4/30/08

Diversificando - O impacto do consumismo no meio-ambiente.

A eco-ativista Annie Leonard conta no site The Story of Stuff, em vinte minutos, que a história das coisas que consumimos é muito mais do que a extração, produção, distribuição, consumo e descarte, como define linearmente a economia dos materiais. Durante 10 anos pesquisou de onde as coisas vêm e para onde vão realmente. A "História das Coisas" expõe as conexões entre um enorme número de importantes questões ambientais e sociais, demonstrando que estamos a destruir o mundo e a auto destruirmo-nos, e assim apela a criar um mundo mais sustentável e justo para o planeta Terra e seus habitantes. Este video ensina, faz rir, e tenta mudar a forma como olhamos para todas as coisas que existem na nossa vida. Um excelente documentário a não perder.
Annie Leonard compôs em video um conteúdo educativo que deve ser absorvido com atenção por todos, principalmente por governos e entidades que lideram o globo terrestre e mais ainda pelas populações dos jovens países em desenvolvimento como Moçambique.
Para quem entende inglês vale a pena a visita aqui: http://www.storyofstuff.com/
  • Assista o video em língua inglesa aqui !
  • Assista o video legendado em português aqui !

Ecos da imprensa moçambicana - AZAGAIA intimado...??!! - Segundo Ato...

Para responder a perguntas Azagaia hoje na PGR - Alice Mabota vai acompanhar o jovem e interventivo Raper.
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Maputo - O rapper moçambicano, Edson da Luz, mais conhecido por Azagaia, apresenta- se esta manhã, na Procuradoria da República da Cidade de Maputo para responder a perguntas, tal como diz a notificação a ele entregue pelo oficial daquela instância. Segundo soubemos, este caso está a ser seguida de perto pela Liga Moçambicana dos Direitos Humanos e a respectiva Presidente, Alice Mabota, o vai acompanhar na audição que hoje terá lugar.
Não se conhece o conteúdo das perguntas a este rapper, bastante crítico do poder do dia, mas suspeita-se que tudo esteja relacionado com a verticalidade que o visado demonstra na abordagem musical de vários problemas que afectam a sociedade moçambicana. (Redacção)
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Acrescento - A atitude da PGR leva-nos a relembrar cenários arcaicos de regimes ditatoriais onde polícias políticas odiadas e muito criticadas pelos "novos democratas"...mais populistas que democratas, atuavam e intimidavam !
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Post's anteriores deste blog sobre Azagaia:
  • Hip-Hop repreende o poder em Moçambique - 09/11/07 - Aqui !
  • Azagaia volta a repreender com "Povo no Poder" - 13/02/08 - Aqui !
  • Azagaia intimado ?? !! - 12/04/08 - Aqui !

Ronda pela imprensa moçambicana - Lamentável... Liberdade de Imprensa em Moçambique tende a diminuir !

Liberdade de Imprensa - Moçambique desce para 73° do “ranking”...
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Maputo - Moçambique desceu de 48° para 73° lugar no índice da tabela dos países com maior expressão da liberdade de imprensa ao nível mundial, indica o mais recente relatório da Organização Não Governamental, Jornalistas Sem Fronteiras.
Segundo o Embaixador da Holanda, Frans Biyvoe, que falava por ocasião do seminário sobre jornalismo investigativo, denominado “Carlos Cardoso”, por homenagem aquele que foi o grande percursor do jornalismo investigativo no País, “e muito triste que ainda hoje muitos jornalistas não possam trabalhar em liberdade e vivem com medo de perseguição, pior ainda, medo de serem assassinados, disse , sublinhando que “Carlos Cardoso”, que dá o nome a este seminário é um exemplo claro e mais triste deste caso,”.
O Presidente do MISA em Moçambique, Tomás Vieira Mário, , disse que em Moçambique há um esforço para criar, manter e expandir o espaço da liberdade de imprensa e comunicação, mas os problemas com os quais os jornalistas se deparam como as dificuldades do acesso às fontes de informação criam uma barreira no desenvolvimento das suas acções.
“Temos um défice de acesso oficial às fontes de informação o que constitui um grande buraco no quadro legal da liberdade de imprensa. Moçambique. (Eduardo Conzo).

Ecos da imprensa moçambicana - Telefonia celular chega a Balama e Namuno em Cabo Delgado.

mcel cobre Balama e Namuno...
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Maputo - A mcel acaba de estender a sua rede para mais distritos ao longo do País, confirmando ser esta operadora a única a cobrir, actualmente, cerca de 60% do território nacional e a possibilitar que 75% da população moçambicana esteja debaixo do sinal de uma das suas mais de 550 antenas.
Com efeito, desde esta semana a rede mcel está também activa nas localidades de Namumo e Balama (província de Cabo Delgado), Nanhupo Rio, Nametória e Chalaua (Nampula), Fíngoè (Tete), Maringué (Sofala), Inhagoma (Manica) e Massangena (Gaza).
Com recurso a uma infra-estrutura de rede moderna e desenhada de acordo com os melhores padrões de qualidade e empregando as tecnologias mais avançadas e soluções inovadoras, a mcel tem vindo a cobrir a grande maioria dos distritos (mais de 100 actualmente), muitos postos administrativos e localidades, os grandes eixos rodoviários, os principais corredores de desenvolvimento, os principais pólos de atracção turística e as zonas onde se desenvolvem os mega-projectos.
Refira-se que a Moçambique Celular é a única operadora que assegura a cobertura de Norte a Sul do País, através de mais meio milhar de antenas, criando uma verdadeira espinha dorsal de acesso aos mais avançados serviços de voz, dados e multimédia.
Esta infra-estrutura tecnológica, que serve as cidades e vilas – com bastante ênfase os distritos, as estradas e os corredores de desenvolvimento, tem vindo a ser estendida às zonas rurais, contribuindo deste modo para a redução das assimetrias regionais e criando novas oportunidades de negócio e comunicação.
É disto exemplo a cobertura do troço rodoviário entre Maputo e Pemba, numa extensão de mais de 2.500 quilómetros ao longo da Estrada Nacional Nº1. (Redacção)

4/29/08

Ecos da imprensa moçambicana - Nunca é demais repetir: Baía de PEMBA...a mais bela entre as belas !

Baia de Pemba- Maior beleza natural do mundo !
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Maputo - A baia de Pemba, Província de Cabo Delgado, é considerado pela UNESCO como uma das maiores atracções turísticas do mundo o reconhecimento surge na sequência da candidatura desta baia ao titulo de património da humanidade ao clube das melhores baias do mundo, património da UNESCO, na qual sagrou se uma das maiores belezas naturais do mundo, o que lhe conferiu ingresso àquele organismo mundial.
A candidatura da baia de Pemba foi apresentada no passado mês de Outubro no Brasil, concretamente na praia da rosa, agora património da UNESCO, por uma equipa constituída pelo presidente do Município de Pemba, Agostinho N’tauli e representantes da Associação dos Naturais e Amigos de Cabo delgado, um evento que participaram representantes de 25 países interessados na promoção de turismo e das belezas naturais das baias.
De acordo com o Presidente do Município de Pemba o ingresso da baia no clube das mais belas baias do mundo afigura se uma entrada triunfal na medida em que, não só traz vantagens para a baia, mas sim para todo o País, sobretudo na promoção do turismo.
Apontou serem algumas vantagens que o clube pode trazer para a baia e coincidem com os desafios que o Conselho Municipal de Pemba apostou no Plano de Desenvolvimento da daquela cidade que são, nomeadamente, a promoção do turismo mundial, preservação do ambiente, promoção e conservação da cultura local, conservação e manutenção do estado natural das baias, defesa dos corais - espécies marinhas em via de extinção no mundo.
Refira se que aquela baia ja vinha lutando para o seu ingresso neste clube desde o ano 2002 junto da Associação dos Naturais e Amigos da Província de Cabo Delgado, actualmente conhecida por Cabo Delgado em Movimento.
Daniel Paulo
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Alguns post's anteriores sobre a bela Baía de Pemba:
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 1 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 2 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 3 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 4 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas...5 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas II - 18OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas III- Histórias e lendas - 20OUT2007 - Aqui !
  • Ecos da Imprensa Moçambicana - Pemba e o turismo... - 28ABR2008 - Aqui !

Ecos da imprensa moçambicana - Pirata não tem vez em Pemba !

