemos a prazos, são assuntos que envolvem muitos interesses. Os processos estão a seguir os seus trâmites.
Para Damas é estranho que o assunto tenha saído para o público sem que o Parque das Quirimbas sequer se tenha aproximado à Direcção de Execuções Fiscais para se aperceber do que está a acontecer com cada um dos processos à si remetidos.
Há aqui processos de mais de quatro anos, simplesmente porque a sua resolução leva tempo, precisamos de ser cuidadosos, tanto é que, nalguns casos, há aqueles cujos presumíveis infractores não pertencem a esta área fiscal e aí precisamos de trocar correspondência com a área congénere, aclarou.
Para além da acção ilegal de exploração madeireira, conforme as autoridades do PNQ, nota-se uma grande pressão de caça furtiva protagonizada pelas comunidades locais, usando instrumentos proibidos, sendo que, nos últimos três meses do ano passado haviam sido desactivadas e destruídas 195 armadilhas, 71 cabos de aço e 381 laços, com particular incidência nas aldeias Napuda, distrito de Quissanga, Mitepo e Tipamoco, em Meluco.
Nos armazéns do Parque Nacional das Quirimbas há arcos e flechas armazenados, capturados na via pública onde são vendidos a novos candidatos a caçadores furtivos, assim como a turistas e outros compradores que as usam nas cidades como instrumentos eficazes para se defenderem dos ladroes nas suas próprias casas.
Entretanto, curiosa foi a atitude do governo distrital de Macomia, que sem ter coordenado com as autoridades do Parque, se envolveu no que hoje é qualificado como abate ilegal de animais, facto que soubemos ter sido notificado ao governador provincial. Tratou-se duma palapapa, abatida em Napala, zona no interior do parque, por isso estritamente protegida.
Em Namaluco, distrito de Quissanga, a população não quer entregar as pontas dum elefante que se considera ter morrido por causas desconhecidas, exigindo para isso uma compensação no valor de 50.000,00 MT. O Parque, perante tal realidade, nada mais fez do que escrever uma carta ao governo do distrito, que ainda não reagiu. Tal relutância não aconteceu em Pemba-Metuge, onde se confirma ter morrido um outro elefante, em iguais circunstâncias, na aldeia de Mareja.
Estes factos são o dia a dia das regiões no interior do Parque, pois na verdade, segundo reconhece o seu administrador, José Dias, o conflito homem/animais bravios é uma das questões mais criticas na parte terrestre do parque, onde se registam danos nas machambas e ataques a pessoas.
O gráfico que fala das incursões dos paquidermes é elucidativo: foram 398 no ano passado. Uma descida significativa, se se tiver em conta que em 2006 haviam sido registadas 933, do que resultou, então, na morte de 8 pessoas, contra 6 de 2007.
Fomos informados que o Parque está neste momento a fazer um levantamento das distâncias que separam as aldeias ao longo das estradas principais, com o objectivo de definir áreas para a passagem de animais, nas quais terão que ser proibidos o estabelecimento de novas aldeias ou abertura de novas machambas.
O que se pretende agora é alargar as machambas ou aldeias mais para o interior e não ao longo da estrada, justificam as autoridades do PNQ, ao mesmo tempo que se está a estudar a nível do Governo Provincial, doadores, sector privado e comunidades locais, a possibilidade de serem introduzidas vedações eléctricas nas áreas propostas para a conservação e turismo.
Há esforços tendentes a controlar a pesca artesanal a partir de um censo que inicia em Junho próximo, visando à actualização dos dados referentes à situação geral das unidades de pesca existentes e suas características, número de pescadores envolvidos, artes e outros aspectos que se consideram importantes, bem como, ainda se pretende melhorar o controle com uma proposta de um censo semestral.
Regista-se o envenenamento dos cursos de água por pescadores ao longo do rio Montepuez, usando pesticidas. Dois acampamentos com 17 pescadores ilegais foram destruídos, apreendidas duas redes mosquiteiras e retirada de três embarcações.
Na Ilha do Ibo, desde Fevereiro do ano passado que foi operacionalizado o turismo comunitário. Quando quisemos saber dos resultados, obtivemos a seguinte resposta:
Três casas a receber hóspedes e um quarto reabilitado, a associação do turismo comunitário de N´lamba ficou registada ao nível distrital para desenvolver actividades e serviços turísticos, havendo ainda perspectivas de alugar duas a quatro casas para o desenvolvimento de actividades turísticas, como sejam, passeios, saídas, transportes, actividades culturais...