Em Cabo Delgado - Destruídas três mil cassetes e discos áudios.
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Mais de três mil cassetes e discos compactos áudios apreendidos nos mercados da cidade de Pemba e nos distritos de Nangade, Montepuez, Mueda, Mocímboa da Praia, Macomia e Chiúre, na província de Cabo Delgado, foram incinerados, recentemente, na lixeira do Conselho Municipal da Cidade de Pemba, numa cerimónia pública orientada pelo director provincial adjunto de Educação e Cultura, Carlos Nampava.
Na ocasião, Nampava disse que as cassetes e discos compactos áudio destruídos eram vendidos ilegalmente, sem observância da legislação vigente no País, através do Diploma Ministerial 8/2003, de 15 de Janeiro, que consiste na reciclagem de todo o material fonográfico produzido no País e do importado, no combate a pirataria.
Segundo Nampava, a destruição do material fonográfico resulta de um trabalho iniciado em 2003, levado a cabo pela Comissão multisectorial, nomeadamente direcções Provinciais do Plano e Finanças, através da área de fiscalização, da Mulher e Acção Social, Juventude e Desportos, Indústria e Comércio e Turismo, Alfândegas, Polícia da República de Moçambique (PRM) e Procuradoria Provincial, incluindo Conselhos Municipais.
Esta actividade, de acordo com Nampava, subscreve-se na defesa dos direitos do autor, impondo, assim, a obrigatoriedade na selagem dos produtos fonográficos na defesa e respeito pelos criadores artísticos e visa ainda salvaguardar indústrias discográficas, sem pôr de lado o Estado moçambicano, que regula e licencia a produção de obras.
A fonte afirmou que a "incineração das cassetes e discos compactos áudios em cerimónia pública significa que o Governo de Cabo Delgado reitera os compromissos de solidariedade para com os fazedores da arte na província, como indivíduos pertencentes a uma camada que participa, com o seu saber, na luta contra a pobreza absoluta, no desenvolvimento sustentável e no bem-estar social”.
Acrescentou que “ os músicos projectam não só a província além fronteiras, como também o País, imortalizando a identidade moçambicana, através das suas músicas que, de certo modo, disciplinam a sociedade criticando e fazendo com que se respeitem as suas tradições e costumes”.
Por seu turno, o chefe do Departamento Provincial da Cultura, em Cabo Delgado, Marcelino Dingano, disse que a impressão com que se fica é de que, na província, a pirataria é um mal assente. As estruturas do sector da cultura organizaram-se para enfrentar, tomando medidas radicais e contundentes, cabendo, agora, aos artistas que se unam, de uma vez por todas, para delinearem acções de denúncia e de combate duro e efectivo a este mal.
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A pirataria prejudica os músicos.
João Abujate, do Conjunto Musical Makalelo, disse que, no negócio de cassetes e discos pirateados, ganham os vendedores ambulantes e os comerciantes que em nada contribuem para o Estado.
Abujate afirmou que, com a nova tecnologia, há muita facilidade na multiplicação de discos compactos áudio sem ou com qualidade, os tais que são vendidos no mercado informal.
Sakubanga Alotakulomba 29/04/08

Uma corrente...

(Imagem original daqui)
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Pois é Zé Paulo...Esta coisa de "correntes" é intrincada e não faz muito o "meu tipo" como é maneira dizer-se por terras do Brasil. Mas, "iluminado" por essa "Lanterna Acesa" e brilhante, tentarei não quebrar a "corrente" que me sugere, afinal nada pesada em parecença com grilhetas ainda em uso, mesmo enferrujadas, gastas, violentas por esse mundo afora...
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As regras:
- Dizer 6 coisas que não se importe de fazer ou de ter:
  • Gosto da tranquilidade, da quietude, da serenidade à minha volta. Se pudesse decretava o silêncio como obrigatório, como lei !
  • Gosto das madrugadas onde parto para meu "recanto bucolico" e assisto ao nascer do dia nos campos da estrada.
  • Não me importo e até me divirto com o escândalo que as maritacas em casal, fazem ao entardecer, no beiral de meu "recanto bucólico" interiorano. Só elas podem quebrar minha tranquilidade com seus arrufos estridentes e arrebatados !
  • Gosto de rever e receber meus Amigos. Mas não gosto quando partem para longe. Fica sempre a saudade e o vazio.
  • Anseio voltar às raízes, a Portugal, ao meu Douro, à Família. Mas, na hora de regressar, o coração aperta e dói por meses...
  • Vivo Pemba, tenho Pemba e sou de Pemba. Onde estou, Pemba está comigo. E isso alimenta meu espírito, minha vida !
- Colocar o link da pessoa que o "mimou":
- Colocar as regras no blog:
  • Dizer 6 coisas que não se importe de fazer ou de ter.
  • Colocar o link da pessoa que o "mimou".
  • Colocar as regras no blog.
  • Desafiar 6 pessoas, deixando um comentário nos seus blogs
- Desafiar 6 pessoas, deixando um comentário nos seus blogs:
  1. Cão Com Pulgas de José Carlos Megre !
  2. Art & Design de Isabel Filipe !
  3. Vouguinha de Francisco Branquinho !
  4. Espreitador de Pires F. !
  5. O País do Burro de Filipe Tourais !

4/28/08

Ecos da imprensa moçambicana - Pemba e o turismo...

Construção em Pemba de hotéis de luxo.
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A baía de Pemba, na cidade de mesmo nome na província nortenha de Cabo Delgado foi convidada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para participar num concurso internacional para eleição das melhores baías do mundo.
O convite fica a dever-se pelo facto da mesma constar como uma das mais belas baías do mundo, uma vez que, para além da beleza em sí, apresenta uma diversidade cultural invejável e tem-se batido pela conservação dos espaços virgens e por manter a sua originalidade, segundo disse a jornalistas, sexta-feira passada, o presidente do município de Pemba, Agostinho Ntawala.
Ntawala disse que, Pemba esteve representada, em Outubro de 2007, no Brasil, num encontro durante o qual, uma vez mais, foi vincada a sua eleição para figurar na classe das baías mais belas do mundo, passando assim a ser a quarta no continente africano depois da Àfrica do Sul, Senegal e Cabo Verde que se vêm juntar a outras 26 dos restantes continentes.
É ainda no quadro da sua elevação que este mês de Maio de 2008, uma delegação de peritos da UNESCO irá deslocar-se a baía de Pemba para avaliar as condições apresentadas pelas autoridades moçambicanas e proceder à entrega do respectivo título de Património da Humanidade que lhe dá o direito de ser integrada no clube das baías mais belas do mundo, segundo ainda a fonte.
Uma das actividades de reconhecimento pela distinguição a serem desenvolvidas pela edilidade refere-se a construção de dois hotéis de cinco estrelas, com obras a arrancar em 2009 e várias outras infra-estruturas visando acolher o crescente número de turístas que têm-se deslocado a Pemba.
Presentemente, a baía recebe em média por ano cerca de 98 mil turistas entre nacionais e estrangeiros que contribuem para uma parte significativa das receitas do munícipio, segundo ainda Agostinho Ntawala, que, entretanto, não precisou o montante colectado.
Fernando Sidumo
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Alguns post's anteriores sobre a bela Baía de Pemba:
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 1 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 2 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 3 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas... 4 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas...5 - 11OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas II - 18OUT2007 - Aqui !
  • BAÍA DE PEMBA - A mais bela entre as belas III- Histórias e lendas - 20OUT2007 - Aqui !

Ecos da imprensa moçambicana - "Quirimbas" na LAM.

Maputo - A LAM - Linhas Aéreas de Moçambique(LAM) reforçou a sua frota de aeronaves com chegada de mais uma aeronave do tipo BOEING 737-200 e baptizada com o nome de «Quirimbas», que é um paradísiaco arquipelágo com enorme potencial turístico e já está registada com a matrícula nacional, conforme informou ao «vt» uma fonte da empresa.
De acordo com a nossa fonte, com esta aeronave, "a LAM-Linhas Aéreas de Moçambique passa a contar na sua frota com um total de quatro (4) aeronaves, cada uma com uma capacidade de transportar 108 passageiros, reforçando assim a capacidade de oferecer uma elevada qualidade de serviços e continua a ser uma referência em termos de pontualidade, na indústria de aviação civil mundial". (redacção)
  • Diversos post´s deste blog sobre as Ilhas Quirimbas, Pemba, Ibo, temas históricos, tradicionais, etç. - Aqui e Aqui !

Ronda pela imprensa lusa - O que escreve Albano Loureiro.

O Primeiro de Janeiro - 25/04/08 - Opinião por Albano Loureiro*
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Triste comemoração.
Há trinta e quatro anos Portugal vivia uma revolução que se apregoava de novos valores e princípios para a vida política, social e económica do país. Liberdade, igualdade, solidariedade, fraternidade. Como em todos os movimentos, a mudança nem sempre tem a velocidade e continuidade desejada. Há repelões, solavancos, avanços e recuos. Não será por isso que vai desmerecer o 25 de Abril. Podia aqui desfiar-se um rosário de coisas que correram mal. Com o correr da história e desaparecimento dos mantos de fumo que ainda persistem, outras vergonhas aparecerão. Mas eu ainda continuo a dizer valeu a pena. Menos entusiasmado, talvez. Porquê? É cansativo combater a politiqueirice de gente sem escrúpulos, com pouco ou nenhum sentido de estado e espírito de serviço à causa pública. Regra geral a que, como é evidente, há excepções, os nossos políticos, comentadores, jornalistas e quejandos que intervêm na vida pública, movimentam-se por interesses pessoais ou de grupo, pouco se preocupando com o comum dos mortais que só serve para os servir. Alguns dirão, “lá vem ele outra vez”. Repito o que já aqui deixei escrito, “Não desisto”. Há dias um companheiro desta cruzada dizia-me que se eu quisesse enveredar por uma carreira política e manter alguma da qualidade de vida que tenho à custa exclusiva do meu trabalho, tinha dois caminhos: ou vendia alguma coisa do meu património para sustentar o decréscimo dos rendimentos, ou entrava no jogo de interesses e troca de favores que é corrente. E isto é aceite por todos da forma mais natural possível. Não tenho pruridos e sou dos que pensa que todo o homem tem um preço. Mas durmo mal com esse tipo de coisas e porque ainda não tenho a capacidade económica de andar a desfazer-me de bens para suportar desvarios, respondi-lhe que lá iria a continuar na minha vida profissional e a dedicar-me à causa pública apenas na medida da disponibilidade das minhas ocupações de trabalho. O certo é que nesta democracia sequência do 25 de Abril, há políticos que permitem ao estado gastar 450 milhões de euros para a aquisição de helicópteros que em pouco tempo estão parados por avaria. Ou gastar 2 milhões de euros pagos a um privado pela elaboração de um documento que os serviços de contencioso desse organismo do estado já tinham concretizado em dois dias sem qualquer acréscimo de despesa. Ou 1,07 mil milhões na aquisição de submarinos sem qualquer interesse para a nossa defesa nacional, por meio de um contrato que está sob investigação judicial. Ou pagar avenças mensais de 400 mil euros a escritório de advogados cujo representante salta de partido político e apoios conforme a proximidade do poder. E o que vão permitir que se gaste em tantas outras coisas supérfluas.É escandaloso. Mas o que mais me choca é que este é o mesmo estado que não pode disponibilizar a ridicularia de 30 mil euros para pagamento do tratamento nos Estados Unidos de uma criança de seis anos que padece de uma forma rara de cancro e para a qual a última esperança ali reside. Que liberdade tem esta criança? Onde está a solidariedade e a fraternidade deste estado que nada faz perante estes casos gritantes, antes esperando que as comunidades se movimentem em esforços, tantas vezes inglórios enquanto os figurões do costume se continuam por aí a pavonear? Dir-se-á que isto é demagogia. Até aceito embora essa não seja, de certeza, a opinião dos pais e da criança em causa. E até daqueles que com muito sacrifício pessoal têm contribuído para a ajuda. Não seria triste comemoração do 25 de Abril ver no horizonte a esperança de contrariar estes políticos que, sem pudor, ainda afirmam que o Estado quando falha, não lhe acontece nada. Como se eles não fossem responsáveis dessa impunidade.
*Albano Loureiro - Advogado
e.mail
albanoloureiro@mail.telepac.pt
O autor é advogado e nascido em Porto Amélia/Pemba, filho dos antigos residentes Sr. Loureiro do A. Teixeira e da Professora D. Ana Alcina, sobrinha do Administrador do posto de Metuge (na época colonial), próximo a Bandar e à Companhia Agricola de Muaguide, Fernandes Pinto.
Escreve periódicamente para jornal diário "
O Primeiro de Janeiro" - Porto, a coluna Opinião.
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Textos anteriores de Albano Loureiro neste blogue:

  • 15/12/2007 - Triste recorde - aqui !
  • 05/04/2005 - Uma das muitas histórias do Dr. Alves da Farmácia - aqui !
  • 14/08/2007 - Opinião - Monotonia - aqui !
  • 28/08/2007 - Opinião - Universidade de Verão - aqui !
  • 08/09/2007 - Opinião - Que Luiz ? - aqui !

4/23/08

Conflito homem/animal em Cabo Delgado: Se um elefante africano incomoda muita gente, um ser humano incomoda muito mais!

Acabo de ler na edição digital do Notícias-Maputo que criculará esta manhã em Moçambique:
Conflito homem/animal em Cabo Delgado-Intensificam-se medidas para o seu estancamento.
Estão a multiplicar-se em Cabo Delgado, esforços visando minorar os efeitos decorrentes do conflito já declarado entre o homem e a fauna bravia, da qual se destaca o elefante. Tanto as autoridades da Agricultura como do Parque Nacional das Quirimbas pretendem, a breve trecho, lograr uma saída airosa que não prejudique nem as populações, por via da perca das suas vidas e destruição dos seus bens, entre os quais, as machambas, nem a necessidade de preservação.O conflito atingiu níveis em que o Governo provincial entende tratar-se de um assunto transversal, tocando a quase a totalidade dos sectores, sendo obrigatório que todos lutem por encontrar soluções, pelo que as propostas de medidas práticas vem as catadupas.
Na verdade, segundo o director provincial da Agricultura, em Cabo Delgado, Oliveira Amimo, não constitui dúvida para ninguém que a vida humana é a prioridade número um para todo o cidadão moçambicano, sendo por isso que deve ser protegida de todas as formas e sem reservas.
“A província de Cabo Delgado tem sido alvo e palco de conflitos cada vez mais crescentes, entre o homem e a fauna bravia, nos quais, infelizmente são várias as vidas humanas que são perdidas, sem falarmos dos avultados bens que são destruídos pelos animais, destacando-se o elefante, leão, crocodilos e os macacos”... ...
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E continua o articulista mais à frente:
...É no quadro dos esforços em curso visando diminuir o impacto que o conflito tem na sociedade, que decorreu recentemente um curso de caçadores comunitários(?), envolvendo 48 elementos, à razão de três por distrito, que já vinham com algum conhecimento da actividade.
A ideia foi que os caçadores fossem formados não para irem matar, no sentido linear do termo, mas como agentes integrantes da gestão dos recursos naturais, capazes de analisar a gravidade dos conflitos no terreno, que tenham alguma noção sobre a Lei de Floresta e Fauna Bravia, comportamentos dos animais considerados problemáticos, métodos de afugentamento de animais bravios, técnicas de abate, entre outras.
Dirigido pelo conhecido caçador profissional, o português, Manuel Carona, o curso terminou com aulas práticas de carreira de tiro e um trabalho de campo, tendo sido o distrito de Palma escolhido, onde está em curso um conflito corporizado por uma praga de leões que atacam as pessoas.
Manuel Carona, em resposta ao nosso jornal, negou que a formação daquela quantidade de caçadores significasse uma ameaça que acabaria com o extermínio da fauna, que deve ser conservada à luz dos objectivos do governo, porque úteis para o desenvolvimento das próprias comunidades e do país em geral... ... (leia o texto integral aqui !)
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Em resumo e lendo o texto, entende-se que, as autoridades responsáveis em Cabo Delgado, depois de apresentarem os elefantes e outros animais como inimigos perigosos para o ser humano agirão, como afirmam com um tom beatificante, quase piedoso, para não dizer cínico:
- “ Por isso, para matar um elefante, por exemplo, só depois de ter a certeza de que se trata do animal problemático do grupo, digamos, muitas vezes chefe, e também termos a certeza de que ao atirar o matamos sem falha. Porque se matamos um que não era o chefe do grupo nem problemático, eles voltarão a fazer as mesmas coisas, com a sua estrutura ainda intacta. Se atiramos contra um elefante e não o matamos, ele fica com a bala no corpo e torna-se cada vez mais inimigo do homem e destrói tudo o que estiver à sua frente. Digamos, está zangado com todos”.
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Pois é!...Que acredite quem quiser! E acrescento:
Pesquisando na net, por convicção formada afirmo, se um elefante incomoda muita gente, um ser humano incomoda muito mais.
Quase 23 mil elefantes foram exterminados por caçadores clandestinos no ano de 2006.
A estimativa baseia-se na apreensão de 27 mil quilos de marfim em agosto de 2006, que segundo especialistas de mercado, constituem apenas 10% do contrabando feito naquele ano.
Enquanto especialistas se preocupam com uma possível extinção de algumas espécies, países como China, Japão e Singapura estimulam o mercado negro de dentes de elefante, fazendo demandas cada vez maiores de marfim – a serem transformados em jóias e "hankos", uma espécie de carimbo comum no Leste Asiático.
A extração de marfim foi considerada ilegal em 1989, quando um tratado da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou boicote ao comércio de dentes de elefantes. O autor do estudo que analisa a atual situação dos elefantes na África, Samuel Wasser, da Universidade de Washington, diz que está preocupado:
"Nos oito anos que precederam o tratado, metade da população dos elefantes africanos já tinha sido aniquilada. Agora o estado é crítico, porque eles são poucos e a caça está aumentando. Para piorar, a população esqueceu do assunto".
Wasser se refere ao alarde que as organizações ambientais e especialistas fizeram nos anos 80, que incentivou o boicote.
Segundo o estudo de Wasser, o boicote foi efetivo nos primeiros anos, principalmente porque as nações ricas financiavam o policiamento das áreas e a apreensão de caçadores clandestinos. Mas nos anos que se seguiram, os fundos foram sendo cortados e os países interessados em marfim foram encontrando brechas no tratado.
Resultado: hoje, o contrabando de dentes de elefantes é comparado ao tráfico de drogas na Ásia.
E se a venda do marfim é proibida na África, fora do país ela não é. Chegando no Japão ou na China, ele é legalmente comercializado – os dois países conquistaram o direito de se tornarem "parceiros no comércio de marfim". Dados do estudo de Wasser também apontam que os contrabandos têm outro destino além da Ásia: os Estados Unidos. (Isadora Marinho)
O ser humano entretanto, reproduz-se de maneira absolutamente desordenada e ocupa de modo destrutivo e rápido todo o espaço à nossa volta que, como sabemos, é limitado e finito.
Há sim que responsabilizar e colocar nos eixos a população humana, que está destruindo o planeta muito mais rápido que milhares de manadas de elefantes.
Quem sabe, como li algures, delatando o extermínio dos elefantes nos lembremos e preocupemos com o extermínio de nosso próprio planeta!
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Para terminar:
Memória de elefante.
E se um dia a natureza pedir contas por todas as maldades que lhe fazemos?
Esta pergunta já inspirou livros e filmes de terror. Mas há muito que deixou de ser ficção: há elefantes que não perdoam, não esquecem e se vingam.
George Tergat estava a sair da escola quando viu uma manada de elefantes entrar pela aldeia. Eram animais jovens. Atacavam as casas, reduzindo-as a um monte de palha e adobe. As pessoas fugiam, gritando. Também ele correu. Pareceu-lhe – tinha quase a certeza – que um pequeno paquiderme corria na sua direcção e, até, que o perseguia. Todavia, como era hábil, conseguiu esquivar-se. No refúgio, lembrou-se dos tempos em que acompanhava o pai nas caçadas: Depois de matar um elefante, retiravam-lhe o marfim, a carne, os ossos, a pele e até o pêlo.
Estariam os paquidermes a vingar-se?
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A revolta dos elefantes.
Uma equipa de cientistas e biólogos de vários países estuda o comportamento dos elefantes no Quénia. Observaram que os que não estiveram em contacto com os humanos durante décadas são tolerantes e sociáveis. Quanto aos exemplares de comportamento agressivo, descobriram que eram órfãos e que os pais foram mortos por caçadores. Concluíram, então, que os elefantes sofrem de «stress» pós-traumático por assistirem ao extermínio dos parentes ou de outros membros da manada.
Todavia, o que mais os maravilhou foi a constatação de que os elefantes se lembram de quem fez o mal e não perdoam. «Conhecidos por terem boa memória, os elefantes guardam recordações e, no caso de serem más, não perdoam e podem vingar-se», concluem os investigadores no estudo que publicaram na revista norte-americana «New Scientist».
Os cientistas suspeitam, mesmo, que esse sentimento de rancor e desconfiança em relação à raça humana se transmite de geração em geração.
A revolta dos elefantes também acontece noutro país africano, o Uganda, e os ataques destes animais repetem-se na Índia, pelo mesmo motivo.
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Predador sem piedade.
Os humanos são criminosos que deixam pistas. Provas arqueológicas confirmam que a extinção dos elefantes se deve à caça praticada pelos humanos e não por alterações do clima.
Há um milhão de anos, os paquidermes movimentavam-se por todo o globo. Mas, quando os humanos migraram de África para povoar o resto do mundo, caçaram os elefantes até à extinção na Europa, América e Oceânia.
As provas do crime foram estudadas pelo arqueólogo norte-americano Todd Surovell e pelos seus colegas. Visitaram 41 locais arqueológicos nos cinco continentes. Os vestígios encontrados vão desde 1,8 milhões de anos até há dez mil anos. E mostram que elefantes e humanos viveram juntos nos mesmos locais e que só estes últimos sobrevivem na Terra inteira.
Actualmente, restam entre 30 e 50 mil elefantes na Ásia, dos quais 20 mil na Índia, e 250 mil nas zonas tropicais de África, sobretudo no Uganda, Tanzânia e Quénia. Neste último, o número de paquidermes diminuiu de 167 mil em 1970 para 16 mil em 1989. Em 1990, o comércio do marfim foi proibido e, desde então, o número destes animais elevou-se a 25 mil.
In "Audácia - Revista eletrónica"
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Ronda pela net: Universidade de Brasília - Onde os estudantes repôem ética, respeito por recursos da propriedade pública e pelos próprios estudantes!

O uso abusivo de recursos públicos desviados para vaidades pessoais ou regalias individuais ilegítimas é comum em redutos sociais repletos de carências que emergem para a democracia. Acontece quando se mistura, confunde poder ou função delegados e já pagos a alto custo pela sociedade humilde e pobre, com o direito a prerrogativas ilegais, aéticas, que não têm sentido de existir individualmente porque se destinam sim e sómente para essa sociedade carente, beneficiária por direito e razão, da existência dos mesmos.
Os alunos da Universidade de Brasília - Brasil, muito recentemente, revoltados com as regalias e luxos dispensados ao reitor da dita instituição, com a agravante de serem custeados esses luxos e regalias por fundos destinados a pesquisa e estudo, resolveram acabar com a "farra" (termo muito em voga no Brasil atual) do reitor e apadrinhados, ocupando a Universidade e impondo a demissão do tal senhor. O que acabou por acontecer após um período tenso de duas semanas e por mérito desses corajosos jovens.
O caso me faz lembrar outros espaços de ensino em outros recantos onde "padrinhos" e "apadrinhados" convívem e comungam de privilégios exclusivos, troca de favores, uso da estrutura e do tempo públicos em proveito próprio e de suas vaidades em detrimento dos estudantes que, imensamente carentes, nem possibilidades têm de uso de um computador e internet em suas modestas residências.
Mas para que se compreenda melhor o "exemplo" dos alunos da Universidade de Brasília, aqui coloco, dedicado a meus amigos estudantes de Portugal e Moçambique, o link para o blog "Ocupação UnB" e texto publicado pelo jornal "Estado de São Paulo" em 10 de Abril último:
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Entenda as denúncias contra o reitor da UnB.
São Paulo - As denúncias contra o reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, surgiram no início de fevereiro, em meio ao escândalo da farra com os cartões corporativos, que resultou na saída da ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. A universidade apareceu como líder no ranking de instituições federais em gastos com cartões, e Mulholland teria usado recursos públicos de uma fundação, no total de R$ 470 mil, para mobiliar o apartamento funcional ocupado pelo reitor.
Menos de uma semana após a denúncia de desvio da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), Mulholland deixou o apartamento. Dos R$ 470 mil, ele admitiu ter gasto R$ 350 mil em móveis e utensílios. O reitor chegou a comprar uma lixeira no valor de quase R$ 1 mil. A denúncia do Ministério Público do Distrito Federal aponta que a Finatec gastou R$ 470 mil para equipar o apartamento de Mulholland.
O caso foi parar na CPI das ONGs, que ouviu o reitor e também o presidente da Finatec. Questionado pelos parlamentares sobre o porquê da escolha de objetos tão caros, como a lixeira, Mulholland foi evasivo: "O material foi especificado pela área técnica da universidade, e a Finatec tinha total liberdade para rejeitar", disse.
Em 3 de abril, cerca de 300 estudantes ocuparam o prédio da reitoria da UnB para exigir que o reitor deixe o cargo a fim de permitir que possam ser realizadas com isenção as investigações sobre uso irregular de recursos da instituição. Pressionado, Mulholland anuncia uma semana após a invasão o afastamento de 60 dias do cargo. Professores da universidade também votam por sua saída.
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Quem é Timothy Mulholland.
A produção científica é mirrada, mas a carreira burocrática, extensa. Timothy Mulholland chegou à UnB em 1979, três anos depois de terminar seu doutorado em psicologia na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Assumiu um posto no departamento de Psicologia como subchefe e, desde então, exerceu funções em hierarquias mais altas - chefe, diretor, presidente de departamento - até chegar ao posto de reitor. Com exceção de pequenos intervalos, sua vida profissional se confunde com a UnB.
Segundo site do Ministério da Ciência e Tecnologia, que registra a produção científica dos pesquisadores no Brasil, Mulholland publicou apenas três artigos completos em periódicos estrangeiros. O último deles, em 1978.
Eleito em 2005 com 57,11% de votos, numa eleição onde apenas 15% dos eleitores exerceram seus direitos, Mulholland era tido como um homem da casa. Para muitos o reitor era controlador, vaidoso e, sobretudo o homem do dinheiro - e, por isso, temido. Entre alunos, a explicação é clara. Quem não fazia parte do seu grupo, tinha maiores dificuldades para conseguir recursos para financiar projetos de pesquisa. Esta semana, por exemplo, ele atribuiu a onda de acusações a sua gestão arrojada na área social. Algo que, segundo ele, sempre desagradou a vários grupos.

Pequim, desinteressada e generosa, admite venda de armas ao Zimbabué.

Pequim admite venda (i)legal de armas que vão a caminho de Luanda.
A China admitiu ontem ter vendido ao Governo do Zimbabué as armas a bordo do navio chinês em rota para Angola, com Pequim a defender a legalidade do negócio depois de Moçambique ter recusado à embarcação licença para aportar. “A venda de armas chinesas ao Zimbabué é legal. A imprensa ocidental está simplesmente a usar o assunto para pressionar a China”, disse ontem a agência noticiosa estatal chinesa Nova China, que cita declarações de Guo Xiaobin, investigador do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, uma instituição estatal.
A Nova China não refere quais os objectivos que a “imprensa ocidental” visa atingir, nem comenta o facto de o navio An Yue Jiang, que carrega o armamento, terá abandonado águas sul africanas na sexta-feira depois de um tribunal sul-africano ter recusado que as armas fossem transportadas através do País para o Zimbabué.
Em Fevereiro, um relatório da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu apelou à União Europeia para que pressione a China a deixar de vender armas aos países africanos e ao Zimbabué em particular.
Maputo - O Observador, Nº 0197, terça-feira, 22 de Abril de 2008.
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Eleições no Zimbawe - Diz o ditador Mugabe: Daqui não saio, daqui ninguém me tira...
Alguns post's anteriores deste blog sobre a situação social e política vivenciada no Zimbábue - Aqui; Aqui; Aqui; Aqui ; Aqui; Aqui; Aqui; Aqui e Aqui !
Religiosos acusam Mugabe de campanha de violência.
Líderes religiosos do Zimbábue pediram hoje ajuda internacional para conter uma campanha de violência do governo de Robert Mugabe que poderia derivar em "genocídio".
"Pessoas são seqüestradas, torturadas e humilhadas ao serem ordenadas a repetir slogans do partido político (Zanu-PF) que supostamente não apóiam", de acordo com um comunicado de uma coalizão religiosa do país divulgado hoje.
"Em alguns casos, elas são assassinadas."
Ao mesmo tempo, países vizinhos do Zimbábue uniram-se para bloquear a entrada de um navio chinês carregado de armas que supostamente iriam para o governo do presidente Robert Mugabe para serem usadas contra a oposição.
Governos, sindicatos, líderes religiosos e grupos de direitos humanos de países que evitam criticar Mugabe - como Angola e Moçambique - intensificaram os protestos para impedir a embarcação de atracar.
O navio está ancorado em alto-mar desde a semana passada, quando foi impedido de entrar na África do Sul.
O presidente da Zâmbia, Levy Mwanawasa, fez um apelo aos países da região que não permitam a entrada do navio. Mwannawasa é um dos poucos líderes africanos críticos de Mugabe, que enfrenta crescente pressão por não divulgar o resultado das eleições presidenciais três semanas após a votação.
Os Estados Unidos também pressionaram países da região para barrar o barco.
O governo chinês defendeu-se hoje, afirmando que o armamento "era parte de um carregamento de produtos militares comercializados entre a China e o Zimbábue", mas admitiu que está considerando levar o carregamento de volta. A embarcação chegou à costa sul-africana na quinta-feira com 77 toneladas de munição, foguetes e morteiros de fabricação chinesa e avaliados em US$ 1,4 milhão. A princípio, o governo da África do Sul afirmou que não tinha razões legais para impedir a embarcação de descarregar o armamento e transportá-lo até o Zimbábue, que não tem acesso ao mar. Isso porque não há um embargo internacional sobre a venda de armas para o país. No entanto, Organizações Não-Governamentais (ONGs) locais e padres da igreja anglicana convenceram um juiz a barrar a entrada do barco.
A embarcação tentou então entrar em Angola, Moçambique e Namíbia, mas foi impedida por ONGs e autoridades dos governos locais.
In " A Tarde OnLine" - Salvador- Bahia - 22/04/2008 (18:41), Agência Estado.

4/22/08

Os pecados da "sagrada família" em Moçimboa da Praia

Em Mocimboa da Praia Frelimo confisca material de jornalista.
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O SNJ, que três dias antes celebrou os trinta anos da sua existência e até ofereceu um diploma de honra ao presidente da Frelimo(?), repudia o acto da «Sagrada Família».
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Maputo (Canal de Moçambique) – Dois membros do Comité Distrital do Partido Frelimo, em Mocimboa da Praia, na Província de Cabo Delgado, num acto típico do «quero, posso e mando», confiscaram, no passado dia 14 de Abril, "um bloco de notas, cassetes áudio e gravador" do jornalista Pedro Rafael, afecto à Rádio Televisão comunitária de Mueda, refere um comunicado do Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ). Aquele jornalista ter-se-ia deslocado para aquele distrito para reportagem rotineira e em passagem por um local onde decorria uma reunião pública promovida pelo partido Frelimo. Foi o seu pecado. E logo uma reunião promovida pelo Comité Central... (até o voo da LAM que vinha de Pemba na quarta-feira passada teve que esperar na pista trinta minutos pelos membros do CC)… De acordo com a nota do Secretario Executivo do SNJ, antes de ser confiscado o material de Pedro Rafael, este foi ameaçado e forçado a "os seguir e a um alegado interrogatório fora do local do comício". "Duas horas depois do sucedido", prossegue a nota de repúdio à violação da Lei de Imprensa emitida pelo SNJ, "o equipamento confiscado foi devolvido ao repórter". Este acto de «quero, posso e mando», ocorreu três dias depois de o SJN ter comemorado 30 anos da sua existência. A celebração de efeméride, bastante pomposa, decorreu nas instalações do grupo MBS e o presidente da República e o Partido Frelimo foram agraciados com «diplomas de honra». A atitude do partido Frelimo em Mocimboa da Praia, também conhecido como a «sagrada família» fere a Lei de Imprensa em vigor no país – 18/91 – mais concretamente os artigos 27 (direitos dos jornalistas no exercício da sua função), e 29 (livre acesso às fontes de informação). Serve ainda de referência dizer que o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ) é simultaneamente chefe da redacção da Rádio Moçambique. O «Canal de Moçambique» tentou contactar o secretário- geral do partido Frelimo, Filipe Paúnde, afim de lhe dar oportunidade de explicar esta prática que se pensava ultrapassada e conforme aqui se regista está de volta ao País.
Luís Nhachote, 2008-04-21.

Porto de Pemba vai ser ampliado.

Gaborone, Botswana, 22 Abr - Moçambique vai proceder à expansão do porto de Pemba, no norte do país, para facilitar a exploração de petróleo na região, de acordo com a edição de Abril da "newsletter" da Southern African Global Competitiveness Hub.
A organização, com sede em Gaborone, Botswana, é uma iniciativa do governo dos Estados Unidos da América para promover o comércio internacional da África Austral não apenas com os Estados Unidos mas também intra-regionalmente.
"O volume de carga processada entre Outubro de 2006 e 2007 aumentou de 66939 para 75990 toneladas", afirmou Orio Benzane, director do porto, à "newsletter".
A publicação adianta que um projecto de expansão no valor de de vários milhões de dólares permitirá que o porto processasse rapidamente maiores volumes de cargas.
O porto de Pemba situa-se na província de Cabo Delgado, na terceira maior baía do mundo, mas, não obstante as suas águas profundas e a sua localização estratégica não passa de um porto regional.
MacauHub- 22/04/08

Moçambique - HIV/SIDA o flagelo que deve ser discutido e informado...

Praga dos tempos modernos que massacra o mundo e os povos mais humildes e desinformados. Busca-se uma cura que ainda não surgiu, mas avanços têm sido feitos que amenizam e podem até controlar a evolução da moléstia, o que, complementado com prevenção, educação e informação dificulta seu progresso e a contaminação. Moçambique é um dos países que muito tem sofrido com essa doença. Milhares de moçambicanos têm perecido e milhares ainda morrerão por causa desse vírus malvado. Mas, felizmente, algo vem sendo feito tentando sustar o avanço da doença. Talvez com alguma timidez ou pouca exposição, mas está aí e deve ser divulgado:
(Para evitar sobreposição de sons, não esqueça de "desligar" a rádio "ForEver PEMBA.FM" no lado direito do menu deste blogue.)
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"No nosso país, como em outros países da África Austral, o impacto do HIV/SIDA é multisectorial, não poupando nenhum sector. Este impacto resulta num ciclo vicioso que no fim se manifesta na pobreza e subdesenvolvimento. A pobreza aumenta a vulnerabilidade à infecção pelo HIV e a fraca capacidade de resposta aos seus efeitos. Por outro lado, o HIV/SIDA tem efeitos negativos que interferem em todas as esferas do desenvolvimento, criando mais pobreza. Sem desenvolvimento sustentável não é possível combater eficazmente o HIV/SIDA e com o HIV/SIDA não pode haver desenvolvimento sustentável. O reconhecimento de que a problemática do HIV/SIDA não é apenas um assunto de saúde, mas sim um problema de desenvolvimento e que tem implicações em todos os sectores e níveis, faz com que seja necessário adoptar estratégias multissectoriais e a todos os níveis para melhor responder às implicações da pandemia do HIV/SIDA. Estas estratégias precisam de ter uma boa coordenação e interdependência a nível nacional como a nível internacional. A implementação destas estratégias deve sempre ter em vista a integração de acções de prevenção e mitigação do HIV/SIDA em todos os sectores já existentes, e não a criação de novos sectores específicos para o HIV/SIDA. Para isso é preciso que todos os sectores e níveis actuem de forma coordenada e colaborativa para prevenir e reduzir a ocorrência de novas infecções e prevenir e reduzir os impactos resultantes das infecções já ocorridas."
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Mais:
Nova abordagem do HIV/SIDA para deficientes em Moçambique.
Maputo, Moçambique (PANA) - Organizações não Governamentais moçambicanas vão lançar, esta semana, uma nova abordagem que presta uma atenção especial ao rumo das pessoas deficientes na luta contra o HIV/Sida, noticiou terça-feira a Agência de Informação de Moçambique (AIM) citando um comunicado do Fórum das Associações Moçambicanas para Pessoas Deficientes (FAMOD).O FAMOD indicando que as pessoas deficientes são estigmatizadas e têm, por conseguinte, menos oportunidades de se casar, declarando que elas, devido a esta situação, têm tendência a ter mais do que um parceiro sexual e relações sexuais instáveis.De acordo com o fórum, as mulheres e crianças deficientes são mais expostas à violação e têm pouco ou nenhum acesso a serviços de saúde de qualidade e a informações sobre o HIV/Sida.De acordo com estatísticas de 2007 sobre a prevalência do HIV em Moçambique, pelo menos 324 mil pessoas deficientes são igualmente seropositivas.Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de dois milhões de pessoas em Moçambique são deficientes até a um certo grau e as organizações que trabalham com elas afirmam que os deficientes são excluídos dos programas de luta contra a pandemia da sida.O FAMOD, em parceria com a ONG europeia Handicap International e outros parceiros, previu um seminário esta semana para lançar a Campanha Africana sobre as Pessoas Deficientes e o HIV/Sida.O objectivo deste seminário é divulgar as directivas da Campanha Africana sobre as Pessoas Deficientes e o HIV/Sida em Moçambique e fazer tomar consciência aos dirigentes políticos e ao público da vulnerabilidade das pessoas deficientes face à pandemia.A reunião tem igualmente por objectivo assegurar um melhor acesso à despistagem do HIV, a uma assistência médica e ao tratamento para as pessoas deficientes.A Campanha Africana é coordenada pelo Secretariado da Década Africana (1999-2009) para as Pessoas Deficientes e pela Handicap International.
Maputo - 04/03/2008 - PanaPress.
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Seropositividade em grávidas aumenta em Cabo Delgado.
Mais de mil mulheres grávidas, das 17 mil submetidas a testes de HIV/SIDA no primeiro trimestre deste ano na província de Cabo Delgado, tiveram resultados positivos.
O chefe da Repartição da Saúde na Comunidade em Cabo Delgado, Francisco Paulo, disse que em igual período do ano passado tinham sido diagnosticados mais de 640 casos da doença em mulheres grávidas. Francisco Paulo exortou a população para maior adesão aos testes de HIV para o controlo do seu estado, especialmente para mulheres grávidas, responsáveis pelo estado de saúde dos seus filhos.
Maputo, Terça-Feira, 22 de Abril de 2008:: Notícias

4/19/08

Nas ruas de Santos-Brasil um bonde (elétrico) do Porto-Portugal.

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui)
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Informamos aqui em Setembro de 2005 que três elétricos (bondes) doados pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, de Portugal, chegaram ao cais portuário da cidade de Santos - Brasil.
Os veículos foram trazidos pelo navio Aliança Europa, e vieram dentro de contêineres flatrack (contêineres que não têm o teto e as laterais), presos por correntes no piso do cofre, sobre o convés da embarcação.
A recuperação seria feita nas oficinas da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) em Santos, e que é responsável pela reforma e manutenção dos atuais bondes que circulam na região histórica do município.
Defeniu-se que, durante a reforma seriam mantidas as cores dos veículos originais, amarelo e branco. Além disso, cada um deles ostentará em sua fachada o nome do local de origem.
A intenção à época era integrar os veículos à linha turística que circula pelo Centro Histórico e teria seu traçado ampliado, de 1,7 quilômetro para 5,2 quilômetros.
Pois o tempo passou e, embora demorada, a reforma está terminando, como transcrevo abaixo, prestes a trazer para o Centro Histórico de Santos na missão de transportar turistas, um pouco da beleza e som nostálgico dos velhos elétricos que, em nossa meninice, viamos circular pela Rua de Santa Catarina, pela Praça, pela Foz, por Campanhã e por toda a magnífica e tradicional cidade do Porto beirando o rio Douro até à Ribeira...Será um pouco do típico e tripeiro Porto, abraçando renovado e festivo, este lado do mar tropical que nos irmana históricamente.
Complementando a imagem acima e para que se saiba que o projeto está dando certo, transcrevo o que li hà poucas horas na santista "Tribuna Digital":
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BONDE PORTUGUÊS CIRCULARÁ EM JULHO.
Enqunto prossegue a preparação para os trilhos, a restauração dos bondes também está a todo o vapor.
O primeiro dos veículos portugueses doados para a Prefeitura de Santos pela cidade do Porto deve estar em circulação em Julho, juntamente com os bondes da atual linha turística. Ainda não há previsão para o término do segundo funicular.
Segundo Rogério Crantschaninov, diretor-presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que realiza os serviços, a carroçaria e a cabine terão 70% da sua estrutura renovada. A parte mecânica e o motor já foram recuperados, assim como as instalações elétricas. "Tudo será feito de forma artesanal, para manter as características originais de fabricação".
Hoje, três bondes se revezam no trajeto no Centro Histórico. Como os equipamentos são muito antigos e sujeitos a falhas, são trocados semanalmente.
Uma novidade é a chance de cadeirantes (usuários de cadeira-de-rodas) também aproveitarem o passeio. O pedido pela acessibilidade foi do prefeito João Paulo Tavares Papa. Agora, portadores de necessidades especiais e idosos com dificuldade de locomoção podem subir no bonde por meio do reboque, que fica na garagem (estação do Valongo) e é acoplado ao veículo conforme a necessidade dos passageiros.
In Tribuna de Santos-15/04/08.
  • Quase um elétrico chamado amizade - post's anteriores neste blog - Aqui !
  • Novo Milénio - O Bonde de Santos - Aqui !
  • Visite o Centro Histórico de Santos passeando no Bonde Turístico - Aqui !
  • Portal da Prefeitura da Cidade de Santos - Aqui !

The Elephant Song - Lição para os homens que não gostam de elefantes...

(Imagem original daqui)
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Enquanto em África o elefante e o as animais da selva são desrespeitados, mortos em seu habitat natural, Eric Herman, cantor-compositor de músicas para jovens canta sobre elefantes e outros animais para estimular a imaginação e o amor das crianças pelos bichos da floresta, pela vida.
O vídeo foi criado pela sua mulher, Roseann, com a ajuda da sua filha de três anos, Becca.
Bela lição que pode acompanhar aqui:
(Para evitar sobreposição de sons, não esqueça de "desligar" a rádio "ForEver PEMBA.FM" no lado direito do menu deste blogue.)
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Outros post's deste blog sobre o mesmo tema:

E o portal do Eric Herman:

4/18/08

Órfãos de Pemba protegidos pelo Projeto Tutor.

Porto, 17 Abr (Lusa) - Cerca de 800 crianças órfãs, de Pemba, Moçambique, vão receber alimentos, vestuário e educação, através do apoio financeiro de voluntários do Projecto Tutor à Distância (PTàD), que é apresentado sábado, no Porto.
O Projecto Tutor à Distância, uma das principais iniciativas da Associação de Tutores e Amigos das Crianças Africanas (ATACA), consiste no apadrinhamento de crianças africanas órfãs, abandonadas ou pertencentes a famílias muito carenciadas. A iniciativa pretende mobilizar cidadãos portugueses e estrangeiros para se tornarem "padrinhos" de uma criança - preferencialmente órfã - pelo período mínimo de um ano, comprometendo-se a financiar mensalmente as despesas de sobrevivência.
O PTàD engloba três modalidades: "Tutor Total", cuja contribuição mensal é de 20 euros, que permite responder às despesas de alimentação, vestuário, saúde e educação, "Tutor Educação", de 10 euros mensais para as despesas de educação, e "Tutor Amigo", com contribuição mensal de cinco euros, em que mais de um tutor apoia a mesma criança, de modo a conseguir-se respostas para as diversas despesas. De acordo com a modalidade escolhida, os responsáveis pelo projecto devem indicar, aleatoriamente, uma criança e a sua ficha informativa com todos os dados do registo civil, situação pessoal e familiar e transmitir notícias e informações da criança, a cada trimestre.O sistema de contabilidade utilizado pelo PTàD implica que a cada despesa financeira corresponda um documento que justifique o gasto, sendo, portanto, necessário que a instituição transmita ao PTàD, antes do sucessivo depósito trimestral, um relatório relatando como foi gasto o valor enviado no trimestre precedente. A ATACA foi criada em Agosto de 2006, por cerca de 20 pessoas, a maioria ex-alunos de um colégio privado da cidade do Porto, que iniciaram o PTàD em Maputo e Quelimane, onde já beneficiam cerca de 200 crianças. As actividades da associação iniciaram-se através de protocolos com lares e centros de acolhimento de crianças, onde muitos voluntários já prestavam apoio.Em Quelimane, a associação trabalha com a "Casa Esperança", das irmãs Dominicanas Missionárias do Rosário. A ATACA apresentou a sua candidatura à Organização Não Governamental de Desenvolvimento (ONGD) apenas em 2007 "porque, entre outros formalismos, era necessário ter uma sede e um plano de actividades, o que já conseguimos", disse à Lusa Fernando Durana Pinto, presidente da direcção da associação. A associação manifesta grande necessidade de voluntários com formação específica, como educadores de infância e profissionais da área de gestão e pedagogia para o apoio contínuo das crianças. A apresentação do projecto para a cidade de Pemba vai decorrer na Casa da Cultura de Paranhos, Porto, e inclui uma exposição de fotografia de crianças africanas.
LUSA-Agência de Notícias de Portugal, S.A. 2008-04-17 18:50:01-RTP-Notícias.

Diversificando - Brasil: O bom Santo António é funcionário público em Igarassu - Pernambuco.

(Imagem original daqui)
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Santo Antônio recebe salário de vereador em Igarassu - Pernambuco.
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A promotora do município de Igarassu, na Grande Recife, Maria Lizandra Lima, solicitou nesta terça que a Câmara dos Vereadores da cidade suspenda o pagamento do salário vitalício a um vereador e a cópia de todas as resoluções que tratam do benefício, informou em nota divulgada à imprensa. O vereador em questão é Santo Antônio.
A situação teria sido instituída em cumprimento à Carta Régia de 1754, assinada pelo rei de Portugal D. José I, que nomeou o santo vereador e estabeleceu seu salário e, a uma resolução do Legislativo de 1951. Hoje, Santo Antônio estaria recebendo o equivalente a um salário mínimo da Câmara, ou seja, R$ 415,00.
O dinheiro tem sido destinado para o Convento de Santo Antônio e ajuda a sustentar a creche e a escola existentes no local e que atendem 200 crianças carentes.
Em nota divulgada à imprensa, a promotora afirmou que o seu objetivo é analisar a legalidade ou não do fato e, buscar alternativas jurídicas, caso o pagamento seja ilegal, para não deixar as crianças desamparadas.
Na próxima sexta ela se reúne com os vereadores com o objetivo de verificar se é legal o pagamento de um salário ao santo. Porém, o presidente da Câmara, Valdemir Nunes (DEM) se recusou a suspender o pagamento do salário.
Mesmo reconhecendo que a situação é ilegal se for analisada rigorosamente, ele defendeu a prática e a considera "legítima" por fazer parte da tradição de Igarassu.
"A posição da Câmara é de manter a tradição e a cultura do nosso povo. Por isso, não vamos revogar nada. Já pensou o que vão dizer se a gente tirar o dinheiro do santo?", questionou o vereador.
Alexandra Torres-direto de Igarassu-Redação Terra, quarta, 16 de abril de 2008.

4/17/08

Em Cabo Delgado, Ibraimo Binamo Ibraimo é um bom professor !

Interessante texto de Pedro Nacuo para o Notícias - Maputo de hoje que transcrevo. Só quem conhece o belo e agreste interior de Cabo Delgado pode dar valor ao trabalho e dificuldades encaradas com dedicação por esses jovens apostados em ensinar e educar as populações irmãs e carentes locais:
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Ibraimo Binamo Ibraimo: Um exemplo de professor!
Imbada, 21 de Fevereiro de 2008. É uma aldeia da localidade de Iba, posto administrativo de Muaguide, distrito de Meluco. Está a chover, logo a seguir ao início da sessão extraordinária do governo distrital, que estava sendo orientada por Eliseu Machava, governador provincial, que pela primeira vez ia visitar aquela divisão administrativa no centro da província setentrional de Cabo Delgado.
A chuva interrompe a reunião e o governador, afinal, havia decidido pernoitar naquela aldeia que fica a perto de 200 quilómetros da capital provincial. Escurece, o protocolo vai distribuindo os hóspedes pelas casas, cujos donos previamente haviam sido contactados. O “Notícias”, o Instituto de Comunicação Social e um fotógrafo do gabinete do governador, foram alojados numa residência cujo quintal nas noites servia de sala de sessões de vídeo, com música moçambicana.
Cá fora, numa barraca onde se vendia tudo quente, um grupo de jovens e adultos discutia os assuntos a apresentar, na manhã do dia seguinte, durante o comício de Eliseu Machava, um dos quais era a solicitação, ao governante, da devolução do professor Binamo, que acabava de ser transferido para uma outra aldeia. Era preciso que todos falassem da necessidade de o ver de volta!
A nossa Reportagem, curiosa, intrometeu-se no assunto e soube que havia ideias contrárias, que sustentavam que tal gesto seria prejudicial a ele, pois havia informações de que a referida transferência era-lhe benéfica, pois subira de grau na função, se bem que passara a coordenador duma Zona de Influência Pedagógica (ZIP).
Mesmo assim, era preciso saber quem de facto foi ele e com que magia era desejado que voltasse à Imbada. Na verdade, não custou muito encontrar as respostas. Foi-nos dito que o nome completo do professor é Ibraimo Binamo Ibraimo. Fazia parte de um grupo de oito professores. Foi adjunto-pedagógico da Escola Completa local, que no ano lectivo passado teve, até ao fim, 362 alunos de ambas as classes, discriminadamente, 231 da primeira à quinta classes e 82 da sexta à sétima classes.
O grupo de Ibraimo recebeu alunos provenientes de Nangororo, Iba (a sede da Localidade), Roma, Koko e Ntapuala, numa escola sem internato e criou condições para que os alunos fossem viver em casas de conhecidos ou fizessem as suas próprias cabanas e aos fins-de-semana fossem às suas aldeias para o reabastecimento em víveres.
Ao fim do ano, o quadro visto pelo “Notícias” apresentou o seguinte resultado: da primeira à quinta classes, 97 por cento de aproveitamento pedagógico e da sexta à sétima, 78,7 por cento. Desistências, abaixo de 2 por cento. Um servente da escola onde Ibraimo era professor, de nome José Omar Muahau, é a primeira pessoa que nos fala dos traços profissionais deste professor .
“Era um professor que sabia coordenar muito bem, a sua saída é para nós uma perda. Estamos a chorar por ele”, diz o servente, na presença da pessoa que substituiu, nas funções, Ibraimo Binamo, no caso o professor Ermelindo Sinoia Lapuane.
No segundo dia, as nossas dúvidas a respeito do professor citado acabaram definitivamente. Afinal, em algumas barracas, na sede da aldeia e na escola, estão colocados documentos dactilografados, que serviram para a despedida do professor, com o título “Adeus a todos” onde se pode encontrar uma boa parte da sua vida como ser social e, sobretudo, educador. Vamos ler:
“Por necessidade de serviço e segundo despacho do senhor director dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, ficou transferido desta escola, onde exercia a função de director Adjunto Pedagógico, para a EPC de Sitate, onde vai assumir o cargo de Director da Escola e Coordenador da ZIP, o vosso amigo, colega, irmão, filho, de nome Ibraimo Binamo Ibraimo”, começa o documento.
“Vou, mas um dia aqui voltarei”, prossegue, “tanto em viagens de serviço, como privadas, na perspectiva de que poderão de novo me acolher como sempre acolheram-me durante este longo e curto tempo que aqui vivi e convivi. Imbada fica marcada no meu coração e faz parte do meu pobre currículo, pelo facto de ter sido aqui onde: (1) pela primeira vez entrei numa sala de aulas como professor (2) onde pela primeira vez aprendi a assumir um cargo de chefia”.
Ibraimo acrescenta ainda: “estes factores fizeram com que Imbada ficasse inscrito no meu coração e que neste momento de despedida me torna difícil dizer ADEUS A TODOS (...) se durante este período terei ofendido ou maltratado a alguém, julgo que não foi por minha vontade. Talvez por se tratar de humano cometi erros, mas repito, não por minha vontade.
Seria difícil, senão mesmo impossível, viver numa comunidade mais de cinco anos sem errar. Errei, sou humano e para os ofendidos as minhas sinceras desculpas”, penitenciou-se, antes de entrar no rol dos agradecimentos.
“O meu grande agradecimento vai para toda a comunidade de Imbada, por ter-me acolhido e me dado o calor necessário como filho e irmão. Convosco aprendi muita coisa boa e foi convosco que aprendi a ser o que hoje sou. Mais uma vez, obrigado” e vira-se para os seus alunos:
“Desejo-vos boa sorte na vossa vida estudantil, de modo que amanhã estejamos juntos, não como alunos e professor, mas sim, meus colegas ou mesmo meus superiores hierárquicos. Estou convencido de que saberão aplicar melhor aquilo que comigo aprenderam”.
Aos colegas, Ibraimo Binamo Ibrahimo agradece a companhia na batalha contra o analfabetismo e diz que com eles também aprendeu muito e que foi fácil trabalhar por terem constituído um bom grupo, coeso e quase homogéneo. Pede desculpas aos que, mesmo assim, se tenham sentido, por qualquer motivo, ofendidos e termina justificando que quem trabalha erra.
Procurámos saber do dono da barraca onde lemos a despedida do professor, Cadre Momade, quem era o professor e a resposta não se fez esperar: era simplesmente um santo, sem exagero, gostava de todos e todos gostavam dele. Parecia natural desta aldeia. Ibraimo é um raro exemplo de como se pode trabalhar com a comunidade, seja ela do campo ou urbana!
Numa das ruas arenosas e poeirentas da aldeia deparámo-nos com Rachid Yahaia Árabe. Apresenta-se-nos como antigo aluno de Ibraimo Binamo, que nos explica que o seu professor havia começado a sua profissão precisamente naquela aldeia, em 2003. Em 2005 ascende ao cargo de adjunto pedagógico e que gostava das suas capacidades.
“Foi ele que começou a escrever a história desta escola, que criou um conselho onde a população tinha palavra e reunia com ela todos os meses. Tratava ao mesmo tempo dos problemas da escola e da comunidade, até ligados à saúde ou agricultura. Às vezes levava por escrito os problemas que a aldeia tinha, até ir falar com as direcções provinciais respectivas. Não discriminava a ninguém, fosse macua, maconde ou de outra etnia ou língua. A fonte de água que temos aqui foi graças ao seu esforço”, relata-nos Rachid Árabe.
Foi-nos indicado um aldeão que por pouco teria uma rixa com Ibraimo Binamo, resultante de uma relação que o professor quis sustentar com a sua filha, a viver na cidade de Pemba. Eduardo Issufo, mesmo assim, desvaloriza esse pequeno mal-estar que se havia instalado e justifica que, no cômputo geral, “ele era muito bom. É só ver que foi provocar a minha filha na cidade e não aqui. Ninguém desta aldeia dirá que ficou alguma vez ofendido com Ibraimo Binamo. Ele dava-se com toda a população e sempre estava à frente de todas as dificuldades da comunidade, porque mais esclarecido”.
No prosseguimento da viagem pelo distrito de Meluco, não sendo possível passar pela escola onde actualmente Ibraimo Binamo se encontra a trabalhar, cruzámos, mesmo assim, com o professor que era director em Imbada, no ano lectivo passado, quando aquele era adjunto pedagógico. Chama-se Inácio Maita Intapi Muapia, ora igualmente transferido para outra escola no interior do mesmo distrito. Muapia diz-nos que Binamo era um “professor de muita experiência de liderança. O seu exemplo de participação nas actividades programadas pela escola desmobilizava a qualquer colega ou aluno que quisesse ser relutante. Era um organizador, planificador”!
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AFINAL, UM PROFESSOR SEM FORMAÇÃO!
Todos os depoimentos à volta deste professor aumentavam a nossa curiosidade. Ibraimo Binamo não trabalha na rota escolhida, daquela vez, pelo governador, por isso, não seria daquela. De passagem pela sua actual escola, deixámos um bilhetinho, a pedir que fosse ter connosco na sede do distrito, para uma entrevista ao nosso jornal. Recebeu o recado, mas teve um acidente com a motorizada alocada pela Educação, na qualidade de coordenador da ZIP de Sitate, quando ia ao nosso encontro.
Tivemos que organizar mais uma viagem, no dia 26 de Março passado, especificamente para falar com este professor, cheio de dotes actualmente raros nos profissionais, não só da Educação. Encontrámo-lo no intervalo do almoço, na aldeia Sitate. Quem é o senhor, de que tanto se fala na aldeia Imbada?, perguntámo-lo, ao que respondeu:
“Sou professor que lá viveu como se fosse natural, durante cinco anos. A minha transferência foi um momento difícil, as pessoas estavam nos seus locais de produção, nas machambas. Não foi fácil! E não havia muito tempo, senão eu esperaria que voltassem das machambas e faria um encontro público para me despedir. Não sendo possível optei por escrever aquilo que o senhor chama documento, que colei nas paredes de algumas casas...”
Perguntámos a Ibraimo Binamo sobre a razão de o seu nome estar a resistir na comunidade de Imbada, sendo que já se encontra irreversivelmente em Sitate, uma aldeia muito distante daquela.
“É que se estamos na escola, estamos na comunidade. Não temos outra maneira de viver fora dela. Os problemas de água, higiene, as carências de todo o tipo são colectivos, por isso, eu estive na dianteira na organização de programas de limpeza, fazíamos encontros para falarmos da higiene, da saúde e da necessidade de evitarmos doenças. Todos nós fazíamos limpeza e nessa altura eu participava como uma pessoa da comunidade”, explica-nos.
Ibraimo Binamo notabilizou-se ainda mais na organização do desporto e na agricultura, abrindo hortas e diz que a maior parte das tarefas aqui referidas não deveria ser os alunos a realizar, nessa qualidade, mas sim, a própria população.
“ Nunca levei alunos para limpar poços de água, ainda que eu participasse nessa limpeza, na qualidade de aldeão, ou membro da comunidade. São essas coisas que as pessoas levam a sério e dizem o que dizem de mim. Mas falando a verdade, custou-me sair de Imbada. Estava mais ou menos organizado, a maior parte dos meus bens ainda está lá, não os transportei na totalidade”.
Voltamos, mesmo assim, à questão: quem é o professor Ibraimo Binamo?
“Sou meio de Nangade (por isso maconde) e meio de Montepuez (por isso macua), a minha mãe era de um lado e o meu pai do outro. Nasci dum feliz casamento entre maconde e macua. Estudei na Escola Secundária de Nangade e depois em Pemba, onde fiz a 12-classe. Fiquei um ano sem fazer nada e em 2003 comecei a trabalhar como professor contratado, directamente colocado no distrito de Meluco e muito precisamente na aldeia Imbada”.
Foi o ano em que se introduziu o segundo grau do ensino primário em Imbada, sendo que a responsabilidade ficou acrescida, tanto é que “quando cheguei a Imbada não havia nenhum professor formado. Éramos todos não formados, embora alguns tivessem alguma experiência”.
E mais tarde formou-se?, quisemos saber. Tendo dito que “eu não sou professor formado, meti agora documentos para pedir nomeação para ter um vínculo contratual com o Estado e daí poderei pedir uma formação. Falando sinceramente, eu estava à procura de emprego, porque não estava a fazer nada e encontrei este. Não estou arrependido, nunca enfrentei problemas que me fizessem pensar que falhei na escolha”.
Curiosamente, o director distrital de Educação, Juventude e Tecnologia em Meluco, Afonso Bacar, não sabia que o seu coordenador de ZIP não tinha uma formação psico-pedagógica. Suspeitámos que fosse pelas suas qualidades que não fazem prever que ele esteja a precisar de se armar com outros conhecimentos, desta feita, de índole teórico, já que a nível prático, o seu currículo diz muito.
Afonso Bacar quis convencer-nos que não havia nenhum director ou coordenador de ZIP sem formação. Entre Imbada, Muaguide, Meluco-sede, Minhanha, Mitepo, Ravia, Mitambo e Sitate, escolhemos esta última para lhe recordar que, sim, havia quem precisava dessa oportunidade, apesar da competência já revelada.
“É verdade, Ibraimo Binamo, mas é dos nossos melhores directores, um jovem dinâmico”, reconheceu o director distrital da Educação, Juventude e Tecnologia.
PEDRO NACUO - Maputo, Quinta-Feira, 17 de Abril de 2008:: Notícias