Na verdade, o rendimento proveniente do aluguer dos quartos nos dá a sensação de que há seriedade no tratamento deste tipo de turismo. Em 137 noites vendidas, soubemos que houve ganhos na ordem dos 35.250,00 MT, dos quais 21.150 foram para as donas de casa e 10.575 para o fundo comunitário e 3.525 para a administração.
Em Muagamula o comité de gestão dos recursos naturais de Ningaia tem a responsabilidade quase total. Com dois guardas que trabalham em turnos e para a manutenção e limpeza do sitio de acesso, mas sobretudo para controlar as entradas, que estão fixadas em 50MT para estrangeiros e 25 para os nacionais.
As entradas de turistas no acampamento nos meses de Julho, quando o controle começou, até Novembro, apenas 84, nos informam terem sido colectados 4.200,00 MT.
Em Meluco-sede está a ser reabilitada a pensão Ana Maria para oferecer alojamento básico e estão em formação três guias para passeios nas montanhas e nos arredores e se perspectiva a observação de elefantes nas fontes de água e actividades turísticas, tais como a dança e comida tradicional.
Em Namau, distrito de Pemba-Metuge, está em construção uma ponte-passadeira para a observação do mangal, ao mesmo tempo que está em construção uma casa de hóspedes.
Os ganhos sociais vão ainda muito longe com a atribuição de bolsas de estudo a 30 alunas no distrito considerado piloto de Macomia, na tentativa de incentivar a rapariga a continuar a estudar, sendo elegíveis aquelas que completam a quinta classe e que vivem nas aldeias que se separam a mais de 5 quilómetros duma escola primária do segundo grau. Só uma não conseguiu chegar ao fim do ano passado com bom aproveitamento.
Da mesma forma, continua a construção de uma escola com duas salas de aula, usando material convencional, na aldeia Darumba, posto administrativo de Mucojo, ainda no distrito de Macomia, numa colaboração entre o PNQ e a Direcção da Educação no distrito. Em fase de conclusão está ainda a escola de Mefundvo, que devido a problemas de supervisão está a demorar.
Pedro Nacuo - Maputo, Quarta-Feira, 26 de Março de 2008:: Notícias
- Diversos post´s deste blog sobre as Ilhas Quirimbas, Pemba, Ibo, temas históricos, tradicionais, etç. - Aqui !
3/04/08
A chacina dos elefantes está legalizada na Républica da África do Sul...
O governo sul-africano anunciou na última segunda-feira que permitirá o sacrifício de elefantes no país a partir de 1º de Maio. Segundo o ministro do Ambiente e Turismo da África do Sul, Marthinus Van Schalkwyk, o sacrifício é necessário para controlar a população de elefantes no país.
No comunicado, o ministro afirmou ainda que a prática será permitida apenas em último caso e que o governo adotará outras técnicas para o controle da população de elefantes, como o uso de contraceptivos e o transporte de animais para áreas menos habitadas.
De acordo com Van Schalkwyk, o sacrifício será adotado apenas depois de várias considerações "com todas as opiniões consultadas", afirmou.
A população que reside em regiões próximas de onde vivem os elefantes reclamam que os animais são perigosos, comem as frutas e competem com os humanos para beber água.
No comunicado desta segunda-feira, o governo sul-africano afirmou que está ciente de que a decisão vai causar "emoções fortes" e despertar a oposição de ativistas de direitos dos animais.
Apesar disso, o ministro afirmou que "o equilíbrio da biodiversidade e as pessoas que vivem próximas dos elefantes" também precisam ser consideradas.
A ONG de direitos dos animais Animal Rights Africa afirmou que os elefantes têm habilidades cognitivas bem desenvolvidas e são alertas sobre o espaço. "Quanto mais parecidos conosco precisam ser os elefantes para que matá-los seja considerado assassinato?", questionou a ONG em um comunicado divulgado antes do anúncio do governo.""
1/14/08
Palma, em Cabo Delgado declara guerra aos animais...
“Eu estou a falar de 310 coqueiros, 10 hectares e 210 cajueiros meus que foram deitados abaixo por elefantes. Os animais destruíram ainda machambas de mapira e de mandioca. Não sei o que darei à minha família, composta por duas esposas e treze filhos”, disse.
1/04/08
Moçambique, turismo e a ocupação desordenada do litoral de Pemba...
11/23/07
Elefantes - Espécie em extinção ?
Apreendidas mais de seis toneladas de marfim resultante de abate ilegal.
Fátima Mimbire-AIM-Diário de Notícias, 22/11/07-n. 1027.
Alguns link´s com referências a marfim e elefantes: